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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

23.9.14

O Rio Grande do Sul e o bom governo

23/set/2014, 11h15min

O Rio Grande do Sul e o bom governo

Leonardo Avritzer*

Recentemente um colunista do Valor Econômico denominou a Rio Grande do Sul de "máquina de moer governadores". Afinal, desde que foi instituída a reeleição, o estado não re-elegeu nenhum governador, provavelmente o único caso no país. É verdade que os gaúchos tiveram uma safra de governadores complicados que comprometeram fortemente a viabilidade fiscal do Estado, começando por Antônio Brito e pelas isenções fiscais injustificáveis por ele oferecidas e terminando com Yeda Crusius e o escândalo no Detran do Estado. Mas, acho que nesta eleição os gaúchos deviam pensar melhor antes de derrubar mais um governador.

Tarso Genro é certamente o melhor governador do Estado em muitas décadas se analisarmos o governo por duas óticas, a da economia e a da participação política. Pela ótica da economia, o estado do Rio Grande do Sul que vinha crescendo abaixo da média nacional por muitas décadas cresceu acima da média brasileira nos últimos 4 anos. A economia do Estado cresceu 4,1% durante a gestão de Tarso Genro. Diversas ações foram responsáveis por esta retomada ainda frágil da economia gaúcha: o encontro de contas com o governo federal; a expansão da indústria da construção naval na região de Rio Grande, entre outras. É verdade que ainda não foi possível conter o crescimento das despesas, mas muito corajosamente o governo aumentou a contribuição dos inativos que era necessária.

Pelo lado da participação social, o Rio Grande do Sul retomou a sua vocação de fazer participação social nas regiões do Estado. O sistema de participação estadual implantado é o que melhor funciona no Brasil, oferecendo à cidadania um conjunto de oportunidades para participar da política local, entre elas: o orçamento participativo, as consultas, os conselhos estaduais e o gabinete eletrônico. Todas estas são políticas importantes e que funcionam bem, na perspectiva de trazer o cidadão para a política. Tal cardápio participativo não existe em nenhum outro estado da federação. A pergunta então que se faz é por que o gaúcho não quer reeleger um governo que é exitoso em áreas importantes?

A resposta é a crise fiscal do Estado que ainda não está resolvida. Apesar de melhoras na arrecadação, os gastos correntes crescem exponencialmente no Rio Grande do Sul e os inativos recebem a maior parte da folha. Com isso, o leitor tem uma sensação de crise no Estado, o que não deixa de corresponder à realidade. A pergunta então que fica aos gaúchos é se a continuidade administrativa de um governo que tem apontado para uma economia melhor e que tem aberto novas vias para a participação popular não justifica um voto pela reeleição. Afinal de contas, se os gaúchos estão votando contra a crise fiscal não é melhor votar a favor de quem tem a capacidade de resolvê-la?

* Professor do Departamento de Ciência Política da UFMG


http://www.sul21.com.br/jornal/o-rio-grande-do-sul-e-o-bom-governo/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz