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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

15.8.13

Acaba a era Gurgel, o mais polêmico procurador-geral | Brasil 24/7

247 - Não há muita dúvida sobre como Roberto Gurgel pretendia gravar seu nome na história: como o procurador-geral da República que conseguiu levar à prisão nomes graúdos da política brasileira. Não por acaso, no fim do ano passado, pouco antes do Natal, ele pediu ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, a prisão de réus na Ação Penal 470, como José Dirceu.

O pedido não foi acatado e Gurgel deixa o comando da Procuradoria-Geral da República, nesta quinta-feira, com uma ponta de frustração. Sai antes do término do seu espetáculo. Não sem antes dar mais uma contribuição para a imagem de procurador implacável contra a corrupção. Nos últimos dias, ele limpou as gavetas e propôs ações contra diversos políticos importantes. Tudo para não ser lembrado como um de seus antecessores, Geraldo Brindeiro, que ganhou o apelido de "engavetador-geral da República".

Um dos alvos de Gurgel foi a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que teve a cassação sugerida por ele. Mas será que o procurador-geral tinha razão? Especialistas em orçamento ficaram chocados com a decisão e viram na medida do PGR apenas mais um factoide, como foi registrado pelo colunista Ilimar Franco, do Globo:

O factoide de despedida

Os especialistas da Comissão de Orçamento do Congresso estão chocados com o PGR, Roberto Gurgel. O motivo: o pedido de cassação da governadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Os argumentos: nos anos eleitorais há um prazo legal, em junho, para a assinatura de convênios; esta prática é generalizada e, portanto, Gurgel poderia pedir a cassação de uma dezena de chefes de Executivo; a transferência de recursos a municípios pode ser feita até no segundo semestre desde que convênio tenha sido assinado no prazo; e, que a cassação deveria ser pedida na época, e não a 16 meses do fim do mandato, prazo no qual não será concluído o julgamento.

Gurgel também denunciou um político que provoca urticária nas Organizações Globo e hoje lidera as intenções de voto no Rio de Janeiro, o ex-governador Anthony Garotinho, que reagiu com indignação. "Ele resgatou uma história já arquivada de dez anos atrás, provavelmente para agradar alguém", disparou. "Gurgel é quem deve explicações", referindo-se à polêmica compra de iPads, sem licitação, pela Procuradoria-Geral da República.

O procurador também propôs investigações recentes contra outros integrantes da base aliada, como o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) e o senador Gim Argello (PTB-DF), mas não teve a mesma pressa, ou mesmo rigor, quando os alvos de investigações eram seus aliados na arena política. Um dos exemplos mais notórios é o que atinge o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), que teria se beneficiado de um mensalão da Assembleia Legislativa do Estado, deixando inclusive recibos assinados. Gurgel mandou arquivar o caso, sem exigir uma perícia, afirmando que não seria crível que recibos fossem assinados (leia mais aqui). Detalhe: quem denunciava Randolfe era o próprio ex-presidente da Assembleia, Fran Júnior, que pagava o suposto mensalão.

Nada, no entanto, marcará tanto a passagem de Gurgel pela procuradoria-geral da República, quando sua atuação no caso da Operação Monte Carlo, que atingiu o senador Demóstenes Torres, mas foi retardada em dois anos por decisão de Gurgel. Segundo o procurador, por uma questão de estratégia processual. No entanto, o próprio Demóstenes, que é também procurador, acusou Gurgel de prevaricar, alegando que não havia razões técnicas para engavetar o caso (leia aqui).

Gurgel construiu alianças junto à mídia e a setores mais conservadores da sociedade, mas dificilmente encontrará explicações para a acusação que vinha sendo feita a ele pelo senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB/AL): a de que usava investigações contra políticos como um instrumento de poder e de pressão.

Agora, fora do comando da PGR, ele não terá mais o estilingue e passará a ser vidraça – uma desconfortável posição para alguém que acumulou tantos desafetos ao longo dos últimos anos.


http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/111684/


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz