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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

30.9.09

ATO SHOW FORA YEDA

 

4° Mostra Cinema e Direitos Humanos

Cinema e Direitos Humanos

por Rafael Machtura, redação ONNE


Festival chega a 4° edição com exibições de 10 países em 16 capitais do Brasil


Cena do filme 'Unidad 25' (Divulgação)


Outubro e novembro serão meses efervescentes para dezesseis capitais brasileiras. Entre 5 de outubro e 10 de novembro ocorre a 4° Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, com 39 produções de dez países sul-americanos; todas elas exibidas gratuitamente.

São Paulo, Rio de Janeiro, Natal, Belo Horizonte, Teresina, Manaus, Fortaleza, Rio Branco, Belém, Maceió, Brasília, Recife, Curitiba, Goiânia e Salvador receberão, entre longas e curtas-metragens, ficções e documentários, filmes que abordam questões referentes aos direitos humanos. Entre os temas, são abordados os direitos da criança e do adolescente, da população afrodescendente, dos homossexuais, da população carcerária, dos deficientes físicos, da diversidade religiosa, dos migrantes, entre outros.


Garapa, de José Padilha (Divulgação)

Entre os destaques da mostra estão "Histórias de Direitos Humanos" do argentino Pablo Trapero, que divide o longa em 22 episódios de três minutos sobre o assunto; o também argentino "Unidad 25", que abre o festival em São Paulo, que conta sobre uma igreja mantém centenas de fiéis "aprisionados" a devoção do Evangelho; e o documentário brasileiro "Esse Homem Vai Morrer: Um Faroeste Caboclo", que revela como um sonho que atraiu diversos brasileiros para Rio Maria, no Pará, acabou um com a vida de quatorze deles.

O evento ainda exibe "Garapa", de José Padilha (Tropa de Elite), o inédito "Entre A Luz e a Sombra", de Luciana Burlamaqui, e homenageia o projeto "Vídeos nas Aldeias", idealizado por Vincent Carelli, que filmava os índios Nambiquara e depois exibiam as imagens para a tribo, em 1987.


O argentino 'Histórias de Direitos Humanos', de Pablo Trapero (Divulgação)

SERVIÇO

  • 4° Mostra Cinema e Direitos Humanos
    - De 5 de outubro a 10 de novembro -
     

    www.cinedireitoshumanos.org.br

     

    São Paulo - 5 a 11 de outubro de 2009
    Sala Cinemateca Petrobrás
    - 110 lugares
    Lgo. Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino - (11) 3512-6111

    CineSesc
    - 326 lugares
    Rua Augusta, 2075 - Cerqueira César - (11) 2087-0500

    Rio de Janeiro – 9 a 15 de outubro de 2009
    Cine Glória / Memorial Getúlio Vargas
    - 116 lugares
    Praça Luís de Camões, s/ nº – Glória - (21) 2556-0781

    Sala Caixa Cultural
    - 83 lugares
    Av. Almirante Barroso, 25 - Centro - (21) 2544-4080 

    Natal - 7 a 11 de outubro de 2009
    Auditório Sebrae
    - 120 lugares
    Av. Lima e Silva, 76 - Lagoa Nova - (84) 3616-7944

    Porto Alegre - 8 a 16 de outubro de 2009
    Cine Santander Cultural
    - 85 lugares
    Rua Sete de Setembro, 1028 – Centro - (51) 3287-5718

    Belo Horizonte - 13 a 19 de outubro de 2009
    Cine Humberto Mauro
    - 140 lugares
    Av. Afonso Pena, 1537 – Centro - (31) 3226-7400

    Teresina - 13 a 19 de outubro de 2009
    Sala Torquato Neto
    - 140 lugares
    Rua Álvaro Mendes, s/ nº – Centro - (86) 3222-7100

    Manaus - 19 a 25 de outubro de 2009
    Centro Cultural Palácio da Justiça
    - 80 lugares
    Av. Sete de Setembro, 1546 – Centro - (92) 3248-1844

    Fortaleza - 19 a 25 de outubro de 2009
    Cine Benjamim Abrahão
    - 161 lugares
    Av.da Universidade, 2591 – Benfica - (85) 3366-7773

    CUCA - Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esportes
    - 250 lugares
    Av. Presidente Castelo Branco 6.417 – Bairro Ceará

    Rio Branco - 19 a 25 de outubro de 2009
    Filmoteca Acreana
    - 116 lugares
    Av. Getúlio Vargas, 389 – Centro - (68) 3223-1210

    Belém - 22 de outubro a 1º de novembro de 2009
    Cine Líbero Luxardo
    - 86 lugares
    Av. Gentil Bittencourt, 650 – Nazaré - (91) 3202-4321

    Maceió - 26 de outubro a 1º de novembro de 2009
    Cine Sesi Pajuçara -
    163 lugares
    Av. Dr. Antonio Gouveia, 1113 – Pajuçara - (82) 3235-5191

    Brasília - 26 de outubro a 1º de novembro de 2009
    Centro Cultural Banco do Brasil
    - 73 lugares
    SCES Trecho 2 Lote 22 - (61) 3310-7087

    Recife - 30 de outubro a 5 de novembro de 2009
    Cinema da Fundação Joaquim Nabuco - 201 lugares
    Rua Henrique Dias, 609 – Derby - (81) 3073-6689

    Teatro do Parque
    - 740 lugares
    Rua do Hospício, 88 – Boa Vista - (81) 3232.1553

    Curitiba - 3 a 8 de novembro de 2009
    Cinemateca de Curitiba
    - 105 lugares
    Rua Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco - (41) 3321-3252

    Goiânia - 3 a 8 de novembro de 2009
    Cine Cultura / Sala Eduardo Benfica
    - 98 lugares
    Praça Cívica, 2 – Centro - (62) 3201-4670

    Salvador - 4 a 10 de novembro de 2009
    Sala Walter da Silveira
    - 200 lugares
    Rua General Labatut, 27, Subsolo – Barris - (71) 3116-8124

O direito de expressão é o direito de escutar? - Carta Maior

Política| 29/09/2009 | Copyleft
 

A tecnologia põe a imagem, a palavra e a música ao alcance de todos, como nunca antes ocorrera na história humana, mas essa maravilha pode se transformar num logro para incautos se o monopólio privado acabar impondo a ditadura da imagem única, da palavra única e da música única. Ressalvadas as exceções, que afortunadamente existem e não são poucas, essa pluralidade tende, em regra, a nos oferecer milhares de possibilidades de escolher entre o mesmo e o mesmo. O texto é de Eduardo Galeano.

Texto publicado no livro "De pernas pro ar" (LPM)

"Estamos informados de tudo, mas não sabemos de nada"

No século XVI, alguns teólogos da igreja católica legitimavam a conquista da América em nome do direito da comunicação. Jus communicationis: os conquistadores falavam, os índios escutavam. A guerra era inevitável justamente quando os índios se faziam de surdos. Seu direito de comunicação consistia no direito de obedecer. No fim do século XX, aquela violação da América ainda se chama encontro de culturas, enquanto continua se chamando comunicação o monólogo do poder.

Ao redor da Terra gira um anel de satélites cheios de milhões e milhões de palavras e imagens, que da terra vêm e à terra voltam. Prodigiosas engenhocas do tamanho de uma unha recebem, processam e emitem, na velocidade da luz, mensagens que há meio século exigiriam trinta toneladas de maquinaria. Milagres da tecnociência nestes tecnotempos: os mais afortunados membros da sociedade midiática podem desfrutar suas férias atendendo o telefone celular, recebendo e-mail, respondendo ao bipe, lendo faxes, transferindo as chamadas do receptor automático, fazendo compras por computador e preenchendo o ócio com os videogames e a televisão portátil.

Vôo e vertigem da tecnologia da comunicação, que parece bruxaria: à meia-noite, um computador beija a testa de Bill Gates, que de manhã desperta transformado no homem mais rico do mundo. Já está no mercado o primeiro microfone incorporado ao computador, para que se converse com ele. No ciberespaço, Cidade celestial, celebra-se o matrimônio do computador com o telefone e a televisão, convidando-se a humanidade para o batismo de seus filhos assombrosos.

A cibercomunidade nascente encontra refúgio na realidade virtual, enquanto as cidades se transformam em imensos desertos cheios de gente, onde cada qual vela por seu santo e está metido em sua própria bolha. Há quarenta anos, segundo as pesquisas, seis de cada dez norteamericanos confiavam na maioria das pessoas. Hoje a confiança murchou: só quatro de cada dez confiam nos demais. Este modelo de desenvolvimento desenvolve a desvinculação. Quanto mais se sataniza a relação com as pessoas, que podem te pegar a Aids, te tirar o emprego ou te depenar a casa, mais se sacraliza a relação com as máquinas. A indústria da comunicação, a mais dinâmica da economia mundial, vende as abracadabras que dão acesso à Nova Era da história da humanidade. Mas este mundo comunicadíssimo está se parecendo demais com um reino de sozinhos e de mudos.

Os meios dominantes de comunicação estão em poucas mãos, que são cada vez menos mãos e em regra atuam a serviço de um sistema que reduz as relações humanas ao mútuo uso e ao mútuo medo. Nos últimos tempos, a galáxia Internet abriu imprevistas e valiosas oportunidades de expressão alternativa. Pela Internet estão irradiando suas mensagens numerosas vozes que não são ecos do poder. Mas o acesso a essa nova autopista da informação é ainda um privilégio dos países desenvolvidos, onde reside noventa e cinco por cento dos usuários. E já a publicidade comercial está tentando transformar a Internet em Businessnet: esse novo espaço para a liberdade de comunicação é também um novo espaço para a liberdade de comércio. No planeta virtual não se corre o risco de encontrar alfândegas, nem governos com delírios de independência. Em meados de 1997, quando o espaço comercial da rede já superava com sobras o espaço educativo, o presidente dos EUA recomendou que todos os países do mundo mantivessem livres de impostos a venda de bens e serviços através da Internet, e desde então este é um dos assuntos que mais preocupam os representantes norteamericanos nos organismos internacionais.

O controle do ciberespaço depende das linhas telefônicas e nada é mais casual quer a onda de privatizações dos últimos anos, no mundo inteiro, tenha arrancado os telefones das mãos públicas para entregá-los aos grandes conglomerados da comunicação. Os investimentos norteamericanos em telefonia estrangeira se multiplicam muito mais do que os demais investimentos, enquanto avança a galope a concentração de capitais: até meados de 1998, oito mega-empresas dominavam o negócio telefônico nos EUA, e numa só semana se reduziram a cinco.

A televisão aberta e por cabo, a indústria cinematográfica, a imprensa de tiragem massiva, as grandes editoras de livros e de discos e as emissoras de rádio de maior alcance também avançam, com botas de sete léguas, para o monopólio. Os mass media de difusão universal puseram nas nuvens o preço da liberdade de expressão: cada vez são mais numerosos os opinados, os que têm o direito de ouvir, e cada vez são menos numerosos os opinadores, os que têm o direito de se fazer ouvir. Nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, ainda tinham ampla ressonância os meios independentes de informação e opinião e as aventuras criadoras que revelavam e alimentavam a diversidade cultural. Em1980, a absorção de muitas empresas médias e pequenas já deixara maior parte do mercado planetário na posse de cinqüenta empresas. Desde então a independência e a diversidade se tornaram mais raras do que cachorro verde.

Segundo o produtor Jerry Isenberg, o extermínio da criação independente na televisão norteamericana foi fulminante nos últimos vinte anos: as empresas independentes proporcionavam entre trinta e cinqüenta por cento do que se via na telinha e agora chegam a apenas dez por cento.

Também são reveladores os números da publicidade no mundo: atualmente, metade de todo o dinheiro que o planeta gasta em publicidade vai parar no bolso de apenas dez conglomerados, que açambarcaram produção e a distribuição de tudo o que se relaciona com imagem, palavra e música.

Nos últimos cinco anos, duplicaram seu mercado internacional as principais empresas norteamericanas de comunicação: General Electric, Disney/ABC, Time Warner/CNN, Viacom, Tele-Communications INC. (TCI) e a recém chegada Microsoft, a empresa de Bil Gates, que reina no mercado equivalente e televisual. Estes gigantes exercem um poder oligopólico, que em escala planetária é compartilhado pelo império Murdoch, pela empresa japonesa Sony, pela alemã Berteslmann e uma que outra mais. Juntas, teceram uma teia universal. Seus interesses se entrecruzam, atadas que estão por numerosos fios. Ainda que esses mastodontes da comunicação simulem competir e às vezes até se enfrentam e se insultem para satisfazer a platéia, na hora da verdade o espetáculo cessa e, tranquilamente, eles repartem o planeta.

Por obra e graça da boa sorte cibernética, Bill Gates amealhou uma rápida fortuna equivalente a todo o orçamento anual do estado argentino. Em meados de 1998, o governo dos EUA entrou com uma ação contra a Microsoft, acusada de impor seus produtos através de métodos monopolistas que esmagavam seus competidos. Tempos antes, o governo federal entrara com um processo similar contra a IBM: ao cabo de treze anos de marchas e contramarchas, o assunto deu em nada. Pouco podem as leis jurídicas contra as leis econômicas: a economia capitalista gera concentração de poder como o inverno gera o frio. Não é provável que as leis anti-trust, que outrora ameaçavam os reis do petróleo, possa pôr em perigo a trama planetária que está tornando possível o mais perigoso dos despotismos: o que atua sobre o coração e a consciência da humanidade inteira.

A diversidade tecnológica quer significar diversidade democrática. A tecnologia põe a imagem, a palavra e a música ao alcance de todos, como nunca antes ocorrera na história humana, mas essa maravilha pode se transformar num logro para incautos se o monopólio privado acabar impondo a ditadura da imagem única, da palavra única e da música única. Ressalvadas as exceções, que afortunadamente existem e não são poucas, essa pluralidade tende, em regra, a nos oferecer milhares de possibilidades de escolher entre o mesmo e o mesmo. Como diz o jornalista argentino Ezequiel Fernández-Moore, a propósito da informação: "Estamos informados de tudo, mas não sabemos de nada".

Entrevista exclusiva com Manuel Zelaya

 

  ENTREVISTA EXCLUSIVA

Resistência em Honduras
"Povo hondurenho não está disposto a deixar-se vencer", afirma Zelaya
Presidente hondurenho reafirma necessidade de luta, condena repressão e elogia postura do governo brasileiro
Dafne Melo

Imprensa brasileira: De facto ou interina?

Jornal Correio do Brasil
 
Por Gilson Caroni Filho - do Rio de Janeiro

Desde 28 de junho, quando o presidente Manuel Zelaya foi deposto por um golpe militar liderado por Roberto Micheletti, a grande imprensa brasileira, através de seus articulistas mais conhecidos e dedicados editorialistas, voltou a apresentar, como é comum a aparelhos privados de hegemonia, seu vasto arsenal de produção e redefinição de significados. Desta vez, a novidade foi o deslocamento semântico do real sentido do que vem a ser golpe de Estado. Em Honduras, segundo a narrativa jornalística, não há golpistas, mas "governo interino" ou "de facto", pouco importando que a ação militar tenha sido condenada pela União Européia e governos latino-americanos representados pela Organização dos Estados Americanos (OEA)

Como já tive oportunidade de destacar em outra oportunidade "há algo profundo no jogo das palavras". Ainda mais quando, quem as maneja, tem, por dever de ofício, que relatar o que cobre com precisão e clareza. Fica evidente que razão cínica e ética ambíguas são irmãs siamesas. E no jornalismo brasileiro, mudam as gerações, mas as tragédias continuam e o imaginário dos aquários insiste em se engalfinhar contra as evidências factuais.

Agora, empenhada em afirmar que o governo brasileiro teria agido de maneira irresponsável ao conceder abrigo ao presidente deposto, a mídia corporativa repete um velho procedimento. Tenta armar, na produção noticiosa, uma subversão monstruosa: a autoria e a responsabilidade do golpe são transferidas aos que a ele se opõem, de modo que os golpistas, posando de impolutos democratas, ainda encontrem razões e argumentos para desmoralizar, reprimir e, se possível, eliminar seus oponentes. Para a empreitada foram convocados até diplomatas aposentados, saudosos de uma subalternidade quase colonial.

Uma característica saliente do discurso editorial, e de forma alguma sem importância, é o tom mordaz de quem que se propõe a dizer "verdades" a leitores e/ou telespectadores não apenas iludidos, mas idealizados como obtusos. O trecho abaixo, extraído da revista Veja ( edição 2132, de 30/09/2009) é exemplar. Trata-se da reportagem "O pesadelo é nosso", assinada pelos jornalistas Otávio Cabral e Duda Teixeira.

"Com as eleições marcadas para o próximo dia 29 de novembro, o governo interino que derrubou Zelaya se preparava para reconduzir o país à normalidade democrática. O candidato ligado a Manuel Zelaya aparecia até bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Seria uma saída rápida e democrática para um golpe, coisa inédita na América Latina. Seria. Agora o desfecho da crise é imprevisível. O mais lógico seria deixar o retornado sob os cuidados dos amigos brasileiros até depois das eleições, que, se legítimas, convenceriam a comunidade internacional das intenções democráticas dos golpistas"

Não procurem lógica no texto. Muito menos o uso político do mito da objetividade jornalística. O panfletarismo é prepotente e assumidamente faccioso para se preocupar com detalhes. Falar em "intenções democráticas dos golpistas" não expressa dificuldade de ordem racional, mas uma formidável comédia de erros e imposturas orquestradas por setores decisivos de uma direita inconformada com uma política externa exitosa.

Não se trata apenas da insistência da grande mídia brasileira em "manter um viés anti-Lula, fazendo uma cobertura parcial e tendenciosa sobre os acontecimentos que envolvem o fato", como afirmou o deputado José Genoíno. A operação em curso vai bem além desse propósito. O que ela busca ocultar são os resultados da reunião do G-20, em Pittsburgh, com a abertura para a reorganização das instituições financeiras internacionais e maiores direitos para os países emergentes. O êxito diplomático deve ser substituído por uma "trapalhada ideológica que não faz jus à tradição pragmática do Itamaraty".

É exatamente isso o que confessa o articulista Clóvis Rossi, em sua coluna de sexta-feira, 25 de setembro, na Folha de S. Paulo.

"Escrevendo textos no lobby do Hotel Sheraton, em que Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado em Pittsburgh, sou agradavelmente interrompido por Gilberto Scofield, o competente correspondente de O Globo em Washington: Cara, Honduras conseguiu eclipsar completamente o G20 nos jornais brasileiros. Só recebo cobranças sobre Honduras".

Essa desenvoltura de militantes eufóricos só reforça o que se sabe da grande imprensa. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas os modelos-teimosos- permanecem como farsa de um jornalismo que não se sabe ao certo se é "de facto" ou interino. Os acontecimentos de Tegucigalpa são contagiantes

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Correio do Brasil e do Jornal do Brasil.

O que é bom para o Lula, é ruim para o Brasil?



29/09/2009

A mídia mercantil (melhor do que privada) tem um critério: o que for bom para o Lula, deve ser propagado como ruim para o Brasil. A reunião de mandatários sulamericanos em Bariloche – que o povo brasileiro não pôde ver, salvo pela Telesul, e teve que aceitar as versões da mídia – foi julgada não na perspectiva de um acordo de paz para a região, mas na ótica de se o Lula saiu fortalecido ou não.

O golpe militar e a ditadura em Honduras (chamados de "governo de fato", expressão similar à de "ditabranda") são julgados na ótica não de se ação brasileira favorece o que a comunidade internacional unanimemente pede – o retorno do presidente eleito, Mel Zelaya -, mas de saber se o governo brasileiro e Lula se fortalecem ou não. Danem-se a democracia e o povo hondurenho.

A mesma atitude têm essa mídia comercial e venal diante da possibilidade do Brasil sediar as Olimpíadas. Primeiro, tentaram ridicularizar a proposta brasileira, a audácia destes terceiromundistas de concorrer com Tóquio, com Madri, com Chicago de Obama e Michelle. Depois passaram a centrar as matérias nas supostas irregularidades que se cometeriam com os recursos, quando viram – mesmo sem destacar nos seus noticiários – que o Rio tinha passado de azarão e um dos favoritos, graças à excelente apresentação da proposta e ao apoio total do governo. Agora se preparam para, caso o Rio de Janeiro não seja escolhido, anunciar que se gastou muito dinheiro, se viajou muito, para nada. Torcem por Chicago ou outra sede qualquer, que não o Rio, porque acreditam que seria uma vitória de Lula, não do Brasil.

São pequenos, mesquinhos, só vêem pela frente as eleições do ano que vem, quando tentarão ter de novo um governo com que voltarão a ter as relações promíscuas que sempre tiveram com os governos, especialmente com os 8 anos de FHC. Não existe o Brasil, só os interesses menores, de que fazem parte as 4 famílias – Frias, Marinho, Civitas, Mesquita – que pretendem falar em nome do povo brasileiro.

O povo brasileiro vive melhor com as políticas sociais do governo Lula? Danem-se as condições de vida do povo. Interessa a popularidade que isso dá ao governo Lula e as dificuldades que representa para uma eventual vitória da oposição. A imagem do Brasil no exterior nunca foi melhor? A mídia ranzinza e agourenta não reflete isso, porque representa também a extraordinária imagem de Lula pelo mundo afora, em contraposição à de FHC, e isto é bom para o Brasil, mas ruim para a oposição.

O que querem para o Brasil? Um Estado fraco, frágil diante das investidas do capital especulativo internacional, que provocou três crises no governo FHC? Um país sem defesa ou dependente do armamento norteamericano, como ocorreu sempre? Menos gastos sociais e menos impostos para ter menos políticas sociais e menos direitos do povo atendidos? Um povo sem auto estima, envergonhado de viver em um país que eles pintam como um país fracassado, com complexo de inferioridade diante das "potências", que provocaram a maior crise econômica mundial em 80 anos, que é superada pelos países emergentes, enquanto eles seguem na recessão?

São expressões das elites brancas, ricas, de setores da classe média alta egoísta, que odeia o povo e o Brasil e odeia Lula por isso. Adoram quem se opõem a Lula – Heloísa Helena, Marina, Micheletti -, não importa o que digam e representem. Sua obsessão é derrotar Lula nas eleições de 2010. O resto, que se dane: o povo brasileiro, o país, a situação de vida da população pobre, da imagem do país no mundo, da economia e do desenvolvimento econômico do Brasil.

O que é bom para o Lula é ruim para eles e tentam fazer passar que é ruim para o Brasil. É ruim para eles, as minorias, os 5% de rejeição do governo, mas é muito bom para os 82% de apoio ao Lula.

Postado por Emir Sader às 05:42

Cesare Battisti, bode expiatório

Jornal Correio do Brasil
 
Por Rui Martins - de Berna

Cesare Battisti – cidadão italiano sem importância que, para garantir o sustento de sua família e pagar as contas no fim de mês, conseguiu (sonho dos antigos emigrantes portugueses) ter um pequeno apartamento em Paris, em troca do serviço de zelador (entregar as correspondências, varrer as escadas e recolher o lixo), aproveitando as horas livres para escrever romances policiais – poderia ser apenas um personagem de Antonio Tabucchi (escritor italiano).

Poderia ser, por exemplo, o discreto senhor Pereira, na Lisboa salazarista contada, nas cores escuras da repressão e medo da ditadura, pelo escritor italiano, de Pisa, apaixonado por Fernando Pessoa – a ponto de aprender o português e integrar-se no mundo lusitano. Pouca gente saberia da juventude tumultuosa do senhor Battisti, às vezes casmurro por seu destino,
longe de imaginar que, alguns anos depois, seria manchete de jornais italianos, mobilizaria juristas, envolveria governos, depois de ter buscado em vão o anonimato no país de Lula, cuja vitória tanto comemorara, em Paris, na modesta condição de emigrante e refugiado político.

Poderia, mas lhe foi negada a existência discreta que aspiram os fugitivos, sempre temerosos de serem localizados e descobertos. A cansativa fuga a pé da Itália, a França, o México, Paris, novamente a fuga até chegar ao Brasil para viver três anos na clandestinidade – essa longa marcha em busca de um lugar seguro e livre foi frustrada por uma nova prisão, e já se vão
dois anos. Uma esperança de liberdade logo foi substituída pela ameaça de passar o resto de sua vida na prisão.

Acusado de crimes que afirma não ter cometido, acolhido na fuga pelo presidente francês François Mitterrand, seu estatuto de refugiado ia ser definitivamente substituído por uma naturalização francesa quando outro presidente, Jacques Chirac, decidiu reabrir as acusações já prescritas, forçando novo exílio, desta vez no Brasil, com outro nome e outra aparência,
mas sem conseguir escapar a um terceiro presidente francês, Nicolas Sarkozi, já em território brasileiro e mais de 30 anos depois dos crimes a ele atribuídos.

Em todos esses episódios o interesse de seus perseguidores era político. Battisti, uma presa tão perseguida pelos predadores, nada mais é que um bode expiatório.
 

sessão de autógrafos - livro de Roberto R. F. do Nascimento

"A formação urbana de Caxias do Sul"
 
dia 03 de outubro, sábado, 
às 16 horas, 
na Feira do Livro de Caxias do Sul
(no estande da prefeitura)

Serra, a única opção da direita

Jornal Correio do Brasil
 
Por Gilson Caroni Filho - do Rio de Janeiro


Serra é defensor do Estado mínimo

Ao afirmar, em discurso na sede do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), que os atuais pré-candidatos à presidência da República têm todos origem na esquerda, Lula desenhou um cenário que precisa ser melhor delineado para entendermos seus desdobramentos. Qual seria o alcance dessa observação feita em clima de descontração? Onde estão seus limites teórico-políticos? Por que foi rapidamente endossada pela grande imprensa e por conhecidos acadêmicos que pontificam em suas folhas?

Se, por sua trajetória pessoal, o governador de São Paulo, José Serra, em princípio, não chega a ser o "queridinho do mercado", é bom lembrar que circunstâncias históricas particulares não raramente produzem uma alteração diferencial do voto conservador. Sua provável candidatura vem de uma linhagem político-partidária definida desde a eleição de Fernando Henrique em 1994. Um consórcio que, por oito anos, abrigou parte dos grupos oligárquicos mais reacionários da política brasileira.

Não faltará quem argumente que os maiores problemas de Serra serão o entorno e a política de alianças que terá que manter. Lorota, falácia pura. Como lembrou o sociólogo Chico de Oliveira em entrevista para a Revista Adusp, dois anos após a vitória de FHC, "a liderança da coalizão que sucateou o país sempre coube ao PSDB". Foram desse partido, e não do PFL, as diretrizes do neoliberalismo, de uma modernização conservadora que, reforçando as estruturas oligárquicas do Estado brasileiro, aprofundou o fisiologismo e o patrimonialismo que impedem a republicanização da prática política e do gerenciamento das demandas populares.

Afirmações que dão como esgotadas as contradições entre tucanos e petistas são mais exercícios de transformismo do que análises calcadas em qualquer evidência. Ignoram que a identidade partidária é, sobretudo, um fenômeno vinculado ao que é construído na participação política e no exercício do poder. Fingem não se dar conta de que os avanços obtidos no governo do presidente Lula dramatizam a urgência de profundas reformulações político-institucionais. E é isso que estará no centro das eleições de 2010: da consolidação das políticas sociais ao marco regulatório do pré-sal.

Com sua política de terra arrasada, o governo FHC açulou várias contradições e antagonismos da sociedade brasileira. Porém, ao mesmo tempo em que as levou ao paroxismo, construiu uma unidade de pensamento que aglutinou parcelas expressivas da população em torno de aspirações de uma mudança substantiva nas estruturas que sustentavam a ordem social vigente.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) relativa ao ano de 2008 atestam a inegável inflexão ocorrida no país. Um quadro totalmente distinto daquele herdado em 2002, quando 46 milhões de habitantes viviam abaixo da linha da pobreza. Sem contar os 20% de desempregados e os que, mantendo os postos, sofriam uma queda de 10% na renda nacional.

Se a fluidez do processo político brasileiro com freqüência prepara armadilhas para o analista, a identificação dos núcleos de inconformismo com os avanços obtidos permite uma clivagem segura. O governador Serra conta com o apoio da grande mídia e dos segmentos mais associados a modelos excludentes e a políticas externas marcadas por inserção subalterna no cenário mundial.

Votam no governador os que defendem o Estado mínimo, os que advogam que o mercado é um mecanismo capaz de auto-regulação perfeita, os que se opõem a uma mudança de paradigma econômico, em suma, a direita truculenta que nunca teve qualquer projeto de país ou compromisso com a democracia. Os que se negam a passar a limpo radicalmente as instituições políticas, econômicas e culturais. Toda esta acumulação de farsa se reagrupa novamente sob a plumagem do tucanato.

Dessa vez, ao contrário de outros momentos da história brasileira, há partidos políticos do campo democrático-popular consolidados e lideranças que podem assumir com coerência e nitidez a vocação renovadora exigida pela nova cidadania brasileira. Nunca foi tão nítida a distinção entre esquerda e direita. Forjar falsos consensos no ano que antecede um pleito majoritário, uma disputa em que tudo "é ou bola ou búlica" apenas serve para levar água para os moinhos da direita. A moagem que só interessa à candidatura de José Serra.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Correio do Brasil e do Jornal do Brasil.

 

Programação musical

 


Programação musical TV Brasil

Já estão no ar os novos programas musicais, desta vez privilegiando também os jovens, que há muito tempo esperavam por uma programação musical que falasse sua língua.

O programa Segue o Som, exibido as segundas às 18h, sextas às 19h e em reprise aos sábados, às 20h apresenta clipes de todos os estilos de música e promete inovar apostando na interatividade com o público. Os telespectadores poderão, por exemplo, enviar sugestões de artistas, clipes, blogs, além de seus próprios videoclipes para serem exibidos, ajudando assim na construção da identidade do programa.

O Alto Falante, produção da Rede Minas exibido as quartas, às 17h30 e aos sábados, às 20h é uma revista eletrônica musical voltada para a música pop, que apresenta notícias e reportagens sobre shows, artistas e novidades sobre o mercado fonográfico.

Já o Sinfonia Fina, em seus dez episódios, que exibimos quarta-feira à 00h e sexta às 23h45 é produzido pela TV Cultura de São Paulo em parceria com o Conservatório de Tatuí, apresenta uma mistura entre música erudita e popular, com uma linguagem jovem que promete agradar a todos os públicos.

Os já consagrados, A Grande Música, Samba na Gamboa, Cena Musical, Viola minha Viola e Som na Rural agora serão exibidos em novos horários.

Samba na Gamboa – Terça-feira, às 22h

Cena Musical – Quinta-feira, à 00h

A Grande Música – Sábado, às 15h e em reprise segunda-feira, à 00h10

Viola minha Viola – Domingo, às 09h

Som na Rural – Domingo, às 18h30

 


Como Sintonizar

Rio de Janeiro
Canal 2 / VHF Analógico
Canal 32 / UHF Analógico
Canal 41 / UHF Digital
Canal 18 / NET Cabo
Canal 116 / Sky-DirecTV
Canal 181 / TVA

Distrito Federal
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Satélite - Transmissão Analógica
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Quando matam um Sem Terra

Pedro Munhoz

1.
Quem contar traz à memória,
sabendo que a dor existe,
quando a morte ainda insiste,
em calar quem faz a História.
Pois quem morre não tem glória,
nem tampouco desespera,
é um valente na guerra,
tomba, em nome da vida.
Da intenção ninguém duvida,
quando matam um Sem Terra.

2.
Foi assim nesta jornada,
quando mataram mais um,
o companheiro ELTON BRUM,
não teve tempo pra nada.
Numa arma disparada,
o Estado é quem enterra
e uma vida se encerra,
em nome da covardia.
Toda a nossa rebeldia
quando matam um Sem Terra.

3.
É o desatino fardado,
armado até os dentes,
até esquecem que são gente,
quando estão do outro lado.
E vestidos de soldado,
todo o sonho dilacera,
violência prolifera
tiro certeiro, fatal.
Beiram o irracional,
quando matam um Sem Terra.

4.
Quem és tu, torturador,
que tanta dor desatas,
desanima e maltrata
o humilde plantador?
Negas a classe, traidor,
do povo tudo se gera,
te esqueces deveras,
debaixo de um capacete.
Dá a ordem o Gabinete,
quando matam um Sem Terra.

5.
Em algum lugar da pampa,
ELTON deve de estar,
tranquilo no caminhar,
jeito humilde na estampa.
E algum céu se descampa,
coragem se retempera,
outras batalhas se espera,
dois projetos em disputa.
Não se desiste da luta,
quando matam um Sem Terra.

Barra do Ribeiro/RS
27.08.09

29.9.09

Brasil - com Z?? Pra quem?? Porque??

 

sobre Honduras

ONU reitera condena asedio embajada Brasil en Honduras
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El secretario general de la ONU, Ban Ki-Moon, calificó este martes de inaceptables las amenazas contra la embajada de Brasil en Tegucigalpa y demandó garantías para la seguridad del presidente constitucional hondureño, José Manuel Zelaya.
El máximo responsable de Naciones Unidas expresó su profunda preocupación ante la evolución de los hechos en ese país centroamericano, sumido en una crisis tras un golpe de Estado realizado el pasado 28 de junio.
 

Resistencia hondureña se mantendrá en las calles pese a suspensión de garantías

 Presidente Constitucional de Honduras Manuel Zelaya reacciona ante suspensión de garantías del gobierno de facto (Foto: teleSUR)
Presidente Constitucional de Honduras Manuel Zelaya reacciona ante suspensión de garantías del gobierno de facto (Foto: teleSUR)

El Frente Nacional de la Resistencia informó que seguirán en la lucha por hacer volver el orden constitucional a la nación y con éste el retorno del presidente legítimo Manuel Zelaya al poder.

 
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TeleSUR _ Hace: 03 horas

Las manifestaciones en contra del régimen de facto de Roberto Micheletti, continuarán este martes pese a la suspensión de garantías decretada el pasado domingo, de acuerdo con lo anunciado por el Frente Nacional de la Resistencia contra el golpe de Estado de Honduras.

Mediante un comunicado, la organización informó que seguirán en la lucha a favor de la vuelta del orden constitucional a la nación y el retorno del presidente legítimo, Manuel Zelaya, al poder.

"Renovamos nuestro compromiso de mantener la lucha popular hasta lograr la refundación de Honduras como país en ruta hacia la liberación de las oligarquías que han oprimido históricamente al pueblo", subraya el documento.

"Se equivocaron de pueblo", dijo uno de los activistas del Frente, Amílcar Espinoza, quien aseguró que los golpistas creyeron que las protestas populares durarían apenas unos tres días.

Varias organizaciones y gremios se reunirán este martes para discutir las nuevas acciones frente a recientes decisiones del gobierno de facto como la suspensión de las garantías constitucionales por 45 días.

El gobierno decretó el estado de sitio en un intento de impedir la movilización popular, tras el regreso sorpresivo de Manuel Zelaya a Tegucigalpa la pasada semana.

Se espera que las acciones de calle se incrementen también luego del cierre de la emisora Radio Globo y el canal 36 de la televisión, Cholusat Sur, los dos únicos medios de la capital con cobertura de las manifestaciones antigolpistas.

http://www.telesurtv.net/noticias/secciones/nota/58558-NN/resistencia-hondurena-se-mantendra-en-las-calles-pese-a-suspension-de-garantias/

Fotos de CAXIAS DO SUL

...a cidade já foi bonita...
 
...passado...
 

Honduras: Régimen de facto suspende garantías individuales

Comunicaciones - Vía Campesina en Honduras

Espero que no sea esta la última vez que escriba. La persecución en
Honduras es terrible. Ayer que fue devuelta la comisión de la
Organización de Estados Americanos (OEA), entre ellos: 2 españoles, 1
norte americano ,1 colombiano. No se precisaron sus nombres ya que se
les mantuvo aislados de los medios de comunicación, para que no pudieran
expresarse. Ellos venían al país a mediar en el diálogo entre las
autoridades constitucionales y el régimen de facto, pero no les
permitieron su ingreso y fueron devueltas del aeropuerto internacional
de Toncontín en horas del media día.

Pero la tragedia para el pueblo hondureño no termina. El régimen de
facto continúa con su represión y ha declarado un Estado de sitio. Desde
hoy, Lunes 28 de Septiembre del 2009, entró en vigencia la suspensión de
las garantías individuales. La suspensión es por 45 días prorrogables,
todo esto para impedir que la resistencia y el pueblo hondureño siga
manifestando su repudio al golpe de Estado.

Los artículos suspendidos son: 69, 72, 78, 81, 84 y entró en vigencia y
aplicación inmediata el decreto ejecutivo número PCM 016-2009, en una
clara violación a los derechos individuales de las y los ciudadanos,
especialmente los miembros del frente de resistencia y los medios de
comunicación que han estado informando objetivamente al pueblo
hondureño. Según se supo, esta nueva disposición no irá al Congreso
Nacional para que sea discutida, ya que fue elaborado por los fascistas
en casa presidencial y en consejo de ministros, y solo irá al Congreso
Nacional para que la conozcan los diputados.

El contenido de estos artículos suspendidos es fundamental, y se refiere
a los derechos que tenemos las y los ciudadanos a la libertad personal,
a la libre emisión del pensamiento por cualquier medio de difusión, sin
previa censura; también la garantía a la libertad de asociación y
reunión, además el derecho que toda persona tiene a circular libremente,
salir y entrar y permanecer en el territorio nacional, y por último la
prohibición que nadie puede ser arrestado o detenido, sino en virtud de
un mandato escrito de autoridad competente. Todos estos artículos
suspendidos por el régimen de facto van claramente dirigidos a terminar
con la resistencia, que ha mantenido su lucha desde hace 93 días en las
calles, y coartar la libertad de expresión a los medios de comunicación
que han estado al servicio del pueblo desde el golpe de Estado.

Como parte del cumplimiento a estas represiones, hoy a las 5:20 de la
mañana, fue sacada del aire Radio Globo. Los periodistas solo
transmitieron unos 20 minutos y aprovecharon para advertirle al pueblo
hondureño sobre el cierre de esta estación de radio, ya que desde que
ellos llegaron a las instalaciones de la emisora estaba totalmente
militarizada y minutos después pudimos escuchar como los policías y
militares golpeaban los portones con mucha fuerza, mientras su director,
David Romero Elner, anunciaba que la emisora estaba siendo tomada en
esos momentos.

No se sabe si los compañeros periodistas que estaban transmitiendo
fueron capturados y llevados presos, pero sí nos dio mucha tristeza
saber que eran los últimos momentos que esta potente radioemisora
transmitía. Solo quedó grabada en nuestras mentes la última melodía que
sonó en la radio: es una canción dedicada al presidente Zelaya con
música de los Tigres del Norte, que se llama Jefe de Jefes -es muy
alegre por cierto- y luego solo escuchamos un ruido. Igual suerte corrió
Canal 36 Cholusat Sur: desde horas muy tempranas fue sacada su señal.
Este régimen fascista nos tiene atados de pies y manos a todos los
hondureños que nos pronunciamos en contra del golpe de Estado.

No sé cómo este régimen de facto habla de democracia cuando hay un
pueblo que está siendo atropellado sus derechos desde hace tres meses,
sin que nadie haga nada para impedírselo. La resistencia ha hecho la
lucha durante todo este tiempo; pero ellos tienen el poder y las armas
para imponernos sus ideas y de verdad nos duele mucho saber que la
comunidad internacional ha permitido que un pueblo pacífico como el
hondureño sea atropellado y reprimido tan groseramente.

La represión es tal que la policía y el ejército se están dando a la
tarea desde horas muy tempranas de hoy de revisar a todas las personas
que circulan por las calles. Les chequean sus pertenencias y desde hoy
ya no podremos ni manifestarnos pacíficamente como lo hemos estado
haciendo durante todo este tiempo. No sé qué pasará de hoy en adelante
con la resistencia, que ya ha manifestado su intención de continuar en
la lucha, pero que con la suspensión de estas garantías individuales,
las personas se ven limitadas para participar en las protestas. Es más,
tenemos mucho miedo por todo lo que pueda pasar, porque estamos seguros
que el pueblo tratará por cualquier medio de reclamar sus derechos que
le garantiza la Constitución de la República.

Es casi seguro que si la resistencia intenta manifestarse hoy, muchos
serán apresados, pero la dirigencia del frente ya hizo la invitación a
sus miembros a que se reúnan en la Universidad Pedagógica Francisco
Morazán, hoy al as 8:00 de la mañana. Ojala que esta nueva provocación
fascista no acabe con la paciencia del pueblo y se desaten
acontecimientos mayores. El llamado es para la comunidad internacional
para que tome cartas en el asunto y resuelva, de una vez por todas, este
conflicto político, que nos tiene sumidos en un estado de sitio diariamente.

Por otra parte, ayer se le dio cristiana sepultura a la joven
universitaria Wendy Elizabeth Ávila, miembro de la resistencia, quien
falleció el Viernes después de luchar por su vida durante varios días,
luego que salió seriamente afectada cuando la policía desalojó a la
resistencia que permanecía frente a la embajada de Brasil, el día Martes
de la semana pasada, apoyando al presidente Zelaya. Las muchas bombas
lacrimógenas lanzadas ese día y otros gases tóxicos provocaron que esta
joven mujer falleciera de un ataque de asma. Sus restos mortales fueron
velados en el STIBYS y el padre Andrés Tamayo ofició una misa de cuerpo
presente, donde se le rindió homenaje a esta valiente dama que ofrendó
su vida al igual que otros tantos ciudadanos asesinados por esta lucha
contra que han mantenido en contra del golpe de Estado.

ESTAMOS SIENDO REPRIMIDOS; PERO NO VENCIDOS

28.9.09

Amorim: decisões de Micheletti mostram "estado de surdez"

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, condenou nesta segunda-feira as recentes decisões do presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, e disse que atitudes como o ultimato dado ao Brasil ameaçando a embaixada brasileira, que abriga o presidente deposto Manuel Zelaya, de perder seu status diplomático e sua inviolabilidade refletem um "estado de surdez" diante das condenações de toda a comunidade internacional.

Diante do agravamento da crise institucional em Honduras, a representante permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Luiza Viotti, encaminhou nesta segunda-feira ao Conselho de Segurança da ONU carta em que o governo brasileiro manifesta "preocupação" pelo fato de o presidente de facto em Honduras, Roberto Micheletti, ter dado o ultimato.

Em Brasília, Amorim telefonou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, e à secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.

"Nos três casos a preocupação foi centrada em dois fatores importantes, esse pseudo-ultimato dado pelo governo de facto em relação à presença diplomática do Brasil e a recusa da entrada da missão precursora da OEA em Tegucigalpa. Os dois fatos são graves porque eles demonstram que há quase um estado de surdez das autoridades de facto em relação ao tem dito comunidade internacional, não só em relação ao que a OEA disse abundantemente, ao que disse ministros de todos os países da região, ao que temos dito nós, ao que diz o governo americano, mas também ao que tem dito na própria declaração da presidenta do Conselho de Segurança. Há total falta de receptividade porque, ao não receber (a missão da OEA), é uma total negativa ao diálogo e à solução pacífica", disse Amorim, que cobrou ainda um "maior envolvimento" das Nações Unidas no episódio.

"Mencionei ao longo dessas três conversas a importância de um maior envolvimento das Nações Unidas. O fato não é absolutamente para diminuir papel da OEA como interlocutor político (...) mas a verdade é que não receber uma missão ainda que precursora da OEA foi verdadeira bofetada na comunidade internacional, revelando uma percepção certamente errada por parte daqueles que estão ocupando o poder do que pensa comunidade internacional. Talvez um envolvimento maior das Nações Unidas, que têm mais poderes de ação, ainda que sem uma medida imediata, teria possivelmente um efeito positivo", comentou o chanceler brasileiro.

O ministro de Relações Exteriores evitou ainda tecer comentários sobre a necessidade de uma eventual missão da ONU em Honduras. "Não posso fazer um microgerenciamento do que cada organização pode fazer. Eu, sim, expressei que talvez fosse interessante um maior envolvimento das Nações Unidas", disse.

Na avaliação de Celso Amorim, além de "ilegítimo", o ultimato do governo Micheletti para que o Brasil utilize um prazo de dez dias para definir a situação do presidente deposto Manuel Zelaya representa "total descaso sobre direito internacional".

A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, datada de 1961, estabelece que os locais das missões diplomáticas são invioláveis, razão pela qual, mesmo sitiada e sem a presença do embaixador, e embaixada não foi invadida, por enquanto, pelo Exército local ou por simpatizantes do presidente golpista.

"O ultimato sobre o status da missão brasileira denota, além de um total descaso sobre direito internacional, uma incompreensão em relação à situação essa situação é uma situação em que o Brasil, por uma situação que ele não criou, praticamente virou guardião de um presidente democrático e legítimo de um país. Seria muito fácil para nós simplesmente retirar os dois diplomatas que estão lá e o oficial administrativo, e o poder de segurança do ponto de vista do Brasil terminaria. Mas nós não podemos fazer isso porque seria primeiro um gesto de covardia e segundo um gesto de desrespeito à própria democracia e um incentivo a outros golpes de Estado no continente, coisa que nós não podemos fazer", observou.

Irresponsável
Questionado, Amorim evitou polemizar com as declarações do embaixador dos Estados Unidos na OEA, Lewis Amselem, que classificou como "irresponsável e insensato" o retorno do presidente Manuel Zelaya a Honduras.

Durante reunião de emergência da OEA em Washington, após a entidade ter sido proibida, no domingo, de entrar em território hondurenho, Amselem afirmou que a volta de Zelaya ao País "não serve nem aos interesses do povo hondurenho nem àqueles que procuram o restabelecimento da ordem democrática em Honduras" e que aqueles que colaboraram para o retorno do governante deposto "têm uma responsabilidade especial em prevenir violência e fornecer bem-estar ao povo hondurenho enquanto ele enfrenta outra crise".

"Consideramos que temos que continuar a dar proteção a um presidente democrático, independentemente de quais sejam suas tendências políticas, assim reconhecido por toda a comunidade internacional", resumiu o chanceler brasileiro.

http://noticias.terra.com.br/mundo/golpehonduras/noticias/0,,OI4008508-EI14129,00-Amorim+decisoes+de+Micheletti+mostram+estado+de+surdez.html

"ditadura hondurenha invade e tira do ar a rádio Globo de Tegucigalpa, um dos últimos véculos de oposição ao regime. Diretor da rádio, David Romero, está desaparecido"

(Carta Maior; 28-09)

http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?alterarHomeAtual=1

URGENTE: Fora Yeda!

Amanhã, terça-feira, 29/09, 18h30, teremos Plenária Estadual do Comitê Fora Yeda no Auditório Dante Barone, na Assembléia Legislativa. Na ocasião, será lançada uma importante campanha para promover na sociedade gaúcha o debate sobre a responsabilidade da governadora Yeda Crusius nas denúncias de corrupção no Estado.

 

Domingo, 04/10, 15h, teremos Ato Show pelo Fora Yeda, em frente ao shoping Praia de Belas.

Rádio en Honduras

 

Brasil: Llegó la hora de decir basta al gobierno de facto

 El presidente ilegítimo, Roberto Micheletti, pretende limitar a la resistencia. (Foto: Efe)
El presidente ilegítimo, Roberto Micheletti, pretende limitar a la resistencia. (Foto: Efe)

El Gobierno de Brasil pide al Consejo de Seguridad reunirse para analizar la situación que vive actualmente la embajada brasileña en Tegucigalpa y el pueblo hondureño. El embajador suramericano hizo un llamado para que la comunidad internacional y la ONU sigan dando pasos hacia adelante, para lograr restablecer la democracia en el país centroamericano

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TeleSUR _ Hace: 02 horas
El embajador de Brasil ante la Organización de Estados Americanos, Ruy Casaes, dijo que la situación que vive actualmente la nación hondureña no deja de ser preocupante y  aseguró que es inconstitucional, por lo que expresó que "llegó la hora de decir basta", pues teme que la continuidad del gobierno ilegítimo de ese país pueda extenderse a otras regiones.

Casaes aseguró que "no existen dudas en que existan condiciones de amenaza de la paz internacional", por lo que pidió a la comunidad internacional responder y reflexionar de manera "tajante" sobre los próximos pasos que tienen que dar para lograr restablecer la democracia en el país centroamericano.

El embajador señaló que el Gobierno brasileño tiene claro cuáles son las tácticas que maneja el Ejecutivo de facto, para postergar cualquier solución y así alcanzar la legitimidad de una eventual elección presidencial para el próximo mes de noviembre.

"El régimen de facto apuntan inequívocamente hacia el deseo de que no haya diálogo (...), el diálogo que hubo hace algunas semanas reveló cual era la intención, que era ganar tiempo porque a cada momento introducían una nueva condición o elemento", aseguró el funcionario.

Asimismo, consideró que el decreto del gobierno de facto de un estado de emergencia es una prueba fiel de que Micheletti  no quiere dialogar.

Por otra parte, frente a los hechos que vive la embajada de Brasil en Tegucigalpa, el diplomático dijo que "las autoridades del régimen de facto atribuyeron a la embajada de Brasil por la entrada del presidente Zelaya a Honduras es una gran mentira, el presidente Zelaya se presentó a la embajada de Brasil pidiendo para ser acogido", y por considerarlo un presidente legítimo "la reacción de Brasil no pudo haber sido otra".

Por esta razón el Gobierno de Brasil solicitó al Consejo de Seguridad de la ONU una reunión para analizar la situación de inseguridad que se mantiene presente en la embajada brasileña, principalmente por el irrespeto a las normas internacionales.

Casaes manifestó ante la ONU que Brasil en cierta medida ha dado un paso al solicitar una reunión en el Consejo de Seguridad y pidió a la comunidad internacional y a la organización seguir dando pasos hacia adelante, para restablecer la democracia y la paz en territorio hondureño.
 
http://www.telesurtv.net/noticias/secciones/nota/58498-NN/brasil-llego-la-hora-de-decir-basta-al-gobierno-de-facto/

Zelaya condena cierre de medios y pide contundencia a comunidad internacional

TeleSUR _ Hace: 13 minutos

El presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, condenó este lunes el cierre de los medios Canal 36 y Radio Globo por parte del gobierno de facto y pidió a la comunidad internacional a que tome acciones contundentes ante lo que el régimen de Roberto Micheletti puede hacer "en las próximas horas".

 
http://www.telesurtv.net/noticias/secciones/nota/58482-NN/zelaya-condena-cierre-de-medios-y-pide-contundencia-a-comunidad-internacional/

Gobierno de facto saca del aire a Canal 36 y Radio Globo de Honduras

Lea más sobre
TeleSUR _ Hace: 15 minutos

 

Fuerzas militares a las órdenes del gobierno de facto hondureño tomaron este lunes las sede de Radio Globo y Canal 36 en Tegucigalpa para impedir sus transmisiones, tras la publicación del decreto que suspende cinco garantías constitucionales entre la que están la libertad de expresión, de circulación y reunión.

La corresponsal de teleSUR en ese país, Madelein García confirmó la información al acercarse a la sede de la emisora que servía de micrófono al Frente de la Resistencia al golpe de Estado y al presidente constitucional, Manuel Zelaya, para comunicarse con el pueblo hondureño.

Un trabajador de Radio Globo fue consultado y denunció que desde las 05H00 locales (10H00 GMT) los militares tomaron las sede del medio con su director David Romero y otros trabajadores que habían llegado a sus labores diarias antes de la acción del régimen.

El allanamiento cierra así los únicos dos medios que la resistencia hondureña usaba para comunicarse con todo el país, y significaría la acción más contundente de un gobierno liderado por Roberto Micheletti, que busca seguridad en su gestión, pese al rechazo nacional e internacional.

 
 

Textos e Notícias

Link to Slow Food Brasil

Agrobiodiversidade: diversidade cultivada

Posted: 26 Sep 2009 12:27 PM PDT

A biodiversidade é, comumente, associada a animais e plantas silvestres. Na sociedade em geral, assim como entre os ambientalistas, há menos consciência e militância em favor da diversidade biológica na agricultura - a agrobiodiversidade - do que da biodiversidade silvestre. Pode-se afirmar que, historicamente, o componente cultivado da biodiversidade tem sido negligenciado pelos ambientalistas e pelas políticas e órgãos públicos. Também os juristas têm se ocupado muito pouco do tratamento jurídico da biodiversidade agrícola, mesmo aqueles que se dedicam ao direito ambiental ou socioambiental. Proteger variedades de mandioca, milho, arroz, feijão, preservar nossos ecossistemas agrícolas, é tão importante quanto as iniciativas nesse sentido voltadas à floresta amazônica ou à mata atlântica, ao mico-leão-dourado e ao lobo-guará, entre outros. Muitas variedades e espécies agrícolas já se extinguiram e outras correm risco de extinção. Isso em um contexto em que nossa alimentação baseia-se em um número cada vez mais reduzido de espécies, o que resulta em consequências negativas para o meio ambiente e para nossa saúde, diretamente associada à qualidade dos alimentos que comemos.

DEBATE ABERTO

Colunistas| 26/09/2009 | Copyleft
 

DEBATE ABERTO

Imprensa brasileira: De facto ou interina?

Empenhada em afirmar que o governo brasileiro teria agido de maneira irresponsável ao conceder abrigo ao presidente deposto, a mídia corporativa repete um velho procedimento. Tenta armar uma subversão monstruosa: a autoria e a responsabilidade do golpe são transferidas aos que a ele se opõem.

Desde 28 de junho, quando o presidente Manuel Zelaya foi deposto por um golpe militar liderado por Roberto Micheletti, a grande imprensa brasileira, através de seus articulistas mais conhecidos e dedicados editorialistas, voltou a apresentar, como é comum a aparelhos privados de hegemonia, seu vasto arsenal de produção e redefinição de significados. Desta vez, a novidade foi o deslocamento semântico do real sentido do que vem a ser golpe de Estado. Em Honduras, segundo a narrativa jornalística, não há golpistas, mas "governo interino" ou "de facto", pouco importando que a ação militar tenha sido condenada pela União Européia e governos latino-americanos representados pela Organização dos Estados Americanos (OEA)

Como já tive oportunidade de destacar em outra oportunidade "há algo profundo no jogo das palavras". Ainda mais quando, quem as maneja, tem, por dever de ofício, que relatar o que cobre com precisão e clareza. Fica evidente que razão cínica e ética ambíguas são irmãs siamesas. E no jornalismo brasileiro, mudam as gerações, mas as tragédias continuam e o imaginário dos aquários insiste em se engalfinhar contra as evidências factuais.

Agora, empenhada em afirmar que o governo brasileiro teria agido de maneira irresponsável ao conceder abrigo ao presidente deposto, a mídia corporativa repete um velho procedimento. Tenta armar, na produção noticiosa, uma subversão monstruosa: a autoria e a responsabilidade do golpe são transferidas aos que a ele se opõem, de modo que os golpistas, posando de impolutos democratas, ainda encontrem razões e argumentos para desmoralizar, reprimir e, se possível, eliminar seus oponentes. Para a empreitada foram convocados até diplomatas aposentados, saudosos de uma subalternidade quase colonial.

Uma característica saliente do discurso editorial, e de forma alguma sem importância, é o tom mordaz de quem que se propõe a dizer "verdades" a leitores e/ou telespectadores não apenas iludidos, mas idealizados como obtusos. O trecho abaixo, extraído da revista Veja ( edição 2132, de 30/09/2009) é exemplar. Trata-se da reportagem "O pesadelo é nosso", assinada pelos jornalistas Otávio Cabral e Duda Teixeira.

"Com as eleições marcadas para o próximo dia 29 de novembro, o governo interino que derrubou Zelaya se preparava para reconduzir o país à normalidade democrática. O candidato ligado a Manuel Zelaya aparecia até bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Seria uma saída rápida e democrática para um golpe, coisa inédita na América Latina. Seria. Agora o desfecho da crise é imprevisível. O mais lógico seria deixar o retornado sob os cuidados dos amigos brasileiros até depois das eleições, que, se legítimas, convenceriam a comunidade internacional das intenções democráticas dos golpistas"

Não procurem lógica no texto. Muito menos o uso político do mito da objetividade jornalística. O panfletarismo é prepotente e assumidamente faccioso para se preocupar com detalhes. Falar em "intenções democráticas dos golpistas" não expressa dificuldade de ordem racional, mas uma formidável comédia de erros e imposturas orquestradas por setores decisivos de uma direita inconformada com uma política externa exitosa.

Não se trata apenas da insistência da grande mídia brasileira em "manter um viés anti-Lula, fazendo uma cobertura parcial e tendenciosa sobre os acontecimentos que envolvem o fato", como afirmou o deputado José Genoíno. A operação em curso vai bem além desse propósito. O que ela busca ocultar são os resultados da reunião do G-20, em Pittsburgh, com a abertura para a reorganização das instituições financeiras internacionais e maiores direitos para os países emergentes. O êxito diplomático deve ser substituído por uma "trapalhada ideológica que não faz jus à tradição pragmática do Itamaraty".

É exatamente isso o que confessa o articulista Clóvis Rossi, em sua coluna de sexta-feira, 25 de setembro, na Folha de S. Paulo.

"Escrevendo textos no lobby do Hotel Sheraton, em que Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado em Pittsburgh, sou agradavelmente interrompido por Gilberto Scofield, o competente correspondente de "O Globo" em Washington: Cara, Honduras conseguiu eclipsar completamente o G20 nos jornais brasileiros. Só recebo cobranças sobre Honduras".

Essa desenvoltura de militantes eufóricos só reforça o que se sabe da grande imprensa. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas os modelos-teimosos- permanecem como farsa de um jornalismo que não se sabe ao certo se é "de facto" ou interino. Os acontecimentos de Tegucigalpa são contagiantes


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil


http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4442


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz