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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

30.9.19

Pesquisadora é perseguida após comprovar que não existe dose segura de agrotóxicos

O Instituto Butantan, onde Mônica trabalha, negou que tivesse pedido os estudos e depois proibiu a pesquisadora de propor novas pesquisas por seis meses, em retaliação aos resultados apresentados. 



Pesquisadora é perseguida após comprovar que não existe dose segura de agrotóxicos

Por Mariana Simões, Agência Pública/Repórter Brasil
Fonte: Agência Pública

Instituto Butantan negou que tivesse pedido estudos e depois proibiu autora de propor novas pesquisas por seis meses, decisão revertida na Justiça

Há 30 anos, a imunologista Mônica Lopes Ferreira desempenha uma celebrada carreira no Instituto Butantan, instituição pública centenária ligada à Secretaria da Saúde de São Paulo, que atua como centro de pesquisa biológica. Há dois meses, porém, Mônica tem passado por um campanha contra ela dentro do instituto.

Tudo começou quando a imunologista analisou dez agrotóxicos que estão entre os mais utilizados no Brasil e revelou que todos, em qualquer quantidade aplicada, causam graves prejuízos à saúde humana. São eles: abamectina, acefato, alfacipermetrina, bendiocarb, carbofurano, diazinon, etofenprox, glifosato, malathion e piripoxifem.

Os resultados demonstram que os pesticidas causam mortes e malformação de fetos em embriões de peixe-zebra até mesmo em dosagens equivalentes a até um trigésimo do recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Quando ele não matava, causava anomalia, o que para mim é uma coisa extremamente preocupante", alerta Mônica, explicando que a genética do zebrafish, como é conhecido, é 70% semelhante à dos seres humanos.

O estudo foi encomendado em 2018 pela Fiocruz, pertencente ao Ministério da Saúde – que indicou os agrotóxicos a serem testados – e foi divulgado no início de agosto, com grande repercussão na imprensa.

Em resposta, o diretor da Anvisa Renato Porto e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deram entrevistas contestando o estudo. Além deles, o ex-secretário de Agricultura e de Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano, que tem ecoado a linha da ministra em seu blog, publicou um tweet desqualificando a pesquisa.

Em entrevista para a Agência Pública, Mônica afirma que a direção do Instituto Butantan embarcou num boicote, acusando-a de realizar o estudo sem o conhecimento do instituto. A instituição tem imposto barreiras para impedir que ela ministre cursos e dê palestras. No final de setembro, o instituto emitiu uma resolução dizendo que quaisquer treinamentos ou cursos ministrados por profissionais do Butantan "devem ser submetidos previamente à análise" pela comissão de ética.

Mas, para Mônica, o pior foi ter recebido um comunicado, em agosto, proibindo-a de submeter projetos de pesquisa para aprovação durante seis meses. Na semana passada, ela conseguiu uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo que suspendeu a punição. "Verifico que a decisão de suspensão da autora partiu de uma reunião da Comissão de Ética, contudo, a punição foi noticiada à autora sem a oportunidade de defesa prévia ou abertura de procedimento administrativo para apuração de responsabilidade, o que violaria as regras de Direito Administrativo para sanção dos funcionários públicos civis do Estado de São Paulo", escreveu o juiz Luis Manuel Fonseca Pires.

Mas ela continua numa luta constante para limpar a sua reputação.

Apesar de o instituto dizer o contrário, Mônica assegura que o estudo foi realizado com a total ciência da instituição, inclusive do seu diretor: "Eu pessoalmente me encontrei com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, e contei para ele sobre a minha pesquisa. Eu dei um seminário em abril sobre a pesquisa, onde eu mostrei os dados para as 90 pessoas que estavam na plateia. Então, dizer que ninguém sabia sobre essa pesquisa é estranho".

Ela defende ainda os resultados obtidos. "Eu sei da importância do agronegócio, da importância da agricultura. Eu só acho que a gente não tem que brigar com o dado, com a ciência. A gente tem que trabalhar a partir dela."

Mônica Lopes Ferreira é imunologista e trabalha com a caracterização toxinológica de venenos e toxinas animais no Instituto Butantan. Plataforma Zebrafish

Leia a entrevista:

O resultado do seu estudo sobre agrotóxicos causou uma reação forte no Instituto Butantan e no Ministério da Saúde. Conte como foi. 

No final de 2018, eu comecei a ser procurada por um pesquisador da Fiocruz e me disseram que eu tinha sido indicada pelo próprio Ministério de Saúde para realizar uma análise de toxicidade por agrotóxicos usando o zebrafish. A Fiocruz, por ser um órgão do Ministério da Saúde, foi quem me enviou os dez agrotóxicos a serem testados, com a tabela já das doses. Essas eram as doses que eles consideram ideal para a saúde humana. Eu fui então testar cada um desses.

Qual o resultado disso? O resultado é que, desses dez agrotóxicos, nenhum é excelente. Nenhum dá para dizer que a gente pode usar sem problema.

Ou eles causam mortalidade nos animais ou eles causam anomalias. Não morreu? Mas o bicho ficou doente, ficou com uma anomalia. Eu não fui a primeira a dizer que agrotóxicos causam problemas. Não fui a primeira e não serei a única. Existem muito estudos sobre isso.

O que aconteceu a seguir?

Eu recebi um email do Flávio Alves, da Fiocruz, que é o pesquisador que me encomendou a pesquisa, dizendo que recebeu um telefonema do Ministro da Saúde, danado da vida com a repercussão do estudo no Facebook, porque não foi boa. Ele disse que eu não deveria ter divulgado a pesquisa ainda porque a pesquisa não acabou. Então, eu consultei o meu email e mostrei para ele que ele tinha me autorizado, por email, a divulgar o estudo.

Acho que essa foi a virada, porque foi aí que o Instituto Butantan mudou de figura e disse que não se responsabilizava pela pesquisa. Eu recebi uma mensagem por email copiado para outros setores do Butantan, incluindo a diretoria e para advogados do instituto dizendo que o Butantan não é responsável pela pesquisa.

Depois eu recebo um email do diretor do Butantan dizendo que havia visto um tweet do ex-secretário estadual da agricultura [Xico Graziano] dizendo que tinha criticado o resultado da minha análise e que o Butantan não vai se responsabilizar por ela.

Foi aí que eu percebi uma mudança na ótima relação que eu tinha com a direção.

No dia seguinte, o Butantan emite uma nota para todos os pesquisadores do Butantan dizendo que eles não se responsabilizavam por "pesquisas independentes". Aí passou a ter um clima muito ruim na instituição, porque todo mundo percebeu que aquilo era voltado para mim, porque a minha pesquisa tinha sido divulgada no Estadão e tinha tido uma grande repercussão.

Depois eu recebo uma notificação do Comitê de Ética Animal dizendo que a pesquisa não tinha sido submetida ao comitê e que como punição eu não poderia mais submeter nenhuma pesquisa para aprovação do comitê durante seis meses. Isso é grave para mim, porque significa que eu ia ficar sem trabalhar durante seis meses. Eu não tive direito nem de me explicar.

No dia 21 de agosto, eles entraram com um processo administrativo alegando que o Instituto Butantan não sabia que eu estava trabalhando na pesquisa sobre agrotóxico e que, portanto, não se responsabilizava por ela.

Mas eu pessoalmente me encontrei com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, e contei para ele sobre a minha pesquisa. Eu dei um seminário em abril sobre a pesquisa, onde eu mostrei os dados para as 90 pessoas que estavam na plateia. Então dizer que ninguém sabia sobre essa pesquisa é estranho.

Eu não fui a primeira a dizer que agrotóxicos causam problemas. Eu não fui a primeira e não serei a única. Existem muitos estudos sobre isso. Então eu também me perguntei: onde está o problema? O que foi que eu falei que já não falaram? Então eu gostaria de saber: quem eu desagradei? Eu desagradei o Ministério da Saúde?

Por que você acredita que o estudo incomodou tanto o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde?

Eu imagino que tenha um tema que tenha levado a isso tudo que é o tema dos agrotóxicos. Eu já participei de várias pesquisas e nada tinha sido dessa maneira. Eu desagradei a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que foi contestar o estudo publicamente. O que que a Tereza Cristina tem a ver com o Instituto Butantan, para o instituto estar me punindo?

Eu não sou uma pessoa irresponsável. O meu pai é um plantador de cana-de-açúcar; se não fosse pela cana-de-açúcar, eu não teria educação, eu não estaria aqui. Então eu sei da importância do agronegócio, da importância da agricultura. Eu só acho que a gente não tem que brigar com o dado, com a ciência. A gente tem que trabalhar a partir dela. Por que não entender que se pode fazer melhor e se pode ter alternativas? Pode-se ter uma dose melhor.

Alguns outros colegas que eu conheço que trabalham com agrotóxicos me relataram que eles também têm sido perseguidos por conta dos agrotóxicos. Eu não sabia, até então, que existia todo um mundo de perseguição contra pessoas que estudam os agrotóxicos.

Para você ter uma ideia, eu tinha sido convidada para ir a um evento sobre zebrafish na Fiocruz do Rio de Janeiro. Agora, duas semanas atrás, eu recebo um email da Fiocruz dizendo que, em função da grande demanda para o seu curso, o curso foi cancelado. Mas isso não faz sentido nenhum porque, quando tem muita demanda, você não cancela um curso; pelo contrário, você só cancela quando não tem demanda. Cancelaram então a minha ida, mas o evento vai acontecer sem mim. Você acha coincidência? Eu sou a única que sou desconvidada, o resto do evento continua, só eu que não posso participar.

Você se sente perseguida?

Eu fico buscando um outro adjetivo para perseguição, mas não tenho encontrado. Eu acho que o que estão fazendo comigo é um assédio moral. Eu nunca pensei em precisar contratar um advogado por conta de algo que eu considero desnecessário. Eu sempre tive uma boa relação com o Instituto Butantan. Mas chegamos a um ponto que eu estou apanhando, e dói. Eu acho que eu não fiz nada para riscar ou manchar uma instituição pela qual eu sempre trabalhei.

Tem sido difícil levantar para trabalhar, eu ainda não tenho a alegria que eu tinha antes. Nunca imaginei passar por um momento desse, nos 30 anos que eu dediquei a essa instituição. Eu cheguei como estagiária e eu fiquei porque eu me apaixonei pelo Butantan. Entende por que é dolorido?

Eu sou de Alagoas e mudei minha vida para vir para cá porque encontrei esse celeiro de ciência, me encontrei aqui no Butantan e agora ver essas atitudes por parte da direção me dói demais. O que me entristece é eu não ter a alegria de estar aqui. Porque esse é meu ofício, é isso que eu gosto. Então agora eu vivo uma luta constante. Eu fico com a esperança de que isso vai passar. Mas eu não sei quando. Diante de todas essas coisas que estavam acontecendo, eu tive que contratar um advogado. Eu não estou tendo espaço para falar e me defender.

Desde 2015 eu dou um curso vinculado ao setor de cursos do Instituto Butantan para qualquer pessoa de nível de graduação para cima que querem trabalhar com o zebrafish, com aulas teóricas e práticas. Eu abro 30 vagas e eu recebo entorno de 100 inscrições todo ano. No total, já recebi 150 profissionais do Brasil inteiro para participar. O certificado de participação e a divulgação do curso saem pelo Instituto Butantan.

Nesse ano, eu fiz da mesma forma, como eu sempre faço. Três dias depois que inicio esse processo eu recebo um telefonema dizendo que o curso não poderia ser vinculado ao Instituto Butantan. É coincidência? Depois de tudo que aconteceu, eu não acredito mais em coincidências.

Esse ano veio uma normativa de que de agora em diante cursos precisam passar pelo Comitê de Ética Animal.

Eu me pergunto: para que tudo isso? Isso me deixa perplexa e me entristece.

Existe uma perseguição contra cientistas em curso?

Algumas pessoas têm colocado para mim que eles também têm sido alvos de algumas perseguições no trabalho. Como, por exemplo, são desconvidados de dar palestras. Eu acho que existe uma vontade de anular a ciência. Eu venho acompanhando, por exemplo, que o ministro Osmar Terra questionou o próprio dado da Fiocruz sobre drogas; outro ministro [Marcos Pontes] questionou os dados do Inpe sobre desmatamento. Tem o ministro da Educação, que fez essa confusão inteira com cortes de verba na educação. Depois vem a Tereza Cristina e questiona os meus dados. O que é isso? É anular a ciência. Nós estamos vivendo um dos momentos mais difíceis, eu acho. Querem desacreditar o que é a ciência. Isso é impossível porque não tem como desacreditar a ciência. Mas é melhor para muitos ter um país ignorante.

Eu acho que o que nós não podemos é nos calar. Temos que entender que nós somos uma força. Não podemos deixar ser amedrontados. Quando entendermos que juntos nós, cientistas, somos mais fortes, aí a coisa vai mudar. Então acho que o que precisamos é isso. A gente precisa falar, ter voz, e não se esconder. Temos que tirar esse medo.

Esta entrevista faz parte do projeto Por Trás do Alimento, uma parceria da Agência Pública e Repórter Brasil para investigar o uso de Agrotóxicos no Brasil. A cobertura completa está no site do projeto.

https://www.sul21.com.br/ultimas-noticias/geral/2019/09/pesquisadora-e-perseguida-apos-comprovar-que-nao-existe-dose-segura-de-agrotoxicos/ 

29.9.19

Filme "O VOO DA PRIMAVERA" sobre Dom Tomás Balduino gratuito no youtube

Filme "O Voo da Primavera", Ganhador do Prêmio "Margarida de Prata" 2019 de cinema brasileiro, sobre a luta pela terra e o trabalho de Dom Tomás Balduino, está disponível no youtube.

Sinopse: A luta pela terra e pelo território representam um capítulo longo e violento da história brasileira. Essa história, que passa pelo avanço do capitalismo no campo, esteve permeada pela expropriação material e simbólica dos povos indígenas, das populações tradicionais e comunidades camponesas, além de ter resultado em milhares assassinatos durantes os conflitos no campo. Alguns setores da Igreja, a partir de grupos ligados à concepção da Teologia da Libertação, compuseram a raiz da luta a terra, pelo território, pelo povo do campo e da floresta. Dom Tomás Balduino, que atuou como Bispo na Cidade de Goiás entre 1967 e 1998, foi um personagem importante da resistência com o povo. O longa "O Voo da Primavera" representa um fragmento da luta pela terra e pelo território no país, revelando a resistência indígena, quilombola, camponesa e tendo como linha condutora o trabalho de Dom Tomás Balduino.

Direção e Roteiro: Dagmar Talga.

Direção de Fotografia: Dagmar Talga, Murilo Mendonça Oliveira de Souza, Janiel Divino de Souza.

Edição de Imagens e Projeto Gráfico: Deivid Eduardo Borges.

Montagem: Deivid Eduardo Borges, Dagmar Talga.

Edição de Som: Pácis Jr.

Imagens: Dagmar Talga, Murilo Mendonça Oliveira de Souza, Janiel Divino de Souza, Glória Patrícia Piedrahita Sarmiento, Gleida Gutielle Melo, Tobias Bueno, Rafaela Oliveira de Souza, Rebeca Talga Bessa, Jaqueline Vilas Boas Talga.

Direção de Produção: Dagmar Talga, Murilo Mendonça Oliveira de Souza, Frei José Fernandes Alves, OP., Janiel Divino de Souza.

Trilha Sonora: Dagmar Talga, Eduardo Paiva, Luiz Salgado, Tobias Bueno, Rebeca Talga Bessa.

Produção Executiva: Essá Filmes, Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, Gwatá/UEG, CPT, Diocese de Goiás, Família Dominicana, Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis/UEG.

Locução: Eduardo Tornaghi, César David Rodrigues Pulido.

Pintura da Capa: Maximino Cerezo Barredo.

Duração: 97 minutos.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=QBtRNO15Lq8


27.9.19

neste fim de semana, em Caxias!

COMUNICAÇÃO E POLÍTICA: ferramentas de mobilização e organização

O ACENDEDOR DE ESPERANÇAS: Paulo Freire em Caxias do Sul em 1984

BACURAU



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COMUNICAÇÃO E POLÍTICA: ferramentas de mobilização e organização
AULA INAUGURAL: 28 de setembro, 13h30, com a Prof. Dra. Marlene Branca Sólio   
gratuito, online, com certificação. duração: 2 meses. 
Inscrições: http://difusao.fpabramo.org.br/inscricoes/
Mais informações: (54) 99107.8383


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Livro:
Lançamento do livro O ACENDEDOR DE ESPERANÇAS: Paulo Freire em Caxias do Sul em 1984
Dia 28/09, sábado, 18h, na Feira do Livro de Caxias do Sul, na Praça Dante Alighieri




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BACURAU na Sala de Cinema Ulysses Geremia, do Centro de Cultura Ordovás, de 26/09 a 6/10, às 19h30
Ingressos: R$10, inteira, e R$5, meia-entrada para estudantes, beneficiários ID Jovem, idosos e servidores municipais.
Sinopse: Pouco após a morte de dona Carmelita, aos 94 anos, os moradores de um pequeno povoado localizado no sertão brasileiro, chamado Bacurau, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Aos poucos, percebem algo estranho na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam à cidade pela primeira vez. Quando carros se tornam vítimas de tiros e cadáveres começam a aparecer, Teresa (Bárbara Colen), Domingas (Sônia Braga), Acácio (Thomas Aquino), Plínio (Wilson Rabelo), Lunga (Silvero Pereira) e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Falta identificar o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.
https://www.facebook.com/centrodeculturaordovas/photos/a.256831431071003/2525432890877501/?type=3&theater
Bacurau, Pablo Villaça: http://cinemaemcena.cartacapital.com.br/critica/filme/8490/bacurau
Bacurau e a síntese do Brasil brutal, Ivana Bentes: https://revistacult.uol.com.br/home/bacurau-kleber-mendonca-filho/

24.9.19

Aula Pública: 25/09

Aula Pública:
CORTES ORÇAMENTÁRIOS E IMPACTOS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
25/09, quarta, 19h
anfiteatro do centro de convivência do campus sede da UCS


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Não é nada do que a Damares diz


Publicamos nesta tarde uma importante reportagem sobre a violência sexual no Marajó, no Pará, onde meninas são exploradas sexualmente desde os 5 anos de idade em troca de comida.

Em julho deste ano, a ministra Damares Alves sugeriu que a violência seja decorrente da falta de uso de calcinhas e, como solução, propôs a instalação de uma fábrica de calcinhas na região. 

Leia a reportagem abaixo e a entrevista com a juíza Elinay Melo, que atua na região e considera que a fala da ministra culpabiliza a vítima e ignora a miséria e a ausência do Estado.

Investigamos a violência sexual no Marajó – e não é nada do que a ministra Damares diz 

 
Ao lançar o programa "Abrace Marajó", ministra propôs soluções esdrúxulas, como fazer uma fábrica de calcinhas, para um problema social agravado por falta de políticas públicas

por Andrea DiP e Julia Dolce

Antes de o barco alcançar a costa de São Sebastião da Boa Vista, é possível ver o templo da igreja evangélica Assembleia de Deus espetado entre as pequenas casinhas que abrigam o comércio local. Quando se pisa em terra firme, as conversas animadas negociando o peixe e o açaí se misturam ao barulho das crianças correndo e das muitas motos que disputam o espaço apertado da passagem com os cachorros e com os que estão chegando ou partindo. A igreja estava fechada, a vida acontece mesmo na beira do rio.
 
O município de São Sebastião da Boa Vista é conhecido como "A Veneza do Marajó", por conta dos igarapés que cortam a cidade. Do rio vem a comida, o sustento; sobre o rio se mora; em suas águas se refresca do forte calor; e, sobretudo, o rio é a estrada, a via de acesso – mas só para quem tem barco próprio (e dinheiro para o óleo diesel) ou pode pagar passagem que pode custar mais de R$ 100 para Belém, dependendo da embarcação. Partindo de alguns lugares na zona rural, chega a R$ 350. Há furos de água (quando o rio se estreita) em que só se passa em embarcações menores, o que exige mais dinheiro para o combustível e muito mais horas de viagem. "O rio manda na nossa vida aqui no Marajó", me diria algumas vezes a irmã Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante – freira que é referência no combate à exploração e à violência sexual de crianças e adolescentes no estado do Pará e coordenadora da Comissão Justiça e Paz da CNBB – nos dias que passamos juntas no arquipélago.


O Marajó tem 14 dos seus 16 municípios na lista dos menores IDHs do país, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil (com informações dos Censos de 1991, 2000 e 2010). São Sebastião figura entre as piores colocações no ranking com outros municípios do arquipélago, como Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Muaná, Ponta de Pedras, Portel e Santa Cruz do Arari. Apenas os municípios de Salvaterra e Soure, que ficam no chamado "Marajó 1", ocupam uma posição mediana. Melgaço – que ficou conhecido por causa das muitas reportagens denunciando a exploração sexual de meninas nas balsas de carga – está em último lugar na lista do país, na 5565a colocação.

É essa a realidade marajoara e só a partir dela se pode pensar a violência sexual contra crianças e adolescentes na região, diria em entrevista à Agência Pública a juíza do Tribunal Regional do Trabalho da 8a Região Elinay Melo, referindo-se especialmente ao momento em que a ministra Damares Alves, durante apresentação do programa "Abrace o Marajó", em julho deste ano, disse que as meninas do arquipélago são estupradas porque não usam calcinha. Na ocasião, Damares chegou a propor a instalação de uma fábrica de calcinhas no local. "Eu acho que a fala da ministra tem dois problemas muito graves: primeiro que ela mais uma vez culpabiliza a vítima ao dizer que o problema está na calcinha. Repassa para a vítima e para as famílias que estão naquela condição de extrema vulnerabilidade, de ausência total do Estado e de condições mínimas de vida, a responsabilidade pela violência. E a outra coisa é quando ela diz que quer fazer uma fábrica de calcinhas. Levar investimentos para o Marajó para fazer uma fábrica. É novamente um olhar equivocado porque você não pode ir lá uma vez e voltar decidindo o que eles precisam. Eles são os atores, eles têm que dizer o que precisam. Lá existem comunidades tradicionais que vivem de determinada forma. Não posso chegar lá com ideias prontas. A fábrica de calcinhas é o exemplo claro do colonizador chegando lá e dizendo pro colonizado o que ele tem que fazer", diz a juíza (leia aqui a entrevista na íntegra), que em 2017 ganhou um prêmio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pela sentença que responsabilizou uma empresa de transportes de carga pela exploração sexual de crianças por caminhoneiros em uma de suas embarcações, constatada em um flagrante da polícia na região próxima a Breves e Melgaço.

A irmã Henriqueta, que estava no local com a polícia, se lembra com tristeza do episódio: "Ali no estreito de Breves [de um lado do rio fica Breves e do outro Melgaço], existe um foco muito grande de exploração sexual. As nossas crianças sobem naquelas balsas e muitas descem com pequenos objetos, às vezes com pequenos alimentos, um litro de óleo diesel, em troca da exploração do seu corpo. Eu conversei bastante com as duas meninas que foram encontradas nessa balsa. A de 18 disse que desde os 5 anos de idade era explorada sexualmente em troca de comida. Hoje ela diz que é 'prostituta da balsa' e que seu sonho é casar com um gaúcho pra sair da miséria [as balsas de cargas muitas vezes atravessam o país, então passam por lá homens de todas as regiões]. A menina de 9 anos disse que subia desde que se entendia por gente, pra ganhar comida". 
Leia a reportagem completa
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Conheça mais sobre as ideias do Cacique Raoni...

Conheça mais sobre as ideias do Cacique Raoni, quem Bolsonaro criticou durante o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na manhã desta terça-feira (24). 




POVOS ORIGINÁRIOS

Cacique Raoni: "Bolsonaro não é líder, é um doido que está incentivando a destruição"

Liderança indígena participou do 9º Encontro dos Povos do Cerrado, que denunciou o avanço da devastação do bioma

Brasil de Fato | Brasília (DF)

,
13 de Setembro de 2019 às 16:09

Ouça o áudio:

Raoni Metukire: "É importante pensar e se unir. Bolsonaro está incentivando a destruição que está ocorrendo agora" - Créditos: Foto: Thomas Bauer/CPT
Raoni Metukire: "É importante pensar e se unir. Bolsonaro está incentivando a destruição que está ocorrendo agora" / Foto: Thomas Bauer/CPT

O líder indígena Raoni Metukire fez duras falas contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Durante o 9º Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, que ocorre em Brasília (DF), o cacique afirmou que "Bolsonaro não é líder".

A declaração foi feita na tarde da quinta-feira (12), durante a programação do evento, em uma mesa – "Dados sobre o Cerrado e os Povos" – que  discutiu, entre outras coisas, dados de desmatamento no bioma e casos de violência contra comunidades tradicionais.

A participação de Raoni não estava prevista, mas o líder pediu a palavra nos momentos finais do debate, sendo traduzido por um indígena que o acompanhava.

::"Os brancos querem acabar com as florestas", alerta Cacique Raoni::

Em uma intervenção curta, o cacique lembrou que os povos indígenas são responsáveis pela preservação do ambiente no país. 

"Nossos ancestrais são os primeiros habitantes dessa terra, que não tinha branco. Quero falar para todos, deixar bem claro: [no passado] não tinha branco destruindo a floresta desse jeito que eles estão fazendo", disse. 

Em seguida, o cacique pediu a união aos presentes no Encontro – quilombolas, indígenas, camponeses, populações extrativistas e ativistas ambientais – contra a política ambiental do governo.

"Eu sou descendente de lideranças tradicionais. É uma honra ser líder hoje. Eu sou liderança de verdade, Bolsonaro não é um líder. Bolsonaro é um doido. É importante pensar e se unir. Bolsonaro está incentivando a destruição que está ocorrendo agora. Todos nessa sala precisam se unir. Juntos, a gente pode tirar Bolsonaro do governo para que ele pare de falar o que está falando", afirmou. 

::Líder indígena brasileiro Raoni Metukire é recebido pelo Papa Francisco no Vaticano::

Pressão

O debate havia sido marcado por dados e exemplos do avanço da devastação no Cerrado, principalmente no Matopiba – acrônimo para Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Juracir da Silva, comunidade de Melancias, Piauí –, onde o avanço das plantações de soja tem sido incentivado nos últimos anos

Juraci José da Silva, morador da comunidade de Melancias, no Piauí, foi um dos que relatou como a questão ambiental está relacionada aos agentes econômicos na região.

"Nós temos sofrendo muitas ameaças. Na minha infância, não tinha. De vinte anos para cá, começaram as ameaças das grandes fazendas, querendo tomar nossas propriedades, querendo tomar nossas criações. O agronegócio está nos pressionando. Eu não tenho mais para onde correr. Ou vai dar uma briga ou vamos ficar sem nada", diz.

Representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Laura Ferreira da Silva explicou como, antes mesmo das disputas fundiárias, a mera presença do agronegócio prejudica as comunidades.

"Enquanto nós cuidamos, o agronegócio, as grandes empresas multinacionais, fazem as derrubadas. Derrubas que tem prejudicado nossa população, principalmente quando vamos produzir nosso alimento. Muitas comunidades não conseguem produzir por conta do uso excessivo de veneno que é pulverizado em cima da soja, do algodão", relatou. 

O 9º Encontro acontece na Funarte até o sábado (14) e é aberto ao público.

Edição: Rodrigo Chagas 


23.9.19

Roque Grazziotin

Roque Grazziotin faleceu dia 22/09/2019. Ele foi um dos fundadores do Centro de Estudos, Pesquisa e Direitos Humanos - CEPDH, em 1984, do movimento Nacional de Direitos Humanos, em 1986, do qual foi membro da diretoria executiva nacional e conselheiro nacional.

Roque foi um homem que sempre lutou por uma sociedade igualitária e pelos direitos humanos. Com solidariedade, amor e fé, combateu o bom combate, e dedicou sua vida as pessoas. Será sempre lembrado pela sua prática, e fará muita falta nestes tempos sombrios que vivemos...

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Roque era natural de Antônio Prado. Aos 11 anos, foi para o Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Caxias do Sul. Em 1964, foi para o Seminário Maior de Viamão, para estudar Filosofia pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Neste período, se aproximou da Juventude Universitária Católica (JUC) e da Juventude Operária Católica (JOC). Em 1978, a primeira Romaria dos Motociclistas do Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio, de Farroupilha. Em 1984, Roque ajudou a oficializar o Centro de Estudos, Pesquisa e Direitos Humanos - CEPDH e em 1986, o movimento Nacional de Direitos Humanos, do qual foi membro da diretoria executiva nacional e conselheiro nacional. Na década de 1980, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT) e concorreu a prefeito de Caxias pela sigla em 1988. Em 1998, foi eleito deputado estadual.

O corpo de padre Roque Grazziotin será velado no Memorial São José a partir de 21h30min deste domingo. Haverá missa de corpo presente nesta segunda-feira, às 15h30min, na Igreja Santa Catarina. Após, cerimônia de despedida no crematório.
 

11.9.19

11 de setembro

Durante los dos años y nueve meses de su Gobierno, Salvador Allende reconoció las necesidades del pueblo chileno e implementó una serie de medidas para beneficiar a los ciudadanos de su país, como: la nacionalización del cobre, la congelación de precios y la reforma agraria.

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El último discurso del presidente chileno Salvador #Allende fue difundido en vivo por Radio Magallanes durante el #golpe de estado del 11 de septiembre de 1973, en #Chile https://www.telesurtv.net/news/salvador-allende-frases-ultimo-discurso-20190911-0008.html?fbclid=IwAR2pPNA-vNcFodB4xvbszMCDfKausfPAcQ2DT-tEE6ytHQ7B6gO_S_UKXro  
#11desetembro #11deseptiembre  

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Dia contra o Terrorismo - 11 de setembro

Procuram-se os sequestradores de países.
Procuram-se os estranguladores de salários e os exterminadores de empregos.
Procuram-se os violadores da terra, os envenenadores da água e os ladrões do ar.
Procuram-se os traficantes do medo.

< Os filhos dos dias - Eduardo Galeano >

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#AllendeVive | El 11 de septiembre de 1973 falleció el líder chileno Salvador Allende en el Palacio de la Moneda. A 46 años de su muerte recordamos al mandatario latinoamericano que vivirá por siempre en el corazón de los chilenos y los latinoamericanos: http://bit.ly/2wVcCAm 




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ALLENDE VIVE!

Uma bala mata o homem.
Uma bala não mata a ideia.

Os dias são muitos,
incandescentes.
Ardem na poeira do tempo.

Nada como as horas que se sucedem,
os minutos e segundos.
As batidas do coração que abraçam milhões.

Sonhos são para serem sonhados.
Sonhos iluminam o horizonte.
Sonhos são eternos.

Há um tempo para cada coisa.
Há um tempo para a morte.
Há um tempo para a vida.

Latinoamericanamente,
sobrevivemos.
Brasileiramente,
vivemos e ressuscitamos Allende.

Poema escrito em 11 de setembro de 1973, em homenagem a Salvador Allende, 'suicidado' pelo golpe militar chileno, e publicado no Mural da Faculdade de Teologia da PUCRS.Por Selvino Heck

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PARA NUNCA ESQUECER

Mais do que nunca, é importante lembrar que no dia 11 de setembro de 1973, exatamente 46 anos atrás, consolidava-se o Golpe Militar no Chile que, apoiado pelo governo estadunidense, levou ao poder o ditador Augusto Pinochet e resultou na morte do então presidente socialista, democraticamente eleito, Salvador Allende.

📚 DICAS DE LEITURA
☛ "A ditadura é assim", primeiro livro infantil do Boitatá, selo infantil da Boitempo: http://bit.ly/1XvRmFq
☛ "O ódio à democracia", de Jacques Rancière (http://bit.ly/2cs7R7G)
☛ "O que resta da ditadura: a exceção brasileira", organizado por Vladimir Pinheiro Safatle e Edson Teles (http://bit.ly/1XvRt3B)
☛ "Ditadura: o que resta da transição", organizado por Milton Pinheiroo (http://bit.ly/1XvRm89)
☛ "Por que gritamos golpe? Para entender o impeachment e a crise política no Brasil" (http://bit.ly/foratemer)

📰 BLOG DA BOITEMPO
☛ "Chile e a experiência do poder popular", de Mauro Iasi (http://bit.ly/2cATtaD)
☛ "Um gol inesquecível contra Pinochet", de Urariano Mota (http://bit.ly/2cAUlMd)
☛ "O ciclo militar na América do Sul", de Osvaldo Coggiola (http://bit.ly/2cATyuZ)
☛ "Entre Che e Allende: déficit teórico e busca de uma estratégia", de Mauro Iasi (http://bit.ly/2cAU4co)

#Allende :: encurtador.com.br/qvAV0 


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de que lado estava la prensa... YO NO ME OLVIDO
de que lado estava a imprensa... EU NÃO ESQUEÇO
Linque: encurtador.com.br/JMSYZ


 

Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz