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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

30.8.13

Resgate da memória sobre a ditadura cívico militar na Argentina é tema do TVE Repórter

Abel Madariaga resgatou o filho que nasceu em cativeiro durante a ditadura na Argentina
Foto: Divulgação TVE

Resgate da memória sobre a ditadura cívico militar na Argentina é tema do TVE Repórter inédito desta quarta-feira


Os números da Ditadura Militar na Argentina assustam: 10 mil torturados, 200 mil exilados, 500 crianças roubadas e 30 mil sequestrados e desaparecidos
. No momento em que o Brasil e outros países latino-americanos buscam a verdade sobre os anos de ditadura, a equipe do TVE Repórter foi a Buenos Aires registrar como movimentos de direitos humanos, testemunhas, governo e cientistas reescrevem a história recente que o país vizinho chama de Terrorismo de Estado. O programa vai ao ar em duas partes, com a primeira sendo exibida nesta quarta-feira, 28 de agosto, às 22h, e a segunda na quarta, 4 de setembro, em mesmo horário. A reportagem evidencia que por meio de investigação e estudo é possível apontar e responsabilizar as pessoas e setores civis que se beneficiaram com tantos assassinatos, preenchendo lacunas históricas e trazendo justiça, mesmo que tardia, às famílias atingidas.

O TVE Repórter sobre a ditadura cívico militar na Argentina conta com depoimentos como o do secretário executivo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Argentina, Carlos A. Lafforgue, e da presidente de Las Abuelas de Plaza de Mayo, Estela de Carlotto, além de testemunhas da história como o sobrevivente do Centro de Clandestinos, que tem testemunhado em julgamentos de torturadores do Terrorismo de Estado, Miguel Angel Dagostino, e o pai que recuperou o filho retirado da mãe, que até hoje é desaparecida, na hora do nascimento no cativeiro, Abel Madariaga, entre outros.

A produção, reportagem e edição do programa são de Daniela Bonamigo e Simone Feltes, com apoio do estagiário de Jornalismo Rafael Marantes.

O TVE Repórter tem horários alternativos
às sextas-feiras, às 20h30,
e aos domingos, às 17h.



TVE Repórter - TVE Fundação Cultural Piratini
tv aberta, em caxias: canal 47
na internet: http://www.ourwebtv.com/watch.asp?channel=TVE%20RS%20ao%20Vivo



Fonte: http://www.tve.com.br/?model=conteudo&menu=83&id=1724

29.8.13

Globo censura repórter que elogia medicina de Cuba | Conversa Afiada

Publicado em 29/08/2013

Globo censura repórter
que elogia medicina de Cuba

Site da GloboNews prefere a Tacanhêde… Qual a novidade ?

Pontual: problema do Dr CRM é com o Che Guevara ...

 

Navegante do Tijolaço recupera destemida intervenção de Jorge Pontual, da Globo Overseas, em Nova York.

Não vai durar muito lá …

Quem manda dizer que a medicina em Cuba, comunitária, preventiva, resulta em  índices melhores que os americanos …

O Gilberto Freire com “i” (*) jamais o perdoará !

Quem vai longe na Globo Overseas é a Tancanhêde.

Já, já assume o “Entre Caspas”.

Globonews “apaga” Pontual e deixa só Cantanhêde falar de Cuba


O internauta que visitar a página do programa Em Pauta, da Globonews, só vai ouvir falando sobre a questão dos médicos de Cuba a comentarista Eliane Cantanhêde que, claro, desce a lenha no governo cubano, que vai se loucupletar co o trabalho daqueles pobres escravos.

Claro, a colunista da massa cheirosa, não podendo fazer outra coisa, entra na linha dos “pobres cubanos”, caçados a laço para estudar medicina e mandados sob chIcote, em aviões negreiros, para trabalhos forçados no Brasil.

Não puseram um segundinho do jornalista Jorge Pontual que, em lugar de ficar de chororô, prefere falar de como renasceu e com que características se desenvolveu a liderança de Cuba em atenção médica, que faz com que uma pequena ilha possa estar mandando médicos para um país enorme como o Brasil.

Pontual não vai ao ar na página da GloboNews, mas vai aqui, porque o internauta Felix Rigoli gravou e colocou no YouTube, de onde fomos pegar para colocar no Tijolaço. Vale a pena porque são três minutos de boa informação, com dados e explicações sobre o tema, em lugar de politicagem hipócrita sobre os médicos.

A gente posta aí embaixo o que a GloboNews sonegou na internet.


 

 

(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

http://www.conversaafiada.com.br/pig/2013/08/29/globo-censura-reporter-que-elogia-medicina-de-cuba/



Fuga do senador boliviano: "é tudo um jogo de política interna"

Internacional| 27/08/2013 | Copyleft

Fuga do senador boliviano: "é tudo um jogo de política interna"

Brasília - Em entrevista à Carta Maior, o ex-secretário-geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães analisa o episódio da fuga do senador boliviano, que acabou provocando a demissão do ministro Antônio Patriota. Para Guimarães, trata-se de "um jogo de política interna". "Essas pessoas acham que o governo do presidente Evo Morales não é sequer democrático, quando ele foi eleito com maioria enorme. São conservadoras e acham que a ascensão dos trabalhadores, dos índios, dos negros nos países da América Latina é algo preocupante para eles".

Najla Passos


CM: Qual é o contexto latino-americano em que se dá a fuga do senador para o Brasil?


Samuel Pinheiro Guimarães - É um contexto razoavelmente claro. De um lado você tem governos de esquerda, em diferentes graus e características, que são os governo do Brasil, da Argentina, do Uruguai, da Venezuela, do Equador e da Bolívia. De outro lado você tem governos que podem ser situados como do centro para a direita, como o do Chile, o do Peru que, apesar de ter sido eleito com grandes perspectivas, na realidade se mostrou um governo aliado às teses da direita, e o governo da Colômbia. Não é por coincidência que estes governos se unem ao México para formar a chamada Aliança do Pacífico, que se coloca claramente em oposição ao Mercosul. E isso se reflete no cenário interno brasileiro, onde você tem os partidos de centro-direita que se aliam com esses governos de direita, que se desdobram em elogios ao Chile, à Colômbia, elogiam até o Paraguai. E criticam a Venezuela, o Evo Morales, e aproveitam todas as oportunidades para fazer esse embate. Essa situação atual se coloca neste contexto. O senador Roger Pinto pertence a um partido de direita.


CM: E qual é o papel dele na política boliviana, nessa oposição sistemática ao presidente Evo Morales?

SPG: Ele tem um papel de destaque, acusando o Evo de narcotraficante e assim por diante. Ele responde a processos por corrupção e já foi condenado por um. Então, resolveu criar um fato político. Que eu saiba, não há nenhum outro político boliviano na cadeia. Pelo menos, os jornais não publicam isso. Não vejo nenhum jornalista preso na Bolívia.


CM: Não há um quadro de perseguição política geral naquele país?

SPG: Não vejo isso. Os jornais que normalmente são aliados com estes governos de centro-direita, imediatamente publicariam. Esse senador resolveu pedir asilo ao governo brasileiro para criar um problema político para os governos da Bolívia e do Brasil, que mantêm estreitas relações. Governos que ele, sendo de direita, faz oposição.


CM: Foi um erro do Brasil aceitar o pedido de asilo?

SPG: Eu não vou julgar as posições do Brasil. Quem aceitou o asilo foi o embaixador da época [Marcel Biato]. Essas questões são complexas. Eu não estou na Bolívia para julgá-las. De toda forma, creio ter sido uma medida precipitada, porque isso envolve um julgamento sobre as acuações que pesam contra o senador e sobre o presidente da Bolívia.


CM: Já houve algum episódio similar na política externa brasileira?


SPG: Que eu conheça não. Você tem o asilo territorial, quando a pessoa entra no território e pede asilo, e o diplomático, que é dado nas embaixadas, até nos navios de guerra. Nesse último caso, o mais recente que me lembro é o do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, que tinha sido deposto, vítima de um golpe de estado e se asilou na embaixada brasileira.

Um caso totalmente distinto, até porque, depois, a situação em Honduras se revelou gravíssima, com dezenas de jornalistas assassinados, sem que a grande imprensa aqui se preocupasse em nenhum momento com isso. No caso do senador Roger Pinto, há pessoas que imediatamente passam a criticar o governo do presidente Evo Morales que, no caso, não tem responsabilidade nenhuma, diga-se de passagem. O senador estava na embaixada do Brasil sob os cuidados da embaixada do Brasil. Não estava numa prisão boliviana. Portanto, ele não estava passando por maus-tratos em uma prisão boliviana.

Normalmente, nas embaixadas, os exilados são tratados com toda consideração, com razoável conforto. A ideia de que o exilado não pode tomar banho de sol é algo que depende das decisões do embaixador ou do encarregado, na ausência do embaixador. Não são exigências do governo boliviano. O que a imprensa faz parecer é que o governo boliviano estivesse maltratando o senador Roger. Não é o caso. Aliás, a aparência do senador Roger Pinto é muito boa. Eu me congratulo porque ele apresenta ótimas condições de saúde. Não parece estar em condições de privação. Suponho eu que sempre serviram todas para ele as refeições... a aparência dele não é a de alguém que esteja passando fome.


CM: É pertinente a crítica de que a Bolívia deveria ter concedido um salvo-conduto para o senador?

SPG: O direito de asilo diplomático é uma instituição latino-americana. Não é reconhecida pelo direito internacional, diferente do asilo territorial. E nessa convenção latino-americana [a Convenção de Caracas, de 1954], os países que estão obrigados a seguir suas disposições, são os que assinaram a convenção. A Bolívia não signatária dessa convenção e não tem nenhuma obrigação de segui-la, de dar salvo-conduto. Aliás, nem considera que ele seja um asilado político. Então, não tem porque dar. O senador poderia perfeitamente abrir a porta e sair à rua, nada o impedia. O que se está criando é uma situação de política interna para criar dificuldades para a presidenta, para o Itamaraty, para criticar o Itamaraty por uma razão ou por outra, por ter dado asilo ou por não ter dado asilo.


CM: O senhor acredita que foi uma ação orquestrada pela direita?

SPG: Não, mas acho que a direita sempre aproveita esses momentos. Eu nunca ouvi falar que nenhuma dessas pessoas que defendem o senador estivessem preocupadas, por exemplo, com os presos em Guantánamo, que estão lá há dez anos sem culpa formada e sem advogados. Todas essas pessoas agora extremamente preocupadas com os direitos humanos não emitem uma única opinião em defesa desses presos. Nem vejo elas reivindicarem salvo-conduto para Julian Assange, que está exilado na embaixada do Equador em Londres. É tudo um jogo de política interna. Essas pessoas acham que o governo do presidente Evo Morales não é sequer democrático, quando ele foi eleito com maioria enorme, em eleições supervisionadas, altamente legítimas, tem maioria no congresso e todo apoio da população. Mas essas pessoas são conservadoras e acham que a ascensão dos trabalhadores, dos índios, dos negros nos países da América Latina é algo preocupante para eles.


CM: Há esse tipo de postura de desrespeito aos governos de origem popular no Itamaraty?

SPG: Não, creio que não. Certamente, em toda organização maior você tem pontos de vista diferente. Pessoas de todo tipo de posição política. Eu acho até que o Itamaraty, de uma forma geral, caminhou, nos últimos anos, para uma visão mais esclarecida e consciente da importância da América Latina, até por influência do ex-presidente Lula.


CM: Do Itamaraty do ex-presidente Lula para o da presidenta Dilma, houve perda do protagonismo do Brasil na região?

SPG: O protagonismo de um país depende muito do presidente da república, da ênfase que este presidente dá aos lugares onde vai, que ele prestigia com a sua presença. O Itamaraty é um instrumento do presidente da república. Um instrumento. Faz o dia-a-dia da política, gera as informações, cumpre as determinações do presidente. O presidente Lula conferia prioridade à América do Sul, desde seu discurso de posse. E havia toda uma experiência prévia do Lula, da experiência que ele teve no passado de criar o Foro de São Paulo com os partidos políticos. Tudo isso fez com que ele tivesse relações muito estreitas com muitas lideranças da América do Sul. Ele tinha um interesse muito grande na região, achava que a América do Sul era essencial para a política externa brasileira, sem descuidar das relações com outros países. Mas essas concepções variam, e dependem muito das ações do presidente. Lula ia uma vez a cada três meses na Argentina, na Venezuela, na Bolívia. E isso ia criando um entendimento, uma compreensão política cada vez maior de cada realidade. Isso é muito importante.


CM: A presidenta Dilma se relaciona pouco com a América do Sul?

SPG: Não estou dizendo isso. Estou dizendo que cada um tem o seu estilo. E a situação também mudou um pouco. A crise internacional começa já em 2008, mesmo assim o Brasil cresceu muito. Depois é que seus efeitos foram se instalando sobre a economia brasileira. A presidenta Dilma também dá muita importância a esses temas.

- Qual o impacto da morte do Hugo Chávez no quadro geral da região?

SPG: O presidente Chávez e o presidente Lula eram duas pessoas profundamente convencidas da importância da integração latino-americana, da importância da coordenação entre os países, da união no contexto da política internacional. O presidente Maduro tem muitos méritos, mas não é o Chávez. São pessoas diferentes. E não que ele não seja bom. O próprio Chávez julgou que ele seria o mais qualificado para sucedê-lo. E Chávez devia ter lá suas razões.


CM: Como o Lula julgou que a Dilma seria mais qualificada para sucedê-lo...

SPG: Mas as circunstâncias eram diferentes. Um estava morrendo. O outro estava vivo. (risos). Está vivo e espero que continue por muito tempo.


CM: A demissão do Antônio Patriota foi adequada?

SPG: Sim, foi adequada. Não quero dizer que o ministro Patriota conhecesse o caso ou fosse responsável direto pelo que ocorreu, mas a presidenta necessitava tomar uma atitude em relação ao governo da Bolívia. E a demissão do ministro – que é um auxiliar da presidenta – é conveniente. Sou amigo do Patriota, quero deixar isso claro, mas as questões são políticas, não pessoais. A coisa se colocou de uma tal forma que a decisão dela foi acertada porque permite que o novo ministro entre em contato com as autoridades da Bolívia sem ter nenhum passado de nenhuma natureza. Foi uma medida politicamente importante.


CM: Cria-se um precedente preocupante? Qualquer criminoso comum pode pedir asilo em uma embaixada?

SPG: Acho que não cria precedente não porque qualquer cidadão já pode pedir asilo. Depende da embaixada conceder o asilo ou não.


CM: A decisão de conceder asilo é da embaixada? Passa pelo presidente?

SPG: Não necessariamente, porque muitas vezes quando o presidente é comunicado ela já ocorreu de fato.


CM: É tradição da diplomacia brasileira acolher qualquer um que peça asilo?

SPG: Não me lembro de nenhuma recusa. Mas este caso do senador Roger Pinto é complexo porque, mesmo acusado de corrupção, ele é um político de oposição, de forte oposição. Então, as coisas se misturam. De qualquer forma, uma coisa é conceder o asilo e outra é organizar uma fuga.


CM: É possível um diplomata, sozinho, patrocinar uma fuga dessas?

SPG: Eu não sei. O que li nos jornais é que foram carros da embaixada, acompanhados por fuzileiros navais.


CM: Concedido o asilo, o país pode voltar atrás?

SPG: Pode, claro. Pode haver também um pedido de extradição. A decisão é do Executivo, como ocorreu no caso Cesare Battisti. O judiciário pode examinar, mas o próprio judiciário brasileiro chegou a conclusão de que a prerrogativa é do Executivo. E é importante observar que estas questões tem alcance limitado após certo tempo. Ninguém mais fala em caso Battisti, nem fala mais que isso prejudicaria a relação do Brasil com a Itália.


http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22583

hoje, dia 29, às 22h > Frente a Frente


Secretário estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo é o convidado do Frente a Frente inédito desta quinta-feira

A economia do Rio Grande do Sul vive uma semana especial. A Expointer, maior feira agropecuária da América Latina, é uma vitrine do setor que, indiretamente, responde por quase 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. A agricultura familiar, base principal deste segmento da economia, aproveita a oportunidade para expor o trabalho desenvolvido nos mais variados recantos do RS. Neste ano, o pavilhão do setor, por exemplo, conta com 187 expositores. Para falar sobre

a realidade e o futuro da agricultura familiar, o Frente a Frente inédito desta quinta-feira, 29 de agosto, às 22h, recebe o secretário estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan.

Foram convidados para participar do programa a repórter da Agência Radioweb; Denise De Rocchi, editor do núcleo de jornalismo do Rio Grande do Sul do Canal Rural, Álvaro Bitencourt, e a integrante do Núcleo Piratininga de Comunicação, Kátia Marko.

O programa, apresentado por Carlos Machado, também é transmitido pela rádio FM Cultura, pela frequência 107,7 ou pela internet acessando o site www.fmcultura.com.br.

O Frente a Frente tem produção executiva de João Brites e Lucas Guarnieri e pode ser assistido em horário alternativo no domingo, 1º de setembro, às 21h, apenas pela TVE.


http://www.tve.com.br/?model=conteudo&menu=83&id=1725


Para assistir a TVE:

Na internet:     http://www.ourwebtv.com/watch.asp?channel=TVE%20RS%20ao%20Vivo
e na tv aberta:

Novo salário mínimo será de R$ 722,90 | Notícias | EBC

Novo salário mínimo será de R$ 722,90

Karine Melo - Agência Brasil 29.08.2013 - 11h19 | Atualizado em 29.08.2013 - 11h37

O texto deve ser votado pela Câmara e pelo Senado até o fim do ano. O reajuste passa a valer em 1º de janeiro de 2014 (Carlos Varela / Creative Commons)

Brasília - O novo valor do salário mínimo será R$722,90. O anúncio foi feito há pouco pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Ele esteve no Congresso para entregar ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a peça orçamentária de 2014. O texto deve ser votado pela Câmara e pelo Senado até o fim do ano. O reajuste passa a valer em 1º de janeiro de 2014.

“O novo valor incorpora a regra de valorização do salário mínimo que tem sido uma política importante de alavancagem da renda das famílias no Brasil, que tem nos levados a patamares de qualidade de vida muito superiores”, disse Belchior.

Leia mais no portal EBC: 

Saiba como é calculado o reajuste do salário mínimo no Brasil

Edição: Talita Cavalcante


http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/08/novo-minimo-sera-r72290




Saiba como é calculado o reajuste do salário mínimo no Brasil

Portal EBC 23.07.2013 - 08h42 | Atualizado em 23.07.2013 - 10h45

O salário mínimo do trabalhador brasileiro será reajustado com base na Lei n° 12.382, de 25 de fevereiro de 2011, até 2015. A legislação trata, entre outros pontos, da política de valorização a longo prazo do valor mensal mínimo recebido. Pela regra, a cada ano, o aumento do salário mínimo corresponderá à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano retrasado mais a inflação do ano anterior medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Leia também:

Saiba quando e como receber o benefício do Abono Salarial 2013/2014

INSS muda regras para combater fraudes contra aposentados

Em 2013, o reajuste totalizou 8,83%. Desse total, 2,73 pontos percentuais estavam ligados ao crescimento do PIB em 2011 e, o restante, à variação do INPC em 2012. Como base nessa alíquota, o valor foi reajustado em janeiro desse ano, passando de R$ 622 para R$ 678. O novo valor acresceu R$ 56 à renda de quem recebe um salário mínimo e será responsável, até o início de 2014, por um impacto estimado nas contas da Previdência Social de mais de R$ 12,3 bilhões. Ao todo, cerca de 20 milhões de pessoas tiveram os benefícios reajustados.

Com base na legislação, em 2014, será aplicado ao salário mínimo o percentual equivalente à taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012. Já em 2015, o percentual será o equivalente à taxa de crescimento real do PIB, em 2013. A esses valores serão somadas as inflações dos respectivos anos anteriores. Para reajustes futuros, até 31 de dezembro de 2015, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei dispondo sobre a política para o período de 2016 a 2019.

 

  • Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0

http://www.ebc.com.br/cidadania/2013/07/saiba-como-e-calculado-o-reajuste-do-salario-minimo-no-brasil

Carta Maior - Política - "Não há dengue em Cuba"

Política| 27/08/2013 | Copyleft

"Não há dengue em Cuba"

A médica cubana Ceramides Almora Carbonell, 42 anos, falava emocionada da recepção calorosa dos brasileiros, quando concedeu entrevista à Carta Maior nos corredores da Fiocruz, em Brasília, onde médicos brasileiros e estrangeiros que irão atuar no Programa Mais Médicos participam de um curso de formação. Na entrevista à Carta Maior, ela fala sobre sua experiência como médica e sobre a situação da saúde em seu país. Por Najla Passos.


Brasília
- A médica cubana Ceramides Almora Carbonell, 42 anos, ainda falava emocionada da recepção calorosa dos brasileiros, quando a encontrei nos corredores da Fiocruz, em Brasília, onde médicos brasileiros e estrangeiros que irão atuar no Programa Mais Médicos participam de um curso de formação. Ela nasceu em Guane, um pequeno município de 35 mil habitantes na província de Pinar del Rio, famosa pela produção dos charutos cubanos. Aos 5 anos, mudou-se para a capital, onde cursou o estudo básico e médio. Com 17 anos de prática médica e experiências internacionais em Honduras e Bolívia, está divorciada há dois anos e não possui filhos. Decidi iniciar por aí nossa entrevista.

- É mais fácil deixar seu país quando não se tem marido e filhos?, questionei.

“Não tenho marido e filhos, mas tenho família: pai, mãe, irmão. Mas mesmo meus colegas que têm filhos, não temem deixá-los porque sabem que, em Cuba, eles serão muito bem assistidos, terão acesso gratuito à educação e saúde de qualidade. Além disso, os colegas médicos que permanecem na ilha criam uma espécie de rede de solidariedade para atender as famílias dos que estão fora. Nossos companheiros policlínicos visitam nossas famílias e cuidam para que sejam assistida nas suas necessidades. Eles ligam para meus pais, visitam minha casa e, assim, posso viajar tranquila”, explicou.

- Seus pais também são médicos?

“Não. Eles são professores, já aposentados".

- E seu irmão, é médico?

“Não, eletricista. Sou a única médica da família”.

- E como você decidiu fazer medicina?

"Em Cuba, as escolas promovem ciclos de interesse que vão combinando as coisas que você gosta desde pequena. Por exemplo, vão bombeiros, professores, esportistas e vários outros profissionais, dentre eles os médicos. Isso para formar, desde pequeno, conhecimento sobre todas as áreas. Eu sempre gostei sempre da medicina. No ensino médio, participei do ciclo de interesse de cirurgia experimental e, depois, ainda participei do ciclo de medicina geral e integrada, ainda em Pinar Del Rio. Depois passei pela faculdade de medicina, seis anos de muito estudo. Era um período muito duro. Mas consegui nota máxima em todas as disciplinas. Em seguida, prestei os dois anos de serviço social obrigatório em Guane".

- Você voltou a sua cidade natal para clinicar?

"Sim, é uma cidade muito pequena, mas gosto muito de trabalhar lá".

- Não fez nenhuma especialização?

"Depois do serviço social, fiz três anos de especialização em medicina geral e integrada, como todos os médicos cubanos que vieram para o Brasil. Seria o equivalente, aqui no Brasil, a medicina familiar, que ensina ver a pessoa no seu conjunto. Fiz a especialização em dois níveis. Sou mestre em Procedimento e a Diagnósticos Primários de Atenção à Saúde".

- E como você aprendeu o português?

Meu pai morou na Guiné Bissau por um ano e se apaixonou pelo idioma. Ele me ensinava desde que eu era bem pequena.

- Você disse que, em Cuba, os estudantes escolhem fazer medicina por vocação. No Brasil, os cursos de medicina são os mais caros, nas universidades particulares, e os mais concorridos, nas universidades públicas e, com isso, acaba que praticamente só os mais ricos, que têm como pagar uma educação de maior qualidade, conseguem acesso a eles.

"Em Cuba, a oportunidade é a mesma para todos os cubanos. Primeiro, não há classes sociais diferentes. Todos somos iguais. Não há discriminações por sexo ou raça. Sou mulher, sou mulata, mas estou aqui como todos os outros companheiros da brigada."

- Os brasileiros têm muita dificuldade em entender como vocês podem vir para cá sem receber o mesmo salário pago aos demais profissionais que integram o programa, como vocês aceitam que parte dos seus salários seja retida pelo governo. Como você vê isso?

"Eu conheço essa polêmica capitalista. É que vocês não entendem que nós não trabalhamos por dinheiro, mas por solidariedade, humanismo. O comandante Fidel Castro, nosso líder nacional e também latino-americano e mundial, tem uma frase que diz que “ser internacionalista é saudar nossa própria dívida com a humanidade”. E nós carregamos esse conceito em nosso coração. Desde pequenos, já aprendemos sobre internacionalismo, solidariedade, honradez, bondade, profissionalismo. Eu acho até que o povo cubano não poderia viver sem esses conceitos, que estão na base da sua cultura. Como diz nossa ministra da Saúde, temos um recurso muito grande, que é nosso próprio conhecimento e o amor do nosso povo por outros povos irmãos".

- Você falou que já esteve em outras missões internacionais...

"Sim, trabalhei por dois anos na Bolívia, em Potosí, o departamento mais pobre do país. Um lugar cheio de riquezas, mas onde o povo é muito pobre.
Também atuei em Três Cruzes, uma aldeia muito pequena e pobre. Lá, eu tive o prazer de trabalhar muito e conseguir inaugurar um hospital. Em Honduras, trabalhei em Nova Esperança, em municípios muito pobres.

- E, nesses locais, vocês tinham acesso a equipamentos, infraestrutura e tecnologia para atender adequadamente os pacientes?

"Não. Nós trabalhávamos com o método clínico. Nós examinávamos os pacientes. Tocávamos as pessoas, conversávamos com os doentes. A falta de tecnologia não é problema para mim e nem para a brigada cubana, que trabalha muito com este método. E é com isso que esperamos melhorar muito a saúde do seu povo. Muitos países não têm dinheiro para pagar a tecnologia avançada. Sei usar um ultrassom, mas pratico muito o método clínico".

- Outra crítica das entidades médicas brasileiros é que, em Cuba, por conta do longo embargo econômico, o acesso à tecnologia é muito restrito, o que provoca uma defasagem na formação dos médicos e os impossibilita de atuar adequadamente no Brasil. Você concorda com isso?

"Cuba é um país pobre e bloqueado, mas nossos indicadores de saúde são excelentes. E isso não tem a ver com muita tecnologia. Estamos entre os cinco países com menor índice de mortalidade infantil: menos de 4,5 por mil nascidos vivos. Isso é graças ao nosso esforço, porque estudamos muito, investimos em pesquisas, praticamos muito o método clínico, e isso faz a diferença. Também temos uma vigilância epidemiológica muito boa, fundamental para todos. E a saúde cubana é multissetorial: até a população participa. A dengue, por exemplo, é uma doença transmissível. Se o governo não educa sua população, todos morremos.

- Há dengue em Cuba?

"Não, não há. Eu citei a dengue porque é uma doença comum no Brasil. Já atendi muitos pacientes com dengue, mas em Honduras. Não em Cuba, que temos uma vigilância epidemiológica forte. E nem na Bolívia, porque atuei no altiplano, onde é muito frio".



Fotos: Najla Passos

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22582



28.8.13

Juiz nega liminar contra Mais Médicos e acusa entidade de buscar reserva de mercado — Rede Brasil Atual

Pito

Juiz nega liminar contra Mais Médicos e acusa entidade de buscar reserva de mercado

Magistrado diz que CRM mineiro deve refletir se é melhor que o paciente nos rincões do país seja assistido por estrangeiro ou padeça sem atendimento, e defende direito de acesso à medicina
por Redação RBA publicado 28/08/2013 14:45, última modificação 28/08/2013 14:54


Cadu Rolim/Fotoarena/Folhapress

Desde que o Mais Médicos foi anunciado, em julho, despertou resistência de setores da categoria

São Paulo – O juiz João Batista Ribeiro, titular da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, negou liminar pedida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) daquele estado contra o programa federal Mais Médicos. Ao tomar a decisão, publicada hoje (28), o magistrado advertiu que a entidade busca promover reserva de mercado com a tentativa de se ver dispensada de conceder registro provisório aos profissionais com diploma estrangeiro que chegaram ao país desde a última semana.

"O órgão de fiscalização da classe ao decidir pela não admissão do registro temporário dos médicos intercambistas, ajuizando a presente demanda para desobrigá-lo de efetuar o referido registro provisório pretende instaurar uma verdadeira 'batalha'", critica, "visando a preservação de uma reserva de mercado aos médicos formados em instituições de educação superior brasileira ou com diploma revalidado no país, em que as vítimas, lamentavelmente, são os doentes e usuários dos órgãos do sistema público de saúde."

Na visão do CRM-MG, a Medida Provisória 621, de 2013, é inconstitucional porque não há urgência na questão, requisito para a edição de uma MP, e porque a dispensa de revalidação de diploma entraria em conflito com o artigo 196 da Carta Magna, que preconiza a saúde como "direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação".

Mas, para o juiz, trata-se da primeira oportunidade na história do Brasil para que a população "carente e marginalizada", moradora dos "rincões", tenha a possibilidade de prolongar a expectativa de vida por meio do atendimento médico adequado.

Os 682 médicos com diplomas do exterior começaram na segunda-feira um curso com duração de três semanas que inclui treinamento técnico para entender o funcionamento do sistema de atenção básica brasileiro e avaliação da proficiência em português, outra argumentação do CRM que foi dispensada pelo juiz. "É de se indagar o que é pior: ser atendido pelo médico intercambista, cuja revalidação do diploma, em caráter excepcional foi dispensada, para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, ou continuar sem assistência alguma?"

Na semana passada, o presidente do conselho regional mineiro, João Batista Gomes Soares, afirmou que orientaria a categoria a não tratar pacientes vítimas de eventuais falhas dos médicos cubanos. "Se ouvir dizer que existe um médico cubano atuando em Nova Lima, por exemplo, mando uma equipe do CRM-MG fiscalizar. Chegando lá, será verificado se ele tem o diploma revalidado no Brasil e a carteirinha do CRM-MG. Se não tiver, vamos à delegacia de polícia e o denunciamos por exercício ilegal da profissão, da mesma forma que fazemos com um charlatão ou com curandeiro", afirmou.

O CRM argumenta que o Mais Médicos fere a Constituição também na visão de que o exercício da profissão é livre. O contrato de três anos firmado com o Ministério da Saúde prevê que o médico possa atender apenas na localidade para a qual foi selecionado, com salário de R$ 10 mil ao mês, mais ajuda de custo que varia de um a três salários de acordo com a região do país.

Além disso, na visão da entidade, a dispensa de diploma coloca em risco a população, tese com a qual o juiz não concordou. Para ele, o livre exercício da profissão garantido pela Carta Magna não é um valor ilimitado, ou seja, pode haver uma limitação de acordo com as necessidades em jogo.

João Batista Ribeiro concorda com a tese do Ministério da Saúde de que a restrição geográfica é necessária para garantir que os médicos formados no exterior não passem a concorrer no mercado nacional, deixando de lado o objetivo fundamental pelo qual vieram ao país, ou seja, o oferecimento de saúde em lugares desassistidos. "Configurando o ato normativo impugnado, sem qualquer sombra de dúvida, política pública de saúde da maior relevância social de sorte que o bem da vida, que está sob perigo real e concreto, deve ter primazia sobre todos os demais interesses juridicamente tutelados", argumenta.


http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2013/08/juiz-nega-liminar-contra-mais-medicos-e-acusa-entidade-de-buscar-reserva-de-mercado-6895.html


Por que o CFM tem medo dos médicos cubanos?

Por que o CFM tem medo dos médicos cubanos?

Médicos cubanos assustam o Conselho Federal de Medicina. Corporativistas temem que mudança do foco no atendimento abale o sistema mercantil de saúde do Brasil

A virulenta reação do Conselho Federal de Medicina (CFM) contra a vinda de seis mil médicos cubanos para trabalhar em áreas absolutamente carentes do país é muito mais do que uma atitude corporativista: expõe o pavor que uma certa elite da classe médica tem diante dos êxitos inevitáveis do modelo adotado na ilha, que prioriza a prevenção e a educação para a saúde, reduzindo não apenas os índices de enfermidades, mas sobretudo a necessidade de atendimento e os custos com a saúde.

Essa não é a primeira investida radical do CFM e da Associação Médica Brasileira contra a prática vitoriosa dos médicos cubanos entre nós. Em 2005, quando o governador de Tocantins não conseguia médicos para a maioria dos seus pequenos e afastados municípios, recorreu a um convênio com Cuba e viu o quadro de saúde mudar rapidamente com a presença de apenas uma centena de profissionais daquele país.

A reação das entidades médicas de Tocantins, comprometidas com a baixa qualidade da medicina pública que favorece o atendimento privado, foi quase de desespero. Elas só descansaram quando obtiveram uma liminar de um juiz de primeira instância determinando em 2007 a imediata “expulsão” dos médicos cubanos.

No Brasil, o apego às grandes cidades

Dos 371.788 médicos brasileiros, 260.251 estão nas regiões Sul e Sudeste

Neste momento, o governo da presidenta Dilma Rousseff só está cogitando de trazer os médicos cubanos, responsáveis pelos melhores índices de saúde do Continente, diante da impossibilidade de assegurar a presença de profissionais brasileiros em mais de um milhar de municípios, mesmo com a oferta de vencimentos bem superiores aos pagos nos grandes centros urbanos.

E isso não acontece por acaso. O próprio modelo de formação de profissionais de saúde, com quase 58% de escolas privadas, é voltado para um tipo de atendimento vinculado à indústria de equipamentos de alta tecnologia, aos laboratórios e às vantagens do regime híbrido, em que é possível conciliar plantões de 24 horas no sistema público com seus consultórios e clínicas particulares, alimentados pelos planos de saúde.

Mesmo com consultas e procedimentos pagos segundo a tabela da AMB, o volume de clientes é programado para que possam atender no mínimo dez por turnos de cinco horas. O sistema é tão direcionado que na maioria das especialidades o segurado pode ter de esperar mais de dois meses por uma consulta.

Além disso, dependendo da especialidade e do caráter de cada médico, é possível auferir faturamentos paralelos em comissões pelo direcionamento dos exames pedidos como rotinas em cada consulta.

Sem compromisso em retribuir os cursos públicos

Há no Brasil uma grande “injustiça orçamentária”: a formação de médicos nas faculdades públicas, que custa muito dinheiro a todos os brasileiros, não presume nenhuma retribuição social, pelo menos enquanto não se aprova o projeto do senador Cristóvam Buarque, que obriga os médicos recém-formados que tiveram seus cursos custeados com recursos públicos a exercerem a profissão, por dois anos, em municípios com menos de 30 mil habitantes ou em comunidades carentes de regiões metropolitanas.

Cruzando informações, podemos chegar a um custo de R$ 792 mil para o curso de um aluno de faculdades públicas de Medicina, sem incluir a residência. E se considerarmos o perfil de quem consegue passar em vestibulares que chegam a ter 185 candidatos por vaga (Unesp), vamos nos deparar com estudantes de classe média alta, isso onde não há cotas sociais.

Um levantamento do Ministério da Educação detectou que na medicina os estudantes que vieram de escolas particulares respondem por 88% das matrículas nas universidades bancadas pelo Estado. Na odontologia, eles são 80%.

Em faculdades públicas ou privadas, os quase 13 mil médicos formados anualmente no Brasil não estão nem preparados, nem motivados para atender às populações dos grotões. E não estão por que não se habituaram à rotina da medicina preventiva e não aprenderam como atender sem as parafernálias tecnológicas de que se tornaram dependentes.

Concentrados no Sudeste, Sul e grandes cidades

Números oficiais do próprio CFM indicam que 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. E em geral trabalham nas grandes cidades. Boa parte da clientela dos hospitais municipais do Rio de Janeiro, por exemplo, é formada por pacientes de municípios do interior.

Segundo pesquisa encomendada pelo Conselho, se a média nacional é de 1,95 médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a 4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um médico para mil habitantes.

A pesquisa “Demografia Médica no Brasil” revela que há uma forte tendência de o médico fixar moradia na cidade onde fez graduação ou residência. As que abrigam escolas médicas também concentram maior número de serviços de saúde, públicos ou privados, o que significa mais oportunidade de trabalho. Isso explica, em parte, a concentração de médicos em capitais com mais faculdades de medicina. A cidade de São Paulo, por exemplo, contava, em 2011, com oito escolas médicas, 876 vagas – uma vaga para cada 12.836 habitantes – e uma taxa de 4,33 médicos por mil habitantes na capital.

Mesmo nas áreas de concentração de profissionais, no setor público, o paciente dispõe de quatro vezes menos médicos que no privado. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, o número de usuários de planos de saúde hoje no Brasil é de 46.634.678 e o de postos de trabalho em estabelecimentos privados e consultórios particulares, 354.536.Já o número de habitantes que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) é de 144.098.016 pessoas, e o de postos ocupados por médicos nos estabelecimentos públicos, 281.481.

A falta de atendimento de saúde nos grotões é uma dos fatores de migração. Muitos camponeses preferem ir morar em condições mais precárias nas cidades, pois sabem que, bem ou mal, poderão recorrer a um atendimento em casos de emergência.

A solução dos médicos cubanos é mais transcendental pelas características do seu atendimento, que mudam o seu foco no sentido de evitar o aparecimento da doença. Na Venezuela, os Centros de Diagnósticos Integrais espalhados nas periferias e grotões, que contam com 20 mil médicos cubanos, são responsáveis por uma melhoria radical nos seus índices de saúde.

Cuba é reconhecida por seus êxitos na medicina e na biotecnologia

Em sua nota ameaçadora, o CFM afirma claramente que confiar populações periféricas aos cuidados de médicos cubanos é submetê-las a profissionais não qualificados. E esbanja hipocrisia na defesa dos direitos daquelas pessoas.

Estudantes estrangeiros na Escola Latino-Americana de Medicina

Não é isso que consta dos números da Organização Mundial de Saúde. Cuba, país submetido a um asfixiante bloqueio econômico, mostra que nesse quesito é um exemplo para o mundo e tem resultados melhores do que os do Brasil.

Graças à sua medicina preventiva, a ilha do Caribe tem a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América e do Terceiro Mundo – 4,9 por mil (contra 60 por mil em 1959, quando do triunfo da revolução) – inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Da mesma forma, a expectativa de vida dos cubanos – 78,8 anos (contra 60 anos em 1959) – é comparável a das nações mais desenvolvidas.

Com um médico para cada 148 habitantes (78.622 no total) distribuídos por todos os seus rincões que registram 100% de cobertura, Cuba é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a nação melhor dotada do mundo neste setor.

Segundo a New England Journal of Medicine, “o sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”.

O Brasil forma 13 mil médicos por ano em 200 faculdades: 116 privadas, 48 federais, 29 estaduais e 7 municipais. De 2000 a 2013, foram criadas 94 escolas médicas: 26 públicas e 68 particulares.

Formando médicos de 69 países

Em 2012, Cuba, com cerca de 13 milhões de habitantes, formou em suas 25 faculdades, inclusive uma voltada para estrangeiros, mais de 11 mil novos médicos: 5.315 cubanos e 5.694 de 69 países da América Latina, África, Ásia e inclusive dos Estados Unidos.

Atualmente, 24 mil estudantes de 116 países da América Latina, África, Ásia, Oceania e Estados Unidos (500 por turma) cursam uma faculdade de medicina gratuita em Cuba.

Entre a primeira turma de 2005 e 2010, 8.594 jovens doutores saíram da Escola Latino-Americana de Medicina. As formaturas de 2011 e 2012 foram excepcionais com cerca de oito mil graduados. No total, cerca de 15 mil médicos se formaram na Elam em 25 especialidades distintas.

Isso se reflete nos avanços em vários tipos de tratamento, inclusive em altos desafios, como vacinas para câncer do pulmão, hepatite B, cura do mal de Parkinson e da dengue. Hoje, a indústria biotecnológica cubana tem registradas 1.200 patentes e comercializa produtos farmacêuticos e vacinas em mais de 50 países.

Presença de médicos cubanos no exterior

Desde 1963, com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres no planeta. Nenhuma outra nação do mundo, nem mesmo as mais desenvolvidas, teceu semelhante rede de cooperação humanitária internacional. Desde o seu lançamento, cerca de 132 mil médicos e outros profissionais da saúde trabalharam voluntariamente em 102 países.

No total, os médicos cubanos trataram de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas. Atualmente, 31 mil colaboradores médicos oferecem seus serviços em 69 nações do Terceiro Mundo.

No âmbito da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América), Cuba e Venezuela decidiram lançar em julho de 2004 uma ampla campanha humanitária continental com o nome de Operação Milagre, que consiste em operar gratuitamente latino-americanos pobres, vítimas de cataratas e outras doenças oftalmológicas, que não tenham possibilidade de pagar por uma operação que custa entre cinco e dez mil dólares. Esta missão humanitária se disseminou por outras regiões (África e Ásia). A Operação Milagre dispõe de 49 centros oftalmológicos em 15 países da América Central e do Caribe. Em 2011, mais de dois milhões de pessoas de 35 países recuperaram a plena visão.

Quando se insurge contra a vinda de médicos cubanos, com argumentos pueris, o Conselho Federal de Medicina (CFM) adota também uma atitude política suspeita: não quer que se desmascare a propaganda contra o regime de Havana, segundo a qual o sonho de todo cubano é fugir para o exterior. Os mais de 30 mil médicos espalhados pelo mundo permanecem fiéis aos compromissos sociais de quem teve todo o ensino pago pelo Estado, desde a pré-escola e de que, mais do que enriquecer, cumpre ao médico salvar vidas e prestar serviços humanitários.

Por Pedro Porfírio

 



'Saúde não se faz só dentro do hospital', diz Padilha à RBA — Rede Brasil Atual

Saúde e Ciência
entrevista

'Saúde não se faz só dentro do hospital', diz Padilha à RBA

Para ministro, programa Mais Médicos pode mudar a mentalidade do SUS para uma lógica mais ligada à prevenção

por Sarah Fernandes, da RBA
publicado 28/08/2013 12:30, última modificação 28/08/2013 13:29

Arquivo RBA

Na próxima segunda-feira (2), profissionais brasileiros inscritos no Mais Médicos começarão a atender em cidades do interior do país

São Paulo – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou hoje (28), em entrevista exclusiva à Rádio Brasil Atual, que o programa Mais Médicos é "talvez o maior passo para o fortalecimento da atenção básica de saúde" no Brasil e que pode ajudar a mudar a lógica do Sistema Único de Saúde (SUS) para um atendimento mais ligado à prevenção.

"É muito importante mudarmos a mentalidade do SUS: não podemos ter a mentalidade de que a saúde só se faz dentro de um hospital. Ela começa fora, onde as pessoas moram, e a atenção básica tem um papel decisivo nisso", disse.

"Ontem (27), divulgamos dado que mostra que, pela primeira vez, a população brasileira está acima do peso. É com ações preventivas, com profissionais de saúde que recomendem hábitos alimentares e atividades físicas, que vamos construir um Brasil menos doente."

Cubanos

Questionado sobre as hostilidades contra o grupo de 96 médicos estrangeiros – 76 cubanos – que chegaram na noite de segunda-feira (26) ao país por meio do programa Mais Médicos, o ministro afirmou que está à disposição para esclarecer dúvidas sobre as contratações. "Tomamos a iniciativa de levar os detalhes do programa para o Tribunal de Contas da União. Ontem, estive no Congresso Nacional repassando os termos do contrato com a Organização Pan-America de Saúde. Vamos buscar o procurador-geral do Trabalho no Ministério Público para mostrar que todas as condições de trabalho serão garantidas", disse. "O ministério vai acompanhar de perto se todas as condições de trabalho, para profissionais brasileiros e estrangeiros, estão sendo garantidas nos municípios."

A presidenta Dilma Rousseff criticou hoje (28), em entrevista a rádios de Belo Horizonte, as agressões contra médicos cubanos. Ela considerou as hostilidades "um imenso preconceito" e lembrou que os estrangeiros "vêm ao Brasil para trabalhar onde os médicos brasileiros, formados aqui, não querem trabalhar, que são as regiões da Amazônia, do interior do Brasil e também as periferias das regiões metropolitanas".

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Segundo o ministro, a prioridade deve ser o atendimento aos mais pobre. "Nós temos que pensar na população brasileira. Tem mais de 700 municípios no país onde não tem um médico residindo. Além disso, 701 municípios não foram escolhidos por nenhum profissional", disse.

"O Ministério da Saúde precisa buscar todas as estratégias para levar os médicos para perto da população. Nós estamos pensando, em primeiro lugar, naquela senhora que vai ao posto de saúde com seu filho e não tem médicos, nas pessoas que precisam sair das suas cidades para fazer acompanhamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão."

Equipamentos

Padilha reforçou que a primeira ação do programa Mais Médicos é ampliar o investimento em infraestrutura dos equipamentos públicos de saúde. O ministério vai destinar R$ 100 milhões para obras de reforma e ampliação de hospitais universitários. "São quatorze novos hospitais universitários sendo criados, exatamente para que possamos abrir mais vagas nos cursos de medicina, principalmente no interior e nas periferias das grandes cidades."

Segundo o ministro, os estados e municípios são fundamentais para o sucesso do programa. As prefeituras ficam responsáveis pela alimentação e moradia dos profissionais, brasileiros e estrangeiros, que se deslocarem para prestar atendimento no interior.

"Os médicos serão acompanhamos pelo ministério e pelas universidades, que farão a supervisão do trabalho de forma permanente, para não só levar médicos, mas buscar mais qualidade no atendimento à saúde, acompanhando a estrutura das unidades de saúde e a garantia de medicamentos em dia."

Início do atendimento

Na próxima segunda-feira (2), médicos que já trabalham no Brasil e que se inscreveram no programa começarão a atender nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades, prestando serviço a pelo menos 4 milhões de brasileiros.

As inscrições seguem abertas, para profissionais e prefeituras, até sexta-feira (30), e serão reabertas no começo de cada mês. Em 4 de outubro, terá início um novo módulo de treinamento e avaliação de médicos estrangeiros.

"O Mais Médicos vai levar, mês a mês, médicos para unidades de saúde das periferias das grandes cidades ou dos interiores, onde não há médico para atender à nossa população, buscando mudar a realidade daquela pessoa que procura uma unidade básica de saúde, onde tem enfermeiro, técnico de enfermagem, remédios, mas não tem médicos."

Ouça a entrevista do ministro à Rádio Brasil Atual



http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2013/08/nao-podemos-ter-a-mentalidade-que-saude-se-faz-so-dentro-do-hospital-diz-padilha-5611.html


Branca de Neve e os anões no escândalo do metrô | Brasil 24/7

247 – Funcionários da Siemens criaram contas de e-mail fantasia para negociar termos de uma licitação aberta pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no ano de 2005, durante a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo reportagem do Estadão, os endereços eletrônicos foram batizados com nomes de personagens de conto de fadas, como "Branca de Neve" e "Sete Anões".

A multinacional alemã Siemens delatou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que junto com mais 11 empresas, fazia parte de um esquema de formação de cartel nos contratos para as obras do metrô e trens do governo do Estado de São Paulo, entre os anos de 1998 e 2008. Segundo a denúncia, as empresas foram contratas para fornecer equipamentos com preços até 20% superiores caso concorressem normalmente.

Em um e-mail enviado às quatro pessoas em 24 de maio de 2005, o funcionário Eder Luciano Saizaki informou: "Para facilitar a comunicação com o consultor foram criados os seguintes emails: neve.branca@gmail.com e sete.anoes@gmail.com. Estas contas de e-mail contam com 2 GB de capacidade, acredito ser mais do que suficiente para troca de informações". A licitação discutida estava garantida antes mesmo de o governo paulista lançar os editais, conforme revelado no início de agosto. O processo de concorrência começou em 2004 e terminou em 2005.

O e-mail não específica quem seria o consultor com quem os destinatários se comunicariam. Em relação a essa licitação de 2005 da CPTM, a única consultoria que aparece entre as provas entregues pela própria Siemens ao Cade é a Procint, de propriedade do lobista Arthur Teixeira.


http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/113095/Branca-de-Neve-e-os-an%C3%B5es-no-esc%C3%A2ndalo-do-metr%C3%B4.htm



Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz