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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

25.3.10

Yeda não existiria se não fosse o PMDB

Osmar Terra, deputado federal do PMDB, é o secretário de Saúde do governo Yeda desde o primeiro dia da administração tucana. Em sua gestão, os gaúchos enfrentaram dengue e febre amarela e o Ministério da Saúde constatou que o RS é o estado brasileiro que menos investe em Saúde. Recentemente, o Denasus descobriu que boa parte das verbas federais que o governo Lula manda para o RS vinha sendo aplicada em operações financeiras e não na saúde dos gaúchos. Nada disso, porém, afetou a permanência do peemedebista Terra no governo tucano e ele continua mais secretário de Yeda do que nunca.

Marco Alba, deputado estadual do PMDB, é o secretário de Habitação de Yeda. Embora seu nome esteja envolvido nas fraudes das grandes obras públicas investigadas pela Operação Solidária e ele tenha sido indiciado pela Polícia Federal, foi mantido no cargo por Yeda. A governadora ainda bombou a pasta de Alba ao retirar a Corsan do âmbito da secretaria de Obras e passar para a Secretaria de Habitação que, por causa disso, passou a se chamar também de secretaria de Saneamento. Importante: há tempos o faturamento da Corsan chegou à casa do bilhão…

Márcio Biolchi era nada menos do que o líder do PMDB na Assembleia Legislativa quando Yeda resolveu oferecer-lhe a Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais em substituição a outro peemedebista, Luiz Fernando Zachia que, por sua vez, já havia ocupado um dos cargos mais importantes do governo, a chefia da Casa Civil. É tão profunda a relação de Biolchi com Yeda que ele, recentemente, disse que a considerava como uma espécie de "mãe-política".

Na campanha eleitoral, Yeda deu grande ênfase à irrigação e, quando assumiu, chegou mesmo a criar uma secretaria específica para tratar do tema. Para a importante pasta, nomeou o peemedebista Rogério Porto que acabou indiciado por suspeita de fraudes nas obras de grandes barragens. Porto fez alguns açudes que nem de longe autorizam a governadora dizer que cumpriu a promessa. Mas ele permanece à frente da secretaria até hoje.

No Banrisul, jóia da coroa, a presidência está, desde sempre, nas mãos de Fernando Lemos, afilhado número 1 do senador Pedro Simon, presidente estadual do PMDB. Lemos comandou a venda de ações do Banrisul num processo que a oposição classificou como privatização branca ou maquiada. Prestou, portanto, um grande serviço ao novo jeito de governar de Yeda. E mesmo que a liquidação do patrimônio do Estado não tenha nada de novo, Yeda sente-se tão grata a Lemos que deve oferecer-lhe uma vaga no Tribunal de Justiça Militar, ou seja, uma aposentadoria vitalícia com salário superior a 20 mil reais.

E por falar em Simon, ele foi, e ainda é um dos aliados mais importantes da governadora. Em momentos delicados como a votação do impeachment, Simon garantiu os votos da bancada do PMDB a favor de Yeda. Outro amigo de primeira hora de Yeda é o ex-ministro de FHC e deputado federal Eliseu Padilha, um dos chefões do PMDB gaúcho. Foi ele quem, na famosa reunião do Centro Administrativo cuja pauta incluía até uma possível renúncia da governadora, tomou as rédeas e ajudou a inventar o tal gabinete para gerenciar a crise. Como se sabe, o tal gabinete não deu em nada além de um punhado de intenções, mas Yeda e Padilha conseguiram mudar a pauta daqueles dias e, desde então, o PMDB se alinhou definitivamente à governadora.

Vale ainda lembrar que quando o governo Yeda tentou empurrar goela abaixo dos gaúchos uma prorrogação sem licitação dos atuais contratos de pedágios por mais 20 anos, os secretários Biolchi e Alba estavam dispostos a retomar seus mandatos na Assembleia para garantir a aprovação. Mas a reação popular foi tão forte que o projeto nem foi à votação e o auxílio dos peemedebistas fiéis foi dispensado.

Por tudo isso, não há como olhar para o governo Yeda sem enxergar, no centro dele, o PMDB. Então, estejamos vacinados (só para ficar num termo simpático ao secretário Terra): daqui a alguns dias, Terra, Alba, Biolchi, Zachia, Simon e Padilha aparecerão na campanha ao lado de José Fogaça dizendo que querem fazer o melhor para o Rio Grande. Difícil acreditar nesta gente: ou Yeda não faz o melhor para o Estado e, neste caso, eles também não; ou os peemedebistas acreditam realmente que o governo Yeda é bom. Se for isso, estamos autorizados a pensar que vão fazer com Fogaça o que Padilha fez com Rigotto, ou seja, pular fora do barco assim que começar a fazer água. (Maneco)

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz