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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

11.4.11

Direita peruana vai de Fujimori outra vez

As pesquisas de boca de urna indicam que candidato de centro -esquerda, Hollanta Humala, provavelmente enfrentará Keiko Fujimori no segundo turno das eleições presidenciais peruanas, no próximo dia 5 de junho. Se o resultado se confirmar, será um acerto de contas dos peruanos com uma das páginas mais conflitivas de sua história. Keiko é filha de Alberto Fujimori, o ex-presidente e ditador que governou o Peru com mão de ferro por uma década (1990-2000), sendo condenado a 25 anos de prisão em abril de 2009. Ao final de um julgamento que se arrastou por 12 meses, a Suprema Corte de Lima declarou-o responsável por autorizar ações de um esquadrão militar conhecido como Grupo Colina (uma espécie de OBAN peruana), integrado  por membros do Exército e da polícia, cujo prontuário inclui, entre outros feitos, o massacre de 25 pessoas, entre elas uma criança de oito anos, ademais de sequestros como o do jornalista Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer, mantidos reféns no porão do Serviço de Inteligência do Exército. Debita-se a Fujimori inúmeros outros crimes contra os direitos humanos, entre eles a imposição de condições carcerárias dantescas a milhares de presos políticos.   Em 5 de abril de 1992, Fujimori deu um golpe fechando o Congresso para assumir plenos poderes, sob pretexto de enfrentar a guerrilha maoísta do Partido Comunista, o "Sendero Luminoso". Foi o AI-5 peruano. Seguiu-se uma onda repressiva liderada pelo Exército com monstruosa  escalada de ações dos serviços secretos. Vladimiro Montesinos, uma espécie de braço-direito de Fujimori, tornou-se o chefe da Inteligência do regime, assumindo o comando dessa rede de aniquilamento e corrupção, desmascarada quando uma bateria de vídeos veio a público trazendo flagrantes das investidas do 'Rasputin dos Andes'. Cenas explícitas de compra de apoios e coleta de recursos em benefício próprio e do regime marcaram o seu fim. Keiko não é uma novata no ramo. Durante o intercurso de autoritarismo, corrupção e fastigio neoliberal que marcou a 'década Fujimori', ela exerceu o papel de primeira dama do ditador agora encarcerado, mas que comandou a campanha da filha de dentro da prisão, com aquiescência do presidente, Alan García. É esse o bloco que volta à cena, com apoio da mídia, contra Humala.

 

(Carta Maior; 2º feira, 11/04/2011)

http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm

 

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz