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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

28.2.11

Sobre uma crítica tão grosseira quanto infundada contra o "Conselhão" do RS

Por Jacques Távora Alfonsin

O Dr. Dagoberto Lima Godoy publica artigo na ZH de domingo, dia 13, sob o título Conselhos e “consertações”, oferecendo sérias críticas ao recentemente criado “Conselhão” para o Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Atribuindo ao mesmo ter sido inspirado em iniciativa semelhante, já implantada na Espanha, aponta cinco principais objeções à mesma: a primeira, a de não ser democrática como a espanhola. Nessa, o governo não detém a maioria das escolhas dos integrantes do Conselho, enquanto a daqui fica dependente do arbítrio do governador, em sua totalidade; a segunda, a de a iniciativa do governo gaúcho visar empreender uma concertação (no título do artigo essa palavra vem redigida com s; no corpo do texto com c…) política, a sombra de uma lição de Eric Hobsbawn sobre a velhice do socialismo, do comunismo e do marxismo; a terceira, o fato de esse mesmo modelo já ter provado sua inutilidade, na esfera federal, servindo apenas para enaltecer o presidente da República de então, como atestam, segundo o articulista, Dora Kramer e Maílson da Nóbrega; a quarta, a de existir na iniciativa gaúcha, ao contrário do que se apregoa, mais cooptação do que propriamente articulação e a quinta a de a “democracia radical”, pelo governador planejada ser tutelada por ele, ao contrário da “tradicional”.

Como a nossa participação vai se dar no Conselho criticado, pareceu-nos conveniente e necessário, mesmo sem procuração das/os demais conselheiras/os, oferecer resposta a tal crítica, pelo menos em nome próprio. Quem analisa a lei que criou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (13.656 de janeiro passado), lê no seu artigo 6º o seguinte: “O CDES-RS promoverá a capilaridade, a transparência e a publicização de suas discussões e espaços virtuais de debate e de participação popular relacionados aos temas abordados pelo Plenário e pelas Câmaras Temáticas”.

A dificuldade que o autor do artigo aqui analisado tem, não sem boa dose de ironia, para entender a chamada consertação, é muito menor do que a de se entender onde, quando e como o arbítrio do governador poderá prevalecer aqui, ou o próprio Dr.Godoy, se quiser, deixará de ser ouvido pelo Conselho. Ressalvada a hipótese de a expressão “participação popular”, garantida por essa disposição de lei, ter ferido os ouvidos dele como pouco adequada à espécie de democracia por ele concebida, a simples leitura do primeiro artigo da nossa Constituição Federal deveria ter-lhe servido de advertência contrária ao que afirmou, pois aqui no Estado, o CDES/RS constitui uma iniciativa pública pioneira de ampliação da soberania do povo, sem a qual nem de democracia pode ser chamado qualquer regime de governo.

Se, na opinião do articulista, por outro lado, a experiência anterior de Conselho semelhante, teria sido inútil e servido apenas para enaltecer o ex-presidente Lula, também fica difícil entender qual fatalidade preside a conclusão de que – respeitada exclusivamente a sua opinião – esse “insucesso” (?) – vai se repetir aqui. Será que, bem ao contrário do referido pelo articulista, o dito Conselho, considerado apenas como inútil e laudatório, nenhuma contribuição deu para os índices históricos de aprovação do povo à gestão administrativa do ex-presidente, nunca antes alcançados por seus antecessores?

Quando ele impugna a recente iniciativa política de criação do CDES/RS como a de uma democracia tutelada e não condizente com a tradicional gera a suspeita de que esteja saudoso da outra, vencida pelo povo e pela nova Constituição Federal desde 1988. Aquela, a do regime militar, se auto proclamava democrática, e hoje se esconde, covardemente, de ter a sua tutela militar, aí sim, a sua arbitrariedade, as torturas que promoveu, as “tenebrosas transações” em que se envolveu, reveladas por força da Comissão de Verdade que o PNDH3 tentou realizar.

O clamor mais do que justificado, diariamente ouvido, sobre corrupção política, jamais conseguiu eco, no Congresso Nacional, para se investigar a outra, a corrupção econômica, havida durante aquele regime, ou seja a patrocinada pelo poder interno e externo dos detentores de capital para isso, a qual deita raízes até hoje. Alguém lembra, por exemplo, do sacrifício que o povo brasileiro teve de penar, durante décadas, para pagar uma dívida externa como a deixada pelo referido regime e ampliada posteriormente? Entretanto, o art. 26 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal de 1988 previa que isso fosse feito em um ano…

Esse parêntese tem que ser aberto aqui, porque democracia por democracia, proximidade por proximidade do governo com o seu povo, estão muito pouco claras na comparação que o Dr. Godoy faz entre a democracia “tradicional” e a “radical” que ele suspeita de tutelada pelo governo.

Alguém já afirmou que há uma diferença grande entre verdade e veracidade, entre fato e versão fazendo com que o “significante-amo”, que domina certas acusações, imponha a versão em prejuízo do fato. Essa sobredeterminação de sentido é dotada, até, de uma violência ideológica no pior sentido desta palavra, ou seja, o da criação de uma falsa consciência em leitoras/es menos avisadas/os.

Disso o Dr. Godoy, para seu pesar, não pode se declarar isento. A sua afirmação de que a iniciativa governamental teve como objetivo cooptar e não articular é leviana, grosseira, infundada e, por tudo isso, manifestamente irresponsável. Consta que ele seja professor. Então deveria saber que, para haver cooptação, há necessidade de alguma matéria que lhe sirva de objeto e do consentimento de quem é cooptado sobre a mesma. Aí ele feriu gravemente, portanto, a honra de todas/os as/os conselheiras/os. Mesmo sem procuração das/os demais, como já deixamos claro acima, essa acusação tem de ser repelida aqui, de nossa parte pelo menos, com a maior veemência, como injusta, indigna e anti-ética.

Ao aceitar participar do CDES/RS não nos consideramos cooptados por ninguém, mas sim chamados a uma responsabilidade bem superior àquela que o artigo do Dr. Godoy revela, se é que esse tem alguma. Seria bem interessante saber como reagiria à acusação sem fundamento de que ele, ou as/os suas/seus pares na OIT, na qual ele representa empregadoras/es brasileiras/os, segundo sua identificação expressa no artigo que assinou, foram cooptadas/os por ela. Mesmo assim, como prevê o art. 6º da lei instituidora do CDES/RS, acima transcrito, fica-lhe garantida a possibilidade de repetir tudo quanto disse sobre este Conselho, ao vivo e na presença do mesmo, para, dessa forma, demonstrar que ele respeita o princípio democrático do contraditório e da ampla defesa. Vamos aguardar que ele se valha dessa prerrogativa.

Serve-lhe muito bem o que ele próprio diz no final do seu texto: “Se vai se prestar para isso – ou não – o tempo dirá.”

Presidente presta solidariedade em público ao Wikileaks » Blog do Planalto

Quinta-feira, 9 de dezembro de 2010 às 13:08

Presidente presta solidariedade em público ao Wikileaks

http://img.youtube.com/vi/_No3PuIiJ4Q/0.jpg

(Vídeo: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Lula prestou solidariedade nesta quinta-feira (9/12) ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, preso esta semana após seu grupo ter divulgado mensagens produzidas pela diplomacia americana, e criticou a imprensa brasileira por não defender o ativista australiano e a liberdade de expressão. ”O rapaz foi preso e eu não estou vendo nenhum protesto contra a [o cerceamento à] liberdade de expressão. É engraçado, não tem nada”, afirmou o presidente, que fez questão de registar o seu:

Ô, Stuckinha (Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial da Presidência), pode colocar no Blog do Planalto o primeiro protesto, então, contra a [o cerceamento à] liberdade de expressão na internet, para a gente poder protestar, porque o rapaz estava apenas colocando aquilo que ele leu. E se ele leu porque alguém escreveu, o culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. Portanto, em vez de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu a bobagem, porque senão não teria o escândalo que tem. Então, Wikileaks, minha solidariedade pela divulgação das coisas e meu protesto contra a [o cerceamento à] liberdade de expressão.

Lula, que participava do evento em que foi apresentado um balanço de quatro anos do PAC, realizado no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), disse ainda desconhecer se seus embaixadores também enviam esse tipo de mensagem, como os diplomatas americanos, e alertou a presidente eleita Dilma Rousseff para que avise seu ministro (das Relações Exteriores) que “se não tiver o que escrever, não escreva bobagem, passe em branco a mensagem”.

Ouça aqui a íntegra do discurso do presidente no evento:

Baixar arquivo mp3

 

http://blog.planalto.gov.br/presidente-presta-solidariedade-em-publico-ao-wikileaks/

 

De mãe para filha: mulheres se organizam em associações para melhorar renda familiar » Blog do Planalto

Segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011 às 21:05

De mãe para filha: mulheres se organizam em associações para melhorar renda familiar

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Dona Railda Alves (de vermelho) incentivou os filhos a participar da agricultura familiar. Ela, as filhas e as noras são integrantes da Associação de Mulheres Quilombolas da Comunidade Lagoa de Gaudêncio. Foto: Rafael Alencar/PR

Selo da série especial Dia internacional da Mulher
Setenta trabalhadoras rurais de municípios da Bahia estão prontas para expor seus produtos à presidenta Dilma Rousseff, que participará da “Mostra dos Grupos Produtivos de Mulheres Rurais” nesta terça-feira (1/3), em Irecê (BA). A exposição faz parte do início das comemorações do mês da mulher, que será celebrado pelo governo federal com diversos eventos e ações sociais.

Dona Railda Alves, da comunidade quilombola Lagoa de Gaudêncio, em Lapão (BA), é uma das expositoras. Mãe de sete filhos, ela dedicou grande parte da vida à lavoura de feijão e milho de outros produtores, ganhando como diarista, ou seja, sem carteira de trabalho assinada e com rendimento atrelado à produção diária.

“Quando tinha lavoura a gente ganhava um pouquinho e quando não tinha, a gente ficava sem nada”, conta do tempo que não tem saudade.

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Dona Railda prepara o vidro com os temperos que serão expostos na Mostra dos Grupos Produtivos de Mulheres Rurais. Foto: Rafael Alencar/PR

Foi por meio da agricultura familiar que dona Railda passou de empregada à produtora rural autônoma. “Após mais de 30 anos criando os filhos sem a certeza de que a renda viria”, ela e outras mulheres da região fundaram a Associação de Mulheres Quilombolas da Comunidade Lagoa de Gaudêncio. A associação é responsável por comercializar toda a produção de temperos e derivados de cenoura que é produzida pelas mulheres de forma caseira. Aos poucos, a culinária das mulheres de Lagoa de Gaudêncio vem conquistando a região: lá é possível experimentar a cocada e a rapadura de cenoura, os bolos e o famoso tempero de dona Railda, que terá destaque no estande de Lapão durante a mostra de Irecê.

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As filhas e noras de dona Railda já seguiriam seus passos e hoje integram a Associação de Mulheres. Lauriceia Rodrigues Alves abraçou a causa e se tornou uma das líderes e principais representantes da comunidade quilombola. A renda da família de dez pessoas vem da produção dos bolos e doces, mas conta com o auxílio do Bolsa Família “para o pagamento da água, luz e material escolar dos oito meninos”. É também com a renda da produção agrícola que Lauriceia está cursando o segundo ano de geografia na Faculdade Tecnológica de Ciências de Lapão. Os filhos que estão em idade escolar – orgulha-se Lauriceia – também frequentam a escola assiduamente.

“O Bolsa Família para mim é uma benção. É uma ajuda necessária para pagar as contas do mês. Mas o que a gente quer mesmo e batalha pra isso é que a nossa produção aumente e a gente melhore a vida da comunidade. Com a venda dos bolos ganho uns 15 [reais] por dia, mas nosso sonho é comprar o forno e o refrigerador para a associação e aumentar o que a gente produz”, diz.

Atualmente tudo o que é produzido pela associação de mulheres da comunidade quilombola já tem destino certo. A compra dos produtos é garantida pela Cooperativa da Agricultura Familiar do Território de Irecê (Coafti), que recebe recursos federais do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Os produtos são encaminhados à merenda escolar e ao Programa Fome Zero.

 

 

http://blog.planalto.gov.br/de-mae-para-filha-mulheres-se-organizam-em-associacoes-para-melhorar-renda-familiar/

 

27.2.11

Cloaca News: A SANTA ESTUPIDEZ DA FOLHA DE S.PAULO

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A SANTA ESTUPIDEZ DA FOLHA DE S.PAULO

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https://lh6.googleusercontent.com/-d3IMKfypZAo/TWqyycl-mnI/AAAAAAAACJU/_pTPxYAM0E0/s400/folha+PCNER.jpg

 

Se você costuma botar fé em tudo o que vem estampado na gazeta da Barão de Limeira, reze muito para São Francisco de Sales, o padroeiro da Comunicação.  Hoje, por exemplo, em sua edição “online”, os hereges da ditabranda cometeram mais um de seus pecadinhos veniais. Em uma notinha alusiva à reportagem da edição impressa, sobre o “censo da educação básica feito pelo Inep (instituto ligado ao MEC)”, ficamos sabendo que não há “uma diretriz nacional” sobre o “conteúdo” do ensino religioso nas escolas brasileiras. Acontece que há, sim.  Nem seria necessária uma peregrinação pela internet para descobrir o website do FONAPER – Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, onde repousa, sereno, um documento chamado PCNER- Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso. Amém.  

Cloaca News

 

 

http://cloacanews.blogspot.com/2011/02/santa-estupidez-da-folha-de-spaulo.html

 

"Há dias em que a única coisa verdadeira em um jornal é a data."

Luis Fernando Veríssimo

Presidenta Dilma Rousseff lamenta morte do escritor Moacyr Scliar | Jornal Correio do Brasil

Presidenta Dilma Rousseff lamenta morte do escritor Moacyr Scliar

27/2/2011 14:05

 

Wellton Máximo

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – O Brasil perdeu um mestre da literatura, afirmou hoje (27) a presidenta Dilma Rousseff, ao lamentar a morte do escritor gaúcho Moacyr Scliar. Em nota oficial, ela afirmou ter recebido com pesar a notícia.

 

No comunicado, Dilma classificou Scliar de ícone não apenas da literatura brasileira, mas de todo o continente latino-americano. A presidenta também ressaltou que a obra do escritor, que produziu mais de 70 livros, representou a sociedade brasileira.

 

Scliar morreu nesta madrugada de falência múltipla dos órgãos. O escritor estava internado há mais de um mês no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Inicialmente, ele tinha retirado pólipos do intestino, mas o quadro se agravou com um acidente vascular cerebral seguido de infecção respiratória.

 

Leia abaixo, a íntegra da nota:

 

“Recebi com muito pesar a notícia da morte de Moacyr Scliar, um dos mais respeitados escritores do nosso país. Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 2003 e ganhador do Prêmio Jabuti por três vezes, Scliar foi um ícone da literatura gaúcha, brasileira e latino-americana. Com mais de 70 obras publicadas e colunista em dezenas de jornais, ele representou nossa sociedade em diversos gêneros literários, sem perder de vista sua condição de filho de imigrantes e sua formação médica. É com tristeza que nos despedimos desse mestre da nossa literatura.”

 

Edição: João Carlos Rodrigues

 

http://correiodobrasil.com.br/presidenta-dilma-rousseff-lamenta-morte-do-escritor-moacyr-scliar/215234/

 

Carta Maior - Blog do Emir Sader - O trabalho intelectual no Brasil de hoje

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27/02/2011

O trabalho intelectual no Brasil de hoje

Nomeado, mas ainda não empossado para dirigir a Fundação da Casa de Rui Barbosa, eu não queria seguir alimentando mais entrevistas, declarações, palavras, enfim, depois de ter sugerido as ideias inicias com que pretendemos nortear o trabalho na direção da Casa.

No entanto, uma vez instaurado um debate saudável – um primeiro objetivo, o de suscitar o debate sobre a função de um espaço cultural público no momento que vive o país -, com as inevitáveis e bem vindas reações e as negativas manipulações ou edições unilaterais de matérias, vale a pena voltar ao assunto, com um breve texto de responsabilidade totalmente minha.

Antes de tudo, para reafirmar o respeito por todo o extraordinário trabalho que a FCRB vem desenvolvendo, seja na conservação do acervo, na pesquisa, na promoção de eventos e em tantas outras atividades, que o consagrou como um espaço de referência nessas atividades, em que abriga alguns dos melhores pesquisadores das distintas especialidades a que a Casa se dedica. Isto nunca esteve em questão. Trabalharemos, em estreita colaboração com o MINC e a Ministra Ana de Hollanda, assim como com outras instâncias do governo que já manifestaram interesse concreto em articular suas atividades considerando a Casa como um espaço de reflexão de todas as Secretarias do MINC, assim de outros Ministérios do governo – como o MCT, o Ministério da Saúde, de Comunicação, da Educação, do Meio Ambiente, dos Esportes, as Secretarias de Políticas para as Mulheres, dos Direitos Humanos, de Igualdade Racial, dos Esportes. A Casa buscará ser, além de todas as tarefas que já cumprem de forma efetiva, um espaço mais integrado ao MINC e ao governo federal, instâncias às quais pertence institucionalmente.

Essas demandas, junto à necessidade de incentivar debates que ajudem a compreensão do Brasil contemporâneo – além daqueles que a Casa já desenvolve – nos levam a programar atividades específicas, dirigidas a decifrar as imensas transformações que o Brasil sofreu nas duas últimas décadas. É uma lacuna que já apontava a conversa que tivemos com a atual Presidenta Dilma, quando Marco Aurélio Garcia e eu fazíamos uma entrevista para o livro "O Brasil, entre o passado e o futuro" (Editoras Perseu Abramo, organizado por Marco e eu), quando constatávamos como faz falta hoje ao Brasil um novo impulso teórico e cultural, que sempre acompanhou os momentos de grandes transformações politicas do país.

Recordávamos como isso ocorreu nos anos 30, concomitantemente ao primeiro governo do Getúlio, que dava origem ao Estado nacional contemporâneo, com obras como as de Caio Prado Jr., Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Anísio Teixeira, entre tantos outros. Realizada um pouco antes, mas estendendo sua influência por todas as décadas posteriores, a Semana de Arte Moderna condensou todas as grandes correntes artísticas renovadoras que povoam até hoje a arte brasileira.

Na virada dos anos 50 para os 60 do século XX, juntos aos acelerados processos de urbanização e de industrialização, com o fortalecimento de classes e forças sociais fundamentais no processo de profunda democratização por que passava o país, o desenvolvimento de obras como de Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Werneck Sodré, todo o grupo do ISEB – sem querer mencionar a todos -, enquanto a bossa nova, o cinema novo, o boom e a renovação criativa no teatro brasileiro, assim como nas artes plásticas, agora a presença exponencial de Oscar Niemeyer, Burle Marx, para referir-nos apenas a alguns dos arquitetos e paisagistas. A lista e as atividades são extensas, na maior concentração de arte criativa e original que o Brasil conseguiu produzir em um espaço relativamente curto de tempo. (Certamente se podem acrescentar muito mais nomes e atividades, estas aparecem aqui apenas a titulo de exemplos.)

Não há dúvidas hoje de que o Brasil vive, ao longo da primeira década deste século, que tudo indica que se projetará pelo menos por esta década, um outro período de grandes transformações, que pode ser comparado com os mencionados anteriores, com suas particularidades, tanto na forma dessas transformações, como nos processos políticos que as levam adiante. A consolidação de um modelo econômico intrinsecamente associado à distribuição de renda faz com que o Brasil tenha começado a atacar o principal problema que o país arrasta ao longo dos seus séculos de história: a desigualdade social, que fez com que fôssemos o país mais desigual da América Latina, que por sua vez é o continente mais desigual do mundo.

Pela primeira vez na nossa história estamos conseguindo diminuir de forma significativa a desigualdade no Brasil, e em proporções que nos permitem dizer que a própria estrutura social a que estávamos acostumados – uma pirâmide bem larga na base, que ia se afinando conforme se subia na estrutura social, como um filtro que permitia que poucos pudessem estar no meio e muito menos ainda no topo da pirâmide – mudou radicalmente de figura.

Além de múltiplos outros fenômenos, que projetaram muito mais e de forma distinta o Brasil no mundo, aliado preferencialmente aos países vizinhos da América Latina e aos do Sul do Mundo, que representamos mais de 85% da população do mundo, mas contamos com percentual brutalmente inferior da riqueza mundial. Por isso o lugar do Brasil como potência emergente, que representa uma nova forma de encarar os problemas econômicos, sociais, políticos, energéticos, ambientais, educacionais, culturais, dos direitos das minorias politicas, entre outros, mudou, tendo sido dirigido na primeira fase desse processo por um líder politico de origem no movimento sindical de luta contra a ditadura, seguido pela primeira mulher Presidenta do Brasil, que esteve diretamente vinculada à resistência àquela mesma ditadura – passou a viver o período de sua maior projeção regional e mundial.

Muitos outros aspectos dessas profundas e extensas transformações – a principal das quais, ao diminuir substancialmente as desigualdades, passou a governar para todos no maior mecanismo de inclusão social que havíamos conhecido – podem ser mencionados, para ressaltar a transcendência do momento histórico que passamos a viver na entrada do novo século.

No entanto, sem subestimar a vigorosa e extensa produção intelectual que a vida acadêmica brasileira e outras instâncias inovadoras passaram a produzir nas últimas décadas, é necessário constatar que as transformações que o país vem vivendo, tem se dado em ritmo mais avançado do que o ritmo do avanço da capacidade de produção teórica de dar conta das profundas, diversificadas e novas transformações que o Brasil passou a viver, especialmente nas duas últimas décadas.

O próprio debate eleitoral refletiu isso. Por um lado, a grande maioria dos meios de comunicação, com uma visão sistematicamente crítica do desempenho do governo Lula – que acreditava que já em 2005 o governo estava morto ou ferido de morte, para dar apenas um exemplo da incapacidade de se situar diante das transformações já em curso naquele momento – e que, ao final desse governo, teve que conviver com um Presidente com 87% de apoio e apenas 4% de rejeição. O que dava conta, sinteticamente, como o ponto de vista amplamente majoritário na mídia – em uma mídia que havia reduzido seu pluralismo a espaços residuais – se chocava com o Brasil realmente existente, que havia entrado em um período da maior unificação nacional, de forma consensual, em torno de um projeto protagonizado por esse governo atacado por escrito, nas rádios e nas TVs, sistematicamente.

Por outro lado, é preciso dizer também – como referido em "O Brasil entre passado e o futuro" – que os grandes avanços do governo Lula foram feitos muito mais de forma empírica, pragmática, baseados na extraordinária intuição política do Lula, com ensaios e erros, com exploração de espaços novos e mais fáceis de avançar – como a prioridade das políticas sociais ao invés do ajuste fiscal, da integração regional, ao invés dos Tratados de Livre Comércio com os EUA -, mas sem uma teorização dos passos que se estavam dando, de reflexões estratégicas sobre as direções em que se caminhava, com seu potencial, seus limites, suas contradições.

O certo é que temos que nos orgulhar de todas essas transformações, que estão fazendo do Brasil um país menos injusto, mas como intelectuais, como artistas, temos que constatar que não estamos até aqui correspondendo, com a formulação de grandes debates sobre os caminhos que o Brasil está cruzando, seus potenciais, suas contradições, seus limites, suas novas necessidades. Um debate obrigatoriamente crítico, contraditório, que tem que dar lugar para todas as vozes, uma discussão pluralista, necessariamente multidisciplinar, para abordar todas as esferas e dimensões afetadas pelas transformações em um país tão amplo e contraditório como o nosso.

O mandato que pretendemos levar a cabo na Casa de Rui Barbosa não se choca em nada nem com as atividades que vêm sendo desenvolvidas com grande empenho e rigor na Casa, assim como com os objetivos tradicionais que a trajetória de um personagem ímpar na nossa história, como estadista, homem de visão ampla, de ideológica pluralista, como Rui Barbosa, projetou sobre a nossa história e nos deixou exemplos de formas de abordagens, para sua época de temas contemporâneos candentes, tanto de politica interna, como de defesa dos interesses do Brasil no mundo.

Buscaremos fomentar grandes conferências – mensais ou mesmo quinzenais – com participação dos grandes pensadores contemporâneos que têm, de uma ou de forma, buscado decifrar os enigmas representados pelas novas circunstâncias históricas que vivemos ou pelas tradicionais, revestidas de novas roupagens. Não há limite, nem no número, nem nas correntes dos que serão convidados pela Casa – indo de Marilena Chauí a José Murilo de Carvalho, de José Miguel Wisnik a Caetano Veloso, de Tania Bacelar a Bresser Pereira, de Carlos Nelson Coutinho a Maria Rita Kehl, de José Luis Fiori a Chico de Oliveira (e a lista é necessariamente grande e, ainda assim redutiva). Chamaremos para reuniões periódicas todos os intelectuais e artistas que se disponham a participar, para ouvi-los, escutar suas propostas, promover intercâmbios de ideias sobre os rumos das atividades da Casa. Ao mesmo tempo abriremos um espaço de consulta na página da Casa, para que sugestões de nomes, temas e modalidades de atividade, sejam encaminhados.

Essas conferências, assim como todas as outras que viermos a realizar – seminários sobre Cultura e Politicas Culturais, sobre Propriedade Intelectual, entre outros – serão transmitidas ao vivo pela internet, com possibilidade de participação e formulação de perguntas à distância, com os vídeos sendo arquivados na página da FCRB para serem vistos posteriormente e gravados, se assim se desejar.

Está claro que pretendemos seguir cumprindo todas as atividades atuais da Casa, reforçando-as. Ao buscar dispor de melhores condições de trabalho e de espaço para os acervos, necessariamente temos que ter, como um esforço conjunto da FCRB, junto com o MINC e outras instâncias do Governo Federal que já têm se mostrado sensíveis, o aumento de pessoal, seja mediante novos concursos, seja mais bolsas e outras modalidades de expandir nossa capacidade de trabalho.

Vários outros projetos já foram propostos à Casa – como, em coordenação com a Biblioteca Nacional, desenvolver um amplo trabalho coordenado para a participação do Brasil como país convidado da Feria de Frankfurt de 2013, e realizar um seminário no curto prazo, junto com a Secretaria dos Direitos Humanos, sobre experiências similares à Comissão da Verdade, em países vizinhos, entre outros. Buscaremos as formas e meios para executar esses projetos, o que impossível sem o aumento e a melhoria da capacidade de ação da Casa.

A FCRB e nenhum órgão publico produzem cultura. Eles devem fomentá-la, incentivá-la, gerar as melhores condições de sua produção e difusão. Como disse a Presidenta Dilma na referida entrevista, nós não acendemos foguinhos, mas vamos assoprar a favor todos os que existam ou apareçam. Modestamente a Casa pretende se inserir nessa dinâmica, plural e criativa, de apoiar o surgimento e o fortalecimento das distintas formas de expressão intelectual e artística que nos tornem mais contemporâneos deste momento extraordinário que o Brasil vive.

Em momentos anteriores, o pensamento crítico e os movimentos artísticos de vanguarda apontavam os caminhos de futuro para o Brasil. Hoje devemos dizer que a História avança mais rápido que nossa capacidade de compreensão e de criação culturais correlatas a seu ritmo e a seus novos itinerários. O Brasil tem como um dos seus melhores patrimônios seus artistas e seus intelectuais. Trabalhemos para que a compreensão teórica do Brasil e a criação artística do século XXI, se fortaleçam ainda mais. Nós sopraremos, com todas as forças, todas as milhares de brasinhas que existam e apareçam.

Postado por Emir Sader às 05:10

 

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=669

 

26.2.11

"Para a direita, pobreza é destino. Para a esquerda é razão da luta pela igualdade e pela justiça."

TeleSURtv.net - Inaugurada en Argentina Casa Presidente Néstor Kirchner para fortalecer integración latinoamericana

La presidenta argentina, Cristina Fernández, acompañada por sus pares de Uruguay, José Mujica; y de Paraguay, Fernando Lugo, inauguró este viernes la Casa Patria Grande Presidente Néstor Kirchner en Buenos Aires, cuya misión será fortalecer la integración latinoamericana.

 

"Esta casa realiza el sueño de muchas y muchos de nosotros que creemos en una construcción regional, de una América del Sur propia", dijo la presidenta Cristina Fernández en el acto inaugural.

 

 

En el edificio, funcionaron durante la última dictadura militar en el país suramericano tribunales militares donde se juzgaba a los civiles que se opinían al régimen.

 

 

"Este viejo edificio que hemos acondicionado, era un lugar donde funcionaban tribunales militares que juzgaban a civiles. Hemos podido construir sobre ese pasado triste, un presente latinoamericano", afirmó la presidenta en referencia a la sede, una casa estilo francés de dos pisos, donde funcionó durante la última dictadura militar de ese país el Consejo Supremo de las Fuerzas Armadas.

 

El acto de inauguración hizo honor a la memoria de Néstor Kirchner, quien hubiese cumplido hoy 61 años. La mandataria argentina recordó a su esposo, fallecido en noviembre de 2010, como un constructor de la unidad latinoamericana.

 

"Debemos tener todos el ejemplo de su inmensa fortaleza, su indomable valentía, su orgullo de no bajar nunca la cabeza, ni aún derrotado. Eso lo aprendí junto a él, pero no ahora, sino desde el llano, cuando las cosas eran muy difíciles para todos. Siempre tuvo esa voluntad inquebrantable, que supo llevar adelante cuando un 25 de mayo dijo a los argentinos que él no dejaría sus convicciones en la puerta de la Casa de Gobierno, y cumplió", dijo Cristina Fernández.

 

Vecinos por la integración

 

Por su parte, el mandatario paraguayo Fernando Lugo, reafirmó su orgullo de estar integrado "con la argentinidad y con los pueblos latinoamericanos", y añadió: "no es la hora de los chauvinismos, es la hora de juntarnos, para mirar hacia el futuro, para saber lo que necesitamos hacer".

 

En el mismo orden de ideas, el presidente uruguayo, José Mujica, afirmó que "Ahora nos toca la parte más difícil, la de la liberación de la cabeza, de nuestros miedos, de nuestros infantilismos", dijo en alusión a la unidad latinoamericana.

 

El mandatario oriental aprovechó la tribuna de jóvenes que participó del acto para dejarles un mensaje. "De mí esperen sólo un picaneo (recordatorio) constante, porque los mejores dirigentes no son los que hacen más, sino los que dejan una barra que los supera con ventaja (...) y ustedes tienen la responsabilidad de lo que va a venir".  

 

Casa Patria Grande para la América

 

Según el decreto fundacional, la Casa Patria Grande contempla dentro de sus objetivos la creación de un fondo para otorgar becas a jóvenes que tengan interés en realizar estudios en países latinoamericanos, en las materias de competencia del organismo.

 

Además, se espera que la Casa se convierta en un centro de referencia para investigadores, así como para interesados en profundizar el debate y la discusión sobre el devenir de la integración latinoamericana.

 

También se estima que las actividades de la Casa promuevan la constitución de una red que articule a organizaciones latinoamericanas de la sociedad civil en distintas áreas (política, cultura, arte, investigación, etc.), con el objetivo de actuar en forma conjunta en materia de integración latinoamericana.

 

http://www.telesurtv.net/secciones/noticias/89566-NN/inaugurada--en-argentina-casa-presidente-nestor-kirchner-para-fortalecer-integracion-latinoamericana/

 

Carta Maior - Política - No Sul, democracia participativa volta à agenda política

Política| 25/02/2011 | Copyleft http://www.cartamaior.com.br/templates/imagens/interface/icon_mail.gif

 

No Sul, democracia participativa volta à agenda política

 

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o secretário geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, abriram seminário que discute as bases conceituais para a construção de um sistema estadual de democracia participativa no Estado. Carvalho reconheceu a existência de uma carência estratégica no atual estágio da democracia brasileira. “Nos últimos oito anos, avançamos muito no combate à fome e à desigualdade social, mas ainda estamos carentes de um projeto para o Brasil do futuro. Qual será o destino da nossa nova classe média?" - indagou. Tarso Genro reafirmou intenção de aprofundar participação cidadã e de construir um Estado Democrático de Direito com conteúdo social.

 

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LUCRO PRIVADO E INTERESSE PÚBLICO

Defensores da privatização sempre argumentaram que uma vez vendidas, 

as estatais prestariam contas aos mercados,

o que por definição as tornaria mais eficientes, honestas, antiácidas e belas,  

propiciando ganhos a acionistas, empregados e consumidores.

 

A oferta parecia barata e bacana. 

 

No Brasil, o exemplo arrematado das virtudes privadas seria a Vale do Rio Doce,

que esta semana lustrou prognósticos dourados ao registrar em 2010 

o maior lucro da história das mineradoras em todo o mundo: R$ 30 bilhões, limpinhos. 

 

A euforia durou menos de 24 horas.  

 

Antes que as manchetes comemorativas envelhecessem, a Petrobrás

- que também tem ações no mercado, mas é controlada pelo Estado brasileiro -  

veio informar que seu lucro em 2010 foi um pouco maior: de R$ 35 bilhões.

 

Com algumas notáveis diferenças.

 

O  plano de investimentos da petroleira, em processo de  revisão que poderá ampliá-lo - ]

prevê inversões de US$ 224 bilhões de dólares até 2014.

Por ser predominantemente pública, 

a empresa deu ao país a maior descoberta de petróleo do planeta dos últimos 30 anos.

A exploração soberana das reservas do pré-sal

- com agregação de valor local e formidável demanda por equipamentos –

figura como o maior impulso industrializante da história econômica brasileira. 

O que seria do pré-sal se a Petrobrás  tivesse se reduzido a uma Vale do petróleo?

 

Vejamos: a mineradora vai distribuir US$ 4 bi de dividendos aos acionistas este ano.

Mas se recusa a investir 5% do lucro líquido, US$ 1,5 bi, em uma unidade produtora de trilhos no Brasil.

Para atender ao imediatismo dos mercados, prefere intensificar o embarque de minério bruto à China,

de onde importamos  trilhos  para a expansão das ferrovias brasileiras.

O círculo virtuoso, como se vê, tem um raio mais estreito do que apregoavam os tucanos

para justificar a venda da empresa por apenas R$ 3 bi, em 1997 (dez vezes menos que o lucro obtido agora).

 

(Carta Maior, Domingo, 27/02/2011)

 

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Carta Maior - Blog do Emir Sader - De novo aumento da taxa de juros?

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25/02/2011

 

De novo aumento da taxa de juros?

 

Quando se aproxima a próxima reunião do Copom, volta a campanha de criação do clima que possa favorecer novo aumento da taxa de juros. Passam a circular pela mídia, como se fosse por acaso, notícias que convergem para isso: riscos inflacionário, aumentos de preços, etc., etc.

Um dos objetivos fundamentais do governo é o de quebrar a hegemonia que segue tendo o capital financeiro na economia, atraído pela mais alta taxa de juros reais do mundo. Um capital que não cria riqueza, nem gera empregos, que aumenta e não diminui a vulnerabilidade da economia. Que afeta negativamente a balança comercial, que contribui para valorizar ainda mais o real, com todas as outras consequências negativas.

O governo se comprometeu a chegar, no seu final, a uma taxa de juros de cerca de 2%, na media mundial, superando o diferencial que atrai esses capitais de risco há anos para o Brasil. Mas, contraditoriamente, começou elevando-a e correm rumores de que seguiria aumentando-a, só revertendo essa tendência por volta do fim do ano.

Fica difícil de entender que, para controlar os desequilíbrios da economia, o governo faça um corte significativo no orçamento, opte pelo menor aumento do salário mínimo – afetando por tanto a grandes setores da população -, mas autorize esse aumento da remuneração que vai diretamente para o capital financeiro. Se estaria caminhando na direção oposta à que se quer chegar, tornando difícil a compreensão da lógica social da politica econômica.

Entende-se que os investimentos fundamentais estão preservados, resguardos no PAC, em todos os seus desdobramentos. No entanto, os desequilíbrios econômicos que o governo procura combater remetem diretamente ao afluxo de capitais externos, atraídos exatamente pelo taxa de juros real mais alta do mundo. O enorme esforço para atrair investimentos para o setor produtivo, mesmo se o governo subsidia créditos, se choca com a atração exercida pela remuneração da taxa de juros.

Revela-se assim um tiro no pé a lógica de seguir aumentando a taxa de juros, quando nada indica que exista um super aquecimento da economia. Os aumentos dos preços dos alimentos têm que ser discutidos diretamente com os setores responsáveis por eles, para encontrar as formas de contê-los.

Se o governo quer a compreensão e a solidariedade das centrais sindicais e dos outros movimentos populares com a lógica geral da sua política, tem que dar demonstrações concretas que está disposto a cortar do outro lado também. E nenhuma demonstração seria tão significativa e tão saudada como a contenção da taxa de juros e a retomada da sua tendência descendente.

Postado por Emir Sader às 08:51

 

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Carta Maior - Blog do Emir Sader - O outro mundo possível na América Latina

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24/02/2011

 

O outro mundo possível na América Latina

 

O Fórum Social Mundial começou na América Latina – mais particularmente no Brasil, em Porto Alegre -, para onde deve retornar em 2013. A escolha do continente e do país se fizeram para se contrapor ao Fórum Econômico de Davos, que representava, entre outras coisas a vitória do centro do capitalismo sobre a periferia, com a emergência da globalização neoliberal.

A América Latina foi escolhida, por ter abrigado os principais movimentos de resistência popular aos governos neoliberais que proliferavam no continente – dos zapatistas ao MST, dos movimentos indígenas da Bolivia aos do Equador, do movimento camponês peruano aos piqueteiros argentinos. O Brasil foi o país definido como sede, pela presença do PT, do MST, da CUT, dos governos de orçamento participativo, da liderança do Lula. E Porto Alegre, justamente por ter sido pioneira nas experiências de orçamento participativo.

Dez anos depois, após ir à Asia e à Africa, o Forum Social volta à América Latina, única região do mundo onde há governos que buscam construir governos de superação do neoliberalismo. Com matizes diferenciados, esses governos – de que 5 presidentes estiveram no FSM de Belém, em 2009 – privilegiam os processos de integração regional no lugar dos Tratados de Livre Comércio com os EUA, priorizam as politicas sociais e a extensão do mercado interno de consumo popular no lugar da prioridade neoliberal aos ajustes fiscais.

Essas opções permitiram terminar com a diminuição dos Estados às suas proporções mínimas, que promoveram um brutal processo de mercantilização das relações sociais e do próprio Estado. Os processos de privatização foram brecados, assim como as aberturas desenfreadas das economias nacionais ao mercado internacional. Políticas de integração regional foram priorizando os intercâmbios entre os países da região e com os países do Sul do mundo. O poder aquisitivo dos salários foi recuperado sistematicamente, assim como o nível de emprego formal.

Como resultado, os países que priorizam a integração regional e as politicas sociais, diminuíram significativamente as desigualdades sociais, promoveram processos de distribuição de renda e de inclusão social, que fazem do período atual aquele em que esses países mais pudessem avançar naquele aspecto mais dramático da América Latina – o continente mais desigual do mundo.

Diante da crise econômica internacional, nascida no centro do capitalismo, os países que priorizaram a integração regional e o desenvolvimento do mercado interno de consumo popular, puderam reagir muito melhor, demorar mais para entrar na crise e sair dela mais cedo. Enquanto isso, um pais como o México que, na contramão dessa opção, assinou um Tratado de Livre Comércio com os EUA, amarrando seu destino ao vizinho do norte, com quem tem mais de 90% do seu comercio exterior, sofre os duros efeitos da crise profunda e prolongada dos EUA. Da mesma forma, os países europeus, que optaram por pacotes recessivos tipo FMI – de triste memória para nós, no governo FHC – seguem em crise, com níveis recordes de desemprego.

O próximo FSM pode renovar-se, incorporando avanços do realizado em Dacar – quando Evo Morales e Gilberto Carvalho falaram na sua abertura – colocando no seu centro a relação entre os governos progressistas latino-americanos e os movimentos sociais, para discutir as diferenças e articular os pontos em comum para multiplicar a força de todos eles.

Postado por Emir Sader às 08:26

 

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Os recursos para a saúde pública

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22/02/2011

 

Os recursos para a saúde pública

 

Um governo que pretende reverter a brutalmente desigual distribuição de renda no Brasil, tem que ter na reforma tributária, socialmente progressiva, um instrumento insubstituível. A tributação é um meio fundamental para que a ação estatal se contraponha às tendências a concentração de renda do mercado.

Os recursos fundamentais do governo vêm da tributação que, no Brasil, tem um sistema extremamente injusto, que tributa mais aos que ganham menos e menos aos que ganham mais. Que privilegia os impostos indiretos em relação aos diretos.

A CPMF é um imposto direto, que cobra conforme o movimento de dinheiro, que não pode ser sonegado. Quando propôs a renovação da CPMF, na sua primeira versão, o governo não explicitava o destino dos recursos arrecadados, o que dificultou sua aprovação. Quando os campos de votação já estavam praticamente definidos, o governo apresentou a emenda segundo a qual a totalidade do arrecadado seria destinado para a saúde pública, mas já era tarde e a proposta foi derrotada.

Aquele que é talvez o tema mais agudo nas políticas sociais - extensão e a qualidade dos serviços de saúde publica – está desfinanciado, sem os recursos suficientes para garantir sua realização. É inevitável voltar ao tema, criar as condições favoráveis, mobilizando a massa da população – beneficiária direta de uma tributação esse tipo, que tem um profundo caráter redistributivo – para que o governo disponha dos recursos para dar o salto indispensável no atendimento da saúde da massa da população.

Postado por Emir Sader às 16:11

 

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25.2.11

La Vida es Silbar « Novidades « TV Brasil

Sex, 25/02

La Vida es Silbar

Três personagens de Havana devem escolher entre manter suas crenças ou libertarem-se para viver uma vida mais livre

Publicado em 15/02/2011 - 17h20 • Atualizado em 15/02/2011 - 17h20

La Vida es Silbar

La Vida es Silbar

A TV Brasil exibe nesta sexta (25), às 0h15, o filme La Vida es Silbar, do cubano Fernando Pérez, um dos diretores mais importantes da geração de 1990 do cinema latino-americano.

La Vida es Silbar (A vida é Assobiar) foi rodado em Havana e é uma produção do Instituto Cubano de Arte e Industria Cinematográfico (ICAIC). Narra a história de três pessoas que não são felizes e se dividem entre o amor, o ódio, promessas, verdade e prejuízo.

Três personagens dos dias atuais devem escolher entre manter suas crenças e tradições ou libertarem-se delas para viver uma vida mais livre. A bailarina Mariana prometeu a Deus se manter celibatária caso ela consiga o papel numa apresentação. Julia é uma trabalhadora que sempre desmaia ao ouvir uma palavra em especial. E o percussionista Elpídio foi abandonado pela mãe, coincidentemente chamada Cuba.

Único longa-metragem de ficção produzido em Cuba em 1998, o filme acumulou prêmios por todo o mundo, entre eles o prêmio Goya, promovido pela Academia de Cinema Espanhol. Reprise. 106 min.

Título original: La Vida es Silbar. Cuba, 1998. Direção: Fernando Pérez, com Luis Alberto García, Isabel Santos, Coralia Veloz, Rolando Brito, Claudia Rojas.

Não recomendado para menores de 18 anos

Horário: sexta, às 0h15

http://tvbrasil.org.br/novidades/?p=14216

Heraldo Pereira fala aos ruralistas

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

 

Heraldo Pereira fala aos ruralistas

 

Por Altamiro Borges

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que representa os interesses dos latifundiários e é presidida pela senadora demo Kátia Abreu, divulgou um comunicado sobre a "nova rodada de encontros com lideranças rurais", realizada ontem. O evento, segundo a nota, teve um convidado muito ilustre:

"A abertura será feita às 9 horas, com pronunciamentos dos cinco
presidentes das Federações de Agricultura e Pecuária que estarão no
encontro. Em seguida, o jornalista Heraldo Pereira, da Rede Globo,
apresentará os resultados de uma pesquisa de opinião sobre o setor
agropecuário e sobre as ações do sistema sindical rural".

Ação política e "uso da internet"

A programação ainda previa a palestra do consultor da CNA, Roberto Brant, sobre "o agronegócio como uma comunidade política" - que talvez visasse reforçar a ação lobista dos ruralistas no Congresso Nacional. E também um curioso debate sobre "a utilização da internet", com Moriael Paiva, da empresa Talk - o que mostra que os barões do agronegócio estão antenados para a importância estratégica da rede.

Ao final do seminário estava prevista uma palestra da presidente da CNA, Kátia Abreu, sobre as prioridades do setor. O evento, batizado de "O campo vai à CNA, deve agitar os ruralistas em Brasília. No ano passado, a mesma iniciativa reuniu 850 lideranças rurais de nove estados. A votação do novo Código Florestal é o que mais mobiliza o setor na atualidade.

Relações íntimas com os poderosos

A presença no seminário da CNA de Heraldo Pereira, o badalado repórter e âncora da TV Globo, não deve causar surpresa. O jornalista mantém íntimas relações com empresários e os círculos de poder em Brasília. Em 2009, ele inclusive foi motivo de galhofas por suas relações com Gilmar Mendes (ou será Gilmar Dantas?), ex-presidente do Supremo Tribunal Federal.

O repórter Leandro Fortes, da CartaCapital, descobriu que a estrela global dava aulas no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). O blogueiro Paulo Henrique Amorim não perdeu tempo para tirar um sarrinho:

"Em suas horas vagas, o apresentador e repórter político da Rede Globo, Heraldo Pereira, 47 anos, também costuma batalhar uns extras no IDP, a escolinha do Doutor Gilmar. Pereira, que é “mestrando em Direito pela UnB”, é o responsável pelo módulo VI do Curso de Introdução ao Direito para Profissionais de Comunicação naquela modelar instituição de ensino".

A bravata da neutralidade da mídia

Depois, soube-se que ele não apenas dava aulas, mas que também integrava o "conselho estratégico" da TV Justiça, prestando assessoria à presidência do STF. Estas "relações íntimas" ajudaram a explicar porque a Globo sempre bajulou tanto o ministro Gilmar Mendes (ou Dantas?); porque ela nunca repercutiu as várias e graves denúncias contra o ex-presidente do STF.

A palestra no evento da CNA também ajuda a explicar porque a TV Globo é inimiga declarada dos que lutam pela reforma agrária e sempre defende os interesses dos latifundários - muitos deles travestidos de modernos empresários do agronegócio. Os "calunistas" da emissora nem mais escondem as suas ligações. A tal independência e imparcialidade da mídia é mesmo uma bravata.

Miro

 

http://altamiroborges.blogspot.com/2011/02/heraldo-pereira-fala-aos-ruralistas.html

 

24.2.11

Processado por crime financeiro, dono de afiliada da Globo pode pegar até quatro anos de prisão

publicado em 20/02/2011 às 12h00:

Detalhes do processo foram omitidos no site da Justiça Federal do RS

Do R7

Agência Estado

 

Agência Estado

 

Nelson Sirotsky, do Grupo RBS

 

Processado pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul por crimes financeiros, o empresário Nelson Pacheco Sirotsky, proprietário de um dos maiores grupos de comunicação do sul do país, a RBS, uma das mais antigas afiliadas da Globo, ainda não se manifestou sobre o caso. A reportagem do R7 tentou falar com o advogado do empresário diversas vezes por telefone e por e-mail, mas não obteve retorno.
 
O empresário foi denunciado pelo Ministério Público por crime contra o sistema financeiro e pode pegar até quatro anos de prisão. Também responde ao processo como réu Carlos Eduardo Schneider Melzer, conselheiro do grupo RBS.
 
A denúncia, com base no artigo 21 da Lei de Crimes Financeiros, é aplicada ao cidadão que atribuir a si próprio, ou à outra pessoa, falsa identidade, para realização de operação de câmbio - como troca de moeda nacional por moeda estrangeira.
 
Por exemplo, trocar uma quantidade de dinheiro em reais por dólares, ou euros, usando nome falso ou de outra pessoa é crime. Além disso, essa operação deve ser feita em uma casa de câmbio credenciada pelo Banco Central.

Também pode ser punido por crime contra o sistema financeiro quem sonega informação que devia prestar ou presta informação falsa.
 
Antes abertos ao público por meio de uma simples consulta ao site da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, os detalhes do processo foram omitidos na internet. Procurada pela reportagem, a assessoria do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) não soube dizer os motivos pelo qual o processo “sumiu” do site, mas diz que a razão mais provável é que o caso tenha sido considerado sigiloso pela Justiça.
 
Segundo os últimos dados do andamento do processo obtidos no site da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, a ação foi iniciada em novembro do ano passado e, até fevereiro deste ano, apenas uma audiência havia sido realizada.

Saiba mais sobre crimes financeiros

Crimes financeiros são aqueles que, de uma forma geral, não são violentos, mas resultam sempre em perda financeira. Não existe uma definição simples para esses tipos de crimes, ainda mais com a evolução da tecnologia e da internet, que facilitaram o contato com outros países e a criação de documentos ilegais.

A falta de regras globais também dificulta a definição clara desses crimes, ou seja, muitas vezes o que é crime financeiro em um país não é punido pela lei de outro.

Conheça alguns desses crimes:

Lavagem de dinheiro - Ação proibida que transforma em valor legal dinheiro adquirido de forma ilegal. É uma das ações mais comuns desse tipo de crime.

Evasão fiscal - Envio de dinheiro ou mercadoria para outros países sem o pagamento obrigatório de impostos. A sonegação de imposto de renda também é considerada uma forma de evasão fiscal.

Estelionato ou fraude - Quando, por exemplo, um contrato é feito de forma incorreta para beneficiar financeiramente uma das partes. Outra forma é a utilização ilegal de cartões de crédito ou débito.

23.2.11

Nunca Dantes receberá boas notícias da Classe C | Conversa Afiada

23/02/2011 

Max Weber não entendia nada de capitalismo


O programa Entrevista Record que foi ao ar nesta terça-feira exibiu entrevista com o professor Marcelo Neri, chefe do Centro de Pesquisas Sociais de FGV, Rio.

Ao estudar o micro-crédito, o Crediamigo, do Banco do Nordeste,  Neri foi o primeiro pesquisador brasileiro a avisar: vem aí um bicho enorme – a Classe C.

Recentemente, Neri esteve com o Nunca Dantes num hotel no Posto 6, em Copacabana, numa varanda que se projetava sobre o Oceano Atlântico.

No quarteirão ao lado, a cobertura do Niemeyer, com a mesma vista.

Um horror !

Neri foi levar ao Nunca Dantes notícias da Classe C, em 2010.

(Como se sabe, para os tucanos de São Paulo, Classe C fica entre a Primeira e a Business.)

O Nunca Dantes queria informações para o seu próximo Instituto.

Neri disse ao Entrevista Record que as notícias são "muito interessantes" !

Só podem ser.

A miséria – que a JK de saias vai erradicar – hoje marginaliza 28 milhões de brasileiros.

Ou seja, 15% da população.

No tempo do Farol de Alexandria, era o dobro.

Nos últimos doze meses de Governo do Nunca Dantes, houve uma queda de 16% (16% em doze meses !!!) na pobreza do país.

Do Plano Real (do Governo Itamar) para cá, a pobreza brasileira se reduziu em 67%.

E só no Governo do Nunca Dantes a queda foi de 51%.

O Brasil do Nunca Dantes realizou em 8 anos aquilo a que se comprometeu com as "Metas do Milênio", da ONU, a realizar em 25 anos.

25 anos em 8 anos.

Esse Nunca Dantes nunca vai passar pela goela do Otavinho !

O Marcelo Neri está muito impressionado com a expansão e a pujança dos micro-negócios nas favelas do Rio onde se instalaram as UPPS – Unidades Policiais Pacificadoras.

As barbearias, tinturarias, biroscas, salões de beleza proliferam.

(Por que o Cerra, que se apropria de tudo –
clique aqui para ler sobre a apropriação do "estelionato eleitoral" -, por que ele não disse que as UPPs são dele e instalou uma na Baixada Santista ?)

Neri mora na Lagoa, no Rio – que horror ! – e observa, ao lado, as mudanças ocorridas numa favela com UPP.

Daqui a pouco, a gente vai descobrir que o Sergio Cabral jogou o Max Weber no lixo.

O que estimula mesmo o "Espírito do Capitalismo" não são os chatos dos calvinistas, mas uma boa UPP na favela !

(O Farol de Alexandria adora Max Weber. Ele e uns colonistas (*) da Folha (**). No Brasil há mais leitores do Max Weber do que em toda a Prússia.)

Acordou o que Neri chama de "capital que estava adormecido".

Neri também usa expressão interessante.

A ascensão da Classe C significou "dar os pobres ao mercado".

Agora, com a educação, com UPPs, emprego, Bolsa Família, e políticas públicas, vai ser possível "dar o mercado aos pobres".

Outra boa notícia, segundo Neri, foi a decisão da presidenta de criar o Ministério da Pequena e Média Empresa.

Ainda vão descobrir que o Nunca Dantes fundou o capitalismo no Brasil.

Aí é que o Farol de Alexandria corta os pulsos.


Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da "ditabranda"; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de "bom caráter", porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

http://www.conversaafiada.com.br/economia/2011/02/23/nunca-dantes-recebera-boas-noticias-da-classe-c/

Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz