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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

13.4.15

O fracasso dos protestos encerra, enfim, o terceiro turno

O fracasso dos protestos encerra, enfim, o terceiro turno. Por Paulo Nogueira



Postado em 12 abr 2015

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flop sensacional dos protestos de hoje tem um significado essencial: acabou, enfim, o terceiro turno, depois de mais cem dias de governo Dilma.

Foi um final melancólico para os esperançosos de um golpe contra os 54 milhões de votos – um grupo diversificado que vai dos coronéis da mídia até aquela massa ignara formada por analfabetos políticos.

Os protestos se esvaziaram de pessoas, e a excentricidade boçal e desinformada foi se acentuando.

Um cartaz que viralizou dizia, por exemplo, que sonegação não é corrupção. Outro afirmava que Dilma tinha três opções: renunciar, ser derrubada ou se matar.

Malucos mais uma vez pediam um golpe militar em inglês. E o direitista punk do Movimento Brasil Livre, do alto do fiasco do espetáculo que tentou comandar, disse que é preciso meter uma bala na cabeça do PT.

Em meio a essas cenas beligerantes, a Globonews, como assinalou um tuiteiro, insistia em destacar o "caráter pacífico e familiar" dos protestos.

Numa das melhores tiradas do dia, o tuiteiro escreveu: "A Globonews insiste em dizer que famílias inteiras estão nos protestos. Ora, fodam-se as famílias inteiras."

Pausa para rir.

Neste estertor de terceiro turno, não podiam faltar também os números inflados. A PM, depois do célebre milhãofurado da vez anterior, recuou para um pouco mais de 200 mil pessoas na Paulista.

O Datafolha foi mais modesto: 92 mil no pico, às 16 horas.

Mesmo assim, as imagens de grandes vazios na avenida Paulista deixavam dúvidas quanto à precisão do prognóstico do Datafolha.

Um amigo me escreveu: "Como disse Wellington, quem acredita nestes 100 mil acredita em tudo."

Derreteu-se o exército de manipulados que decidiram vestir a camisa da seleção e ir para as ruas. Não deixarão saudade, em sua imensa tolice.

Eles demoraram uma eternidade a entender que perderam as eleições, mas agora acordaram para a realidade.

Resta Dilma também acordar para o fato de que ela venceu. Não deve haver registro, na República, de um vitorioso em eleições presidenciais com ares tão derrotados.

Isso deu margem a que neoudenistas como FHC, Serra e Aécio agissem como napoleões de hospício, e adotassem um ar triunfal em nada compatível com os resultados das urnas.

Dilma deveria pegar um calendário que inclua todos os dias que restam até o final de seu segundo mandato. E a cada dia, a cada folha arrancada, verificar se fez todas as tarefas que estão por fazer.

Ela tem três anos e nove meses para fazer  coisas como o desmame das grandes empresas de mídia, historicamente acostumadas a viver do dinheiro público sob múltiplas formas.

Nada é tão imperioso como isso, porque os coronéis da mídia se batem ferozmente contra todos os avanços, como se viu agora no caso da terceirização.

Da Globo à Folha e à Abril, as empresas jornalísticas precisam de um choque do capitalismo que pregam para os outros.

Fora todas as mamatas públicas, ainda hoje elas vivem protegidas da concorrência estrangeira, o que é simplesmente uma obscenidade.

Se o PT aspira a ter futuro depois deste governo, vai ter que enfrentar coisas que preferiu fingir que não via.

A hora é essa – com o final do terceiro turno.

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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.



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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz