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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

10.9.15

"Sartori, o caos e a vaca morta"

Jorge Furtado:

"Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra.

O governador gaúcho do PMDB - junto com o PP, da senadora Ana Amélia, um dos partidos mais envolvidos na corrupção que está sendo desvendada pela Polícia Federal -, José Ivo Sartori, em reunião com o vive-presidente Michel Temer, se referiu ao estado que governa como "vaca morta".

Depois dar calote nos funcionários públicos, parcelar o pagamento dos já minguados salários dos policiais e jogar a capital do estado nas mãos dos bandidos, o recém eleito Sartori declara, com a sua costumeira sofisticação intelectual: "Não posso tirar leite de vaca morta".

Pergunta de quem não votou nele mas mora na vaca morta: se não pode fazer o serviço, por que se candidatou a ele?

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Enquanto isso, os sonegadores e seus arautos, que sangram os cofres públicos dos bilhões de reais que fazem falta para pagar policiais, médicos e professores, reclamam da corrupção alheia."



10/set/2015, 8h31min

Sartori, o caos e a vaca morta

Por Antonio Escosteguy Castro

Ninguém imaginava que o civilizado e politizado Rio Grande do Sul pudesse passar por dias tão caóticos quanto estas duas últimas semanas. Era inimaginável, duas semanas atrás, que a população ficaria em casa, com medo de sair na rua, em face de brutal acréscimo da criminalidade. A falência da segurança pública é o principal sintoma da paralisação do estado provocada pelos repetidos erros políticos do Governo Sartori.

Após a posse de Sartori, em janeiro, o estado passou por um longo período aguardando que o novo governo apresentasse um plano razoavelmente coerente para enfrentar a crise financeira que fora o principal tema da campanha eleitoral. De adiamento em adiamento (será depois do carnaval, será na Páscoa, será….) foram meses e meses de inação, pontuados por uma ou outra medida paliativa. A situação foi se agravando e a sensação de desgoverno espraiou-se.

Em julho, o governo foi para o brete que construiu para si mesmo nestes meses e decidiu pelo maior aumento de impostos da história do estado, num momento econômico recessivo. E aumento apenas do ICMS, um imposto sobre o consumo, que pesa mais sobre os mais pobres.

Face à evidente impopularidade da medida, agravada, ainda, pelo fato de que na campanha eleitoral Sartori prometera não aumentar impostos, o governo optou por criar uma crise para que o tarifaço surgisse como a solução. O parcelamento dos salários de julho não teve o resultado esperado na sociedade e deu oportunidade à maior unificação do movimento sindical dos servidores em várias décadas. Em agosto, o governo, desesperado por aprovar o pacote, apostou em redobrar a crise, com um severíssimo parcelamento de apenas 600 reais. E criou o caos.

Não é crível que as famílias de milhares de professores, brigadianos, policiais civis e outras categorias que já são mal pagas e vivem no limite da necessidade possam sobreviver com o mínimo de dignidade com o pagamento de um valor que muitas vezes não cobrirá o cheque especial e as contas debitadas no banco. Para milhares de pessoas, muito provavelmente 600 reais significou nada.

O estado parou, a polícia saiu das ruas, a população enclausurou-se apavorada. E a mais cruel estratégia política já utilizada no Rio Grande do Sul ainda assim não parece dar frutos, porque como ninguém consegue ver um plano coerente de enfrentamento à crise, não adianta dar dinheiro a quem não sabe o que fazer com ele…

O governo não inspira confiança alguma e Sartori não se ajuda. A infeliz afirmação feita ao vice-presidente Michel Temer de que o estado é uma "vaca morta" é a confissão de sua impotência frente à situação. A uma vaca morta não se pode fazer nada , a não ser esquartejar vender os pedaços. Talvez seja apenas isto que Sartori queira fazer. Pobre Rio Grande.

.oOo.

Antonio Escosteguy Castro é advogado.

http://www.sul21.com.br/jornal/sartori-o-caos-e-a-vaca-morta/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz