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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

27.4.15

Na 'descomemoração' dos 50 anos da Globo, lembrança de Brizola e de apoio à ditadura


Emissora também é lembrada por criminalizar movimentos sociais e por envolvimento em denúncias de sonegação fiscal
por Igor Carvalho, para a Rede Brasil Atual publicado 26/04/2015 19:39, última modificação 26/04/2015 23:19
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MARCIA MINILLO / RBA
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Marcha contra Rede Globo: 50 anos de monopólio midiático conquistado por apoio à ditadura e interesses conservadores

São Paulo – Na era em que o combate à corrupção e o discurso da moral estão na ponta da língua, a Rede Globo e sua história de desvios e manipulações parecem passar incólumes pelo crivo crítico daqueles que vestem verde e amarelo. A turma da CBF moradora em São Paulo preferiu neste domingo (26) ficar em casa – presumivelmente vendo a final do campeonato paulista e o Faustão , enquanto centenas de pessoas de diversos movimentos sociais se manifestavam contra a emissora da família Marinho e seus 50 anos de histórias de contribuições à ditadura, às elites e ao conservadorismo do país.

Às 15h, os manifestantes começaram a se reunir na praça General Gentil Falcão, zona sul da capital paulista, nas proximidades da sede da emissora.

"Meus filhos assistem TV e eles assistem a Globo, mas precisam saber, desde cedo, que a Globo manipula e que poderíamos ser um país melhor sem ela", declarou Edson Vargas, que veio de bicicleta de Ribeirão Pires, na região do ABCD paulista, com os dois filhos, de 12 e 10 anos, somente para participar da manifestação.

Quando o ato saiu da praça e ocupou a avenida Luiz Carlos Berrini, eram 400 manifestantes, segundo a organização do ato (120, segundo a PM). Entre eles, Pedro Ekman, do Intervozes, um dos movimentos organizadores da manifestação. "O mais grave é o fato da Globo ser um monopólio de comunicação. É absolutamente antidemocrático. Você tem uma Constituição Federal que proíbe o monopólio da informação e você tem uma empresa que detém 70% do mercado. Isso em qualquer país civilizado é considerado um monopólio", defendeu o ativista.

Durante toda a última semana, sob o comando do editor do Jornal Nacional, William Bonner, a Globo fez uma retrospectiva do jornalismo da emissora nos últimos 50 anos. "Foi uma piada", atacou Altamiro Borges, jornalista e coordenador do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, que comparou a emissora carioca a um "assassino". "Eles te matam e depois pedem desculpas à família. Do que adianta? O caos já está feito. Se a Globo não manipula o debate de 1989, onde o Brasil estaria hoje? Sem o apoio da Globo ao golpe militar de 1964, onde o Brasil estaria hoje?", disse, referindo-se ao debate presidencial entre os então candidatos Lula e Fernando Collor, em que este acabou eleito. A própria emissora, por meio de alguns de seus executivos à época, já admitiu ter editado trechos do debate para favorecer a candidatura de Collor.

Comum entre os manifestantes era a lembrança de que a emissora, durante seus 50 anos, foi responsável pela criminalização e inviabilização de diversos movimentos sociais.

"Na Globo, nós, os movimentos sociais, sempre somos tratados como 'vândalos', nossos atos estão sempre vazios e os discursos são manipulados pelos repórteres deles", lembrou Jussara Basso, da coordenação nacional do MTST. "Como concessão pública, eles deveriam transmitir ao povo o que está acontecendo, eles devem satisfação ao povo, mas mentem e não são cobrados por isso."

Tinta vermelha

Já na entrada principal da Rede Globo, os manifestantes picharam no muro algumas mensagens: "Assassina", "Globo Mente" e "Globo Golpista". Durante o protesto, algumas palavras de ordem foram gritadas e quatro balões com tintas vermelhas foram arremessados contra o muro.

Ainda na frente da emissora, os manifestantes sentaram no chão e acompanharam o vídeo do direito de resposta que o ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, conseguiu na Justiça e que foi lido ao vivo, na Globo, por Cid Moreira – um momento histórico da TV brasileira e marco da resistência ao autoritarismo da "vênus platinada". Assista aqui.

Passava das 18h quando os manifestantes começaram a retornar à praça General Gentil Falcão, ponto de partida do ato. "São 50 anos de não-comemoração. A Globo neste tempo manipulou o povo e não mostrou a realidade do país, não temos motivos para comemorar. A Globo divide o poder com a mesma elite que comanda o país desde 1965", afirmou Gabriela Guedes, do Levante Popular da Juventude.

CUT, MTST, UNE, Levante Popular da Juventude, Intervozes e Juntos estavam entre as entidades que organizaram o ato.



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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz