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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

12.4.11

Primeiro voo da morte na ditadura argentina é concretamente identificado, e suspeitos serão julgados

12/04/2011 - 20:46 | Daniella Cambaúva | Redação

Primeiro voo da morte na ditadura argentina é concretamente identificado, e suspeitos serão julgados

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Desde que a Argentina revogou a lei de anistia aos repressores da ditadura civil-militar (1976-1983), 196 agentes do regime foram condenados e 810 pessoas respondem a processos atualmente. Entretanto, uma nova etapa se iniciou para os familiares de desaparecidos, organizações de direitos humanos e para o Judiciário: pela primeira vez, um voo da morte foi concretamente identificado e os suspeitos de participação serão julgados.

Amplamente usados na ditadura, os voos da morte eram um dos métodos usados para eliminar adversários da ditadura. Os prisioneiros em atirados ao mar, vivos e, muitas vezes drogados, de aviões militares. O primeiro depoimento oficial denunciando essa prática foi feito em março de 1983 por um inspetor, funcionário do Exército. Em janeiro de 1984, foi registrada a segunda denúncia.

Nos anos seguintes, foram feitas diversas confissões. Alguns corpos encontrados no litoral ou no Rio da Prata eram de presos políticos. Apesar disso, nenhum tripulante dos voos da morte foi responsabilizado.

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Graças a documentos obtidos pelo promotor federal Miguel Osorio, mencionados pelo jornal argentino Página 12, foram encontradas pela primeira vez provas concretas indicando a ocorrência de um voo da morte.

Vítimas

No dia 14 de dezembro de 1977, entre sete e oito horas da noite, o fotógrafo Victor Basterra, preso político da ESMA (Escola de Mecânica da Armada), foi obrigado a fotografar as freiras francesas Alice Domon e Léonie Duquet. Ao fundo, foi montado um cenário planejado pelo capitão Jorge Acosta, simulando um quartel da organização de esquerda Montoneros. A ideia do repressor era fazer com que a população acreditasse que as duas haviam sido sequestrada pelos Montoneros, desviando as suspeitas sobre as Forças Armadas.

Aquela foto é a última prova de vida das duas freiras, sequestradas na igreja Santa Cruz, na cidade de Buenos Aires, junto de uma das fundadoras da Associação das Mães da Praça de Maio, Azucena Villaflor, e outros pessoas.

Às 21h30 daquela quinta-feira, dia em que habitualmente eram feitos os voos da morte, um avião da Força Aérea argentina deixou o aeroporto Jorge Newbery, em Buenos Aires. Voou apenas três horas e dez minutos, sem escalas, e retornou ao ponto de partida. Seis dias depois, restos do corpo de Léonie Duquet apareceram na costa. Somente em 2005 foi comprovado que se tratava da freira francesa.

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A existência desse voo foi comprovada por meio de uma planilha da própria Força Aérea. Diante da evidência, o promotor Eduardo Taiano solicitou a prisão e o depoimento dos tripulantes : Enrique José De Saint Georges, Mario Daniel Arru e Alejandro Domingo D’Agostino. Agora, os três devem ser acusados formalmente e o processo iniciado.

Fotógrafo

Basterra era considerado um sequestrado importante na ESMA, um dos maiores centros de detenção clandestina do país. Ele era obrigado a tirar retrato dos repressores para fabricar documentos falsos. Com acesso ao equipamento, conseguia tirar fotos dos outros prisioneiros.

O fotógrafo tinha alguns benefícios, como por exemplo, visitar sua família. Em uma dessas saídas da prisão, ele conseguiu escapar, levando consigo muitas fotos, que hoje são usadas nos processos contra os ex-integrantes do regime militar. Parte do material se tornou uma lembrança para as famílias dos desaparecidos.

 

 

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticia/PRIMEIRO+VOO+DA+MORTE+NA+DITADURA+ARGENTINA+E+CONCRETAMENTE+IDENTIFICADO+E+SUSPEITOS+SERAO+JULGADOS_11197.shtml?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

 

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz