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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

31.10.12

'Mitologia Brasílica'

Cultura

Mouzar Benedito e Ohi lançam 'Mitologia Brasílica'

Coleção infanto-juvenil mostra ligação entre personagens do folclore e meio ambiente

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 17/08/2012, 13:20

Última atualização em 23/08/2012, 21:38

Nova coleção traz principais personagens do folclore brasileiro, resultado de mais de seis anos de trabalho do jornalista Mouzar Benedito (reprodução)

São Paulo – O jornalista Mouzar Benedito e o desenhista Ohi lançaram no sábado (18) os seis volumes da coleção 'Mitologia Brasílica', da Liz Editora. A obra apresenta histórias e personagens que se transformaram em referências da cultura popular brasileira, como o Saci-Pererê, a Iara e o Caipora. Os autores relacionam os mitos a questões ambientais.


Livros da Coleção Mitologia Brasílica


O Saci – guardião da floresta
- Amigos (conto)
- Lembranças da meninice
- Como nasceu o Saci
- Como o Saci se espalhou pelo Brasil
- A Mata Atlântica, primeira morada do Saci
- A língua do Saci
- A importância do Tupi
- Será que ele vai sobreviver?

A Iara – encanto das águas 
- Fernão Dias e as pedras verdes (conto)
- Ipupiara, Uiara, Iara…
- O Boto e seus filhos
- Sem rios, o Brasil não seria Brasil
- Nossa vida depende dela
- O rio das Amazonas
- Será que a Iara vai sobreviver?

O Curupira, nosso gênio das matas
- A morte do Curupira
- Defender a floresta é com ele mesmo
- O Curupira nas terras de Macunaima
- Cara a cara com o Curupira
- Biomas: uma riqueza brasileira
- Amazônia, Pantanal e Pampas
- Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica
- Será que o Curupira vai sobreviver?

O Caipora, amigo dos bichos
- Os desejos de Ana Maria (conto)
- Caçadores de cigarras
- E o que tem o tatu com isso?
- E por falar em Caipora…
- Vicente Celestino e os protegidos do Caipora
- Anhanga, um amigo meio esquecido
- Será que ele vai sobreviver?

O Boitatá – esse mito é fogo!
- Com as nádegas queimadas (conto)
- O Boitatá é mau?
- Uma palavra que veio de longe
- Ô moça sabida!
- Nem só o Sul tem campos
- O Negrinho do Pastoreio
- Será que o Boitatá vai sobreviver?

Lobisomem, Cuca e Mula sem Cabeça – importados e naturalizados
- João e Maria (conto)
- Eles até parecem naturais do Brasil
- O rei que virou lobo
- A descabeçada e a sétima filha
- Bruxa ou jacaré?
- Um somatório de gente e culturas

Segundo o Mouzar Benedito, a maior parte dos mitos tem origem indígena. "Cinco livros se dedicam aos mitos do Brasil e um deles aos mitos que vieram com os colonizadores, mas se adaptaram tão bem aqui que até parecem brasileiros", relata o autor.


Confira, abaixo, a entrevista com o jornalista, feita por Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

Rede Brasil – Você está lançando a coleção infantil "Mitologia Brasílica", com seis livros que falam sobre o Saci, a Iara, o Curupira, a Caipora, o Boitatá, o Lobisomem, a Cuca e a Mula sem Cabeça. Como foi realizada esta série?

Mouzar Benedito – Fiz em parceria com o desenhista Ohi. Temos pensado nisso há mais de seis anos. A mitologia brasileira é muito rica e não é nenhum pouco inferior a outras mitologias tão glorificadas. A gente fala muito da mitologia grega, da romana e da nórdica, mas os mitos brasileiros tem uma vantagem: são todos ligados ao meio ambiente e à questão ambiental. É raro existir algo assim. O Curupira, por exemplo, é o grande protetor das florestas. Todos eles eram os grandes legisladores porque antes de existir uma lei escrita, esses nossos mitos eram os que criavam as leis e diziam o que se podia ou não fazer. Por exemplo, você não podia matar um filhote ou uma fêmea prenhe ou amamentando. Então, os indígenas não faziam isso porque sabiam que seriam severamente castigados. Era uma forma de se ter uma lei, porque hoje as pessoas são castigadas de outras formas. 

Os mitos são as nossas riquezas?

Sim. E é interessante observar, porque a gente conhece muito os mitos do povo Guarani e Tupi Guarani, porque foram os povos que tiveram contato com os colonizadores e ocupavam quase todo o litoral brasileiro.

O mito do Saci tem relação com a cultura indígena?

O Saci surgiu indígena, era um curumim guarani, um menino bondoso que tirava as pessoas perdidas da mata. Mas quando chegou o colonizador, este sempre soube que o melhor meio de dominar um povo é destruindo a sua cultura. O povo fica pensando que a cultura do colonizador é superior, assim como ele também é.  Assim, fica fácil de dominar.

Os colonizadores demonizaram toda a mitologia indígena. O Saci era só um menino e passaram a falar que ele tinha cifre e cheiro de enxofre – como o demônio. Mas nessa fase de demonização, ele foi adotado pelas negras, que eram grandes contadores de causos e foi então que ele também virou negro. Era algo muito esperto da parte delas porque, por exemplo, elas sabiam que se errassem a mão em uma comida, seriam castigadas porque o senhor de escravos não tinha nenhum pouco de bondade. Então quando erravam no sal diziam 'Ah, passou o Saci aqui e jogou sal na comida'.

Em uma revolta na senzala, o líder que a comandasse, quando era novamente dominado respondia ao senhor que perguntava quem havia iniciado (caso se apresentasse, o líder seria no mínimo, marcado a ferro) e ele dizia que foi o negrinho de uma perna só que havia passado por lá. Depois, o Saci ganhou um gorrinho mágico dos colonizadores europeus.  Ele sintetiza os três povos que formaram o Brasil: o índio, o africano e o europeu.

Existem mitos que não são brasileiros. De onde foram trazidos?

Em um volume da coleção a gente trata dos mitos que foram trazidos de fora, mas que se adaptaram muito bem aqui, tanto que as pessoas pensam que eles são brasileiros. Quando você fala que a Mula sem Cabeça é originária da Península Ibérica, você assusta. A Cuca também. O Lobisomem surgiu na Grécia antiga e, com o domínio romano sobre a Grécia, eles o espalharam pela Europa inteira. Fora os mitos africanos como Iemanjá que tem algum parentesco com a nossa Iara. As pessoas confundem isso, mas representa o povo brasileiro que é uma mistura de povos. Isso é uma coisa enriquecedora no Brasil.

Parece que os brasileiros têm a mania de imitar os norte-americanos com a festa do Halloween, que é no dia 31 de outubro, numa atitude que vai contra a nossa identidade cultural. Deveríamos pensar sobre isso e valorizar a celebração de nossos mitos, com os nossos personagens?

Não existe ingenuidade nessa coisa de transferir a cultura e o Halloween faz parte disso, impondo a festa de lá (países anglo-saxões) na mesma data, como se fosse superior à nossa. Temos que comemorar aqui o Dia Saci, que é muito mais divertido e sabemos quem é.

Cada livro tem um conto diferente?

Utilizamos os principais mitos da mitologia tupi. O Saci não está entre os principais, mas se transformou no mito mais brasileiro e popular. Dos principais tem o Curupira que é o protetor das matas. E tem uma questão relacionada ao meio ambiente que é muito interessante. O Curupira era inicialmente apenas o protetor dos vegetais, mas ele percebeu que a vida animal era integrada com a vida vegetal e passou a proteger a mata integralmente. O Caipora é protetor especificamente dos animais da mata, o Boitatá é protetor dos Campos e a Iara protege os animais que vivem nas águas e, por isso, ela deve proteger as águas, porque os animais não vivem sem ela.

No livro começamos sempre com um conto relacionado ao determinado mito e a questão ambiental que ele cuida. Depois disso, colocamos um personagem, um sábio professor aposentado que conversa com seus sobrinhos-netos.

Ouça a entrevista a Marilu Cabañas na Rádio Brasil Atual


Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/entretenimento/2012/08/mouzar-benedito-e-ohi-lancam-mitologia-brasilica-em-sao-paulo



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MITOLOGIA BRASILICA - 6 LIVROS

SACI   BOITATA   CAIPORA   CURUPIRA   IARA   LOBISOMEM   CUCA 

Formato:         Livro
Autor:             OHI
Autor:            
BENEDITO, MOUZAR
Editora:           LIZ EDITORA LTDA
Assunto:         INFANTO-JUVENIS - LITERATURA INFANTIL

Fonte:              http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=30182357&sid=016614683141031758987025153

hoje: áudio-documentário sobre imigrantes

CULTURA DOCUMENTA
áudio-documentário sobre imigrantes

hoje - quarta, 22h

FM Cultura 107,7
www.fmcultura.com.br



EBC | Para educadores | Halloween ou Dia do Saci?

Halloween ou Dia do Saci?

30.10.2012 - 12h27 | Atualizado em 31.10.2012 - 09h51

Saci-Pererê (Foto: ars351/Creative Commons)

Tradicionalmente, o Dia das Bruxas, ou Halloween, é comemorado nos Estados Unidos e em outros países de mesma língua e no Reino Unido. Aqui, no Brasil, desde 2004, o dia 31 de Outubro é dedicado ao Saci-Pererê e seus amigos.
A ideia é tornar a data mais brasileira e sobrepô-la à cultura importada.
Esse é o tema do quadro Cultura com Ana Lúcia Caldas.


Veja também:

Conheça a lenda do Saci

Novos episódios de A Turma do Pererê

Programa mostra como traços da identidade brasileira aparecem nas telonas

http://www.ebc.com.br/infantil/para-educadores/2012/10/dia-das-bruxas-ou-dia-do-saci

31 de outubro: DIA DO SACI



Saci-Pererê

Quem é o saci 
O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro.
PossuI até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.
Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num  jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma. 
O comportamento é a marca registrada deste personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal. 
Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu "proprietário". 
Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras. 
A crença neste personagem ainda é muito forte na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através da literatura, da televisão e das histórias em quadrinhos.  
Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformando-se em seriado, transmitido no começo da década de 1950. O saci também aparece em vários momentos das histórias em quadrinhos so personagem Chico Bento, de Maurício de Souza.
Dia do Saci
Foi criado em caráter nacional, em 2005, o Dia do Saci (31 de outubro). Uma forma de valorizar mais o folclore nacional, diminuíndo a influência do cultura norte-americana em nosso país.



Saci

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saci-pererê
O saci, também conhecido como saci-pererê, saci-cererê, matimpererê[1], saci-saçurá e saci-trique, é uma personagem bastante conhecida do folclore brasileiro. Tem sua origem presumida entre os indígenas da Região das Missões, no Sul do país, de onde teria se espalhado por todo o território brasileiro.
Etimologia
"Saci" é oriundo do termo tupi sa'si[2]. "Matimpererê" é oriundo do termo tupi matintape're[3].

O saci

A figura do saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou como gracioso, conforme as versões comuns ao sul.[4]
Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo e, da mitologia europeia, herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo.[5] Trasgo é um ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes. Rebeldes, de pequena estatura, os trasgos usam gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais.

Representação

O saci é um negro jovem de uma só perna, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe concede poderes mágicos. Sobre este último caractere, é de notar-se que, já na mitologia romana, registrava Petrônio, no Satiricon, que o píleo conferia poderes ao íncubo e recompensas a quem o capturasse.[4]
Considerado uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas, fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas, ou assustando viajantes noturnos com seus assovios – bastante agudos e impossíveis de serem localizados. Assim é que faz tranças nos cabelos dos animais, depois de deixá-los cansados com correrias; atrapalha o trabalho das cozinheiras, fazendo-as queimar as comidas, ou ainda, colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou aos viajantes se perderem nas estradas.[4]
O mito existe pelo menos desde o fim do século XVIII ou começo do XIX.[4]

Papel do mito

A função desta "divindade" era o controle, sabedoria, e manuseios de tudo que estava relacionado às plantas medicinais, como guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de chá, beberagens e outros medicamentos feitos a partir de plantas.
Como suas qualidades eram as da farmacopeia, também era atribuído, a ele, o domínio das matas onde guardava estas ervas sagradas, e costumava confundir as pessoas que não pediam a ele a autorização para a coleta destas ervas.

Na cultura popular

Literatura

"Retrato do Saci-pererê" (2007) por J. Marconi
O primeiro escritor a se voltar para a figura do saci-pererê foi Monteiro Lobato, que realizou uma pesquisa entre os leitores do jornal O Estado de S. Paulo. Com o título de "Mitologia Brasílica – Inquérito sobre o Saci-Pererê", Lobato colheu respostas dos leitores do jornal que narravam as versões do mito, no ano de 1917. O resultado foi a publicação, no ano seguinte, da obra O Saci-Pererê: resultado de um inquérito, primeiro livro do escritor.[6].
Mais tarde, em 1921, o autor voltaria a recorrer ao personagem, no livro O Saci, seu segundo trabalho dedicado à literatura infantil.

Histórias em quadrinhos

O quadrinhista Ziraldo criou em 1958 a série Turma do Pererê, em que o Saci contracena com o índio Tininim, a onça-pintada Galileu e outros personagens. As histórias foram originalmente publicadas na revista O Cruzeiro[7].
Em 2010, o ilustrador Giorgio Galli publicou a primeira edição de sua revista independente de quadrinhos de terror Salomão Ventura - Caçador de Lendas. Na primeira aventura do personagem, o saci é apresentado como uma figura demoníaca, que leva suas vítimas à loucura e à morte.[8]

Cinema e TV

O primeiro ator a representar o papel foi Paulo Matozinho, no filme O Saci, adaptado do livro infantil de Lobato. A produção de 1951 da Brasiliense Filmes foi dirigida por Rodolfo Nanni[9].
Na televisão, as séries que adaptaram a obra de Monteiro Lobato em 1977 e 2007 tiveram Romeu Evaristo e Fabrício Boliveira, respectivamente, interpretando o personagem. O cantor Jorge Benjor também encarnou o saci no especial Pirlimpimpim, de 1982. Em Pirlimpimpim 2, de 1984, foi a vez de Genivaldo dos Santos vestir a carapuça[10].
Na adaptação para a tevê das histórias de Ziraldo, o papel de Pererê coube a Sílvio Guindane.

Música

Em 1912, o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos escreveu a marcha "Saci", quinta parte da sua suíte para piano "Petizada" (W048). A composição, assim como as outras da mesma peça, é inspirada no folclore musical brasileiro[11].
Francisco Mignone também deu o nome de "Saci" à sexta parte dos seus "Estudos Transcendentais" para piano, de 1931. [12]
O maestro Edmundo Villani-Cortes voltou a lhe dar vida em obras como "Primeira folha do diário do saci" (para piano, 1994)[13], "Terceira folha do diário de um saci" (para flauta, 1992)[14] e "Sétima folha do diário de um saci" (para contrabaixo, 1992) [15]. Na música popular, a primeira referência ao personagem data de 1909, ano da composição de "Saci-Pererê", de Chiquinha Gonzaga, gravada pela dupla Os Geraldos. Em 1913, foi a vez de "Saci", uma polca de J.B. Nascimento gravada pelo Sexteto da Casa. Gastão Formenti também gravou duas músicas intituladas "Saci-Pererê": uma toada de Joubert de Carvalho, em 1918 e uma canção de J. Aimberê e Bide, em 1929.
Nas décadas seguintes, outros artistas recorreram ao tema, como Arnaldo Pescuma ("Teu olhar é um Saci", de Cipó Jurandi e Décio Abramo, 1930; Conjunto Tupy ("Saci-Pererê", de J.B. Carvalho, 1932; Mário Genari Filho (a polca "Saci-Pererê", 1948); Zé Pagão & Nhô Rosa ("Saci-Pererê", de Ivani, 1949); Inhana ("Saci", baião de Antônio Bruno e Ernesto Ianhaen, 1956); Edir Martins ("Saci-Pererê", marcha de Carlinhos e Galvão, 1957); a dupla Torrinha & Canhotinho (o cateretê "Saci-Pererê", 1959); Araci de Almeida ("Saci-Pererê", marcha de Henrique de Almeida e Rubi, 1960); Demetrius ("Rock do Saci", de J. Marascalco e Richard Penniman, 1961); e Clóvis Pereira ("Samba do Saci", de Osvaldo Nunes e Lino Roberto, 1963).
Em 1973, o grupo Secos & Molhados fez sucesso com "O Vira", de João Ricardo e Luli. A canção, que mencionava sacis e fadas, seria regravada mais tarde por artistas de estilos distantes, como Frank Aguiar, Roberto Leal e os grupos Falamansa e Cheiro de Amor.
Pouco depois, Kleiton e Kledir, então integrantes do grupo Almôndegas, compuseram "Canção da meia-noite", incluída na trilha sonora da telenovela "Saramandaia" (1976). A música, que acompanhava o personagem Professor Aristóbulo (Ary Fontoura) falava do "medo de ser um vampiro, um lobisomem, um saci-pererê".
O saci continuou aparecendo em trilhas sonoras. No ano seguinte, para acompanhar a série televisiva "Sítio do Picapau Amarelo", Guto Graça Mello compôs e gravou "Saci". No especial "Pirlimpimpim" (1982), a canção para o personagem ficou por conta de Jorge Benjor ("Saci Pererê". A terceira versão do Sítio para a tevê incluiu, na sua trilha, "Pererê Peralta (saci)", de Carlinhos Brown (2001) e "Eu vi o Saci", de Marcos Sacramento e Izak Dahora (2006).
Outras gravações:
Na música instrumental, as principais referências são o violonista Carlinhos Antunes ("Saci-Pererê", 1996), a banda Terreno Baldio (Saci-Pererê, 1977), Guilherme Lamounier ("Saci-Pererê", 1978) e o Quarteto Pererê ("Polka do Sacy" e "Liberdade Pererê", ambas no álbum "Balaio", 2010) [16]. O Quarteto Pererê já havia apresentado, em 2005, o espetáculo Saci Armorial, em que fundia a lenda com o universo literário do escritor pernambucano Ariano Suassuna [17].

Jogos

O RPG O Desafio dos Bandeirantes inclui o saci entre as figuras mitológicas que podem enfrentar os jogadores[18].
No jogo de interpretação de personagens online e em massa para múltiplos jogadores brasileiro Erinia, o saci é um dos monstros que habitam as Grutas de Hur[19]

Ciência

"Saci evita entrar na água", de Renato Bender
Em 2001, uma nova espécie de dinossauro ornitísquio foi descoberta em Agudo, no Rio Grande do Sul. Como o fóssil foi encontrado sem o fêmur esquerdo, recebeu o nome de Sacisaurus agudoensis[20]
Saci Last Common Ancestor Hypothesis ("hipótese do saci como último ancestral comum") foi um termo utilizado em uma discussão primatológica para explicar por que animais da família Hominidae não sabem nadar de forma instintiva. Esta hipótese faz uma referência à mitologia do saci pererê como uma criatura que evita entrar na água.[21][22]
Em 1997, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais desenvolveu um microssatélite para lançamento no foguete chinês Longa Marcha 4. Ele recebeu o nome de Satélite de Aplicações Científicas e o acrônimo SACI-1. A experiência, porém, fracassou, pois o satélite, mesmo entrando em órbita, não funcionou. Seu sucessor, o SACI-2, deveria ter sido lançado em 1998, mas o foguete VLS-2 explodiu no lançamento[23][24].

Dia do Saci

Em 2005, foi instituído o Dia do Saci no Brasil, comemorado no dia 31 de outubro, a fim de restaurar as figuras do folclore brasileiro, em contraposição a influências folcloróricas estrangeiras, como o Dia das Bruxas.

Fonte:    http://pt.wikipedia.org/wiki/Saci





30.10.12

Histórias do Saci Pererê

Conhecedores de Saci

O repórter Rubens Lopes esteve em Botucatu , interior de São Paulo, onde se sabe que é morada de Sacis. Ele entrevistou pessoas que já tiveram contato com o molequinho. Acompanhe e divirta-se.

Histórias do Saci Pererê:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=nKwQaxrdChc#!
 

29.10.12

luta de classe

"Serra teve 77,67% de votos no Jardim Paulista e 17,72% no Grajaú.
Haddad teve 22,33% no Jardim e 82,28% no Grajaú.
Luta de classe é isso ai."
Emir Sader

Página/12 :: El mundo :: El PT conquistó la alcaldía de San Pablo

EL MUNDO › FUE UN GRAN TRIUNFO PARA EL OFICIALISMO DE LULA Y DILMA; FUNERAL POLITICO PARA SERRA

El PT conquistó la alcaldía de San Pablo

Fernando Haddad saluda triunfante junto a su hija, después de votar en la elección municipal de San Pablo.

Los once puntos de ventaja frente al adversario dieron a la victoria de Haddad un sabor de revancha personal para Lula, confirmando una vez más la increíble intuición política del ex presidente y reordenando el tablero de cara al 2014.

Por Eric Nepomuceno

Desde Río de Janeiro

Al conquistar la alcaldía de San Pablo, la mayor ciudad brasileña, principal reducto electoral y financiero del país, el Partido de los Trabajadores, el PT de Lula y Dilma Rousseff, impuso una derrota implacable a su mayor adversario político, el Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB), y confirmó su pleno predominio en el escenario político del país.

No se trató solamente de la mayor derrota histórica de José Serra, el Candidato del PSDB a la alcaldía de San Pablo. Tampoco de una victoria tan histórica como oportuna de Fernando Haddad, del PT. No: computados los votos, los once puntos de ventaja frente al adversario dieron a la victoria de Haddad un sabor de revancha personal para Lula da Silva. El triunfo confirmó una vez más la increíble intuición política del ex presidente y reordenó el tablero, no sólo frente a las presidenciales del 2014, sino también frente a la alianza de base del gobierno de la presidente Dilma Rousseff.

El resultado significa, en primera instancia, el funeral político de José Serra, el ex dirigente estudiantil, luego exiliado, que tuvo los cargos de secretario provincial, diputado, senador, dos veces ministro, alcalde de San Pablo, gobernador de San Pablo. Serra fue además dos veces derrotado por el PT en sus aspiraciones presidenciales. Luego de una campaña electoral rabiosa, plagada de posiciones conservadoras que contradicen su propia biografía, Serra, que a principios de la campaña aparecía como franco favorito, terminó siendo derrotado de manera indiscutible por Haddad.

El ganador, en cambio, viene de una trayectoria opuesta: profesor universitario, funcionario en niveles menores durante el primer gobierno de Lula, surgió a la opinión pública cuando fue nombrado ministro de Educación. Tuvo una gestión marcada por varias polémicas, fue acusado de poco eficiente, y sorprendió a todos cuando Lula impuso su nombre para disputar la alcaldía de San Pablo, neutralizando a la ex alcaldesa, ex y actual ministra y senadora Marta Suplicy.

La imposición de su nombre por Lula causó profundo malestar en el partido, despertó la vena crítica más virulenta de los adversarios, y abrió espacio para que se pusiese bajo sospecha la proverbial intuición política del ex presidente, configurándose, hasta las mismas vísperas de la primera vuelta, como el diseño exacto de un fracaso retumbante. Luego de haber surgido en los primeros sondeos con 3 por ciento de los votos, de haberse estacionado largamente en la marca del 10 por durante casi toda la campaña, a última hora logró pasar a la segunda vuelta, pero perdiendo frente a José Serra. A partir de ese punto, para Lula y para el PT ganar en San Pablo pasó a ser algo crucial.

Tanto Lula como su partido sufrieron derrotas significativas en Recife, capital de Pernambuco, ciudad natal del ex presidente, y en Belo Horizonte, capital de Minas, ciudad natal de Dilma. En Porto Alegre, capital de Rio Grande do Sul, tradicional reducto del PT, el candidato del partido amargó un humillante tercer lugar, con menos de 10 por ciento de los votos, en una marca histórica. Siquiera el consistente crecimiento del electorado del partido (4,5 por ciento en la primera vuelta) parecía suficiente para aplacar el sabor de derrota en aquellas ciudades.

Haber pasado a la segunda vuelta en San Pablo fue una victoria personal de Lula y un consuelo para el partido, pero sólo de forma parcial. Si a eso se suma el desarrollo, en plena campaña, de un juicio por corrupción en la Suprema Corte que desangró a figuras históricas del PT, en especial a José Dirceu, el cuadro sólo parecía poder ser revertido con una muy difícil victoria en San Pablo. Y más: frente a Serra y al PSDB. Y fue exactamente lo que ocurrió.

Bajo control de los auto intitulados social demócratas, en los últimos muchos años, San Pablo es, además de muchas otras características, un bastión del conservadurismo en Brasil. Al imponer el nombre de Fernando Haddad, que jamás había sido elegido para nada, Lula corrió un riesgo de dimensiones olímpicas. Su argumento no convenció a nadie, dentro o fuera del partido. Decía que era hora de renovar, de buscar nombres nuevos y descartar figuras harto conocidas, como la misma Marta Suplicy. Había intentado la misma jugada una vez, y con éxito indiscutible: Dilma Rousseff tampoco había disputado elección alguna y derrotó al mismo José Serra en 2010.

Las diferencias, sin embargo, eran visibles. Dilma disputó la sucesión de Lula cuando Lula estaba en la presidencia y en el auge de su popularidad. Pero, en la ciudad de San Pablo, fue derrotada por Serra. Ahora, lanzar el nombre de Fernando Haddad sin Lula en la presidencia, y en la ciudad que lo derrotó hace dos años, sería una temeridad casi suicida en términos políticos. En 2010, y con la fuerza que tenía, se decía en Brasil que Lula lograría elegir hasta un poste. Y ese poste llamado Dilma logró elegirse. Ahora sería el intento de elegir otro poste, pero en otras condiciones. La respuesta del PT a los críticos más ácidos ha sido corta y directa: de poste en poste Lula iría alumbrar el país.

No es para tanto, desde luego. Pero lo de ayer ha sido una victoria personal incontestable de Lula, una reivindicación del PT luego del desastre que es el resultado esdrújulo del juicio en el Supremo Tribunal Federal, y una lección clara a la oposición. Y a los aliados que se sintieron fortalecidos por los resultados en la primera vuelta, cuando al PT parecía restarle nada más que conquistar San Pablo o evaluar todo otra vez, el resultado les sirve como alerta y advertencia.

Finalmente, a la oposición, que reside esencialmente en los grandes conglomerados de Brasil, le queda un aviso: se puede manipular la información a grados de indecencia inauditos. Pero no siempre funciona. Lo de San Pablo es una prueba clara de eso.

http://www.pagina12.com.ar/diario/elmundo/4-206611-2012-10-29.html

Altamiro Borges: Mídia já teme monstro criado no STF

domingo, 28 de outubro de 2012

Mídia já teme monstro criado no STF

Por Marcus Vinicius, em seu blog:


As elites já temem seu efeito no ordenamento jurídico do país dos excessos no julgamento da Ação 470. Não é para menos. O rol de barbaridades cometidas com a nossa Constituição põe a perigo garantias individuais. E a principal vítima foi princípio da “presunção da inocência”. Agora, perante o STF, são todos culpados, sem provas em contrário.

Talvez seja por isso que os barões da mídia, através da Folha de São Paulo, Valor Econômico e O Globo, começaram a reconhecer excessos cometidos pelo seu “herói”, o ministro Joaquim Barbosa, na dosimetria das penas dos réus do dito “mensalão petista” (outros, mensalões, como o do PSDB e o do DEM um dia, quem sabe, podem baixar naquela Corte).

Começa assim o editorial “Para quem precisa”, publicado no dia 25/10 na Folha: “Penas de prisão deveriam, em tese, caber a criminosos violentos, para os demais, como no mensalão, conviriam severas penas alternativas”. Mas à frente, novo alerta: “As punições hão de ser drásticas, e seu efeito, exemplar, mas sem a predisposição vingadora que parece governar certas decisões (e equívocos) do ministro Joaquim Barbosa”.


Na mesma linha, e o dia seguinte (26/10), matéria do Valor, com o título “Pena de Valério é maior que de Chico Picadinho”, alerta o Supremo Tribunal Federal para os exageros cometidos no julgamento do “mensalão”, ressaltando que a punição ao publicitário Marcos Valério equivale àquelas de criminosos que cometeram crimes hediondos como “Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por planejar o assassinato de seus pais a pauladas em 2002, enquanto dormiam, e do famigerado Chico Picadinho, condenado a 30 anos de prisão pelo homicídio e esquartejamento de duas mulheres nas décadas de 60 e 70”.


Finalmente, em O Globo de hoje (27/10), Merval Pereira, escreve em sua coluna o artigo: “O Voluntarismo de Barbosa” (
http://migre.me/bnkL8 ), em que critica a sanha condenatória do ministro. “Quando ele (Barbosa) critica nosso sistema penal e se põe claramente a favor de penas mais duras, dá margem a que acusados vejam nele um carrasco e não um juiz”.

Ficção e realidade


Um dos diálogos que compõe uma das cenas do filme “A Casa dos Espíritos”, de Isabel Allende, expõe parte do temor das elites, de perda do controle sobre os verdugos. Na cena o ator Jeromy Irons interpreta o senador Esteban Trueba. A conversa se dá na sede do Ministério da Justiça, entre Esteban e um coronel nos primeiros dias da ditadura de Augusto Pinochet. Esteban é um rico proprietário de terras, senador pelo Partido Conservador, ele apoiou o golpe, mas foi surpreendido com a prisão da filha, Blanca Trueba (Winona Ryder), por seu romance com o líder de esquerda, Pedro Segundo (Antônio Banderas).


Por que minha filha foi presa ontem a noite?

- Responda! Onde está minha filha?

- Dê-me a chave do seu carro.

- Fechamos o Congresso. Fim dos privilégios dos congressistas.

- Vocês estão todos loucos!

- Quem acha que estabeleceu contatos com seus generais?

- Quem estabeleceu o elo com os americanos?

- Que dinheiro e reputação garantiu armas para vocês?

- Sabe quem sou eu?

- E você prende minha filha… e quer confiscar o meu carro?

- Quero falar com o ministro.

- Fale comigo.

- O ministro!

- Não há mais ministro!

- Agora você fala comigo.

- Entendeu?

- Quer encontrar sua filha?

- Preencha o formulário.

- Você e seus amigos ainda têm o poder econômico.

- Mas nós governamos o país.

- Agora… dê-me a chave do carro.


As elites do Chile que apoiaram o golpe contra o presidente Salvador Allende em 11 de setembro de 1973 talvez não acreditassem que o regime de Pinochet fizesse da brutalidade sua regra de governo. Números oficiais dão conta de 60 mil vítimas do regime, sendo 3.227 mortos. No Brasil as elites abriram a caixa de Pandora nove anos antes, em 1964. As consequências ainda estão em discussão através da Comissão da Verdade. A tortura ainda persiste como regra em nosso sistema policial e os números da violência em São Paulo demonstraram a falência da Polícia Militar (outra herança da ditadura), no combate à criminalidade.


Mas, tal e qual o personagem Esteban Trueba, do romance de Isabel Allende, o que espanta mesmo as elites é a possibilidade de que um de seus filhos seja vítima do monstro que soltaram nas ruas para reprimir a plebe.


Já pensou o STF pega gosto, e com apoio da opinião publica, engata uma quinta marcha e faz os personagens da “Lista de Furnas”, aqueles citados no livro “Privataria Tucana”, de Amaury Júnior, e também os envolvidos no “Mensalão do PSDB” e no “Mensalão do DEM”, passarem uma temporada no xilindró?


http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/10/midia-ja-teme-monstro-criado-no-stf.html?spref=tw

Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz