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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

31.7.12

Altamiro Borges: MPF denuncia "mensalão" de Furnas

terça-feira, 31 de julho de 2012

MPF denuncia "mensalão" de Furnas

Por Amaury Ribeiro Jr., no jornal Hoje em Dia:

A procuradora da República no Rio Andrea Bayão Ferreira denunciou o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, e um grupo de empresários e políticos acusados de participarem da chamada Listas de Furnas – a caixinha de campanha clandestina que funcionou na empresa estatal durante o governo de FHC. A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita Federal que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.


De acordo com a procuradora, o mensalão de Furnas provocou o enriquecimento de funcionários públicos, empresários e lobistas, acusados de alimentarem os financiamentos ilegais de campanha políticas dos tucanos e de seus aliados com o dinheiro público. Segundo a denúncia, o esquema era custeado pelos contratos superfaturados assinados pela estatal com duas empresas : a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda. As duas foram contratadas sem licitação pública para realizar obras no Rio . 

“O diretor Dimas Toledo reproduziu, em Furnas, o esquema nacional que ficou conhecido como ‘mensalão’ - um esquema de arrecadação de propina - na ordem de milhões, custeado mediante o superfaturamento de obras e serviços”, diz a procuradora na denúncia.

A lista

A lista de Furnas, assinada pelo próprio Dimas Toledo, traz o nome de políticos que receberam doações clandestinas de campanha da empresa estatal em 2002. Entre os beneficiados estão os ex-governadores de São Paulo e de Minas Gerais, e outros 150 políticos.

Réus confessos

Os próprios executivos da Toshiba do Brasil - uma das empresas que financiavam o esquema - confirmaram a existência de um caixa dois que sustentava mesada de servidores e políticos. O superintendente Administrativo da empresa japonesa, José Csapo Talavera, afirmou, por exemplo, que os contratos de consultoria fictícios das empresas de fachada, até 2004 , eram esquentados por um esquema de “notas frias”.

Escuta quente

As escutas da Polícia Federal desmentem que o lobista Nilton Monteiro teria tentando falsificar a lista. Pelo contrário. “Durante a intercepção das linhas telefônicas usadas por Nilton Monteiro, nada foi captado que indicasse a falsidade da lista, ao revés, em suas conversa telefônicas, inclusive com sua esposa, sustenta que a lista é autêntica”, diz a procuradora.

Jefferson confirmou

Um dos políticos citados na lista, o ex-presidente do PTB e ex-deputado Roberto Jefferson(PTB) também confirmou à PF a veracidade do documento. De acordo com o depoimento anexado à denuncia do MP, Jefferson disse ter recebido, na campanha para deputado federal em 2002, R$ 75 mil da estatal. A grana foi entregue pelo próprio Dimas Toledo a Jefferson num escritório no centro do Rio.

Peritos

Mas a prova cabal de que a lista de Furnas é mesmo verdadeira acabou sendo fornecida por peritos da Polícia Federal. Em depoimento à PF, além de confirmarem a autenticidade da assinatura de Dimas Toledo, os peritos descartaram a possibilidade de montagem.

Chantagem

De acordo com a denúncia, a lista com o nome de políticos que receberam doações clandestinas da estatal teria sido elaborada pelo próprio Dimas Toledo, que pretendia usá-la para manter-se no cargo. O próprio diretor da estatal teria entregue o material ao lobista, que tentou l negociá-la com os adversários políticos do PSDB.

Trânsito

Dimas Toledo confirmou que o lobista tinha trânsito livre na estatal. Dimas disse ter, inclusive, marcado um encontro do lobista com o departamento jurídico da estatal.

Indiciamento

Além de Jefferson, o MPF denunciou Dimas Toledo, mas deixou de fora caciques do PSDB citados, sob o argumento de que eles são alvos específicos de uma investigação da PF e do MPF sobre os beneficiários da caixinha de campanha alimentada pela empresa estatal.

Vara da Fazenda

O destino de Dimas e de outros operadores de Furnas será julgado pela Vara da Fazenda do Rio. Apesar de Furnas ser uma empresa estatal, a Justiça Federal do Rio encaminhou a denuncia do MPF à Justiça Estadual Fluminense.



http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/07/mpf-denuncia-mensalao-de-furnas.html?spref=fb

esse é o PSDB:


Vereador de Paranaguá, Eduardo Francisco Costa de Oliveira (PSDB), suspeito de comercialização de licenças ambientais e formação de quadrilha

Suspeitos de corrupção

Vereador e ex-chefe do IAP são detidos pela PF em Paranaguá

Os dois são acusados de comercializar licenças ambientais e formação de quadrilha

27/07/2012 | 21:20 Carlos Ohara e Oswaldo Eustáquio

O vereador Eduardo Francisco Costa de Oliveira (PSDB) e o ex-chefe do escritório do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Matomi Yasuda, foram detidos na manhã desta sexta-feira (27) pela Policia Federal em Paranaguá, no litoral do estado. Os dois são acusados pela comercialização de licenças ambientais e por formação de quadrilha. A Justiça de Paranaguá decretou sigilo na ação.

Informações levantadas pela Gazeta do Povo revelam que o vereador tucano, candidato a reeleição neste ano, teria sido flagrado em escutas autorizadas pela Justiça intermediando a liberação de licenças ambientais para construções em áreas protegidas. Há informações que Oliveira supostamente teria sido filmado recebendo R$ 500 mil pela negociação. O dinheiro teria sido pago por uma empresa de logística portuária instalada em Paranaguá.

As prisões foram deferidas temporariamente pela Justiça, atendendo solicitação do Ministério Público em Paranaguá. Policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dos acusados e no gabinete do vereador na câmara municipal, onde foram apreendidos um computador e documentos.

Yasuda e Oliveira foram levados para sede da PF em Paranaguá, onde foram ouvidos. No final da tarde, o vereador parnanguara foi transferido para a superintendência da PF em Curitiba. O ex-chefe do IAP permaneceu detido na sede do 9 Batalhão da Polícia Militar em Paranaguá.

Defesa

O advogado Cláudio Dalledone, responsável pela defesa do vereador, disse na noite de sexta que não teve acesso aos autos que estão sob segredo de Justiça. Segundo ele, Oliveira já havia se colocado a disposição das autoridades há cerca de um mês para ser ouvido, pois havia boatos na cidade sobre o envolvimento do vereador. Dalledone disse que iria protocolar um mandado de segurança para ter acesso ao processo e adotar medidas para soltura de seu cliente.



http://www.jornaldelondrina.com.br/brasil/conteudo.phtml?id=1279907

nesta quarta, 20h > em Caxias!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Circuito Palco Giratório promove turnê do RS
de peça com texto de Nelson Rodrigues


Anjo Negro é a peça em cartaz

No ano em que é festejado o centenário de Nelson Rodrigues, um dos maiores dramaturgos brasileiros, o público gaúcho terá a possibilidade de conhecer a genialidade de sua obra.  Por meio do Circuito Sesc Palco Giratório, o Rio Grande do Sul recebe o circuito da peça "Anjo Negro". Os municípios de Gravataí (28/07), São Leopoldo (29/07), Novo Hamburgo (31/07), Caxias do Sul (01/08), Passo Fundo (03/08), Ijuí (05/08), Santa Maria (07/08), Rio Grande (09/08) e Camaquã (10/08) integram o roteiro das apresentações.

Adaptada pelo grupo Cia. Teatro Mosaico (MT), "Anjo Negro" é um texto escrito por Nelson Rodrigues em 1946, que retrata uma história trágica e paradoxal que crítica o "disfarçado" preconceito racial existente na sociedade burguesa. O personagem Ismael é um rapaz negro e rico que repudia a sua própria cor. Ismael casa-se com uma moça de pele branca chamada Vírginia contra a vontade dela e passa a violentá-la. Por vingança ao marido, a moça  assassina todos os filhos negros que nascem de seu ventre.  

Mais informações: www.sesc.com.br/palcogiratorio

Serviço:

"Anjo Negro"
Duração: 100min
Horário: 20h

Classificação etária: 14 anos

28/07 – Gravataí
Local: Teatro do SESC Gravataí – Rua Anápio Gomes 1241, Centro.

29/07 – São Leopoldo
Local: Teatro Municipal de São Leopoldo – Rua Osvaldo Aranha, 934

31/07 – Novo Hamburgo
Local: Teatro Municipal Pachoal Carlos Magno – Rua Eng Ignácio Christiano Plangee, 66 – Centro

01/08 – Caxias do Sul
Local: Teatro do SESC – Rua Moreira César, 2462


03/08 – Passo Fundo
Local: Teatro Sesc – 2º Andar – Av. Brasil, 30

05/08 – Ijuí
Local: Teatro do Sesc

07/08 – Santa Maria
Local: Theatro Treze de Maio – Praça Saldanha Marinho, s/nº – Centro.

09/08 – Rio Grande
Local: Teatro Municipal, Av. Major Carlos Pinto 312

10/08 – Camaquã
Local: Cine Teatro Coliseu – Rua Duque de Caxias, 190

https://www.sesc-rs.com.br/sistema/noticia.asp?CdPost=8059

30.7.12

carta aos bispos do Paraguai: "o que aconteceu foi um golpe de Estado e um duro revés no processo democrático paraguaio"

Sobre a carta aos bispos do Paraguai

Quinta-feira, 26 de julho de 2012 - 11h01min

A reportagem é de Washington Uranga e está publicada no jornal Página/12. A tradução é do Cepat.

O pronunciamento dos responsáveis da Pastoral Social coloca em evidência um forte debate no seio da Igreja católica no Paraguai diante da destituição de Lugo e da atuação da hierarquia eclesiástica.

Enquanto em Roma o embaixador do Paraguai no Vaticano, Esteban Kriskovich, insiste em que "tivemos reuniões na Santa Sé e a Secretaria de Estado reconhece plenamente o novo governo" e anuncia que o governo de Federico Franco convidou Bento XVI para visitar o país, em Assunção foi divulgada uma carta assinada dias atrás pelos representantes da Pastoral Social de 11 dioceses e prelazias apostólicas na qual solicitam aos bispos católicos para que "façam uma declaração que corrija a visão que se tem dado da Igreja de Jesus Cristo ao povo paraguaio e ao mundo sobre esses acontecimentos (que culminaram no golpe institucional contra Fernando Lugo) e, dessa maneira, se reafirme o seu compromisso de pastores com os mais humildes e desprotegidos".

O pronunciamento dos responsáveis da Pastoral Social, incluído o secretariado nacional desse ramo de atividade eclesiástica, contrasta com o imediato reconhecimento que o Vaticano, através do núncio apostólico (embaixador do Vaticano), Eliseo Ariotti, deu ao governo de Federico Franco. O núncio foi o primeiro embaixador estrangeiro a se encontrar com Franco no dia 23 de junho, dia seguinte à destituição de Lugo, e a foto do encontro foi amplamente divulgada mundo afora, enquanto os países sul-americanos condenavam o golpe parlamentar.

Poucos dias antes da derrocada de Lugo, os bispos católicos lhe haviam solicitado que renunciasse à presidência. Diante desse fato, os responsáveis da Pastoral Social dizem agora que "a atuação de alguns membros da CEP (Conferência dos Bispos do Paraguai), de solicitar ao presidente da República que renunciasse, produziu surpresa, confusão, dor e indignação entre os fiéis e a população, principalmente entre as pessoas mais humildes", porque "vimos, por um lado, a aprovação de setores do poder e, por outro, a desaprovação de setores populares, que consideram esta postura como um afastamento da Igreja dos mais pobres e excluídos".

Ao mesmo tempo torna os bispos diretamente responsáveis pelo golpe em vista de que "as expressões e ações de alguns bispos da CEP que visitaram o presidente Lugo para pedir sua renúncia foram posteriormente utilizadas por alguns parlamentares, como Miguel A. (Tito) Saguier e Juan Carlos Galaverna, para dizer que a Igreja já apoiava este julgamento e fundamentar sua tese de destituição do presidente". Galaverna foi o principal acusador de Lugo na sessão do Senado que terminou com sua destituição.

O pronunciamento dos responsáveis da Pastoral Social coloca em evidência um forte debate no interior da Igreja católica no Paraguai diante da destituição de Lugo e da atuação da hierarquia católica. O documento, em forma de carta dirigida aos bispos responsáveis pela Pastoral Social (Mario Melanio, Oscar Páez Garcete e Cándido Cárdenas), fundamenta-se na necessidade de fidelidade à "nossa missão e ao mandato evangélico da opção preferencial pelos pobres, implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza (Documento de Aparecida n. 392) e que aparece inúmeras vezes no Evangelho, nos documentos da Igreja e na mesma linha de ação pastoral no Paraguai".

Em sua análise política os coordenadores da Pastoral Social qualificam a destituição de Lugo de "golpe de Estado parlamentar" e asseguram que se trata de "um elo a mais no processo que vivemos em nosso país desde a chegada ao poder do presidente Lugo". Para os dirigentes católicos que discordam dos bispos, "depois de 24 tentativas de julgamento político, materializado com a destituição de um presidente eleito por ampla maioria, realiza-se um julgamento político simulado por causas totalmente alheias a um julgamento sério, como, por exemplo, a paternidade do presidente Lugo, a questão ideológica, a amizade de Lugo com dirigentes Sem Terra, etc.". Defendem, em consequência, que "o que aconteceu foi um golpe de Estado e um duro revés no processo democrático paraguaio".

Quanto aos fatos de Curuguaty, onde morreram camponeses e policiais e que serviram de desculpa para o julgamento político de Lugo, os delegados da Pastoral Social afirmam que "é muito doloroso viver uma violência entre compatriotas camponeses e policiais no confuso e suspeito acontecimento de Curuguaty, o que nos leva a exigir uma profunda investigação, esclarecimento e punição dos responsáveis, sem esquecer que, aparentemente, tudo foi uma montagem para justificar o golpe de Estado que deram".

Qualificam o fato como "claro oportunismo político de setores que, semanas antes, haviam negado o mesmo tipo de julgamento a vários membros da Suprema Corte de Justiça e que pretendiam distribuir cerca de 50 milhões de dólares a operadores políticos, através do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral". E exigem "dar atenção humana e jurídica aos feridos, aos que estão nas prisões e seus familiares, assim como também ao processo de libertação dos presos e envolvidos".

Assinalam também que "em nosso diálogo fraterno com alguns camponeses atingidos pelos acontecimentos ocorridos em Curuguaty, sentimos a necessidade urgente de que a Igreja acompanhe de forma institucional as vítimas", para o que propõem uma série de ações concretas e imediatas. Neste sentido, pedem aos bispos que exijam "do Estado o esclarecimento dos fatos", que apoiem "os camponeses com a assessoria jurídica necessária" e que sigam "trabalhando, sem ambiguidades, na implantação da Reforma Agrária integral e na recuperação das terras ilegais".

http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=1&noticiaId=3232

Sarah Menezes e o Bolsa Atleta

sábado, 28 de julho de 2012

Sarah Menezes e o Bolsa Atleta

Por Altamiro Borges

A judoca Sarah Menezes conquistou neste sábado a primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas de Londres. A vitória é das mais significativas.

É o primeiro ouro na história do judô feminino, o terceiro no judô em geral e o segundo das mulheres brasileiras em esportes individuais.

Ela também é muito significativa por ter sido conquistada por uma esportista que se projetou graças ao programa Bolsa-Atleta do Ministério dos Esportes.
É um cala-boca nos neoliberais que criticam a “gastança pública” dos governos Lula e Dilma.

Natural de Teresina, capital do Piauí, a jovem atleta de apenas 22 anos teve muitas dificuldades na sua carreira. Teve que enfrentar os obstáculos financeiros de uma família pobre e até o preconceito contra um esporte considerado masculino pelo seu pai. O programa Bolsa-Atleta viabilizou sua persistência no esporte e nos estudos. Atualmente, ela cursa o quinto período do curso de Educação Física e continua a treinar na sua cidade natal. Hoje, inclusive, ela já conta com três patrocínios privados para os seus treinamentos.

Orgulho dos brasileiros

Feliz com o ouro olímpico, Sarah declarou que sempre acreditou no seu potencial e esforço. “Sei que sou um exemplo no judô porque não sou dos grandes centros. E serei ainda mais depois disso... Acho que as coisas vão melhorar tanto para mim quanto para a minha família. Financeiramente vai melhorar. E também para quem treina comigo”, declarou, emocionada, logo após a vitória.

A presidenta Dilma parabenizou Sarah Menezes e também Felipe Kitadai, que conquistou a medalha de bronze no judô. “Em nome de todos brasileiros, quero parabenizar os dois atletas pela brilhante conquista. O Brasil comemora a vitória de seus atletas e o governo se orgulha de ter contribuído para essa conquista com o Programa Bolsa Atleta, que vem tendo importante papel na profissionalização de nossos esportistas”.
http://altamiroborges.blogspot.co.uk/2012/07/sarah-menezes-e-o-bolsa-atleta.html#more

Ato pede retirada de nomes da ditadura de monumentos públicos

Direitos Humanos| 30/07/2012 | Copyleft

Ato pede retirada de nomes da ditadura de monumentos públicos

Marcha de protesto realizada no Rio de Janeiro neste domingo (29) pediu a retirada do nome de torturadores ou representantes da ditadura de qualquer monumento público e defendeu a necessidade de se criar um programa de proteção às testemunhas que deponham na Comissão da Verdade instalada pelo governo federal. Estudantes do Levante Popular da Juventude realizaram um ato de escracho na estátua do ex-ditador Castelo Branco (1964-67).

Rio de Janeiro - A Articulação Estadual de Memória, Verdade e Justiça do Rio de Janeiro realizou no domingo (29) uma marcha de protesto pela orla de Copacabana contra militares e ex-militares acusados de tortura e violação aos direitos humanos durante a ditadura militar de 1964 a 1985. Os manifestantes pediram a retirada do nome de torturadores ou representantes da ditadura de qualquer monumento público e lembraram a necessidade de se criar um programa de proteção às testemunhas que deponham na Comissão da Verdade instalada pelo governo federal, além de reafirmarem que a comissão não deve só investigar, mas também divulgar e punir os responsáveis pelos crimes cometidos pelo estado brasileiro durante o período.

Cerca de 300 pessoas participaram da marcha que começou em frente ao hotel Copacabana Palace e terminou nas imediações do forte Duque de Caxias, no Leme. Lá, os estudantes do Levante Popular da Juventude realizaram um ato de escracho na estátua do ex-ditador Castelo Branco (1964-67).

“Estamos aqui para denunciar todo e qualquer monumento público que tenha o nome de ditador, porque não podemos aceitar que na nossa história continuemos a fazer reverências a ditadores. Isso aqui é um símbolo da ditadura. Por isso estamos aqui ‘empossando’ o Castelo Branco e dizendo: este não é presidente, este é ditador do Brasil!”, afirmou Larissa Cabral, estudante de Agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e integrante do Levante Popular, após os estudantes colocarem uma faixa simbólica na estátua.

A estudante explicou que a escolha da estátua como palco do escracho, e não o endereço residencial de um acusado de tortura, foi uma decisão do Levante para dar ao ato “mais um caráter pedagógico do que de enfrentamento, e mobilizar mais pessoas que têm essa visão em torno do que foi a ditadura militar no Brasil; afinal de contas, não faz sentido passar em uma rua ou ir a uma praça lembrando esses caras como se eles tivessem contribuído positivamente para a história do país”.

O caráter pedagógico também foi ressaltado pela integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Carmem Diniz, durante o protesto. “Uma coisa importante é combater essa história de revanchismo. Revanchismo é querer torturar o torturador. Não é isso que a gente quer. Todos os países da América Latina estão fazendo julgamentos, menos o Brasil. Precisamos fazer esse julgamento, fortalecermos a Comissão da Verdade, para que essa impunidade não continue. Temos que apurar as responsabilidades para não continuarem acontecendo as torturas que nós sofremos nas delegacias, nos presídios e no campo. Por que os responsáveis pelos crimes do campo não são condenados? Por causa da impunidade!”, disse ela.

Proteção
Na passeata os manifestantes distribuíram uma nota de repúdio à invasão do Grupo Tortura Nunca Mais ocorrida no dia 19, menos de dez dias após o grupo receber ameaças telefônicas. Na ocasião foram furtadas notas fiscais de um programa de proteção às vítimas de violação aos direitos humanos subsidiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e cerca de R$ 1.500,00.

A partir do ocorrido com o Grupo Tortura Nunca Mais, integrantes de diversas organizações que compõem a Articulação Estadual de Memória, Verdade e Justiça do Rio de Janeiro ponturam a necessidade de se pensar na proteção das testemunhas que prestarão depoimentos na Comissão da Verdade. “Isso (ameaças) é uma coisa que aconteceu e acontece na Argentina e a gente começa a ver acontecer por aqui também”, disse Mario Augusto Jakobskind, integrante da comissão de direitos humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), à Carta Maior.

Para o jornalista deve se haver por parte do governo uma preocupação geral com relação às testemunhas, tanto pela integridade física como também com um atendimento psicológico para os traumas que renascem das lembranças de cárcere, torturas e desaparecimentos de conhecidos.


http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20629

28.7.12

GUIA


GUIA


(Pierre Aderne/Marcio Faraco)

Atravessei o oceano
Sem o teu amor de guia
Só o tempo no meu bolso
E o vento que me seguia

Venci colinas de lágrimas
Desertos de água fria
Tempestades de lembranças
Mas tu já não me querias mais, mais
Tu já não me querias mais

Procurei a terra firme
Em cada onda que subia
O sol cegava meus olhos
Toda a noite eu te perdia

Lá dentro no pensamento
Virou tudo nostalgia
Água, sal e sofrimento
Porque tu não me querias mais
Tu não me querias mais

Já era Agosto, quando acordei na praia
E vi chegar a primavera, fiz nova cama de flores
Lembrei de todas as cores, cantei baixinho pra elas

Hoje falo em segredo, nessa paixão esquecida
Pra não acordar saudade, pra não despertar o medo,
Pois um amor de verdade, sonha pró resto da vida.

Mas tu já não me querias mais,
Tu já não me querias mais…
Tu já não me querias mais…



António Zambujo canta GUIA:
http://www.antoniozambujo.com/home.asp?zona=3&template=3&precedencia=0&idioma=1

27.7.12

Sobre a carta aos bispos do Paraguai

Sobre a carta aos bispos do Paraguai

Quinta-feira, 26 de julho de 2012 - 11h01min

por A reportagem é de Washington Uranga e está publicada no jornal Página/12. A tradução é do Cepat.

O pronunciamento dos responsáveis da Pastoral Social coloca em evidência um forte debate no seio da Igreja católica no Paraguai diante da destituição de Lugo e da atuação da hierarquia eclesiástica.

Enquanto em Roma o embaixador do Paraguai no Vaticano, Esteban Kriskovich, insiste em que "tivemos reuniões na Santa Sé e a Secretaria de Estado reconhece plenamente o novo governo" e anuncia que o governo de Federico Franco convidou Bento XVI para visitar o país, em Assunção foi divulgada uma carta assinada dias atrás pelos representantes da Pastoral Social de 11 dioceses e prelazias apostólicas na qual solicitam aos bispos católicos para que "façam uma declaração que corrija a visão que se tem dado da Igreja de Jesus Cristo ao povo paraguaio e ao mundo sobre esses acontecimentos (que culminaram no golpe institucional contra Fernando Lugo) e, dessa maneira, se reafirme o seu compromisso de pastores com os mais humildes e desprotegidos".

O pronunciamento dos responsáveis da Pastoral Social, incluído o secretariado nacional desse ramo de atividade eclesiástica, contrasta com o imediato reconhecimento que o Vaticano, através do núncio apostólico (embaixador do Vaticano), Eliseo Ariotti, deu ao governo de Federico Franco. O núncio foi o primeiro embaixador estrangeiro a se encontrar com Franco no dia 23 de junho, dia seguinte à destituição de Lugo, e a foto do encontro foi amplamente divulgada mundo afora, enquanto os países sul-americanos condenavam o golpe parlamentar.

Poucos dias antes da derrocada de Lugo, os bispos católicos lhe haviam solicitado que renunciasse à presidência. Diante desse fato, os responsáveis da Pastoral Social dizem agora que "a atuação de alguns membros da CEP (Conferência dos Bispos do Paraguai), de solicitar ao presidente da República que renunciasse, produziu surpresa, confusão, dor e indignação entre os fiéis e a população, principalmente entre as pessoas mais humildes", porque "vimos, por um lado, a aprovação de setores do poder e, por outro, a desaprovação de setores populares, que consideram esta postura como um afastamento da Igreja dos mais pobres e excluídos".

Ao mesmo tempo torna os bispos diretamente responsáveis pelo golpe em vista de que "as expressões e ações de alguns bispos da CEP que visitaram o presidente Lugo para pedir sua renúncia foram posteriormente utilizadas por alguns parlamentares, como Miguel A. (Tito) Saguier e Juan Carlos Galaverna, para dizer que a Igreja já apoiava este julgamento e fundamentar sua tese de destituição do presidente". Galaverna foi o principal acusador de Lugo na sessão do Senado que terminou com sua destituição.

O pronunciamento dos responsáveis da Pastoral Social coloca em evidência um forte debate no interior da Igreja católica no Paraguai diante da destituição de Lugo e da atuação da hierarquia católica. O documento, em forma de carta dirigida aos bispos responsáveis pela Pastoral Social (Mario Melanio, Oscar Páez Garcete e Cándido Cárdenas), fundamenta-se na necessidade de fidelidade à "nossa missão e ao mandato evangélico da opção preferencial pelos pobres, implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza (Documento de Aparecida n. 392) e que aparece inúmeras vezes no Evangelho, nos documentos da Igreja e na mesma linha de ação pastoral no Paraguai".

Em sua análise política os coordenadores da Pastoral Social qualificam a destituição de Lugo de "golpe de Estado parlamentar" e asseguram que se trata de "um elo a mais no processo que vivemos em nosso país desde a chegada ao poder do presidente Lugo". Para os dirigentes católicos que discordam dos bispos, "depois de 24 tentativas de julgamento político, materializado com a destituição de um presidente eleito por ampla maioria, realiza-se um julgamento político simulado por causas totalmente alheias a um julgamento sério, como, por exemplo, a paternidade do presidente Lugo, a questão ideológica, a amizade de Lugo com dirigentes Sem Terra, etc.". Defendem, em consequência, que "o que aconteceu foi um golpe de Estado e um duro revés no processo democrático paraguaio".

Quanto aos fatos de Curuguaty, onde morreram camponeses e policiais e que serviram de desculpa para o julgamento político de Lugo, os delegados da Pastoral Social afirmam que "é muito doloroso viver uma violência entre compatriotas camponeses e policiais no confuso e suspeito acontecimento de Curuguaty, o que nos leva a exigir uma profunda investigação, esclarecimento e punição dos responsáveis, sem esquecer que, aparentemente, tudo foi uma montagem para justificar o golpe de Estado que deram".

Qualificam o fato como "claro oportunismo político de setores que, semanas antes, haviam negado o mesmo tipo de julgamento a vários membros da Suprema Corte de Justiça e que pretendiam distribuir cerca de 50 milhões de dólares a operadores políticos, através do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral". E exigem "dar atenção humana e jurídica aos feridos, aos que estão nas prisões e seus familiares, assim como também ao processo de libertação dos presos e envolvidos".

Assinalam também que "em nosso diálogo fraterno com alguns camponeses atingidos pelos acontecimentos ocorridos em Curuguaty, sentimos a necessidade urgente de que a Igreja acompanhe de forma institucional as vítimas", para o que propõem uma série de ações concretas e imediatas. Neste sentido, pedem aos bispos que exijam "do Estado o esclarecimento dos fatos", que apoiem "os camponeses com a assessoria jurídica necessária" e que sigam "trabalhando, sem ambiguidades, na implantação da Reforma Agrária integral e na recuperação das terras ilegais".

http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=1&noticiaId=3232

26.7.12

A LA ABUELA EMILIA



Teresa Parodi

Desde buenos aires le escribo estas líneas
Quisiera que sepa que pienso en usted
Con esa paciencia infinita cuidando
Las flores, los pájaros que suele tener

Aquí la esperanza no me ha abandonado
Pero ando extrañando charlar con usted
Recuerdo que el día que nos despedimos
La oí repetirme que todo irá bien

Señora, me digo, cómo es que se vive
Con esta nostalgia tan grande, no sé
A veces parece que no me resigno
Pero otras me ayuda acordarme de usted

Si ahora pudiera iría volando
A verla y quedarme a su lado otra vez
Y oir que me cuenta de nuevo los cuentos
Junto a la ventana como en la niñez

Mi madre me ha dicho que mucho ha cambiado
Que todas las cosas se olvida y también
Que apenas camina, por eso le escribo
A ver si se alegra y mejora otra vez

Recuérdeme abuela, no olvide que espero
Que riegue sus plantas y vuelva a coser
Aquí mi nostalgia se cura tan sólo
Si yo la imagino tal cual la dejé

No importa si atiende mis muchas razones
Lo único cierto es que quiero saber
Si riega las plantas, si cuida las flores
Si espera mis pasos al atardecer

Y bueno la dejo, recuérdeme un poco
Aquí en buenos aires empieza a llover
Los niños llegaron recién de la escuela
La extraño, ya sabe, escríbame usted

http://www.youtube.com/watch?v=ucCOTVef-TE

25.7.12

Carta Maior - Blog do Emir Sader - O enigma argentino


20/07/2012

O enigma argentino

A direita brasileira nunca entendeu a Argentina, nem quer entender. O parentesco político do peronismo com o getulismo foi um obstáculo fundamental para que pudesse entender o significado daquele fenômeno. Ao contrário, os preconceitos em relação ao peronismo contribuíram para incompreensões em relação ao próprio Brasil.

As histórias dos dois países são mais ou menos paralelas: a industrialização periférica, a hegemonia do nacionalismo no movimento popular, o peronismo e o getulismo, os golpes militares, a redemocratização, o neoliberalismo, governos progressistas neste século. As diferenças vieram do esgotamento do getulismo com o golpe militar de 1964.

As alianças de Getúlio com Peron e, atualmente, de Lula e da Dilma com os Kirchner, fortaleceram a diabolização da Argentina. FHC chegou a dizer que o governo do PT era “um subperonismo”, com todo o pejorativo que o peronismo assumiu na “ ciência política” brasileira.

A mídia daqui só acumula análises negativas e denúncias sobre o governo argentino, sempre como se o país estivesse à beira de um caos e como se o governo dos Kirchner fosse uma aberração. Por isso não conseguem entender e passar para seus leitores, ouvintes e telespectadores, enfoques que possam tornar inteligível que Cristina tenha se reeleito com grande facilidade e a oposição se reduza a uma dezena de grupos fragmentados e sem apoio popular.

As ambiguidades do peronismo favorecem as confusões sobre ele. Peronista foi o governo da Isabel Peron, que deu toda a cobertura para as ações da Triple A e preparou o campo para a ditadura. Assim como peronista foi Carlos Menem, que introduzia uma versão radical do neoliberalismo na Argentina.

Mas são peronistas – mesmo tendo aderido ao menemismo nos anos 90 – os governos de Nestor e de Cristina Kirchner, integrados ao posneoiberalismo latino-americano. Recuperaram a economia argentina do pior desastre da sua história – a implosão da política de paridade entre o dólar e o peso, implementada por Menem e mantida por De la Rua -, fortaleceram a integração regional, recompõem a capacidade econômica do Estado argentino e desenvolvem criadoras formas de políticas sociais.


Postado por Emir Sader às 07:29


http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=1038

Partidos e movimentos lançam campanha Brasil está com Chávez - Portal Vermelho

25 de Julho de 2012 - 10h01

Partidos e movimentos lançam campanha Brasil está com Chávez

Nesta terça-feira (25), data em que se celebrou o Dia de Solidariedade à Revolução Bolivariana, mais de 100 cidades em todo o mundo expressaram seu respaldo ao processo que está sendo conduzido na Venezuela pelo presidente Hugo Chávez, que concorre à reeleição em outubro. Em São Paulo, foi criado o Comitê Brasil está com Chávez em evento realizado na sede do PCdoB com a presença de diversas entidades e partidos políticos.


Por Vanessa Silva


Kerisson Lopes

Da esquerda para a direita, Ricardo Alemão (PCdoB), Valter Pomar (Fórum de São Paulo), João Pedro Stédile (MST) e João Felício (CUT)

No ato de lançamento do comitê foi ressaltada a importância que a reeleição de Chávez tem não só para o povo Venezuelano e para o país, mas para toda a América Latina. A frase de Lula “Chávez, sua vitória será nossa vitória”, — enviada em um vídeo no encerramento do Fórum de São Paulo no começo do mês— também foi lembrada reiteradas vezes.

O secretário executivo do Fórum de São Paulo, Valter Pomar, que é membro do Diretório Nacional do PT, apresentou as resoluções aprovadas no último encontro do Fórum, que aconteceu em Caracas no inicio do julho, e que aprovou uma campanha de solidariedade à Revolução Bolivariana e o apoio à reeleição do presidente Chávez. O encontro definiu como prioridade uma campanha continental defendendo o rumo popular seguido pela Venezuela.

De acordo com João Pedro Stédile, integrante da direção nacional do MST, a Venezuela tem uma posição política estratégica: “nesses meses estamos conscientes das forças de direita que retomaram a ofensiva para tentar frear os avanços que o continente está vivendo seja, com governos progressistas, seja com iniciativas multilaterais de integração como a Celac [Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos], Unasul [União das Nações Sul-Americanas], Alba [Aliaça Bolivariana para os Povos da Nossa América]”.

“A eleição na Venezuela, mais do que a necessária reeleição de Chávez é o centro da disputa do poder em nosso continente, por isso o império vai centrar forças para derrubar esse processo”, ressaltou.
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=tD4mfCnugXo#!

A secretária de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT) Iole Ilíada ressaltou que esta é “uma oportunidade de aprofundar o processo em curso”. E lembrou que apesar do favoritismo de Chávez, “não podemos subestimar nem a força da direita, nem sua falta de escrúpulos”.

Derrotar a direita para ajudar Venezuela


Representando o PCdoB, o secretário de Relações Internacionais do partido, Ricardo Alemão, que coordenou os trabalhos do evento, ressaltou três pontos que devem ser priorizados na campanha internacionalista: a) continuidade do novo ciclo político progressista da América Latina, iniciado com a vitória de Chávez em 1998; b) fortalecimento da integração solidária com iniciativas como Alba, Mercosul, Celac e Unasul e c) o fortalecimento da luta anti-imperialista em países que estão enfrentando os EUA.

Para o representante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Gilberto Maringoni, a eleição de Chávez tem um “simbolismo” na América. “A derrota de Chávez pode acabar com esta onda progressista na América Latina”. E ressaltou que a melhor maneira de ajudar Chávez e a Venezuela é derrotando “a direita aqui dentro” nas eleições municipais de outubro. “É a direita brasileira que diz que não houve golpe no Paraguai, que quer impedir que a Venezuela entre no Mercosul… então, derrotar essa direita é fundamental”.

Encerrando o evento, o representante do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Carlos Ron observou que “Chávez hoje é o coração do povo venezuelano, das conquistas que levamos anos para alcançar e é a esperança da construção da nossa pátria socialista”.

Resoluções

Entre as resoluções tomadas pelo Comitê Brasil Está com Chávez, que será sediado na Barão de Itararé, estão a realização de um ato e uma nova reunião em Brasília no dia 31 de julho também será estimulada a criação de novos comitês, sobretudo no Rio de Janeiro e em Brasília.

Estiveram presentes no evento: PCdoB, PT, PSOL, PSUV, Movimento Consulta Popular, CUT, CTB, UBM, UJS, MST, Tirem as Mãos da Venezuela, Japayke, Cebrapaz, Levante Popular da Juventude, Barão de Itararé, Portal Vermelho, Fórum de São Paulo, Fepal, Brasil de Fato, Telesur, Via Campesina, Consulado da Venezuela em São Paulo.


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=189349&id_secao=7

SOMOS FILHOS DA MÃE TERRA

Autor: Pedro Munhoz
CD: Dez Canções Urgentes


O planeta é uma nave,
cintilante, com certeza,
azul na delicadeza,
linda esta espaçonave.
Feito vôo de uma ave,
buscando o alto da serra,
gira em torno e tudo gera,
sem precisar de motor.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

Milhões e milhões de anos,
nos ensina a natureza
e com rápida destreza,
destruindo tudo estamos.
Contradição dos humanos,
aprende aquele que erra,
maduro aquele que espera,
só quem sofre, dá valor.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

Buscar a simplicidade
pra resolver os problemas,
terminando os dilemas
que atormentam a humanidade.
Chega de tanta maldade,
cansamos de tantas guerras,
o dinheiro mata e enterra,
o pobre, o trabalhador.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

O que dizer então, da água,
a fonte de toda a vida,
em garrafa, ingerida,
só bebe aquele que paga.
E onde tudo se alaga,
toda a gente desespera,
o clima, a atmosfera,
inverte o frio e o calor.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

Não se contam mais histórias,
não se namora na praça,
não tem moça na vidraça,
perdemos toda a memória.
A poesia inglória,
que vivemos nesta era,
mecaniza, dilacera,
lá se foi um sonhador.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

São os pólos degelando,
é a camada de ozônio,
efeito estufa, demônios,
é o fim que vem chegando.
Tudo, tudo terminando,
o ronco da moto-serra,
quanto menos se coopera,
muito mais destruidor.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

Rua mal iluminada,
buraco sem pavimento,
pobreza, areia, cimento,
são favelas penduradas.
Crianças assassinadas,
o futuro alí encerra,
violência prolifera,
vida não rima com a dôr.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

O planeta poluido,
tudo em nome do mercado,
o globo globalizado,
há tempos instituido.
Vivemos embrutecidos,
enjaulados, somos feras,
liberdade é quimera,
na lei do explorador.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

Adonaram-se das mentes,
botaram marca no mundo,
trangenicamente tudo,
envenenaram sementes.
Fizeram com toda a gente
o que nunca se fizera,
não por coincidência mera,
nos chamam, consumidor.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

É a tal chuva de prata,
fumaça pra todo o lado,
chumbo, estrôncio misturado,
que vidinha mais ingrata.
A doença se desata,
saúde não recupera,
longas filas de espera,
sem hospital e doutor.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

Rádio, tv e jornal,
tudo tem o mesmo dono,
a mentira ganha entono,
na noticia parcial.
Senhor do bem e do mal,
o sistema então, opera,
a mudança nada altera,
eleição e eleitor.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

Finalizando senhores,
sem querer a ferro e fogo,
o que está mesmo em jogo,
é a bolsa de valores.
Grandes especuladores,
onde o capital prospera,
é o imperio quem lidera,
este circo de horror.
Somos parte sim senhor,
somos filhos da mãe terra.

http://www.pedromunhoz.mus.br/letras/disco7/d7-10.html

http://www.pedromunhoz.mus.br/mp3/somosfilhosdamaeterra.html

CANÇÃO DA TERRA

Pedro Munhoz

Tudo aconteceu num certo dia
Hora de Ave Maria
O Universo viu gerar
No princípio, o verbo se fez fogo
Nem Atlas tinha o Globo
Mas tinha nome o lugar
Era Terra,
E fez o criador a Natureza
Fez os campos e florestas
Fez os bichos, fez o mar
Fez por fim, então, a rebeldia
Que nos dá a garantia
Que nos leva a lutar
Pela Terra,
Madre Terra, nossa esperança
Onde a vida dá seus frutos
O teu filho vem cantar
Ser e ter o sonho por inteiro
Sou Sem Terra, sou guerreiro
Co'a missão de semear
A Terra, Terra,
Mas, apesar de tudo isso
O latifúndio é feito um inço
Que precisa acabar
Romper as cercas da ignorância
Que produz a intolerância
Terra é de quem plantar
A Terra, Terra,
Terra, Terra...
........................................................

PEDRO MUNHOZ
O cantar de um trovador
>> http://www.pedromunhoz.mus.br/

SAGA DA AMAZÔNIA


Autor: Poeta Cantador VITAL FARIAS

Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta
mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
no fundo d'agua as Iaras, caboclo lendas e mágoas
e os rios puxando as águas.
Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores
os peixes singrando so rios, curumins cheio de amores
sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir
era: fauna, flora frutos e flores
Toda mata tem caipora para a mata vigiar
veio caipora de fora para a mata definhar
e trouxe dragão-de-ferro, para comer muita madeira
e trouxe em estilo gigante, para acabar com a capoeira
Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar
prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar:
Se a floresta meu amigo, tivesse pé pra andar
eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá
O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar
e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar?
depois veio o passarinho, tem o ninho, tem o ar
igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é o mar.
Mas o dragão continua a floresta a devorar
e quem habita essa mata, prá onde vai se mudar!!!
corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá
tartaruga: pé ligeiro, corre -corre tribo dos kamaiura
No lugar que havia mata, hoje há perseguição
grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão
castanheiro, seringueiro já viraram até peão
afora os que já morreram como ave-de-arribação
Zé da Nata tá de prova, naquele lugar tem cova
gente enterrada no chão:
Pos mataram o índio, que matou grileiro que matou posseiro
disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro
roubou seu lugar
Foi então que um violeiro chegando na região
ficou tão penalizado que escreveu essa canção
e talvez, deseperado com tanta devastação
pegou a primeira estrada, sem rumo, sem direção
com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa
dentro do seu coração
Aqui termina essa história para gente de valor
prá gente que tem memória, muita crença, muito amor
prá defender o que ainda resta, sem rodeio, sem aresta
era uma vez uma floresta na Linha do Equador...

Añoranzas

Letra y música: Julio A. Jerez

Cuando salí de Santiago todo el camino lloré
Lloré sin saber por qué, pero sí les aseguro
que micorazón es duro pero aquel día aflojé.

Dejé aquel suelo querido y el rancho donde nací,
donde tan feliz viví alegremente cantando;
en cambio vivo llorando igualito que el crespín.

Los años ni las distancias jamás pudieron lograr,
de mi memoria apartar y hacer que te eche al olvido;
¡ay, mi Santiago querido, yo añoro tu quebrachal!

Mañana, cuando me muera, si alguien se acuerda de mí,
paisanos les vi'a pedir, si quieren darme la gloria,
que toquen a mi memoria la doble que canto aquí.

En mis horas de tristeza siempre me pongo a pensar;

¡cómo pueden olvidar algunos de mis paisanos rancho,
padre, madre, hermanos, con tanta facilidad!

Santiagueño no ha de ser el que obre de esa manera.
espreciar la chacarera por otra danza importada,
eso es verla mancillada a nuestra raza campera.

La otra noche a mis almohadas mojadas las encontré;
más ignoro si soñé o es que despierto lloraba o en
lontananza miraba el rancho aquél que dejé.

Tal vez en el camposanto no haya un lugar para mí;
paisanos, les vi'a pedir que cuando llegue el momento,
tírenme en campo abierto, pero sí donde nací.

Garzón: “Detrás del caso de Assange hay una clara intencionalidad política” | Política | EL PAÍS

Garzón: "Detrás del caso de Assange hay una clara intencionalidad política"

El activista sufre acoso por denunciar el abuso de la corrupción, afirma el exjuez

El abogado considera que la estabilidad "física y psíquica" del australiano está en juego

El exmagistrado de la Audiencia Nacional, Baltasar Garzón, en una foto de archivo. / AFP

El exmagistrado de la Audiencia Nacional, Baltasar Garzón, ha sostenido que la situación del fundador de Wikileaks, Julian Assange, "no es la mejor", dado que "hay una clara intencionalidad política detrás de todo el asunto que le tiene en la situación actual". El exjuez ha añadido que "el uso político" del proceso a Assange se realiza "en virtud de la gran labor que ha hecho con su organización a la hora de denunciar el abuso de las corrupciones". La causa no atañe tanto a la investigación de unos hechos que califica como "inconsistentes", como a la persecución motivada por intereses gubernamentales. Garzón ha hecho estas declaraciones a la Cadena SER, en el marco de los cursos de verano de la Universidad de Jaén en Torres (Jaén) que él mismo dirige.

Garzón liderará la defensa legal de Julian Assange, según ha confirmado a EL PAÍS el propio Assange. Sobre el fundador de la plataforma de filtraciones, que se encuentra en Londres bajo protección de la embajada de Ecuador, pesa una orden de extradición a Suecia, donde la justicia le reclama para responder a denuncias de violación y abusos sexuales presentadas por dos mujeres suecas en agosto de 2010.

Garzón, quien ha evitado dar detalles sobre la estrategia que seguirá en la defensa jurídica, ha agregado que, del éxito de este proceso, depende no solo "el futuro" de Assange, sino también, su estabilidad "física y  psíquica". Según el exmagistrado, el controvertido activista es "solo una persona", que no merece la presión a la que ha sido sometido por parte de los Gobiernos de Gran Bretaña y de Suecia.

La defensa de Assange será complicada —ya que se extiende a distintos países y escenarios jurídicos y procesales—, ha reconocido Garzón. No obstante, "Assange no es rebelde de ninguna jurisdicción, y respeta la acción de la justicia", a pesar de que el proceso "es arbitrario y carente de base absolutamente".

Garzón ha enfatizado: "Queremos y exigimos que haya garantías de que realmente el proceso al que se le somete es justo".

Julian Assange, en una imagen de febrero de 2012. / REUTERS

 Wikileaks ha denunciado igualmente la actitud "coactiva" del Gobierno británico que, "sin ofrecer garantías creíbles respecto de Suecia y los Estados Unidos, está moviendo todos los resortes para acabar con una situación que políticamente le perjudica".

La plataforma de filtraciones ha recordado que Baltasar Garzón revolucionó hace dos décadas la justicia internacional al hacer efectiva una orden de aprehensión contra el exjefe de Estado chileno Augusto Pinochet, "lo que permitió importantísimos avances en la lucha contra la impunidad en Latinoamérica y el mundo entero".

La justicia sueca reclama a Julian Assange para responder a denuncias de violación y abusos sexuales presentadas por dos mujeres suecas en agosto de 2010, en virtud de un fallo del Tribunal Supremo británico. El fundador de Wikileaks no está acusado de violación, no existe ningún cargo contra él. Lo que existe es una denuncia. La fiscalía sueca le reclama para interrogarle; una vez interrogado, decidirá si abre un proceso contra él.

Todo ocurrió en Estocolmo entre los días 14 y 18 de agosto de 2010, cinco días que cambiaron la vida de Assange. El australiano viajó a Suecia para participar en unas conferencias. En la noche del 14 de agosto, mantuvo un primer encuentro sexual con una mujer identificada durante el proceso como Miss A. Según la denunciante, el australiano utilizó el peso de su cuerpo para inmovilizarla y mantener una relación sexual con ella. Además, la obligó a practicar sexo sin preservativo en contra de su expreso deseo, declaró la denunciante. Por estos motivos se le acusa de coerción ilegal y de acoso sexual. Miss A. fue acosada de nuevo por Assange el 18 de agosto. La cuarta acusación contra él, la más grave, es la de violación. Sucedió el 17 de agosto. Miss W. acusa a Assange de haber mantenido con ella relaciones sin preservativo y sin su consentimiento, mientras ella dormía.

El pasado 6 de julio se conoció que el exjuez de la Audiencia Nacional Baltasar Garzón ha creado su propio bufete de abogados en el madrileño barrio de Salamanca. Garzón ejercerá ahora como abogado tras ser condenado a 11 años de inhabilitación como juez por el Tribunal Supremo al haber ordenado la intervención de las conversaciones en prisión de imputados en la trama Gürtel y sus abogados. Desde su inhabilitación, el exmagistrado ha creado también una fundación internacional para promocionar los derechos humanos.

http://politica.elpais.com/politica/2012/07/25/actualidad/1343214923_834137.html

24.7.12

Sul 21 » Pinheirinho: Seis meses depois, vidas seguem afetadas pela tragédia



Pinheirinho:
Seis meses depois, vidas seguem afetadas pela tragédia

Moradores foram expulsos do bairro há seis meses | Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

Samir Oliveira

Às 5h30min da madrugada do dia 22 de janeiro deste ano, 2 mil policiais militares, 220 viaturas, 100 cavalos, 40 cães e dois helicópteros tomaram de assalto a comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Ignorando uma liminar da Justiça Federal, o efetivo cumpria uma ordem de desapropriação do Tribunal de Justiça de São Paulo, que mandou expulsar os mais de 5 mil moradores do terreno pertencente ao mega investidor Naji Nahas.

Neste domingo (22), o que talvez tenha sido a mais truculenta ação de despejo da história recente do país completou seis meses. E o saldo desse período é tão desolador quanto o próprio acontecimento. Uma comunidade que antes era unida agora está espalhada. Uma comunidade onde antes quase todos tinham emprego e renda, hoje está desempregada ou subempregada. Numa comunidade onde antes havia vida, hoje há apenas entulho, restos carcomidos de casas, de móveis, de animais mortos e de histórias.

Após serem expulsos de suas casas, os moradores de Pinheirinho permaneceram até dois meses em galpões cedidos pela prefeitura de São José dos Campos. Com medo de deixar o local e perder um quadrante ou um colchonete, muitas pessoas deixaram de comparecer aos seus trabalhos e não encontraram nos patrões nenhuma sensibilidade à situação precária em que viviam.

Após esse turbulento período de transição – em que os adultos tiveram que cuidar dos idosos e das crianças amontoados nos abrigos –, o que poderia significar ajuda e um relativo conforto se tornou mais uma dificuldade na diáspora do Pinheirinho. Os R$ 500 fornecidos na forma de bolsa-aluguel às famílias não se demonstraram suficientes para os preços elevados de São José dos Campos, onde uma casa de dois dormitórios com 60 m² dificilmente sai por menos de R$ 550.

Na prática, até três famílias precisam se reunir para conseguir alugar uma residência na cidade e muitas outras foram para municípios vizinhos, onde o aluguel é mais barato. Sem falar nas cerca de 40 famílias que foram realocadas pela própria prefeitura de São José dos Campos no loteamento Rio Comprido, área parcialmente desativada por se situar em região de risco, onde deslizamentos de terra já fizeram vítimas fatais no passado.

Resistência persiste e chega aos organismos internacionais

Defensor Público Jairo de Souza já ingressou com mais de 800 ações de indenização em favor dos moradores | Foto: RedeBrasilAtual

Enquanto os moradores de Pinheirinho ainda tentam equilibrar suas vidas entre a tragédia de uma expulsão traumática e a necessidade de seguir em frente, lideranças políticas, autoridades públicas e movimentos sociais buscam alternativas para reparar os danos causados a mais de cinco mil vidas. Durante esses seis meses, a ação policial repercutiu de forma negativa na imprensa internacional e mobilizou uma enxurrada de ações judiciais contra o Estado de São Paulo.

O defensor público paulista Jairo de Souza, que acompanha a situação de Pinheirinho desde 2008 e negociava a regularização da área junto à prefeitura de São José dos Campos, já ajuizou mais de 800 ações de indenização por danos morais e patrimoniais em nome dos moradores. Em entrevista ao Sul21 em junho deste ano, o advogado explicou que o recurso à Justiça pretende reparar o prejuízo financeiro e o sofrimento emocional que a desapropriação causou à população da comunidade. “Pessoas perderam o emprego, consultas médicas ou o próprio rendimento familiar. Alguns tinham formas de renda dentro da própria comunidade. E também estamos pedindo danos morais sobre as humilhações. Tem crianças que não podem ver um helicóptero hoje que começam a chorar”, relatou o defensor público. A média das indenizações exigidas fica em torno de R$ 20 mil por ação.

Além da atuação em âmbito estadual, o caso de Pinheirinho pode ir parar nos tribunais internacionais. Um grupo de juristas formado por nomes como Fábio Comparatto e Dalmo Dallari entregou um dossiê sobre o assunto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA). A comissão tem o poder de remeter a matéria para a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que pode condenar o Estado de São Paulo por violações durante a desapropriação.

As denúncias também foram parar na mesa da corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça, a ministra Eliana Calmon, que garantiu que irá apurar eventuais irregularidades na atuação do Poder Judiciário de São Paulo na condução da ação. Como em setembro ela deixará o cargo, os advogados dos moradores acreditam que até lá Eliana terá uma posição sobre o tema.

As crianças querem Pinheirinho de volta

Moradores relatam que a Polícia Militar não deu tempo para que retirassem pertences das casas | Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

Talvez o elo mais sensível dessa tragédia sejam as crianças. Quem tem até oito anos de idade nunca morou em outro bairro, já que o terreno – desocupado há 30 anos – passou a ser habitado a partir de 2004.

Os pequenos não conseguem entender o que exatamente aconteceu para que fossem expulsos de suas casas. Os pais relatam que, após a desapropriação, seus filhos entram em pânico ao verem duas coisas: helicópteros e policiais militares.

O líder do Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem Teto, Valdir Martins, está articulando negociações para garantir moradia digna aos ex-moradores do Pinheirinho junto aos governos municipal, estadual e federal. Em contato permanente com os atingidos, ele visita as famílias todas as semanas. “As crianças me veem e perguntam quando irão voltar para lá. Na cabeça delas, estão apenas de férias e um dia voltarão para Pinheirinho”, comenta.

Rose Aparecida Silva, de 43 anos, se comove ao falar sobre o neto de apenas seis anos de idade. “O que mais me dói é quando ele pega uma semente de fruta e fala que vai plantar no Pinheirinho. A esperança dele é voltar para lá, onde ele nasceu, brincava e tinha os amiguinhos. Agora ele está sozinho.”

Antes, ela vivia numa casa de quatro dormitórios com a família. O marido era ajudante de pedreiro e a filha mais velha morava ao lado. Hoje, as duas dividem o aluguel de uma casa. O marido de Rose perdeu o emprego por conta da expulsão e tenta ganhar dinheiro na reciclagem de lixo. “Éramos muito unidos no Pinheirinho. Sinto uma revolta muito grande, lá eu tinha minha casinha e até uma horta. Agora moro longe do meu pessoal, bate um desespero… A gente chegou no fundo do poço”, lamenta Rose.

A confeiteira Tanice Rosemere dos Santos, de 44 anos, tinha uma vida boa no Pinheirinho. Vivia do dinheiro que tirava com os bolos e doces que fazia na própria casa. E desfrutava do forte vínculo que a comunidade proporcionada. “Os vizinhos eram como parte da família. Vivíamos realmente em comunidade. Nos finais de semana todos se reuniam. Hoje, parece que essa família toda se perdeu”, recorda.

Semanas antes da invasão, população do Pinheirinho estava preparada para resistir | Foto: Claudio Vieira /O VALE / Rede Brasil Atual

Seis meses após ser expulsa do bairro, ela já se mudou quatro vezes de casa e relata que, assim como muitos outros, sofre preconceito por ter vindo do Pinheirinho. “Quando digo que sou de lá, não querem mais alugar (o imóvel)”, lamenta.

Atualmente, Tanice vive com o filho mais novo, de apenas um ano de idade, no loteamento Rio Comprido, que abriga outras 40 famílias originárias do Pinheirinho – todas realocadas pela prefeitura de São José dos Campos. O problema é que ela pode sair dali a qualquer momento, já que a área estava desabitada por conta do risco de deslizamentos de terra.

Resignada, ela procurará abrigo na casa de um genro. Por hora, Tanice está feliz por ter tido uma sorte diferente da de muitos dos ex-moradores do Pinheirinho: conseguiu um emprego. Os tratores do Estado passaram por cima de sua casa e demoliram junto os móveis, o forno e as formas que a ex-doceira utilizada para trabalhar. Hoje ela trabalha como auxiliar de serviços gerais na MRV Engenharia, empresa que constrói e vende condomínios de luxo no Brasil inteiro. Inclusive em São José dos Campos.


http://sul21.com.br/jornal/2012/07/pinheirinho-seis-meses-depois-vidas-seguem-afetadas-pela-tragedia/


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz