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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

22.8.13

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Sul 21 > Marco Weissheimer > O renascimento da TVE e da rádio FM Cultura

21/ago/2013, 15h25min

O renascimento da TVE e da rádio FM Cultura

Do início de 2011 até hoje, foram investidos R$ 6,6 milhões nas emissoras públicas do Estado, informa a Fundação Cultural Piratini.

No início de dezembro de 2009, o Fórum TVE FM Cultura, criado pelos funcionários da Fundação Cultural Piratini, lançou um manifesto denunciando que a TVE e a FM Cultura estavam correndo um sério risco de extinção. A então governadora Yeda Crusius (PSDB) havia decidido permitir que fosse à leilão o prédio que abriga a televisão pública do Rio Grande do Sul (*).  No dia 20 de dezembro daquele ano completou-se 50 anos da primeira transmissão televisiva do RS, feita pela TV Piratini, então canal 5, justamente no prédio que hoje abriga a TVE.

Os sindicatos dos Jornalistas e Radialistas e os funcionários alertaram na época que o leilão resultaria na extinção da TVE/FM Cultura, lembrando que o processo de sucateamento das emissoras tinha se intensificado no governo tucano, “com a falta de investimentos em infraestrutura e na produção própria, o desrespeito ao Conselho Deliberativo que representa a sociedade e o total desinteresse pela rede pública de comunicação no Brasil”.

Felizmente, o governo de Yeda Crusius não conseguiu levar adiante seus planos e a TVE e a FM Cultura acabaram sobrevivendo, reduzidas a escombros praticamente, mas sobreviveram. Um exemplo citado pela própria fundação: dos 40 retransmissores instalados no interior do Estado, em janeiro de 2011 apenas 3 estavam funcionando, possibilitando o acesso à TVE apenas em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Mais de três anos depois, ainda há muitos problemas a resolver, mas as emissoras públicas do Estado do Rio Grande do Sul exibem uma saúde muito melhor e dão sinais de crescimento.

Pedro Osório: vamos retomar o sinal no interior do Estado.

Nesta quinta-feira (22), será lançado o projeto TVE e FM Cultura em Sintonia com o Rio Grande, com o objetivo de fortalecer as emissoras junto ao interior do estado, com a visita a 40 municípios onde há retransmissoras da TVE. A rádio FM Cultura ganhará um novo transmissor que possibilitará que 60 cidades gaúchas sintonizem a rádio pública. Em uma nota divulgada nesta quarta-feira pela assessoria de imprensa da Fundação Cultural Piratini, o presidente da entidade, Pedro Osório, comemora as boas notícias e o novo período que se abre para a comunicação pública no Rio Grande do Sul:

“Foi uma decisão da administração atual focar esforços para retomar o sinal em todo o estado. Para isso, foram adquiridos 16 novos retransmissores e foram consertados os que não se encontravam em condições de uso. É uma definição importante, a de retomar o sinal no interior, pois de nada adiantaria a instalação de um transmissor, mesmo que analógico, sem que a TVE estivesse operando para levar a boa parte dos gaúchos a programação por ela veiculada”.

Pedro Osório também destaca os investimentos para a ampliação da banda larga, novos estúdios, novos cenários, novas mesas de áudio e de edição e, principalmente, para a transição ao sistema digital. O jornalista cita ainda a aquisição de equipamentos para a retomada da programação e contratação emergencial de 59 funcionários qualificando-a como “decisiva para que a rádio e a TV prestassem o serviço de comunicação pública a que estão destinadas”.

De emissora moribunda no final do governo passado, a TVE é, hoje, a segunda maior rede de televisão no Rio Grande do Sul. Pedro Osório assinala que essa recuperação não caiu do céu, sendo resultado de um conjunto de ações e políticas públicas implementadas nos últimos anos. E, falando sobre o futuro, anuncia que está prevista ainda para esse ano a realização de um concurso público e o início da digitalização das emissoras, com a instalação do transmissor digital, já adquirido.

Os investimentos na Fundação Piratini

Segundo os números divulgados pela Fundação Cultural Piratini, do início de 2011 até hoje, foram investidos R$ 6,6 milhões nas emissoras públicas do Estado. “O valor foi utilizado para a compra de equipamentos, melhoria de cenários e estúdios para a TV e a rádio, melhoria do local de trabalho dos servidores com a aquisição de móveis ergonomicamente adequados, compra de computadores, compra e instalação de aparelhos de ar condicionado, que não funcionavam na instituição há mais de cinco anos, etc. Até o final de 2013, a previsão é de que sejam investidos R$ 6.2 milhões, só neste ano, para fortalecer a comunicação pública no RS, totalizando R$ 9.2 milhões desde o início da gestão até o final deste ano”, informa a fundação. Esses valores de investimentos, ressalta a entidade, não inclui gastos com pessoal e custeio.

Para comparar o que foi feito em passado recente, no período entre 2003 a 2010, foram investidos na Fundação apenas R$ 515 mil. O ano de 2008 registrou o menor investimento de todo esse período: R$ 4.7 mil (se é que isso pode ser chamado de investimento).

Ainda há muitos problemas a serem enfrentados, sem dúvida, mas essa nova realidade deve ser comemorada. O fortalecimento de um sistema de comunicação pública, que não se limita às emissoras do Estado, é uma condição necessária para a melhoria da própria democracia. Deixar a comunicação exclusivamente na mão de grandes grupos econômicos é o caminho mais curto para sufocar a diversidade de pensamento e a liberdade de expressão.

Próximo passo: o Conselho Estadual de Comunicação

O Rio Grande do Sul tem um importante próximo passo a dar nesta área que é a criação do Conselho Estadual de Comunicação Social. Já há uma proposta pronta, que foi submetida a vários debates com representantes do setor, e que só não foi ainda para a Assembleia Legislativa porque o governo não tem maioria garantida, em sua base de apoio, para a aprovação do projeto. Há uma resistência, silenciosa, forte e operante, da parte das grandes empresas de comunicação contra o projeto. Falam em ameaça à liberdade de expressão e de censura, quando o que sentem ameaçado, na verdade, é o controle do mercado de comunicação no Estado.

A comunicação não é um território proibido para o debate público e tampouco é patrimônio exclusivo e intocável de meia dúzia de famílias. É um bem público e um serviço público e como tal deve ser tratada. Por isso, apesar de tudo e todos, o fortalecimento da TVE e da FM Cultura é uma ótima notícia.

(*) O governo Yeda não aceitou, na época, negociar com o INSS (proprietário do imóvel) a permuta por um de seus prédios ociosos. Apesar de ter a preferência na compra, o governo gaúcho não quis adquirir o imóvel, permitindo que o mesmo fosse à leilão.


http://www.sul21.com.br/jornal/2013/08/o-renascimento-da-tve-e-da-radio-fm-cultura/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz