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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

30.9.15

Parlamentares criticam Cunha e o chamam de ‘chantagista’ por obstruir votação dos vetos

30/set/2015, 17h09min

Parlamentares criticam Cunha e o chamam de 'chantagista' por obstruir votação dos vetos

Cunha, mencionado na Operação Lava Jato, não aceita o fim do financiamento privado de campanhas. ALEX FERREIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Cunha, mencionado na Operação Lava Jato, não aceita o fim do financiamento privado de campanhas. ALEX FERREIRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Hylda Cavalcanti

Da RBA

A provocação que está sendo feita pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao governo, no sentido de criar obstruções para o início da sessão conjunta do Congresso Nacional, está irritando não apenas parlamentares da base aliada, como também peemedebistas. Um dos mais duros nas críticas feita a Cunha foi o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que subiu à tribuna para dizer que ele estaria "fazendo chantagem". Já o líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PE), afirmou que os petistas não iriam "ceder aos caprichos do presidente da Câmara".

Humberto Costa chegou a declarar que, se for o caso, os vetos serão apreciados "numa outra semana, ou data oportuna" praticamente admitindo a possibilidade da votação conjunta do Congresso não poder ser realizada hoje, até o final do dia.

Segundo o senador, "não há qualquer hipótese de o PT concordar em votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do financiamento privado de campanha com calendário especial". A proposta está em tramitação no Senado, mas ontem foi objeto de acordo entre lideranças de várias legendas – incluindo o DEM e o PSDB – com o presidente, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para que demore mais um pouco para ser discutida e submetida a apreciação.

Já de acordo com Vasconcelos, Cunha estaria condicionando a votação da sessão conjunta do Congresso que vai apreciar os vetos presidenciais à inclusão, na ordem do dia, da pauta ligada à reforma política e ao financiamento privado de campanhas.

"Isso é chantagem, é um absurdo. A informação que temos é que Eduardo Cunha nem sequer cederia o plenário da Câmara para a sessão conjunta se a questão do financiamento não for colocada em votação. Isso é chantagem. Não é possível ele continuar agindo dessa forma", enfatizou. Na avaliação de Jarbas, a conduta e as práticas de Eduardo Cunha "reforçam a tese de que faltam a ele as condições necessárias para presidir a Câmara dos Deputados".

"Esse cidadão é pentacampeão de denúncias na Lava Jato. Já estamos vendo a quinta pessoa fazer denúncia contra ele. Não é possível que nós vamos apenas ficar assistindo a tudo isso sem fazer nada. Temos que mostrar o nosso repúdio contra essa chantagem toda que estamos vendo", destacou o parlamentar.

'Comportamentos diversos'

Pouco antes de dar início à sessão da Câmara que obstruiu a sessão do Congresso, marcada há dias para apreciar os vetos presidenciais, Eduardo Cunha ressaltou que não estaria "fazendo birra". "Não se trata de birra. As duas Casas possuem pessoas bastante experientes e comportamentos diversos. Temos uma Casa que tem seu funcionamento, assim como o Senado tem seu funcionamento. Temos uma pauta, eles têm a pauta deles, e isso não é confronto, é divergência de opiniões", disse.

O Palácio do Planalto estava esperando para hoje a apreciação do restante dos vetos presidenciais que faltavam para, somente depois, dar início à discussão das matérias legislativas referentes ao ajuste fiscal. Estava prevista para ser anunciada amanhã (1º), após a realização desta sessão conjunta, a reforma administrativa.

Com a mudança de rito imposta por Eduardo Cunha, dependendo do rumo a ser tomado pelo Legislativo, a agenda do Executivo poderá ser alterada mais uma vez. O clima no Congresso, por conta da obstrução, está cada vez mais tenso e há pouco, Eduardo Cunha pediu calma e equilíbrio aos deputados na condução dos trabalhos.

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http://www.sul21.com.br/jornal/parlamentares-criticam-cunha-e-o-chamam-de-chantagista-por-obstruir-votacao-dos-vetos/

As dez facetas de Francisco nos Estados Unidos

NOTÍCIAS » Notícias

Quarta, 30 de setembro de 2015

As dez facetas de Francisco nos Estados Unidos

O Papa Francisco encerrou, no domingo, os seis intensos dias de visita aos Estados Unidos: esteve em três cidades, reuniu-se com o presidente Barack Obama, falou para o Congresso e as Nações Unidas, presidiu várias missas e atos religiosos e pronunciou 24 discursos, quase todos em espanhol.

 
Fonte: http://goo.gl/xlbImg 

A reportagem é publicada por Religión Digital, 29-09-2015. A tradução é do Cepat.

O argentino Jorge Bergoglio continua surpreendendo com sua característica de solucionador de conflitos e deu ênfase a vários temas polêmicos como a imigração e o acordo nuclear. Estas são as facetas do Papa Francisconos Estados Unidos:

1. O Papa 'verde'

"Qualquer dano ao ambiente é um dano à humanidade". O grande tema do Papa durante sua visita foi sua preocupação com o meio ambiente, a "casa comum". Foi assim que se expressou na Casa Branca, no Congresso, nasNações Unidas e diante de milhares de fiéis.

"Rogo ao Senhor para que vocês sejam administradores bons e generosos dos recursos humanos e materiais que lhes foram confiados", insistiu em sua cerimônia de despedida, no aeroporto da Filadélfia.

2. O Papa dos 'sem documentos'

"Nós, pertencentes a este continente, não nos assustamos com os estrangeiros, porque muitos de nós, há tempo, fomos estrangeiros. Falo-lhes como filho de imigrantes", disse o Papa ao Congresso, em Washington, um argentino de pais italianos.

Na Filadélfia, o Papa também fez uma saudação "com especial afeto" aos imigrantes no Constitution Hall, e lhes repetiu três vezes que "nunca se envergonhem" de "suas tradições", "daquilo que é parte essencial de vocês".

3. O Papa contra a pena de morte

"A regra de ouro nos recorda a responsabilidade que temos de guardar e defender a vida humana em todas as etapas de seu desenvolvimento. Esta certeza é a que me levou, desde o início de meu ministério, a trabalhar em diferentes níveis para solicitar a abolição mundial da pena de morte", disse no Congresso. A pena capital é legal em 31 dos 50 estados do país.

4. O Papa antinuclear

"É preciso se empenhar por um mundo sem armas nucleares, aplicando plenamente o Tratado de Não Proliferação, na letra e no espírito, para uma total proibição destes instrumentos", pediu na ONU, onde enalteceu o acordo com o Irã e disse que é uma prova das "possibilidades da boa vontade política e do direito exercido com sinceridade, paciência e constância".

5. O Papa da família

"Cuidemos da família, defendamos a família porque aí se dá o nosso futuro", disse no Encontro Mundial das Famílias na Filadélfia, o motivo principal de sua viagem.

Ao final de sua intervenção no Congresso, também declarou que a família "é essencial para este país", e declarou que essa instituição "está sendo atacada de dentro e de fora como nunca antes". Indiretamente, Francisco censurou o matrimônio homossexual, que qualificou recentemente como "um pecado contra Deus", mas só de passagem.

6. O Papa contra os abusos

"Prometo que todos os responsáveis de abusos sexuais contra crianças serão punidos", disse para as vítimas, em uma reunião que não estava prevista inicialmente.

7. O Papa de Nova York

"Em uma metrópole que pode parecer impessoal, anônima, de grandes solidões, foram capazes de mostrar a potente solidariedade da mútua ajuda, do amor e do sacrifício pessoal", disse no Marco Zero, onde refletiu as virtudes e os defeitos da popular cidade.

8. O Papa solteiro

"Alguns dirão: 'Você fala assim porque é solteiro", brincou ao falar sobre as virtudes da família.

9. O Papa do Fiat

"É assim que muitas vezes o Papa opera através do simbolismo e dos gestos, que expressam suas intenções de uma maneira que as palavras não conseguiriam", escreveu a revista 'The New Yorker' sobre o pequeno veículo Fiat utilizado pelo Papa para seus deslocamentos. Os percursos no papamóvel branco, aberto pelas laterais, foram reduzidos por questões de segurança.

10. O Papa humilde

"E, por favor, rezem por mim", afirmou, quase sempre, no encerramento de seus atos com os fiéis.


http://www.ihu.unisinos.br/noticias/547434-as-dez-facetas-de-francisco-nos-estados-unidos


Filho do Bicudo volta a se manifestar no DCM sobre o pai

Filho do Bicudo volta a se manifestar no DCM sobre o pai

Postado em 30 de setembro de 2015 às 1:48 pm

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Gostaria de parabeniza-lo pelo artigo "Processar ou não processar Bicudo?". O meu constrangimento e de vários de meus irmãos pelas atitudes irresponsáveis de meu pai é imenso. Parece que não há limites. Lula tem sido extremamente generoso e elegante com meu pai até o momento. Não sei se desta feita irá ou não processar meu pai pelas calúnias que este tem disparado contra ele. No entanto, a indiferença de Lula em relação aos impropérios que meu pai vem desferindo contra ele nos últimos dez anos tem machucado mais do que qualquer processo na justiça. Meu pai quer ficar sempre em evidência, nunca soube descer do pedestal e agora encontrou uma parceira que aproveitou a carona para se promover com um discurso raso, retrógrado, golpista, bem a gosto da parcela da população brasileira mais reacionária e conservadora.

Saudações, José Eduardo Bicudo


http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/filho-do-bicudo-volta-a-se-manifestar-no-dcm-sobre-o-pai/


RBS pode substituir presidente convocado para CPI da Zelotes

29/09/2015 - Copyleft

RBS pode substituir presidente convocado para CPI da Zelotes

A RBS é uma das empresas suspeitas de participação no esquema de corrupção montado para não pagar impostos e que sonegou bilhões de reais.


Naira Hofmeister
Reprodução

A notícia está entre os trending topics do twitter desde que começou a circular, na manhã desta terça-feira, 29, em Porto Alegre. O presidente executivo do grupo RBS – afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina – Eduardo Melzer, pode estar de saída da casa.

 

 

Quem deu o furo foi o jornalista Luiz Cláudio Cunha, que desde o ano passado acompanha a crise na empresa em matérias publicadas no Jornal JÁ de Porto Alegre. Segundo Luiz Cláudio, o afastamento de Duda Melzer, como é conhecido, será oficializado em outubro.

 

 

A especulação – já conhecida há semanas no mercado da comunicação – ganha força a medida em que se aproxima o momento em que a Polícia Federal denunciará os primeiros nomes da Operação Zelotes.

 

 

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, as gaúchas RBS e Gerdau são as empresas sobre as quais recaem os indícios mais fortes de participação no esquema de corrupção montado para não pagar impostos. Nesta primeira leva de denunciados estarão o nome de seis empresas e seus dirigentes, cujos crimes contra a Receita Federal somam R$ 5,7 bilhões.

 

 

A CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), instalada no Senado Federal, já aprovou a convocação de Duda Melzer para dar seu depoimento sobre a investigação. Ainda que deixe o cargo, o executivo deverá ir ao Legislativo, neste caso como ex-presidente do grupo.

 

 

O Grupo RBS é, atualmente, o principal conglomerado de comunicações no Rio Grande do sul e em Santa Catarina. Detém, nos dois estados, quatro canais e 18 retransmissoras de TV que atingem quase 800 municípios, oito jornais impressos e sete rádios.

 

 

Executivo faltou a grandes eventos

 

 

A RBS não confirma a mudança na sua direção, mas o site Coletiva.Net, que cobre o mercado de comunicação gaúcho, endossou a matéria de Luiz Cláudio. "Há semanas circula no mercado a informação de que foi contratado um escritório de head hunters (caça-talentos) de São Paulo para identificar um profissional que assuma o comando do grupo", diz um texto publicado no site.

 

 

A se confirmar a informação, será a primeira vez em mais de meio século de existência, que a condução da empresa deixará as mãos da família Sirotsky e passará para um profissional do mercado.

 

 

Em sua matéria, a Coletiva.Net elenca sinais de que Duda Melzer está de saída. Segundo o site, o presidente executivo faltou a dois grandes eventos do grupo realizados recentemente, o ZH Em Pauta e a entrega do Troféu Guri, na Expointer. "Na Expointer, uma das mais destacadas promoções do grupo de comunicação, o anfitrião e orador foi Nelson Sirotsky; Duda não compareceu", assinala o texto.

 

 

Tesouradas atingiram homens de confiança

 

 

Duda Melzer é neto do fundador da empresa, Maurício Sirotsky e assumiu o comando do grupo em 2012, no lugar do tio, Nelson Sirotsky, que hoje é presidente do Conselho de Administração da companhia, onde tem assento outros parentes diretos ou indiretos do fundador.

 

 

A figura de Duda Melzer ganhou fama além dos círculos da comunicação em agosto do ano passado quando anunciou a demissão de 130 funcionários por e-mail, o que ele considerava uma demonstração de "coragem e desapego".

 

 

"Temos apoio dos acionistas nas nossas decisões e temos também (...) coragem, energia e desapego para deixar de fazer coisas que não agregam e investir no que pode nos fazer crescer", escreveu, na ocasião.

 

 

Duda também saudou as novas operações da empresa, vinculadas à indústria da bebida. "Muitos de vocês que já são sócios da Wine agora poderão também ser da Have a Nice Beer, o maior clube online de cervejas da América Latina, que está vindo para o Grupo", destacou em seu comunicado.

 

 

Como a repercussão – inclusive entre leitores, ouvintes e telespectadores da empresa – foi ruim, a demissão em massa acabou sendo feita a conta gotas para evitar maiores desgastes à empresa.

 

 

Era tudo parte de um plano orientado pelo consultor Cláudio Galeazzi, que segundo Luiz Cláudio é conhecido como Galeazzi Mãos de Tesoura porque atua nas empresas para promover cortes em nome dos resultados positivos para acionistas.

 

 

"O fio agudo do consultor acabou sangrando até as relações entre criador e criatura, os dois Sirotsky que se revezaram no poder, Nelson e Eduardo", revela Luiz Cláudio.

 

 

Os cortes teriam atingido gente de confiança do antecessor de Duda, Nelson Sirotsky. "Dois homens da tropa de elite de Nelson — o vice-presidente de jornais, rádio e digital, Eduardo Smith, e o diretor de jornalismo, Marcelo Rech — foram excluídos do círculo de decisão da RBS, provocando uma cisão irreparável nas relações entre tio e sobrinho", relata o jornalista.





Créditos da foto: Reprodução



Manobras empresariais ilícitas tiram US$ 170 bi do País em 10 anos

OTÍCIAS » Notícias

Terça, 29 de setembro de 2015

Manobras empresariais ilícitas tiram US$ 170 bi do País em 10 anos

O Brasil vive um drama orçamentário, com o governo a propor a volta da CPMF para fechar as contas do ano que vem sem ter de cortar programas sociais como Bolsa Família ou subsídios à moradia popular (Minha Casa Minha Vida) e a universitários pobres (Fies). É um problema que beira o incompreensível, diante da revelação de certos hábitos do empresariado local capazes de desfalcar os cofres públicos em bilhões.

A reportagem é de André Barrocal, publicada por CartaCapital, 28-09-2015.

Na década compreendida entre 2003 e 2012, o Brasil foi ponto de partida de um fluxo financeiro ilícito de 217 bilhões de dólares, uma média anual de 21 bilhões. Este fluxo abrange dinheiro de corrupção e tráfico de drogas, entre outros crimes. A maior parte (cerca de 80%, ou 172 bilhões de dólares), contudo, resulta de procedimentos adotados por empresas para pagar menos impostos e disfarçar evasão de divisas. Casos mais comuns: subfaturar exportações e superfaturar importações.

Quase metade da movimentação ilícito total se deu entre 2010 e 2012. Foram 100 bilhões de dólares no período, uma média de 33 bilhões anuais. Pelo câmbio atual, seriam 130 bilhões de reais por ano, o dobro do problema orçamentário de 2016. O projeto de orçamento foi ao Congresso com um rombo de 30 bilhões de reais, mas o governo espera reverter sua própria proposta e obter uma sobra de 34 bilhões.

Os valores do fluxo financeiro ilícito brasileiro foram estimados por uma entidade chamada Global Financial Integrity (GFI), ou Integridade Financeira Global, em tradução literal. Trata-se de um think tank, uma "usina de ideias" financiada pela Fundação Ford e localizada em Washington, a capital do Estados Unidos. Seu propósito é auto-explicativo pelo nome.

Os dados constam de um estudo feito em 2014 pelo economista-chefe da GFI, Dev Kar, um indiano com 32 anos deFundo Monetário Internacional (FMI) no currículo. Foram calculados a partir de dados do Banco Mundial (Bird). E fazem parte de um livro lançado na terça-feira 22, a reunir estudos semelhantes sobre a situação na Índia, no México, na Rússia e nas Filipinas.

Os cinco protagonistas do livro estão entre os principais pontos de partida do fluxo financeiro ilícito no período de 2003 a 2012, segundo a GFI. Em um ranking de 145 países, a Rússia é o segundo (973 bilhões de dólares), o México é o terceiro (514 bilhões), a Índia é o quarto (439 bilhões), o Brasil é o sétimo (217 bilhões) e as Filipinas, a 15ª (93 bilhões).

"O subfaturamento de exportações é o mecanismo mais usado pelos empresários brasileiros para transferir capital para o exterior ilicitamente", diz o estudo de 2014. As firmas vendem para o exterior com preço abaixo dos valores de mercado "para reduzir o lucro que declaram no Brasil". E fazem isso "geralmente com base em um acordo tácito com o importador no sentido de que ele remeta o valor restante para uma conta offshore [no exterior] controlada pelo titular da empresa".

Alguns estudos indicam que subfaturar exportação é um meio de a empresa ter patrimônio em um paraíso fiscal para investi-lo posteriormente nela mesma no Brasil. Este investimento disfarçado de investimento estrangeiro proporcionaria novos prejuízos aos cofres públicos: aumento da dívida externa e geração de gastos nas companhias que podem ser abatidos da tributação delas.

O superfaturamento de importações serve ao mesmo objetivo. Pagar por um importado acima do valor de mercado permite às firmas manter uma reserva financeira em paraíso fiscais.

De 1960 a 2012, a GFI estima que o fluxo financeiro ilícito a partir do Brasil tenha atingido 400 bilhões de dólares. Deste total, as manobras das empresas em transações de comércio exterior representaram de 80% do total.

"Temos observado, há muitos anos, uma hesitação por parte do Brasil em atacar, efetivamente, problemas relacionados à fuga de capitais e a saídas ilícitas de recursos do país", afirma a GFI, a destacar que o País deveria apertar as multinacionais. "O governo deve fazer muito mais para combater tanto o subfaturamento de exportações como o superfaturamento de importações, adotando, proativamente, medidas dissuasivas adicionais em vez de punições retroativas."

Em seu estudo, a entidade faz algumas sugestões para o governo coibir o fluxo financeiro ilícito. Aprovar lei criminalizadora do subfaturamento de exportações e superfaturamento de importações. Obrigar exportadores e importadores, inclusive seus dirigentes, a assinar termos declarando que os valores de suas transações são reais. Capacitar contradores e auditorias para vasculhar a contabilidade de comércio exterior das companhias.

Diz ainda que o Brasil deveria seguir o exemplo recente de Reino Unido e França e passar a exigir que as empresas informem às autoridades o nome de todos os seus controladores pessoas físicas e de titulares beneficiários. "Torna muito mais difícil a lavagem de produtos de crimes e da corrupção, facilita muito a identificação de relações ocultas entre parceiros comerciais e torna bem menos onerosos os requisitos de vigilância de clientela por parte de bancos", afirma.

Com tal potencial arrecadatório inexplorado, resta a perplexidade entre observadores do debate orçamentário atualmente em curso no País. "As grandes empresas, principalmente as multinacionais, se aproveitam de uma arquitetura global que permite uma série de manobras e fazem evasão de divisas", diz Grazielle David, do Instituto de Estudos Sócioeconômicos (Inesc). "E com essa evasão, a conta vai sobrar para alguém: os pobres e a classe média."


http://www.ihu.unisinos.br/noticias/547425-manobras-empresariais-ilicitas-tiram-us-170-bi-do-pais-em-10-anos

Contra ajuste, economistas querem emprego e renda no centro da política econômica

28/09/2015 - Copyleft

Contra ajuste, economistas querem emprego e renda no centro da política econômica

Documento defende que combate às desigualdades volte à agenda do governo, com mudanças nos juros, controle da inflação e atuação do Banco Central.


Helder Lima - Rede Brasil Atual
Márcio Pochmann - Foto: EBC

São Paulo – Contra a "ditadura do pensamento único" de que somente o ajuste fiscal capitaneado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pode apontar saídas para a recessão do país, foi lançado na tarde de hoje (28), em São Paulo, o documento "Por um Brasil Justo e Democrático", que se propõe a ampliar o debate sobre os rumos do país, e apresenta alternativas de política econômica para a retomada do crescimento.
 
Os quase 200 profissionais que assinam o documento, entre economistas, advogados, urbanistas e outros profissionais formadores de opinião ligados ao pensamento progressista, têm como consenso o diagnóstico que o ajuste fiscal prejudica a atividade econômica em vez de tirar o país da recessão. "O documento se presta a evitar o terrorismo da lógica de curto prazo dos mercados especulativos", afirmou o presidente da Fundação Perseu Abramo, o economista Marcio Pochmann. "Esse pensamento nos faz pensar pequeno. Precisamos ter clareza de que ao apontar para a lua não podemos ficar focados no próprio dedo."
 
Entre as alternativas defendidas pelo documento, destacam-se mudanças para colocar a geração de emprego e renda no centro da política econômica do governo, para que o país volte a combater as graves desigualdades sociais com vistas à distribuição de riqueza. Em termos práticos, o documento defende que o papel do Banco Central seja ampliado – hoje a atuação monetarista do banco está focada em combater a inflação com elevação de juros, quando na verdade deveria olhar para a proteção social; e que o parâmetro da inflação deixe de ser o IPCA, "um índice ruim para a inflação, porque inclui produtos sobre os quais o governo não tem influência", critica o professor de economia da Unicamp Guilherme Mello.
 
O documento defende ainda maior controle do governo sobre a política cambial, "pois hoje a regulamentação é frouxa e permite a especulação com a nossa moeda", afirma Mello, e também uma visão do papel de longo prazo dos bancos públicos, voltada ao desenvolvimento, "já que hoje o que estamos vendo é um ataque do mercado aos bancos públicos". Esse próprio mercado, segundo o economista, não teria condições de financiar o desenvolvimento se os bancos públicos acabassem.
 
O documento sugere também que o governo flexibilize o modelo do tripé macroeconômico, com base no controle da inflação, câmbio flutuante e metas de superávit primário; e também mudanças na estrutura tributária para promover justiça fiscal em um país em que as elites não pagam imposto e os pobres são sobrecarregados por impostos embutidos no consumo.
 
Ao ser indagado por jornalistas se o grupo defende a saída do ministro Joaquim Levy, Pochmann disse: "Não estamos aqui para defender esta ou aquela pessoa. A nossa proposição é de conteúdo sobre os rumos do Brasil. Nós já tivemos experiência no período recente com as mesmas medidas aqui defendidas e que deram resultados fundamentais: o país conseguiu o grau de investimento (durante o governo Lula) fazendo outro tipo de política", afirmou em referência a "medidas voltadas para o crescimento e não para o aprofundamento da recessão, com receituário neoliberal, que deseja corte de empregos e de renda para combater a inflação".
 
O documento é dividido em duas partes, uma focada em "Alternativas para o Brasil voltar a crescer" e outra em "Subsídios para um projeto de desenvolvimento nacional". O documento reúne instituições que historicamente têm desempenhado papel ativo na defesa dos trabalhadores, como a Fundação Perseu Abramo, a Plataforma Política e Social, o Brasil Debate, o Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento e a Rede Desenvolvimentista.
 
Pochmann também criticou que "o ajuste fiscal reduz a atividade econômica porque cortam-se gastos públicos, aumentam-se os impostos, reduz a renda na economia e, portanto, a economia cresce menos, o Estado arrecada menos, e não se consegue reduzir as despesas no mesmo nível. Então, é um problema permanente".
 
O economista lembrou que, em janeiro, o ministro Levy havia afirmado que haveria uma recessão de apenas três meses. "Agora, se fala em uma recessão que poderá durar até 2017, e o país não suporta essa magnitude".
 
O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, afirmou à reportagem da RBA que a iniciativa do documento é mais do que necessária para ampliar a discussão sobre a grave crise que o país está vivendo. "A burguesia apresentou como saída a volta do neoliberalismo e o governo está equivocado", disse ao destacar que a recessão tem sido vista como um problema de orçamento, o que tem como resultado ainda mais crise. "Essa iniciativa recoloca o debate em seus devidos termos, precisamos de uma nova política econômica para sair da crise. E só há saída se houver debate e mobilização em torno de alternativas concretas".
 
Para Stedile, a opção de política neoliberal adotada pelo governo pode ter surgido de um "susto" com a crise política que se instalou a partir das eleições do ano passado e do agravamento da crise no cenário internacional, que desta vez afeta especialmente Brasil, Rússia e China. Stedile vê a opção do governo com a política de austeridade como um "aceno à burguesia" para tentar se proteger. Mas ele também considera que quanto mais o governo oferece, pior fica e vê como irreversível a necessidade de mudar a política econômica.
 
Um dos argumentos centrais que o documento pretende desmontar é o de que a culpa da recessão atual é do aumento "exagerado" de salários, ou da nova matriz econômica do país, com inclusão no consumo e expansão da classe média, graças às escolhas dos dois governos Lula e ao primeiro mandato de Dilma Rousseff. "Não aceitamos esse argumento", afirma o economista da Unicamp Pedro Rossi, para quem o país viveu um ciclo virtuoso a partir de 2003, com distribuição de renda e crédito e também aumento de produtividade na indústria.
 
"Durante esse período, principalmente entre 2005 e 2011, houve um aumento do mercado consumidor e da capacidade de oferta; o investimento também cresceu sistematicamente, não foi um crescimentos artificial", defendeu, ressaltando que a taxa de investimento no país chegou a 12% em 2008. Mas ele também critica que faltou sintonia entre a economia e o crédito, e que o padrão de consumo no país foi modernizado sem mudanças na infraestrutura da economia.
 
Para Rossi, um dos erros fundamentais do primeiro mandato de Dilma Rousseff foi a ausência de contrapartida dos empresários em relação às desonerações adotadas pelo governo, como medidas anticíclicas para reverter um quadro que já apresentava sinais de desaceleração. "Os empresários engordaram suas margens de lucro, mas não deram retorno. Seria mais importante ter um plano de gastos do que desonerações", afirmou.
 
Segundo Rossi, o discurso da crise que se tornou dominante buscou fazer um clima de terrorismo fiscal já em 2014, quando ainda não havia nada que apontasse para uma crise grave. Sobre o resultado primário negativo no ano passado (-0,6%), depois de anos de resultados positivos, ele afirma que, apesar de negativo, esse desempenho foi melhor do que em outros países. "Nossa dívida caiu e hoje não estamos com o FMI na porta", disse.
 
Com a redução atual nos ciclos de consumo e de crédito, as variáveis de demanda estão sendo fragilizadas, diz o economista. "O ajuste fiscal está piorando as contas fiscais, estamos piores hoje do que em dezembro de 2014", afirma. "Irresponsabilidade fiscal é jogar o país numa recessão."



Créditos da foto: Márcio Pochmann - Foto: EBC


O que mais Eduardo Cunha tem que fazer para ser detido?

O que mais Eduardo Cunha tem que fazer para ser detido? Por Paulo Nogueira

Postado em 30 set 2015
Intocável

Intocável

O que mais Eduardo Cunha tem que fazer para que o detenham?

Assaltar um banco à luz do sol? Bater na sogra no Dia das Sogras?

Um, dois, três, quatro, cinco depoimentos coincidem em acusá-lo de coisas pesadíssimas no terreno da corrupção.

Daqui a pouco não haverá mais dedos para fazer essa contagem macabra.

E o que se vê é Eduardo Cunha conspirando como se estivesse livre de qualquer suspeita.

Sabe-se que ele quer agora derrubar uma decisão, a um só tempo, do STF e de Dilma, a que vetou dinheiro de empresas nas campanhas.

Cunha tenta achar uma gambiarra que permita a manutenção dessa que é a fonte primária de corrupção no país.

Em qualquer situação, seria um acinte. Nas presentes circunstâncias, é um crime de lesa pátria.

Como sempre, ele legisla em causa própria. Cunha simplesmente não existiria sem os milhões que as empresas investem nele para que, no Congresso, defenda os interesses delas.

Ele se elege com este dinheiro e, como sua capacidade arrecadadora é enorme, ajuda a eleger outros políticos que comerão depois em sua mão.

Foi assim que virou presidente da Câmara.

Tantas evidências se acumulam contra ele e Cunha age como um Napoleão do Congresso, para vergonha do país.

Por que essa impunidade não termina?

Cunha simplesmente desmoraliza a tese de que o Brasil trava um combate épico contra a corrupção.

Ao contrário, ele reforça a suspeita de muitos de que este combate épico é seletivo, cínico e demagógico. É fácil engaiolar Dirceu, Genoíno, Vaccari. E virtualmente impossível dar o mesmo destino ao outro lado, mesmo com a folha corrida de um Eduardo Cunha

Fiz a pergunta que abre este artigo no Facebook: o que Cunha tem que fazer para responder por suas delinquências?

Uma resposta foi aplaudida por muitos internautas: filiar-se ao PT.

Parece que esta é uma condição na Lava Jato de Moro e da PF: ser do PT.

Rir ou chorar?

Os filósofos sempre recomendaram rir da miséria humana em vez de chorar.

Riamos, então, da miséria da Justiça brasileira.

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.




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 28/set/2015, 18h33min

Propina a Cunha foi paga da Suíça, diz lobista em depoimento à PF


Do Brasil247


Em depoimento à Polícia Federal no âmbito as investigações da operação Lava Jato, o empresário João Augusto Rezende Henriques, apontado como operador do PMDB na arrecadação de propinas em contratos da Petrobras, afirmou que abriu uma conta na Suíça para operacionalizar o pagamento de propina ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O pagamento de propina refere-se a um contrato de compra de um campo de exploração em Benin, na África, pela estatal. Preso há uma semana, Henriques disse à PF que o repasse a Cunha foi um pedido de Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG) – morto em 2009.

"Em relação à aquisição pela Petrobras do campo de exploração em Benin, a pessoa que lhe indicou a conta para pagamento foi Felipe Diniz; que Felipe Diniz era filho de Fernando Diniz; que Felipe enfrentava dificuldades econômicas; que a conta indicada para o pagamento pertencia a Eduardo Cunha", diz trecho do depoimento do lobista à PF.

João Henriques teve sua prisão preventiva decretada pelo juiz Sérgio Moro na sexta-feria, 25, e afirmou também que não sabia que o destinatário da suposta propina era o presidente da Câmara, que nunca teve relação com o presidente da Casa e que só ficou sabendo da titularidade da conta há cerca de dois meses.

Investigado por ter intermediado negócios na área Internacional da Petrobras e ter recebido mais de R$ 20 milhões de fornecedoras da estatal, Henriques havia sido preso temporariamente na 19ª Fase da Operação Lava-Jato. Segundo o Ministério Público Federal, além de ter participado da transação da compra do campo de petróleo no Benin, Henriques intermediou a venda da refinaria San Lorenzo, a compra de 50% de um bloco de exploração offshore na Namíbia, a contratação do navio-sonda Titanium Explorer e o contrato de US$ 825,6 milhões firmado para a Odebrecht em 2010 para prestação de serviços de certificação na área de segurança e meio ambiente.

Eduardo Cunha nega ter recebido propina e tem afirmado que não virar "comentarista de delação".

http://www.sul21.com.br/jornal/propina-a-cunha-foi-paga-da-suica-diz-lobista-em-depoimento-a-pf/


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz