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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

2.8.13

Os colonistas do PiG e a plutocracia predadora | Conversa Afiada

Publicado em 01/08/2013

Os colonistas do PiG
e a plutocracia predadora

Paulo Nogueira trata do “colonismo chapa branca

 

Eliane Cantanhede, da Folha: não é o modelo Pulitzer de bom jornalismo

 

O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo:


O que é jornalismo chapa branca



O que é um bom jornalista, segundo talvez o maior deles, Joseph Pulitzer, o editor que há mais de um século simplesmente inventou a manchete e a primeira página como as conhecemos hoje?

Ele sempre é contra os privilégios e os injustamente privilegiados, disse Pulitzer.

Isso porque privilégios vão sempre dar em iniquidade, ao destruir a meritocracia e favorecer um pequeno grupo de “plutocratas”, para usar uma expressão de Pulitzer na descrição do bom jornalista.

O bom jornalista também não deve esquecer nunca os pobres, disse Pulitzer, numa frase que lembra o papa.

Os princípios de Pulitzer ajudam a refletir melhor sobre um debate jornalístico que se trava no Brasil de hoje: o que é jornalismo chapa-branca?

Examinemos os jornalistas das corporações jornalísticas. Sobretudo os articulistas políticos, de Merval Pereira a Dora Kramer, de Arnaldo Jabor a Eliane Cantanhêde, e daí por diante.

Eles combatem privilégios ou ajudam a mantê-los?

Vejamos alguns exemplos de privilégios.

Nos anos 1990, o Brasil se abriu à concorrência estrangeira e as empresas nacionais foram submetidas à competição das estrangeiras.

A mídia bradou por isso.

Mas o que os brasileiros não souberam é que, para as empresas jornalísticas, jamais foi tocado o privilégio do mercado protegido.

Nos subterrâneos, com o grau de intimidação que o jornalismo traz, elas conseguiram manter o que pode ser chamado de mamata.

Os argumentos foram infantis, como demonstrou um artigo relativamente recente do advogado Luís Roberto Barroso dos dias em que ele cuidava dos interesses lobísticos da Globo, antes de ir para o STF.

A reserva, escreveu Barroso no Globo, protege o “patrimônio cultural” que são as novelas e impede que os brasileiros sejam repentinamente assaltados pela “pregação maoísta” de uma tevê chinesa que se instalasse no Brasil.

Não era piada. Barroso não escreveu aquilo para que o leitor risse.

Algum jornalista das grandes corporações criticou, uma única vez, o privilégio da reserva de mercado da mídia? Tocou, ao menos, no assunto? Notificou seus leitores?

Recentemente, a Globo foi pilhada numa fraude fiscal na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002.

(Aliás: o que não deve ter acontecido na compra dos direitos de 2006 e de 2010, ainda com a presença do amigo global Ricardo Teixeira na Fifa? Mas de novo: algum jornalista investigou?)

Documentos da Receita, vazados num blog, o Cafezinho, provaram a trapaça, da qual resultou uma dívida da Globo perante a Receita de 615 milhões de reais em dinheiro de 2006.

Para usar os princípios de Pulitzer, é um tipo de jornalismo que defende privilégios e esquece o interesse público.

Também se soube que uma funcionária da Receita tentou simplesmente fazer desaparecer os documentos que comprovam o crime de sonegação.

Merval e Ayres Britto: jornalista chapa branca

 

 


Imagine o frenesi que tomaria conta da Inglaterra, para efeito de exercício especulativo, se fosse noticiado que uma funcionária da Receita tivesse tentado dar sumiço a uma dívida da News International, de Rupert Murdoch.

Algum jornalista das grandes corporações brasileiras defendeu o interesse público?

Ou a “plutocracia predadora” – mais uma expressão de Pulitzer – foi protegida pelo silêncio?

Onde, na sonegação da Globo, a combatividade da Folha, o jornal “sem rabo preso”? Onde a indignação dos Lacerdas de hoje?

Jornalismo chapa branca, no Brasil de 2013, pode ser definido assim: a defesa, pelas palavras ou pelo silêncio, da “plutocracia predadora”. E o consequente abandono do interesse público.

O resto é mistificação.



Em tempo: para atender a pedidos de amigos navegantes, o Conversa Afiada adiciona aos colonistas (*) pigais (**) que sustentam a plutocracia predadora o dos chapéus, e o Alexandre Maluf Garcia – PHA


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.


(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

http://www.conversaafiada.com.br/pig/2013/08/01/os-colonistas-do-pig-e-a-plutocracia-predadora/


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz