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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

31.10.17

O escárnio dos golpistas

CONJUNTURA

O escárnio dos golpistas

Quando as massas se levantarão? O certo é que algum dia o povo brasileiro terá que julgar toda essa corja de golpistas

Brasil de Fato

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Na economia cumpre-se o verdadeiro objetivo do golpe: estão entregando o pré-sal, a Petrobras, as terras, os minérios... - Créditos: Latuff
Na economia cumpre-se o verdadeiro objetivo do golpe: estão entregando o pré-sal, a Petrobras, as terras, os minérios... / Latuff

Todos conhecemos a articulação que se formou com forças do poder Judiciário - Supremo Tribunal Federal, Operação Lava Jato, entre outros -; do Ministério Público, com Rodrigo Janot e colegas; do empresariado oportunista que queria apenas salvar suas empresas da crise econômica, que atinge a todos.

A ampla maioria dos congressistas, que já haviam sido financiados regiamente pelos empresários (gastou-se R$ 6,2 bilhões na última campanha, nada semelhante em qualquer República do planeta Terra); continuam ávidos por seguir se apropriando de recursos públicos e manutenção de mordomias escandalosas.

É o que constatamos com as ações de mais uma verdadeira quadrilha, que operava há anos, sob o manto do PMDB, conforme consta da denúncia do Sr. Joesley Batista, e, como ficou claro, ao se vasculhar um singelo apartamento em Salvador (BA).

Tudo isso, manipulado diuturnamente pela Rede Globo, aquela mesma que havia recebido bilhões em publicidade dos governos Lula-Dilma!

Deram um golpe! Destituíram a presidenta Dilma, sem nenhum crime cometido, ainda que tenham seguido um rito novelesco.

Sabíamos que a burguesia brasileira, subordinada aos interesses do capital estrangeiro e de empresas e interesses dos Estados Unidos, precisavam ter o controle absoluto dos poderes no Brasil para aumentarem a exploração da mão de obra, dos recursos naturais abundantes e, assim, saírem sozinhos da crise mais rápido e jogando todo peso sobre a classe trabalhadora.

E agora, tais artimanhas, a cada dia, ficam mais claras com a máscara das manipulações judiciais e dos congressistas caindo definitivamente.

Duas denúncias apresentadas por empresários - do envolvimento claro, com foto e tudo da quadrilha que está no Planalto - foram absolvidas no Congresso por seus comparsas que são a maioria.

O STF caiu no ridículo de, a cada julgamento, assumir critérios diferentes de acordo com o réu. Coloca em pauta apenas o que interessa às elites.

Virou uma Corte vergonhosa e que não merece mais o respeito de ninguém. Aliás, não se respeitam nem entre eles!  E aplicam, o que dizia Getúlio Vargas, "aos amigos tudo, aos inimigos a lei!".

Na economia cumpre-se o verdadeiro objetivo do golpe: estão entregando o pré-sal, a Petrobras, as terras, os minérios e os setores mais lucrativos do país.

Querem ainda entregar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, os Correios, a energia elétrica por meio da Eletrobras, instalar a Previdência privada e privatizar serviços de educação e saúde.

Precisam também fechar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como banco estatal de investimentos, o que já está em curso com a transferência de seus recursos para o Tesouro Nacional, que os repassa aos bancos privados na forma de pagamento de juros de uma dívida pública interna nunca auditada.

Na agricultura, todo dia há notícias de desnacionalização, de concentração e controle absoluto do capital estrangeiro sobre nossos bens e commodities.

Cerca de 70% de toda renda agrícola já é controlada por empresas transnacionais, que  lucram com o fornecimento de todos insumos: sementes, fertilizantes, agrotóxicos, máquinas, drones, programas de informática, além de controlar o mercado mundial das  commodities.

A ignorância da burguesia agrária, oportunista e não vinculada à agricultura, os deixa cegos diante de tamanha exploração, onde, no fundo, eles também perdem.

O último ataque foi nas reservas do pré-sal. Segundo a Associação de Engenheiros da Petrobras (AEPET), foram entregues trilhões de dólares em reservas conhecidas de petróleo para quatro empresas estrangeiras, por apenas R$ 6,1 bilhão. E ainda comemoraram nos jornais como sucesso.

De fato, foi um sucesso para o capital estrangeiro que vai exportar petróleo cru para suas matrizes enquanto, por aqui, destruíram a indústria naval, a petroquímica e o setor de distribuição da Petrobras. E milhões de empregos…

As massas desanimadas assistem a tudo quietas, porém, indignadas! Quando se levantarão? Ninguém sabe!

Se vingarão apenas nas eleições de 2018, recolocando Lula no Planalto? Também ninguém sabe!

O certo é que algum dia o povo brasileiro terá que julgar toda essa corja de golpistas, presentes nos bancos, no empresariado, no STF, no Ministério Público e na imprensa burguesa brasileira.

Espero que, como diz o ditado, a "a Justiça (do povo) tarde, mas não falhe!"

 

Nota: artigo escrito para a última edição da Revista Caros Amigos, edição de novembro de 2017. A revista deixará de circular, estrangulada pelo poder econômico e pelos golpistas!  Escrevia na revista mensalmente, desde 1997, de forma solidária. Espero que possa ressurgir no futuro com mais força.

Edição: Simone Freire

https://www.brasildefato.com.br/2017/10/31/o-escarnio-dos-golpistas/




ES POSIBLE, Y RENTABLE, PRODUCIR SIN ENVENENAR AL CONSUMIDOR

ES POSIBLE, Y RENTABLE, PRODUCIR SIN ENVENENAR AL CONSUMIDOR
Diario El Campesino - Resistencia
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El mito de que para producir con éxito se debe envenenar, queda al descubierto frente al modelo concreto de producción agroecológica y biodinámica que describiremos brevemente en esta nota. En un mundo donde los negocios son antes que la salud, las corporaciones de la industria química imprimieron en cada cerebro que lo moderno, lo inteligente y exitoso, es producir según mandan los paquetes tecnológicos que chorrean desde sus canteras de polución y muerte.

Canteras que entregan por igual, el agente naranja que Monsanto estrenó matando vietnamitas como moscas, como endusolfanyglifosato, que viajan en tomates, zapallos, zanahorias, aceites y harinas para llegar a la sangre de seres humanos de las grandes urbes, que jamás tuvieron contacto con una plantación ni vieron nunca una fumigadora.

"Vivimos engañados durante años. Hasta que nos dimos cuenta que podíamos producir sin químicos, sin transgénicos, sin depender de las multinacionales"reconoce Irmina Kleiner, propietaria junto a su esposo Remo Venica y su familia de la Granja Naturaleza Viva, ubicada en Guadalupe Norte, pequeño poblado del norte de Santa Fe a escasos veinte kilómetros entre Reconquista y Resistencia, la capital de Chaco.

Para entender mejor este modelo, es necesario conocer la historia de Irmina y Remo. Si bien no lo es todo, el componente ideológico tiene una influencia central. Los protagonistas de esta experiencia tienen una rica, dura, y dramática relación con los ideales de una sociedad más estrechamente vinculada a lo cristiano, humano y solidario, que con la que se construyó desde la prédica netamente extractivista, comercial, excluyente y ultra rentista que no trepida en colocar el interés por encima del hombre. Ambos le gambetearon a la muerte durante cuatro años durante la dictadura genocida de 1976 huyendo por los montes chaqueños y los cañaverales del norte santafesino. Todo por su defensa de los pequeños productores y hacheros del Chaco desde las Ligas Agrarias. El libro Monte Madre de Jorge Miceli describe magistralmente esta historia.

Visitar Naturaleza Viva, es una experiencia sorprendente. La granja que produce alimentos sanos, en gran cantidad y calidad, que llegan a veinte provincias y 10.000 familias. Sin transgénicos ni agrotóxicos, brinda trabajo, desarrollo local y confirman las ventajas del modelo campesino.

La mesa tiene alimentos en abundancia. Carne, arroz, ensalada, mandioca, queso, pan, jugo. Todo proviene de la tierra que se cultiva en la misma zona. Se trata de la Granja Naturaleza Viva, emprendimiento agroecológico con tres décadas de vida, referencia argentina de producción sana de alimentos (sin químicos ni transgénicos), que llega a la mesa de 10.000 familias y confirma la sustentabilidad del modelo campesino. "Producimos alimentos sanos para el pueblo, de calidad y sostenible en el tiempo", afirma Irmina Kleiner.

La chacra tiene 220 hectáreas y trabajan quince familias (como referencia: en un campo de soja de 5000 hectáreas solo trabaja una persona). El campo está rodeado de transgénicos, pero ellos apostaron a otro modelo, diverso: tambo (leche, quesos, yogur), gallinas (proveedoras de huevos y, claro, carne), chanchos, ganadería para autoconsumo y venta, girasol (y aceite), trigo (y harina), soja orgánica, frutales (desde mandarina hasta banana), mandioca, lechuga, tomate, maíz y decenas de plantas que casi no se conocen en el mundo urbano, como el amaranto (una planta de entre 50 centímetros de alto a más de dos metros, donde el grano se utiliza como cereal y harinas, y las hojas verdes para sopas y ensaladas).

"Fue un proceso de prueba y error. Nos equivocamos mucho y también aprendimos", afirma Irmina, sentada al otro lado de la mesa, mientras ofrece un pan casero y mermelada realizada por sus manos. Confiesa que ellos creyeron en la "revolución verde", corriente de pensamiento impulsada en la década del 50, mediante la investigación corporativa de laboratorio, que prometía mayor producción y "acabar con el hambre del mundo (a fines de los '80 comenzó la llamada "segunda revolución verde", impulsada por las compañías de biotecnología, de transgénicos y agroquímicos)".

También probaron, y erraron, cuando técnicos del INTA (Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria) y de la Secretaría de Agricultura llegaron con promesas de bienestar de la mano de la plantación de duraznos y, luego, de la cría de nutrias. En ambos casos, el resultado fue desastroso. Quedaron al borde la quiebra.

Dejaron de tomar como palabra santa los dichos de los técnicos, ingenieros agrónomos y veterinarios. Y reforzaron la ganadería, el tambo y la agricultura. "Nos decían que un tambo con pocas vacas no era rentable… los que se llenaron de vacas luego se fueron a la quiebra", recuerda Remo.

Irmina precisa que dos hechos clave fueron el no vender materia prima, sino alimentos (no girasol, sí aceite; no leche, sí quesos) y tejer redes de comercialización. Así evitaron intermediarios (que acaparan un alto porcentaje del precio de venta). Se sumaron, y también construyeron, espacios de comercialización. Un trabajo lento pero con resultados duraderos: envían sus cajas de productos a veinte provincias. A lo largo del año llegan a las mesas de 10.000 familias.

También realizan trueques. Un productor de Choele Choel (valle de Río Negro) trae bolsones de nueces y se lleva frutas, verduras, quesos. Lo propio con yerbateros de Misiones y viñateros de Cuyo.

En el predio se observan casas hechas en barro, con techos "naturales" (nada de chapa o cemento, tierra y pasto). Son igual o más duraderas que las de ladrillos, mucho más económicas y más eficiente en energía (mantienen el calor en invierno, son frescas durante el verano).

Decenas de plantas, de todo tipo. Amaranto, zapallos, maíz, mandioca, rosella (se hacen ricos jugos, nada que envidiar a los famosos sobres con polvo de color que se venden en los supermercados). Un vivero con cientos de plantines. "En esta chacra sembramos 20.000 árboles", avisa Remo, y recuerda que era tierra empobrecida, sometida a décadas de agricultura extractiva, que empobreció suelos y demoró largos años en recuperar.

Muestra plantas experimentales de arroz (hace mejoramiento natural de semillas). De esa prueba y error logró una semilla muy productiva que compartió con un productor de Corrientes que no utiliza químicos. El primer año cosechó dos mil kilos. Fue aumentando la superficie. En 2015 logró 50.000 kilos, de mejor calidad de la que obtienen las grandes empresas del sector y, claro, también se comercializa en Naturaleza Viva.

Un breve paso por el gallinero muestra un centenar de animales, docenas y docenas de huevos. También hay un gran piletón-reserva de agua, de 70 metros de largo por 30 de ancho, que ahora disfrutan los patos y es imprescindible en épocas de sequía. Caminar unos cien metros, y frutales. Decenas de árboles de mandarina y naranja, pruebas experimentales de moringa y bananas. Curiosidad (o no), cambio climático mediante: están funcionando muy bien cultivos que son de otras latitudes, más tropicales.

Muestra mandiocas, porotos, tomates. Y, en medio de la quinta, rosales de hasta dos metros de altura, flores blancas y amarillas.

Caminata de otra cuadra y el tambo de 82 vacas. Números: 350 litros de leche cada mañana, 25 quesos diarios (de casi tres kilos cada uno), diez kilos de dulce de leche. Los estantes de la sala frigorífica están semivacíos. "Hay una demanda impresionante, no damos abasto. Nos pone muy contentos que quienes compran una vez el queso seguro se hacen consumidores permanentes", comenta Remo.

A un lateral del tambo, un enorme tanque de chapa, de unos cuatro metros de alto y cinco (o más) de diámetro. Es el biodigestor (un contenedor hermético en el que deposita el material orgánico a fermentar –excrementos de animales– y que produce gas y fertilizantes orgánicos). Provee de gas a toda la granja.

Irmina explica que producen un promedio de 12.000 kilos de alimentos por mes. Destaca que las "granjas integrales", como denominan a Naturaleza Viva, pueden alimentar a toda la población argentina, aunque también reconoce que no cuentan con el apoyo de políticos ni de políticas de Estado.

"Es simple. Tierra sana, alimentos sanos, personas sanas. Alimentos industriales, con venenos, es igual a mala salud y necesidad de hospitales", explica Irmina, y señala la necesidad de volver al modelo campesino de producción de alimentos. "Acá demostramos que se puede", destaca.

Remo lamenta que las históricas cooperativas agropecuarias de los pueblos se hayan transformado en simples negocios de venta de agroquímicos de grandes compañías internacionales. "Son un ejemplo más de la dependencia de los productores y de la derrota de ese modelo", afirma.

A veinte metros de la casa, un monte de cañas de bambú muy altas (de hasta seis metros). Un gran círculo, casi perfecto, y no se ve el sol. En el medio, cuatros largas mesas y bancos de madera. En un extremo, leña y lugar para parrilla. "Todos los domingos hacemos acá un asado a la estaca, siempre numeroso, para compartir lo que nos brinda la Pachamama", explica Remo.

La carne, claro, también es de la Granja Naturaleza Viva.


http://diarioelcampesino.com/noticias/view/11093




Proibição de show de Caetano Veloso por juíza é censura

Proibição de show de Caetano Veloso por juíza é censura, apontam especialistas
A incoerência da decisão foi resumida pelo cientista político e professor da UnB, Luis Felipe Miguel - "A juíza tece mil loas a Caetano, mostra uma súbita preocupação com a segurança dos acampados e, no final das contas, o que faz é proibir um ato político".

Leia a matéria - http://bit.ly/2ihtg4j




Juíza proíbe show de Caetano Veloso em ocupação do MTST no ABC 


'É a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático', diz Caetano 


Caetano afirmou se sentir mal com a proibição de show na ocupação do MTST, em São Bernardo do Campo. "Dá a impressão que não é um ambiente propriamente democrático". Guilherme Boulos diz que Constituição foi rasgada



Gerson Carneiro

Fundamentação da juíza que proibiu o show do Caetano Veloso:

"Seu brilhantismo atrairá muitas pessoas para o local, o que certamente colocaria em risco estas mesmas."

Entretanto, na decisão a juíza autoriza o uso da força policial (aquela de Pinheirinho) caso o show aconteça.

Grande preocupação com a segurança das pessoas. #SQN



Gerson Carneiro

Supostamente preocupada com a segurança das pessoas, a juíza, na mesma decisão, manda a polícia descer a porrada se o show do Caetano acontecer.



Cezar Britto
Museu, teatro e Caetano censurados... entrega do petróleo ao capital internacional liberada... eis um resumo da caneta judicial.


...


A luta dos sem teto só se fortalece! 
Dia histórico e de resistência para a ocupação Povo Sem Medo em São Bernardo do Campo.

Confira a cobertura completa no Twitter da Mídia NINJA: http://bit.ly/2A1ipDO


ATO HISTÓRICO e palco cheio na ocupação Povo Sem Medo de São Bernardo do Campo, que reuniu Caetano Veloso, Paula Lavigne. Sonia Braga, Guilherme Boulos, Criolo, Emicida, Alinne Moraes, Leticia Sabatella e muito mais. Confira aqui: http://bit.ly/2A1ipDO


"Caetano Veloso e MTST fazem ato histórico na ocupação de São Bernado" por @MidiaNINJA

https://twitter.com/i/moments/925136463624331264


"Tenho convicção de que expeliremos o 'cancro'", diz Tendler sobre sistema financeiro

"DEDO NA FERIDA"

"Tenho convicção de que expeliremos o 'cancro'", diz Tendler sobre sistema financeiro

Novo filme do cineasta aborda as consequências, sobre a política e a vida das pessoas, do crescente poder do sistema financeiro
por Vitor Nuzzi, da RBA publicado 08/10/2017 13h24, última modificação 09/10/2017 13h55
DEDO NA FERIDA/DIVULGAÇÃO
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Tendler traz depoimentos, imagens e números que demonstram papel do sistema financeiro na miséria do mundo

São Paulo – Silvio Tendler, 67 anos, aborda em seu novo documentário a urgente questão do poder do sistema financeiro em relação à política. Dedo na Ferida, que começou a ser feito no ano passado e foi selecionado para a mostra competitiva do Festival do Rio, será exibido naquela cidade nas próximas quinta e sexta (12 e 13), com debate no primeiro dia entre o autor e a economista Laura Carvalho. Mesmo falando em "tragédia anunciada", o cineasta acredita em mudança de rumos, lembrando que os movimentos históricos são lentos. "Hoje o cancro é o sistema financeiro, mas tenho convicção de que o expeliremos e viveremos num mundo solidário e feliz", afirma.

Com duração de 90 minutos, o filme tem como "fio de ligação" o cotidiano do podólogo Anderson Ribeiro, residente em Japeri – cidade na região metropolitana do Rio com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado –, que trabalha em Copacabana, na zona sul carioca. "O tempo de deslocamento dele todo dia é o tempo de uma sessão de cinema. Dedo na Ferida discute uma sociedade na qual ele é um cidadão à margem, não tem uma conta no banco, não vai ao cinema, nem ao teatro. Não tem uma vida ativa, é um cara que trabalha para sustentar a família", diz o cineasta.

Ele pretende refletir sobre o avanço do sistema financeiro e seus reflexos sobre o cotidiano das pessoas, desde a perda de direitos até a qualidade de vida. O documentário foi patrocinado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro e pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros. A parceria com as entidades já havia rendido o documentário Privatizações - A Distopia do Capital, de 2014.

Dezenove pessoas foram entrevistadas, sendo 12 brasileiros, como o diplomata e ex-ministro Celso Amorim, o economista Paulo Nogueira Batista Jr., (Banco dos Brics), os professores Ladislau Dowbor, Laura Carvalho e Guilherme Mello e ativistas como Guilherme Boulos (MTST) e João Pedro Stédile (MST). Entre os estrangeiros, falam o ex-ministro grego Yanis Varoufakis, o cineasta Costa-Gavras e os intelectuais Boaventura de Sousa Santos (Universidade de Coimbra, Portugal), David Harvey (University of New York, Estados Unidos) e Maria José Fariñas Dulce (Universidade Carlos III, Espanha).

O filme procura mostrar como o sistema financeiro se beneficia de crises e aumenta a concentração de renda. "Os bancos ficam com a parte gorda da carne, para o povo restam os ossos", comenta Tendler. Um retrato dos verdadeiros donos do poder. Ele defende um novo projeto, sem saber ainda qual será. Sobre o avanço conservador no Brasil e as eleições marcadas para 2018, diz se preocupar mais com "a inapetência e desorganização da esquerda".

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Das 20 empresas mais de maior lucro em 2016 no Brasil, 6 são bancos. Entre os maiores prejuízos, nenhum banco

 

Há um ano, durante a coleta de informações e depoimentos para o documentário, você dizia que o mundo "não aprendeu" com a crise de 2008. Os mercados financeiros seguem livres e influenciam fortemente o poder político. Essa "ferida" tem cura?

Sou um otimista da geração que nasceu protegida pela vacina anti-pólio e pela penicilina. Não tivesse sido assim e poderia ter tido paralisia infantil. ou morrido de sífilis. Hoje o cancro é o sistema financeiro, mas tenho convicção de que o expeliremos e viveremos num mundo solidário e feliz.  

De que forma(s) o podólogo de Japeri sofre os impactos da financeirização e da globalização?

Ele ganha mal, não tem acesso a um sistema de saúde digno, nem de educação para os filhos. Leva uma hora e meia para ir e outras tanto para voltar do trabalho, tempo para assistir diariamente dois longas metragens o que nunca faz por falta de tempo e ânimo. 

Os bancos ficam com a parte gorda da carne, para o povo restam os ossos. Isso tem que mudar.

Poucos dias atrás, foi divulgada a informação de que seis brasileiros detêm a mesma renda dos 100 milhões mais pobres do país. Os 5% mais ricos concentram o mesmo que os outros 95%. A concentração de renda é a face mais perversa desse processo?

A concentração de renda é apenas a gota d'água que entorna um dique represado de injustiças e um libelo gritante que revela o mundo em que estamos vivendo. Entre os extremos existe muita desigualdade que tem que ser superada. Senão os remediados viveremos numa zona de conforto que também gera miséria. 

Em termos mundiais, existe saída política para isso ou os Estados já se renderam? Vê movimentos com força suficiente para combater a força do chamado mercado?

Os movimentos históricos são lentos, nos cabe iniciá-los ou dar sequência mesmo sem a certeza de ver o mundo melhor. Pensemos em nossos netos e seremos mais felizes. 

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Cineasta Costa-Gavras vê desmandos do mercado por trás dos conflitos do Brasil de 2017 e da Grécia de 2015

O Brasil vive um processo de venda de patrimônio público e intensa desregulamentação, com perda de direitos por meio de uma reforma trabalhista, já aprovada, e ainda com a tramitação de um projeto sobre a Previdência. O debate sobre um projeto nacional de desenvolvimento – que a sua geração, por exemplo, testemunhou – foi definitivamente abandonado? Ou pode ser retomado a partir das eleições de 2018, por exemplo? 

Está muito difícil para nós, mas para eles também. Não estão entrando com bola e tudo como imaginaram que seria. Continuemos lutando. 

Você já tem alguma clareza sobre o cenário eleitoral? O avanço conservador lhe preocupa?

Me desespera mais a inapetência e desorganização da esquerda. Por aí me desespero. Sei em quem não votarei, mas ainda não sei em quem e com que programa votarei. 

Um ano atrás, você também dizia que o enfraquecimento do Estado e o domínio do capital poderiam levar o mundo a uma tragédia...

Estamos assistindo essa tragédia anunciada configurar-se. Temos que nos organizar em torno de um projeto que hoje não conheço. 

Dos diversos depoimentos, algum lhe chamou mais a atenção?

Todos são muito fortes. 

Com cinco décadas de trabalhos que abrangem grande parte da história do Brasil e suas mazelas, quais projetos devem vir à tona? 

Uma série de filmes muito fortes, espero.

 

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Professora Maria Dulce, da Universidade Carlos III (Espanha): capitalismo improdutivo conduz mundo ao colapso

 




Samuel: EUA vão controlar o Brasil a partir de Alcântara

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Samuel: EUA vão controlar o Brasil a partir de Alcântara

Governo (sic) Temer só serve para atender aos americanos
publicado 30/10/2017
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Conversa Afiada publica afiado artigo do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, extraído de seu Facebook:

Os Estados Unidos, além de suas frotas de porta aviões, navios e submarinos nucleares que singram todos os mares, possuem mais de 700 bases militares terrestres fora de seu território nacional nos mais diversos países, em muitas das quais instalaram armas nucleares e sistemas de escuta da National Security Agency (NSA).

Os Estados Unidos têm bases de lançamento de foguetes em seu território nacional, como em Cabo Canaveral, perfeitamente aparelhadas com os equipamentos mais sofisticados, para o lançamento de satélites.

Os Estados Unidos não necessitam, portanto, de instalações a serem construídas em Alcântara para o lançamento de seus foguetes.

O objetivo americano não é impedir que o Brasil tenha uma base competitiva de lançamento de foguetes; isto o governo brasileiro já impede que ocorra pela contenção de despesas com o programa espacial brasileiro.

O objetivo principal norte americano é ter uma base militar em território brasileiro na qual exerçam sua soberania, fora do alcance das leis e da vigilância das autoridades brasileiras, inclusive militares, onde possam desenvolver todo tipo de atividade militar.

A localização de Alcântara, no Nordeste brasileiro, em frente à África Ocidental, é ideal para os Estados Unidos do ângulo de suas operações político-militares na América do Sul e na África e de sua estratégia mundial, em confronto com a Rússia e a China.

O Governo de Michel Temer tem como objetivo central de sua politica (que nada mais é do que o cumprimento dos princípios do Consenso de Washington) atender a todas as reivindicações históricas dos Estados Unidos feitas ao Brasil não só em termos de política econômica interna (abertura comercial, liberdade para investimentos e capitais, desregulamentação, fim das empresas estatais, em especial da Petrobras etc.) como em termos de política externa.

À politica externa cabe cooperar com a execução deste programa de Governo, cujo objetivo é atrair investimentos estrangeiros, além de ações de combate à Venezuela, de afastamento em relação aos vizinhos da América do Sul, de destruição do Mercosul, a partir de acordo com a União Europeia, cavalo de Troia para abrir as portas de um futuro acordo de livre comércio com os Estados Unidos, de adesão à OCDE, como forma de consolidar esta política econômica, e de afastamento e negligência em relação aos países do Sul.
Nesta política geral do Governo Temer, o acordo com os Estados Unidos para a utilização da Base de Alcântara configura o caso mais flagrante de cessão de soberania da história do Brasil.

Os Estados Unidos se vierem a se instalar em Alcântara, de lá não sairão, pois de lá poderão "controlar" o Brasil, "alinhando" de fato e definitivamente a política externa brasileira e encerrando qualquer possibilidade de exercício de uma política externa independente.

Brasília, 20 de outubro de 2017

Samuel Pinheiro Guimarães
Secretário Geral do Itamaraty (2003-2009)
Ministro de Assuntos Estratégicos (2009-2010)
Alto Representante Geral do Mercosul (2011-2012)

https://www.conversaafiada.com.br/mundo/samuel-eua-vao-controlar-o-brasil-a-partir-de-alcantara



Restauración conservadora y nuevas resistencias en Latinoamérica

Restauración conservadora y nuevas resistencias en Latinoamérica


Álvaro García Linera
vicepresidente del Estado Plurinacional de Bolivia - 27.05.16

Bolívia é o país que mais cresce na América Latina

Bolívia é o país que mais cresce na América Latina



Por: Lara Ely | 31 Outubro 2017

 
 

Apesar da crise no preço das commodities, a Bolívia está há mais de uma década crescendo a uma média anual de 5% – crescimento superior ao dos Estados Unidos e demais países sul-americanos. Apenas no ano passado, cresceu 4,3%, sendo seguida por Paraguai (4,1%) e Peru (4%). Com estes números, o país se tornou o que mais cresce na América do Sul.

No poder há dez anos, o governo de Evo Morales mantém o crescimento graças a nacionalização do Petróleo e às exportações de gás natural que vende ao Brasil e à Argentina. Embora tenha feito esforços para diversificar a economia (com a venda de diesel, estanho e soja), permanece a pergunta de quanto tempo vai conseguir sustentar seu modelo de desenvolvimento, considerado "milagre econômico boliviano".

Fonte: Cepal 

Os dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal, lançados na semana passada, estimam que toda a região crescerá 1,2% em 2017 e 2,2% em 2018, impulsionada pela produção de matérias-primas. Se comparado ao dos Estados Unidos, que cresceu apenas 1,5%, o desempenho da Bolívia foi bastante alto. O Brasil teve retração de 3,6% em 2016.

Brasil tem o sexto pior desempenho da região em 2017, empatado com o Equador e atrás de países como a Venezuela (-8%), Cuba ( 0,5%) e Suriname (-0,2%). Para 2018, o Brasil deve ter um crescimento mais robusto de 2%, segundo a Cepal, o que melhora a posição do País entre os demais.

Cepal afirma que a capacidade dos países da América Latina e do Caribe de gerar um crescimento sustentado depende dos "espaços para adotar políticas que apoiem o investimento", a fim de reduzir "os efeitos de choques externos e evitar consequências significativas no desempenho das economias no médio e longo prazo". Nesse contexto, a instituição defende impulsionar o investimento público e privado, e diversificar a estrutura produtiva, para gerar "maior valor agregado e incorporar tecnologia e conhecimento."

No campo político, a gestão de Evo tem sido elogiada por suas reformas inclusivas, mas criticada por suas tendências autoritárias, casos de corrupção e o nascimento de uma chamada "burguesia aymara" – em referência ao povo indígena do qual Evo faz parte.

Segundo apontou reportagem da BBC, embora haja posições distintas em relação à atuação política de Morales, sobre a condução da economia os especialistas nacionais e internacionais convergem. Segundo eles os três pilares do sucesso econômico da Bolívia estão baseados no gás e petróleo, investimento planejado e estabilidade. 

http://www.ihu.unisinos.br/573149-bolivia-e-o-pais-que-mais-cresce-na-america-latina


Leia mais:


Paulo Freire

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade." Paulo Freire

O ensino social da Igreja segundo o Papa Francisco

O ensino social da Igreja segundo o Papa Francisco

Christoph Theobald, 
Facultés Jésuites de Paris – Centre Sèvres


27.10.17

A religião matou Jesus e ameaça Francisco

A religião matou Jesus e ameaça Francisco

CEBI ⁄ Ecumenismo ⁄ A religião matou Jesus e ameaça Francisco
O teólogo espanhol José Maria Castillo escreve artigo no qual desnuda a oposição entre a religião e o ensinamento de Jesus:

"(…) se lemos e analisamos os evangelhos com atenção e detidamente, o que neles encontramos é algo que não apenas nos surpreende, mas nos desconcerta. Trata-se do desconcerto que nos produz o fato de que o conjunto de relatos sobre a vida e ensinamentos de Jesus deixa patente que a religião, como conjunto de leis e rituais, templos, altares e sacerdotes, não aguenta o Evangelho (Boa Nova) e, por isso mesmo, é incompatível com o Evangelho."

Ele denuncia: os que mataram Jesus são os mesmos que odeiam o Papa Francisco. "A estes, a religião é ótima."

Leia a íntegra a seguir (a tradução é de minha autoria – Mauro Lopes):

É curioso (e chama a atenção) o fato de que a palavra religião (thrêskeia), em seu significado óbvio de "serviço sagrado a Deus", não é mencionada no Novo Testamento. A palavra "religião" aparece na carta de São Tiago (Ti 1,26-27), mas para dizer que "a religião pura e sem mácula diante de Deus, nosso Pai, consiste nisso: socorrer os órfãos e as viúvas em suas tribulações".

Como já se disse muito bem, o cristianismo, fundamentalmente, não exige um comportamento cultural especial  (W. Radl: Dic. Exeg. NT, vol. I, 1898). Para o NT, a "religião" como culto sagrado, liturgia, ritual ou conjunto de observâncias ou dogmas, não existe nem tem presença ou razão de ser. É um assunto do qual não se fala. Não se menciona uma só vez em todo o NT.

Porém não é isto o mais forte. O mais decisivo, neste assunto tão fundamental, é que, se lemos e analisamos os evangelhos com atenção e detidamente, o que neles encontramos é algo que não apenas nos surpreende, mas nos desconcerta. Trata-se do desconcerto que nos produz o fato de que o conjunto de relatos sobre a vida e ensinamentos de Jesus deixa patente que a religião, como conjunto de leis e rituais, templos, altares e sacerdotes, não aguenta o Evangelho (Boa Nova) e, por isso mesmo, é incompatível com o Evangelho.

Se algo é claro –e repetido tantas vezes nos evangelhos- é que os homens da religião não aguentaram o Evangelho de Jesus. E não o suportaram porque os homens da religião viram, no Evangelho de Jesus, um perigo e uma ameaça de vida ou morte.

Foi o que se viu no Conselho Supremo (Sinédrio) quando os dirigentes religiosos viram que o projeto de Jesus centra-se na defesa da vida, como ficou evidente quando Jesus devolveu a vida a Lázaro (não que o tenha "ressuscitado" para a "outra vida", mas  o fez recuperar "esta vida").  O projeto dos homens da religião, por seu turno, é defender e manter seu templo, seus ritos e normas, suas dignidades e privilégios, seus poderes sobre o povo (Jo 11, 47-53).

Isto explica por que Jesus pôs sempre em primeiro lugar a cura dos doentes, a presença com os pobres, os pequenos, os pecadores e a todo tipo de gente depreciada e rechaçada pelos dirigentes religiosos. Esta foi a prioridade de Jesus, quebrando as normas da religião, enfrentando seus sacerdotes e atuando com violência contra aqueles que utilizavam o templo como negócio até convertê-lo num covil de bandidos.

Como é lógico, a sequência prolongada de enfrentamentos acabou como era previsível e inevitável naquela sociedade: a religião matou Jesus.

É possível dizer com mais clareza que a a religião é incompatível com o Evangelho?

Porém, se isso é assim, como se explica que, neste momento e durante tantos séculos, a religião tenha estado mais presente que o Evangelho na Igreja e na sociedade?

A resposta é: a religião confere poder, importância, fama, enquanto o Evangelho é vivido a partir da fragilidade, do que é marginalizado e excluído. Por isso, a religião faz você viver em segurança, enquanto o Evangelho (vivido de verdade) obriga-nos a viver na insegurança.

Tudo isto foi se transformando na vida da Igreja. E por isso, nela, debilitou-se o Evangelho e se foi potencializando a religião. Já no século II, o clero separou-se e se sobrepôs aos leigos. No século IV, com a suposta conversão de Constantino, a Igreja passou a receber privilégios. A partir de Teodósio, em 381, além de privilégios, também passou a receber dinheiro. Os ricos começaram a entrar em peso na Igreja, em geral para cumprir com funções de liderança como bispos e escritores cristãos (Padres da Igreja e teólogos). A Igreja organizou-se e geriu-se a partir dos ricos e poderosos (Peter Brown, "Por el ojo de una aguja", pg. 1034).

Assim é que a Europa ficou marcada pela religião cristã, mas muito longe do Evangelho de Jesus.

Por mais estranho que pareça, agora mesmo estamos uma situação inesperada, uma oportunidade. A religião está aos pedaços e afunda. É verdade que há casos em que a política, o nacionalismo, a riqueza pretendem suprir o vazio da ausência da religião (cf. Juan A. Estrada).

Porém, mais forte e determinante é o anseio, o desejo de recuperar os valores evangélicos: que haja vida, humanidade, felicidade para todos. Nem a política, nem a tecnologia, nem a religião respondem a este anseio mundial, a este grito da terra, que a cada dia se faz mais forte e mais insistente. É a voz do Papa Francisco, o grande líder mundial que surgiu inesperadamente, tão mais presente quanto mais odiada por tantos clérigos (e seus acólitos), que, como os fariseus antigos, não suportam o Evangelhos. A estes, a religião é ótima.

Fonte: Traduzido por

Imagem em destaque: Ícone da Comunidade da Trindade, S. Salvador da Bahia, Brasil.

https://cebi.org.br/2017/10/26/religiao-matou-jesus-e-ameaca-francisco/



Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz