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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

15.8.13

Dedos macabros | Congresso em Foco

Dedos macabros

Por que as entidades médicas que criticam a contratação de estrangeiros também não se manifestam contra a prática contumaz de muitos médicos brasileiros de não assinar o ponto, questiona colunista

 

Imagine uma foto de dedos amputados. Essa foto existe, porém os dedos não são naturais, são de silicone. A foto me causou uma sensação indefinida de asco, nojo ou repugnância.

Outra impressão que se pode ter desta foto é a que ela seria uma obra de arte. Impressão dada pela plasticidade: um dedo ao lado do outro. Isso dá uma imagem, imagino, para alguns, de muito mau gosto. Para outros, de uma obra de arte.

Imediatamente após ver a foto, li a notícia (que me revoltou): a foto era a reprodução de dedos (das digitais) de médicos, feitas para fraudar o ponto. Ou seja, eram as digitais de profissionais médicos que não iam trabalhar, mas, no entanto, davam presença no serviço e recebiam o salário no fim do mês. Que ética médica é essa, e onde aprenderem essa lição ética e moral?

Será que estes médicos e tantos outros que agem de maneira semelhante não fazem parte do grupo que vai para as ruas protestar contra a contratação de médicos estrangeiros para trabalharem no Brasil? Será que fazem parte daqueles médicos que burlam o trabalho e protestam para os outros (estrangeiros) não trabalharem?

Os médicos que assim procedem agem de maneira semelhante àqueles que assinam ponto, não trabalham, e vão para casa ou outro emprego. Ou assinam na entrada, saem antes de concluir a carga horária contratada, e voltam para assinar a saída só no dia seguinte. Há também aqueles que riscam ou quebram o visor do aparelho eletrônico que recolhe a digital para não ter que registrar a entrada e tampouco a saída do serviço. Sei que quando fazem isso é por que há a conivência das chefias. Mas, como sempre, não custa perguntar: o que pode o médico que pratica este tipo de crime exigir se não cumpre com o seu dever?

Este tipo de comportamento é um desrespeito e falta de compromisso com a cidadania, com a saúde pública e com o Sistema Único de Saúde (SUS). É negar a defesa da vida, que jurou defender.

Tenho visto pouca (ou nenhuma?) manifestação das entidades médicas (Sindicatos e Federação Nacional, Conselhos Regionais e Nacional, Associações Regionais e Nacional) condenando essas práticas. Não seria agora, com o povo na rua pedindo mais saúde pública, o momento ideal para que as entidades se manifestassem contra essa prática contumaz (não assinar ponto) de muitos médicos Brasil afora?

Antes de protestar contra a contratação de médicos estrangeiros para a ampliação dos serviços de saúde pública, não seria mais salutar se colocar contra aquelas práticas?

Aquela foto representa algo macabro. É macabro o médico não ir trabalhar mesmo sabendo que sua ausência pode levar à morte de algumas pessoas, principalmente nesse caso, em que são médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).



http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunistas/dedos-macabros/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz