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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

11.9.15

O governador Sartori e a vaca morta

O governador Sartori e a vaca morta


Postado por Juremir em 10 de setembro de 2015 - Uncategorized

O governador José Ivo Sartori disse que de vaca morta não se tira leite. O Rio Grande do Sul é a vaca morta. Até o governador do Maranhão está tirando onda com nossa crise: não quer que o seu Estado se transforme num Rio Grande do Sul. A declaração de Sartori dá o que pensar. Vamos por partes no esquartejamento do animal. Das duas, uma: o candidato Sartori elegeu-se sem saber que a vaca tinha morrido e sem plano para ressuscitá-la, o que é muito grave, ou estava muito consciente da situação e tem um plano para encarecer o preço do leite que passa pela morte da vaca ou por fazer crer que ela bateu as botas.

Em outras palavras, Sartori sabia de menos ou sabe demais.

Eleger-se sem projeto para fazer a vaca voltar a dar leite ou sem saber da morte da vaca equivale a tratar a população como rebanho. Nesse sentido, o eleitor estaria encurralado. Votou numa suposta solução e agora fica sabendo que o problema era desconhecido do candidato. Se isso for verdade, o cidadão só tem algo a exclamar:

– A vaca foi pro brejo e morreu mesmo.

A outra possibilidade não é melhor. O candidato conhecia o estado de saúde da vaca e tem uma solução: declarar que ela está morta para forçar um tratamento de choque capaz de ressuscitá-la à custa da saúde coletiva. Se para fazer a vaca ficar novamente de quatro e dar leite for preciso deixar a população por algum tempo sem segurança, saúde e educação, o "doutor" de plantão topa a parada. Trata-se de um tratamento radical com a ingestão de doses cavalares, se o termo não for incompatível com a metáfora bovina, de leite contaminado. Digamos, uma espécie de vacina. O paciente reage ou se entrega de vez. O estranho do tratamento é que, por um lado, ele parece pretender atacar a causa, como deve ser, mas sem qualquer preocupação com os sintomas. Pela reforma estrutural, cujos efeitos são de longo prazo, não se preocupa com a dor de cabeça imediata.

Por outro lado, parece usar as dores de curto prazo como instrumento para forçar soluções de longo prazo. Acontece que o doente quer parar de sentir dor imediatamente e se curar. A sensação que dá é bizarra: Sartori quer leite sem vaca? Ou pretende tirar mais leite de uma vaca reencarnada? O homem comum tem uma única pergunta:

– Como fazer para a vaca voltar a dar leite?

Os leiteiros do governador sonham com diminuição do tamanho do Estado, privatizações, mudanças na previdência do funcionalismo público e aumento de impostos. Há quem diga que aumentar impostos é a melhor maneira de enterrar de vez a vaca atolada. O que vai rolar nesse campinho? Não adianta fechar a mangueira e jogar a chave na lagoa. Se a vaca está morta, dá para ouvir o berreiro da população sem leite. Espera-se do vaqueiro que ela saiba fazer o animal se levantar e dar leite. Até agora, o governo não mugiu nem tugiu com clareza. Fustiga a vaca, aperta-lhe as tetas ou puxa-a pelo rabo. No meio dessa confusão toda, com a vaca estatelada, o governo faz cara de paisagem. Será que está escondendo o leite para ganhar mingau?


http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=7604




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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz