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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

31.1.15

29.1.15

verdadeiro cidadão


Escola de Formação Fé, Política e Trabalho > Curso 2015

Informações e inscrições:
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desmonte do estado


"EDITORIAL DE ZERO HORA AMEAÇA SARTORI: O DESMONTE DO ESTADO PRECISA SER MAIS RÁPIDO E SEM VACILO
Enfim o editorial de Zero Hora elucida a dúvida de muitos: por que o jornal vem criticando tanto Sartori?
Explicação: o jornal acha que o desmonte do Estado está lento e Sartori por vezes amedrontado em ampliar os cortes, terceirizações e privatizações.
Estaria a TVCOM (Grupo RBS) interessada na TVE e FM Cultura?
O governador ainda não se pronunciou sobre o editorial, e provavelmente nem irá, falta "coragem" a Sartori, sugere ZH sobre o desmonte necessário.
Primeiro escalão do governo Sartori treme na frente do grupo RBS.
Leia o editorial e tire as suas próprias conclusões."





Fonte: AmigosTarso Genro

28.1.15

a "lista" é grande...

desmonte do estado? 
desmonte do RS?

privatização ou extinção??

"Alternativas estudadas" pelo Governo do Rio Grande do Sul:

privatição ou extinção?? histórias antigas se repetem no RS...??



vídeo sobre curso

Escola de Formação Fé, Política e Trabalho

Falas dos participantes do curso 2014 e do prof. Laurício Neumann

https://drive.google.com/file/d/0B83AtwVg5mnRTmctMXZ2eThWbm8/view

 

 

Conheça e acompanhe a Escola ;)

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Ficha de inscrição - Curso 2015: 

Preenche e envia o formulário no endereço abaixo até dia 16/03/15. 
Tua inscrição será confirmada até 18/03/15:

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27.1.15

cinema, em Caxias!

Mostra de Clássicos do Cinema dos anos 20, 30 e 40, com exibições gratuitas e ao ar livre, na Praça Dante Alighieri, no Largo da Estação Férrea, no Centro de Cultura Ordovás e nos Bairros Ana Rech, Desvio Rizzo, Galópolis, Forqueta e Santa Lúcia do Piaí, além de exibições no UCS Cinema e na Sala Ulysses Geremia, oportunizando a apreciação de obras audiovisuais históricas, gerando o debate em torno da linguagem audiovisual e promovendo a descentralização da cultura. O objetivo maior da Mostra é o de contribuir para a formação de público para Cinema de Arte em nossa cidade.


PROGRAMAÇÃO COMPLETA

25.1.15

O que significa para o mundo a vitória do Syriza

O que significa para o mundo a vitória do Syriza



Postado em 25 jan 2015
Tsipras quer taxar os ricos e punir sonegação

Tsipras quer taxar os ricos e punir sonegação

A vitória da esquerda na Grécia pode ser uma das duas seguintes alternativas.

  • Apenas isso, uma vitória da esquerda na Grécia.
  • A primeira manifestação de exaustão, no mundo, do receituário conservador para combater a crise econômica.
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Em breve se saberá qual das duas sentenças prevalecerá. Seja como for, todos os olhos convergem, a partir de agora, para a Grécia, em busca dos desdobramentos da vitória do Syriza e de seu jovem e carismático líder Alexis Tsipras.

No Brasil, particularmente, o triunfo da esquerda grega coincide com a adoção, por Dilma, de um programa econômico que coincide, em muitos pontos, com aquilo que está sendo repudiado pelos gregos.

Para simplificar, Joaquim Levy é o anti-Syriza por excelência.

Na esquerda brasileira, o PT incluído, provavelmente serão inflamados os debates nos próximos tempos.

Embora tenha um retrato de Che Guevara em seu gabinete e tenha dado o nome de Ernesto a um filho, Tsipras não é um incendiário.

Ele não prega a saída da Grécia da União Europeia, por exemplo. Mas não quer que a permanência nela do país tenha o brutal custo social que vem tendo.

Será complicada a vida da Grécia longe da zona do euro. O primeiro e imenso desafio seria a criação de uma nova moeda, e outros obstáculos complexos apareceriam rapidamente no caminho.

Mas também é difícil para a União Europeia a saída da Grécia, porque poderia ter um efeito dominó que colocaria em risco o euro.

Por isso, o realismo sugere que as partes encontrarão uma solução conciliadora.

As ideias defendidas por Tsipras não são incompatíveis com a presença da Grécia na União Europeia.

Ele tem falado em coisas que estão no discurso de muitos líderes de países desenvolvidos ocidentais: taxar mais fortemente os mais ricos e combater severamente a evasão fiscal.

Obama tem dito coisas parecidas.

Nestes dois campos – taxar os ricos e cercar a sonegação – é o Brasil, e não a Grécia, que parece perdido no tempo.

Em nenhum momento em sua campanha Dilma tocou em tais temas.

Dias depois de vir à luz uma manobra do Bradesco num paraíso fiscal para fugir de impostos, Dilma bateu no banco duas vezes em busca de um ministro da Economia.

Acabou acertando na segunda tentativa, com Levy. É aquele tipo de pragmatismo que resultou no abraço de Lula em Maluf, ou na longa aliança com Sarney.

E embora até os bilionários brasileiros admitam secretamente que pagam muito pouco em impostos, ninguém no governo fala em aumentar, ainda que modicamente, sua contribuição.

A chegada do Syriza ao poder na Grécia lembra a chegada do PT ao poder no Brasil, há doze anos.

Inclui-se nas semelhanças o terrorismo retórico das forças conservadoras.

Se olhar para o caso brasileiro, Tsipras vai entender com clareza que será um erro repetir qualquer coisa parecida com a "Carta aos Brasileiros" – com a qual Lula acalmou o "mercado" e abdicou de fazer um governo verdadeiramente renovador.

Em todas as partes do mundo, a esquerda espera que o Syriza não sucumba à tentação de uma acomodação que, como ocorreu com o PT, o impeça de ser o Syriza.

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.



Extrema-esquerda vence eleições na Grécia

Internacional

União Europeia

Extrema-esquerda vence eleições na Grécia

Nas urnas, população grega disse não à política de austeridade fiscal imposta pela Europa
por AFP — publicado 25/01/2015 19:30
LOUISA GOULIAMAKI / AFP

Os gregos mandaram um recado ao governo neste domingo 25 ao darem uma ampla vitória ao Syriza, partido de extrema-esquerda de Alexis Tsipras, pronto a contestar a austeridade imposta pela União Europeia.

O Syriza abriu entre 8,5 a 16,5 pontos percentuais sobre o Nova Democracia, do atual premiê Antonis Samaras, muito além dos números trazidos nas últimas pesquisas. Com essa votação, o partido entre 146 e 158 lugares no Parlamento - 151 representando maioria absoluta.

"Essa é uma vitória histórica" e uma "mensagem que não afeta somente os gregos, mas ressoa em toda a Europa, já que traz um alívio", declarou o porta-voz da formação, Panos Skourletis. A vitória foi comemorada com uma explosão de alegria no comitê do Syriza, no centro de Atenas.

O partido de Alexis Tsipras obteria entre 35,5% e 39,5% dos votos, enquanto a Nova Democracia, do primeiro-ministro Antonis Samaras, é creditado com entre 23 e 27%. A votação foi observada de perto pelos parceiros europeus de Atenas, preocupados com a intenção do Syriza de renegociar a enorme dívida grega e desafiar de maneira inédita os programas de austeridade impostos pela União Europeia.

O sucesso do Syriza dá esperanças aos partidos da esquerda radical na Europa, especialmente na Espanha, onde o partido Podemos, surgido a partir do movimento Occupy, tem crescido. "A esperança está chegando, o medo vai embora. Syriza, Podemos: nós venceremos", declarou Pablo Iglesias, presidente do Podemos, antes mesmo que as urnas fossem fechadas.

O governo de Samaras foi sancionado por ter tentado cumprir o máximo de exigências impostas pela troika de credores de Atenas (Banco Central Europeu, União Europeia e FMI), em troca de 240 bilhões de euros emprestados ao país desde 2010. A conta ficou pesada para a população, vítima de uma alta taxa de desemprego - que atinge 25% - e de reduções drásticas de salário.

"Os menos favorecidos não têm nada a perder"

Durante a campanha, Tsipras prometeu aumentar o salário mínimo, suprimir certos impostos para os mais pobres e negociar a dívida externa da Grécia, que soma 300 bilhões de euros, o que representa 175% do PIB. Alexis Tsipras, que anunciou medidas imediatas como aumentar o salário mínimo de 580 para 751 euros, disse que não se contentaria com uma simples renegociação da dívida externa grega - que soma 300 bilhões de euros, 175% do PIB.

Tomando como exemplo as concessões feitas após a guerra na Alemanha - hoje, reduto da ortodoxia orçamentária na Europa - Tsipras quer reduzir drasticamente a dívida, deixando os mercados financeiros em alerta. Os eleitores gregos, alguns bastante descrentes, deram seu voto de confiança a um partido que Samaras tentou descreditar durante a campanha eleitoral.

Mas numa seção eleitoral do Pireu, Vaia Katsarou, 49 anos, advogada, resumiu o sentimento geral: "É um risco, mas os desfavorecidos não têm nada a perder". Caso obtenha maioria absoluta, Tsipras terá as "mãos livres" para aplicar sua política da maneira que deseja. Caso contrário, terá que encontrar aliados - mas os resultados ainda o deixam com uma boa margem.

Para o economista da UniCredit Erik Nielsen, este voto é "de grande importância, talvez histórica", embora acredite que um governo do Syriza seja menos radical do que seu discurso. Como possível aliado figura o To Potami (O Rio), fundado há apenas um ano, que pretende ser o terceiro partido da Grécia.

Outro partido que aspira um terceiro lugar é a formação neonazista Amanhecer Dourado, apesar de ter sete deputados e dezenas de seus membros presos sob a acusação de "pertencer a uma organização criminosa".

Pesquisas atribuem aos dois partidos 6,4% dos votos.


http://www.cartacapital.com.br/internacional/extrema-esquerda-vence-eleicoes-na-grecia-6865.html?utm_content=buffer3a79f&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer



Grecia

"Grecia ha hecho historia", sostuvo Tsipras y aseguró que "el veredicto de nuestro pueblo significa que se acabó la troika".

GIRO A LA IZQUIERDA

"El pueblo griego ha dejado atrás la desastrosa austeridad"

El líder de la coalición de izquierda Syriza, Alexis Tsipras, celebró la victoria en las elecciones legislativas ante una multitud que colmó la plaza de la Universidad de Atenas. "La troika es el pasado para nosotros", manifestó en referencia a los planteos de la UE, el FMI y el BCE. Adelantó que buscará alcanzar una "nueva solución viable" para la abultada deuda griega.

GIRO A LA IZQUIERDA

Ganó Syriza en Grecia

El primer ministro Antonis Samaras reconoció la derrota de su partido y la victoria de la coalición de izquierda liderada por Alexis Tsipras. Escrutados más del 70 por ciento de los votos, Syriza obtiene un 36,11 por ciento y está cerca de conseguir los 151 legisladores necesarios para tener mayoría absoluta.




McDonald's está em decadência?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

McDonald's está em decadência?

Por Altamiro Borges

Um dos símbolos do capitalismo mundial e do imperialismo ianque, a rede de fast-food McDonald's está passando por um período de acentuado declínio. Nesta segunda-feira (19), o site da "Economist" divulgou longa reportagem sobre as dificuldades da multinacional - que engorda as crianças, estimula péssimos hábitos alimentares, abusa da publicidade infantil e esfola seus milhares de funcionários no mundo inteiro, entre outros crimes. A matéria aponta algumas das razões da queda nas vendas globais da empresa desde meados do ano passado. 

"Os restaurantes da rede McDonald's estão entre as maiores histórias de sucesso do capitalismo americano. Fundada num único estabelecimento simples em 1948, a ênfase da rede de fast-food no serviço rápido e no cardápio padronizado ajudou-a a se expandir para mais de 35 mil endereços em todo o mundo. O negócio foi rentável: depois de um período de instabilidade no início da década de 2000, o preço das ações da empresa foi de US$ 12, em 2003, para mais de US$ 100 ao final de 2011. Mas agora o McDonald's perdeu o brilho. As vendas globais estão em queda desde julho".

O que deu errado? - pergunta a Economist, porta-voz dos interesses do capital. Segunda a publicação, a atual crise do McDonald's decorre de "problemas operacionais em todo o mundo. Em particular, a unidade asiática - responsável por quase um quarto da renda global da empresa - foi atingida por vários escândalos de vigilância sanitária. As vendas na China tiveram queda acentuada depois que revelou-se em julho que um de seus fornecedores usava carne bovina e de frango com o prazo de validade expirado. Mais recentemente, vários fregueses japoneses informaram ter encontrado pedaços de plástico e até um dente na comida". 

No ano passado, alguns estabelecimentos da rede na Rússia também foram fechados temporariamente por inspetores locais, "aparentemente como retaliação pelas sanções anunciadas por europeus e americanos contra o país em decorrência da intervenção militar na Ucrânia. Alguns políticos russos chegaram a pedir que a empresa fosse expulsa do país de uma vez". Mas os problemas não ocorrem apenas nas filiais no exterior. O McDonald's enfrenta dificuldades em sua própria casa, nos EUA. 

"Há a concorrência de rivais do fast-food como Burger King, que aumentam sua fatia do mercado com uma versão mais simples e barata do cardápio do McDonald's. E a rede sofre a pressão de restaurantes de padrão um pouco mais elevado e estética 'casual' como Shake Shack e Chipotle Mexican Grill, em rápido crescimento. Estes têm afastado os fregueses - principalmente os mais jovens - dos nuggets de frango do McDonald's, por exemplo, ao oferecer comida de qualidade um pouco melhor, um alto nível de personalização e serviço parcial de atendimento nas mesas".

Diante deste cenário preocupante - para a empresa e não para seus frequentadores -, Economist até dá alguns conselhos. "O McDonald's parece ter duas opções: imitar rivais como Burger King e retornar às raízes, ou incrementar suas instalações e concorrer com nomes como Shake Shack. A rede parece tentar ambas as coisas... Enquanto tenta se reinventar, talvez a rede descubra que livrar-se de sua imagem tradicional será uma tarefa bem mais difícil". E olha que a mídia venal - mundial e brasileira - protege um bocado a imagem desta gulosa multinacional. 

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Grécia: vitória do Syriza, vitória da esperança

Grécia: vitória do Syriza, vitória da esperança

janeiro 25, 2015 15:23

Grécia: vitória do Syriza, vitória da esperança

 
 

A vitória do Syriza na eleição desse domingo (25) já é fato. Resta saber se o partido conquistará uma ampla maioria no Parlamento grego; livrando-o da necessidade de fazer acordos com outros partidos e lhe dando maior vantagem para os obstáculos à frente, principalmente na renegociação da dívida grega com Bruxelas e Berlim

Por Vinicius Gomes

"A esperança venceu"

"A esperança venceu"

Na Grécia, durante todas as semanas pré-eleições, o ar esteve contagiado pela esperança e pelo desejo de mudança. As inúmeras pesquisas de intenção de votos mostravam uma liderança consistente do partido de esquerda Syriza, que a população grega considerava a melhor chance para reverter a tragédia social que se instalou no país após a adoção da política de austeridade econômica.  E foi exatamente isso que aconteceu: uma verdadeira lavada: até o momento, contabiliza-se pelo menos 10 pontos de diferença entre o Syriza e o segundo colocado Nova Democracia (ND), o partido do atual primeiro-ministro Antonis Samaras, que reconheceu a derrota e já ligou para Alexis Tsipras, o líder do Syriza para congratulá-lo pela vitória.

"Esta é uma vitória histórica para o povo grego, que votou esmagadoramente contra a austeridade, o envio de um sinal forte para a Europa, que pode ser um trampolim para a mudança. O Syriza compromete-se a um governo voltado ao social, para implementar o programa de Salónica e negociar na Europa", dizia uma declaração do partido. Pouco antes, a conta do perfil do partido no Twitter, havia postado a mensagem "A esperança venceu".

A única dúvida que resta, enquanto os votos ainda são contabilizados é se o Syriza conquistará a maioria dos assentos no Parlamento grego. Para isso, ele precisa conseguir mais de 35% dos votos, assegurando assim mais de 150 assentos – o que dará ao partido a possibilidade de governar o país sozinho, sem ter que se aliar com partidos menores.

Abocanhando os eleitores de outros partidos

Prevendo a certeira derrota para o Syriza, o primeiro-ministro Antonis Samaras tentou forçar a reeleição de eu partido, a Nova Democracia, no final de 2014. Fracassou (Reprodução)

Prevendo a certeira derrota para o Syriza, o primeiro-ministro Antonis Samaras tentou forçar a reeleição de eu partido, a Nova Democracia, no final de 2014. Fracassou (Reprodução)

Com o desemprego atingindo um quarto da população grega, o salário mínimo valendo um terço do seu valor original e as pessoas terem sua eletricidade cortada e o acesso à itens médicos básicos negados – sem nem mencionar os direitos trabalhistas sendo jogados no lixo, a resposta indignada dos gregos nas urnas deveria ser previsível. Tudo isso fez com que até mesmo aqueles que sempre foram eleitores da ND, mudassem seu voto para os esquerdistas do Syriza. Como o periódico britânico The Guardian relatou: Sophia Tzergou, uma lojista aposentada afirmou que votaria na esquerda pela primeira vez em sua vida. "Eu tenho 66 anos e votei na Nova Democracia toda a minha vida, assim como meus pais fizeram antes de mim", ela disse. "Agora eu, meu marido e nossas duas filhas estão apoiando o Syriza. Não existe outra saída. Aqueles que estão se segurando no poder têm de ir embora, eles tiraram tudo de nós. Não temos mais nada para entregar"

Como havia argumentado o comentarista político Nikos Xydakis,  um grande número de pessoas com ideias conservadoras votariam no Syriza por conta da dignidade. "É uma questão de dignidade e orgulho nacional". Xydakis afirmou que "eles acreditam que o país virou uma colônia da dívida, eles acreditam que o Estado age como um tirano e coletor de impostos e não oferece nada em troca", por isso que o comentarista diz que até mesmo os conservadores irão se arriscar por uma mudança e votarão no Syriza". 

Esquerda radical?

Os empréstimos concedidos à Grécia pela infame Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e FMI) em troca da adoção das terríveis medidas de austeridade não aliviaram o peso da dívida das costas dos gregos. Os empréstimos ao país, como geralmente o são, foram arquitetados com o intuito de forçar a Grécia a continuar pedindo dinheiro emprestado à taxas de juros exorbitantes.  A perspectiva de uma vitória do Syriza e a quase certa exigência para renegociar esse acordo escandaloso, iniciou uma campanha de medo vinda da sede da UE em Bruxelas, do governo alemão em Berlim e da elite político-econômica em Atenas.

Mapa da votação na Grécia: para o Syriza, em vermelho e para a Nova Democracia, em azul (Twitter)

Mapa da votação na Grécia: para o Syriza, em vermelho e para a Nova Democracia, em azul (Twitter)

Durante essa campanha do medo que antecedeu as eleições nesse domingo, uma das ferramentas utilizada contra o Syriza, foi a taxação de "extremistas" e "radicais" – apesar de Syriza significar "Coalizão da Esquerda Radica", hoje isso está longe da realidade. Para Nick Malkoutzis, jornalista do jornal grego Ekathimerini, o partido de Tsipras tem, na realidade, propostas que "podem se enquadrar na social-democracia". "O que acontece é que muitos destes partidos europeus rumaram ao centro e esqueceram-se do que propunham", argumenta Malkoutzis

De fato, o Syriza reescreveu diversas de suas propostas que poderiam ser consideradas radicais demais, como cancelar unilateralmente o pagamento de sua dívida ou de nacionalizar todos os bancos gregos; a plataforma do Syriza mudou então para uma renegociação da dívida (que inclui um breve período de moratória) e a venda dos títulos dessa dívida de volta ao Banco Central Europeu – essa última medida, tem como objetivo de reativar o crescimento da economia grega, criar novos empregos e restaurar o salário mínimo para o nível pré-2008. Tudo isso sendo realizado na Zona do Euro, como ao contrário dos difamadores do partido, sempre foi a posição oficial do partido nessa corrida eleitoral.

Foto de Capa: Occupy


http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/01/vitoria-syriza/


Syriza vence na Grécia. E agora?

domingo, 25 de janeiro de 2015

Syriza vence na Grécia. E agora?

Por Altamiro Borges

As agências internacionais de notícias informam que o Syriza, "a coligação da esquerda radical", venceu com folga as eleições na Grécia. Tanto as pesquisas de boca de urna como os primeiros resultados da apuração do pleito deste domingo (25) confirmam a vitória. As projeções indicam que o partido deverá ter entre 35,5% e 39,5% dos votos, segundo matéria do site do jornal O Globo – acima das expectativas iniciais. O grande derrotado é o partido de direita "Nova Democracia", do atual primeiro-ministro Antonis Samaras – responsável pela adoção das medidas de austeridade fiscal impostas pela famigerada "troika" (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e União Europeia).

Segundo O Globo online, "as primeiras sondagens dão uma vitória histórica ao Syriza, que tem entre 35,5% e 39,5% dos votos, enquanto a 'Nova Democracia' teria entre 23 e 27%. Para governar sozinho, o partido precisaria de pelo menos 151 lugares no Parlamento, de um total de 300 assentos. Mas a diferença, de até 16,5%, levaria Alexis Tsipras, de 40 anos, a se tornar o premiê mais jovem do país nos últimos 150 anos. Após a divulgação, o porta-voz da legenda, Panos Skourletis, declarou tratar-se de uma 'vitória histórica' e uma 'mensagem para a Europa'". Duas siglas disputam o terceiro lugar: o partido de extrema-direita "Aurora Dourada" e partido de centro "To Potami" – que tem entre 6% e 8% dos votos.

No mesmo rumo, o site CubaDebate informa que o Syriza, "a opção de esquerda" nas eleições gregas, pode vencer com até 39% dos votos. "Os cidadão helenos votaram neste domingo entre duas opções. Continuar com uma política tradicional que segue a receita neoliberal, representada pelo partido conservador 'Nova Democracia'; ou apostar numa política progressista que busca reestruturar a economia do país e iniciar uma nova etapa democrática, representada pelo partido de esquerda Syriza", relata o site cubano. Já o enviado especial da Telesur, Sérgio Rodrigo, descreveu como a certa a vitória "do partido esquerdista", o que deve abalar o futuro de toda a Europa. 

O Syriza não deve conquistar a maioria absoluta no parlamento, o que o obrigará a costurar alianças para poder governar. Diante desta "vitória histórica", que mostra a insatisfação dos gregos com a austeridade que roubou empregos, salários e direitos trabalhistas, muitos se perguntam qual será o futuro do país e da própria Europa. A eleição representa um rechaço à "troika" e uma derrota da oligarquia financeira mundial. Mas as forças neoliberais, derrotadas nas urnas, mantêm todos os aparatos de hegemonia na Grécia. Nas últimas semanas, prevendo a catástrofe, o Fundo Monetário Internacional (FMI) suspendeu uma cota do empréstimo ao país como mecanismo de chantagem e pressão.

Já a mídia rentista – que mantém suas sucursais rastaqueras no Brasil – garante que o novo governo de Alexis Tsipras será forçado a recuar na proposta de ruptura com as medidas de austeridade da "troika". Caso contrário, afirmam os "urubólogos", a Grécia rumará para o caos e poderá ser expulsa da zona do euro. O esforço dos derrotados nas urnas é para impor suas políticas aos vitoriosos – num flagrante desrespeito ao voto popular e à democracia. Em comunicados recentes, o próprio Syriza tentou acalmar o "deus-mercado", afirmando que renegociará os termos do pagamento das dívidas e que não pretende deixar a zona do euro. O tom cauteloso, porém, não seduziu os agiotas e sua mídia venal.

A tendência é a da radicalização do conflito de classe na Grécia. Após votar neste domingo, Alexis Tsipras afirmou que "o nosso futuro na Europa não é o da austeridade. É o da democracia, da solidariedade e da cooperação". Não será nada fácil cumprir este programa. A situação da Grécia é dramática. Nos últimos sete anos, após a eclosão da violenta crise capitalista na Europa e EUA, a economia do país encolheu 25%. O desemprego atingiu índices alarmantes; salários foram cortados; e direitos trabalhistas foram suspensos. O Syriza apresenta um programa reformista de baixa intensidade – que inclui a garantia de eletricidade grátis para 300 mil famílias que vivem na miséria. Mesmo assim, ele enfrentará duros obstáculos.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz