Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

16.9.14

Tarso Genro é entrevistado pelo Jornal do Almoço; confira o vídeo

16/09/2014 12h39 - Atualizado em 16/09/2014 13h34

Tarso Genro é entrevistado pelo Jornal do Almoço; confira o vídeo

Sequência de entrevistas com candidatos segue até esta quinta-feira (18).


Ana Amélia Lemos e José Ivo Sartori completam série no programa.

Do G1 RS

O candidato do PT à reeleição para o governo do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, foi entrevistado nesta terça-feira (16) pelo Jornal do Almoço, da RBS TV. A série de sabatinas começou na segunda (15) e ouvirá os quatro candidatos com melhor colocação nas pesquisas eleitorais. A ordem foi definida por sorteio, com supervisão de representantes dos partidos. O tempo de cada entrevista é de dez minutos (confira no vídeo acima a íntegra da entrevista).

Tarso Genro é entrevistado pelo Jornal do Almoço, da RBS TV (Foto: Caetanno Freitas/G1)Tarso Genro é entrevistado pelo Jornal do
Almoço, da RBS TV (Foto: Caetanno Freitas/G1)

O candidato foi entrevistado pelos apresentadores Cristina Ranzolin e Tulio Milman e tratou de temas como orçamento, dívida pública e investimentos em educação, segurança, infraestrutura e saúde, estradas e pedágios.

"Nós estamos preparando um novo financiamento para investimentos de infraestrutura de US$ 1 bilhão, que nós vamos  apresentar logo após a votação. Já estamos trabalhando tecnicamente nisso", afirmou o petista, sobre investimentos.

Na segunda-feira (15), o candidato Vieira da Cunha (PDT) concedeu entrevista (confira a íntegra aqui). Nesta quarta (17) será a vez da candidata Ana Amélia Lemos (PP). Na quinta (18), o entrevistado será José Ivo Sartori (PMDB).


Confira acima o vídeo da entrevista e, abaixo, a íntegra em texto.

Cristina Ranzolin: Boa tarde, candidato.

Tarso Genro: Boa tarde.

Cristina Ranzolin: Eu gostaria de começar conversando com o senhor sobre a dívida do estado, que já passa aí dos R$ 50 bilhões e compromete 13% da nossa receita líquida, engessando muito nossos investimentos.  O senhor está muito otimista que essa dívida será renegociada agora em novembro, passadas as eleições. Se em quatro anos isso não aconteceu, por que o senhor acha que vai acontecer agora? Normalmente são nos períodos pré-eleitorais que os acordos são mais facilmente feitos?

Tarso Genro: É que na verdade ela já foi renegociada. O que nós temos é apenas a formalidade da votação lá no Senado Federal. Ela já passou pela Câmara, pelas comissões do Senado. Então houve um acordo entre governo e oposição, então há unanimidade a respeito disso. Com isso se abate R$ 15 bilhões da dívida do estado. É o maior feito da história do estado em relação à dívida. Ela foi renegociada 15 anos atrás. Isso aí nos arma um novo espaço fiscal. Nós estamos preparando um novo financiamento para investimentos de infraestrutura de US$ 1 bilhão, que nós vamos  apresentar logo após a votação. Já estamos trabalhando tecnicamente nisso. Portanto, isso aí abre uma escotilha, abre um caminho novo em relação à dívida. E, obviamente, depois, a partir de janeiro, vamos fazer outros pleitos então em relação à dívida, como rebaixar os valores mensais que são repassados para a União.

Tulio Milman: Candidato, numa campanha eleitoral se debate muito os índices. Índices que se aplicam na segurança, quanto se aplica na saúde. Principalmente na área da saúde. Por mais que os índices sejam ou não cumpridos, a gente nota que existe uma insatisfação muito grande da população em relação a atendimento de saúde em algumas áreas. O que o senhor pode fazer em um eventual segundo governo o que não fez no primeiro para melhorar a saúde?

Tarso Genro: A nossa grande meta nesse primeiro governo foi chegar aos 12%. A partir desses 12% nós refinanciamos os hospitais filantrópicos, que estavam fechando, as Santas Casas, aplicamos um programa de Unidade de Pronto Atendimento e repassamos dinheiro para as prefeituras fazendo também recontratação, aumentando o valor dos contratos com os filantrópicos e as Santas Casas, porque aqui no Rio Grande do Sul, 80% dos serviços do SUS, 70%, não vamos exagerar, são originários desse tipo de prestação de serviço. A União Federal é financiadora, o estado é instituído regulador e o prestador de serviço 90% é o município. Então o que nós estamos fazendo é recondicionar os municípios financeiramente, tecnicamente, contratando mais unidades, mais equipes de Saúde da Família para prestar um melhor serviço. Os efeitos são extraordinários. Ontem, por exemplo, eu estive no Hospital de Erechim, onde nós fizemos investimentos de R$ 6 milhões, e há uma reformulação completa, na média complexidade, e também em instituições de hospitais regionais, que já estão sendo encaminhados.

Cristina Ranzolin: O senhor costuma dizer que nenhum professor recebe menos que o piso salarial e que o seu governo foi o que deu maior aumento real aos professores, 50% nesses quatro anos. Agora, os professores rebatem dizendo que o senhor leva em conta aí nos cálculos vantagens adquiridas e não o básico. Está longe de chegar a um entendimento neste assunto. Numa próxima candidatura, o senhor acredita que pode cumprir com o que prometeu enquanto ministro?

Tarso Genro: Não, eu estou cumprindo o que eu prometi enquanto ministro. Isso é um equívoco inclusive de informação, que é reproduzido de uma maneira um pouco aleatória. Na verdade, quando eu mandei o piso, eu era ministro da Educação, nós instituímos o piso nacional. Depois, nós mandamos um projeto de lei, eu e o presidente Lula, já no Ministério da Justiça, para fazer a correção do piso salarial por um índice chamado INPC. Aí, chegou no Senado, esse índice foi modificado, para um índice que até hoje ninguém entende. O que eu fiz? Eu dei o maior aumento real da história do magistério, 50% em termos reais, 76,6%. E para não haver dúvida e não acumular passivo, eu estou pagando um completivo salarial para que nenhum professor perceba menos do que esse piso do Fundeb, que foi instituído de uma maneira totalmente equivocada na minha opinião. Então o que eu tenho dito para os professores: nós vamos continuar, agora com os 13%, nós chegamos ao piso do INPC e vamos continuar pagando o piso do INPC como completivo. Se eventualmente for decidido pelo Supremo que se aplica o piso do Fundeb, automaticamente o governo federal vai ter que repassar esses recursos, não só para o estado, para todas as prefeituras e estados porque são recursos absolutamente inatingíveis pelas administrações municipais e estaduais.

Tulio Milman: Candidato, o senhor tem uma filha que é candidata à Presidência da República e o seu partido tem uma candidata também. Queria saber como é que o senhor, na hora da urna eletrônica, vai administrar o coração de pai com cérebro de militante? Quem vai vencer essa disputa?
Tarso Genro: É que eu voto na Luciana para filha e não para presidente. Nós temos uma relação afetiva, uma relação amorosa, muito forte. Com as minhas duas filhas, inclusive. Isso nunca foi um problema na nossa família.

Tulio Milman: Ela também não vota no senhor?
Tarso Genro: Obviamente que não. Ela vota no Robertinho, que é o candidato do PSOL. E nós encaramos isso com absoluta naturalidade. Nós não temos princípios diferentes para olhar no cenário político nacional e no processo político. Nós temos é visões diferentes e processos diferentes. Nós do Partido dos Trabalhadores entendemos que temos de trabalhar para melhorar a vida das pessoas agora e instituir, a partir desse agora, uma visão de futuro. E eles (PSOL) têm uma visão de que precisam tomar medidas extremas, que na nossa visão são completamente equivocadas. Por exemplo, não pagar a dívida do estado. Isso não existe. Não pagar a dívida do estado, quebra o estado, se fecha o estado. Você não tem dinheiro para pagar os salários. Então nos separa essa metodologia sobre como chegar a uma sociedade melhor. A obrigação que nós temos, enquanto governantes, de projetos e realizações, processos de desenvolvimento, políticas sociais, é para que as pessoas melhorem a vida agora, para melhorar a vida das famílias neste momento.

Cristina Ranzolin: O senhor tem dito que a melhor forma de o estado sair dessa crise, justamente, é crescendo. Como atrair novas empresas para cá? Há muita crítica com questões burocráticas que dificultam muito as licenças ambientais, por exemplo.

Tarso Genro: As licenças ambientais estão sendo solucionadas. Estamos reestruturando a Fepam, que é um órgão que recebemos completamente deteriorado, com ações policiais e investigações do Ministério Público. Mas neste momento, aqui no Rio Grande do Sul, temos uma capacidade de investimento que nunca houve na história do Rio Grande. Nós estamos com R$ 51 bilhões de investimento trazidos de fora do país e do estado. Fora os investimentos do governo federal e também dos municípios. Isso é uma coisa absolutamente transformadora no Rio Grande do Sul. Só um investimento aqui na cidade de Guaíba, apenas, é o dobro daquele da Ford, tão discutido naquela época, criou 7,5 mil empregos, a Celulose Riograndesense. Como resultado das nossas missões internacionais, um conjunto de empresas que estão investindo aqui, Hyundai e outras que vieram em função dessa nossa política de desenvolvimento. Então o Rio Grande do Sul não tem problema de trazer investimentos. Atualmente, tem problemas sobre como associar investimentos com empresários locais para que isso reflita de maneira positiva no nosso crescimento.

Tulio Milman: O governo federal com o PT quebrou um paradigma do próprio partido ao abrir para iniciativa privada a administração de alguns setores considerados estratégicos, por exemplo, aeroportos. O senhor, por outro lado, de certa forma, estatizou estradas que estavam entregues à iniciativa privada. Qual a sua visão sobre participação de iniciativa privada em atividades que o senhor considerad o estado? Há espaço para ampliar essa participação?

Tarso Genro: As parcerias público-privadas que foram feitas aqui no Rio Grande do Sul foram feitas no meu governo. A do Porto e Hospital da Restinga, dois exemplos típicos de parceria. Na questão das estradas, nós achamos, avaliamos, que aquelas concessões que foram feitas eram muito onerosas para a população.

Tulio Milman: Mas o senhor admite fazer outras? Rever este processo? Ou fica com o estado?
Tarso Genro: Neste momento estamos discutindo o que o governo federal vai fazer em relação as suas estradas. Que tipo de concessão. E nós podemos apoiar essas concessões, articuladas com o trabalho que vem sendo feito pela EGR, que é um trabalho que já atingiu 700 km de estradas aqui no Rio Grande do Sul, acabou com polos de pedágio que humilhavam as cidades, cercavam as cidades, e rebaixou as tarifas. Estamos fazendo mais do que faziam as concessionárias.

Cristina Ranzolin: O seu partido esteve envolvido nacionalmente em escândalos de corrupção que acabaram com amigos e companheiros seus, inclusive, condenados. O senhor não acredita que isso possa manchar a credibilidade do partido e prejudicar uma reeleição sua por aqui?

Tarso Genro: Acho que não porque esses processos que você está falando são processos que atingiram todos os partidos. Nesse processo em especial do mensalão, começou lá em Minas Gerais, no PSDB, que tem o seu candidato à Presidência da República. Então essa pergunta poderia ser feita a todos os candidatos e para todos os partidos. E é uma pergunta verdadeira porque hoje existe uma visão, profundamente manipulatória, que a corrupção está situada apenas na esfera pública, na esfera política. E isso não é verdade. Quando tem corrupção na esfera pública e no estado, a corrupção vem de fora, vem da relação do público com o privado. Portanto, a corrupção é uma totalidade. Só que há uma grande campanha nacional para desautorizar os políticos dos partidos e com isso erguer alguém com afeição técnica, não-partidária, como fizeram com o Collor aquela vez, para substituir a tradição política democrática do país. Então, eu realmente não me preocupo com isto. Eu tenho currículo, eu tenho uma história e não me sinto atingido por essas questões.


http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/eleicoes/2014/noticia/2014/09/tarso-genro-e-entrevistado-pelo-jornal-do-almoco-confira-o-video.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter


Nenhum comentário:


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz