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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

16.9.16

Pedro Serrano: Se Janot não pedir desculpas publicamente a Lula, ficará comprovado o viés político da Lava Jato

Pedro Serrano: Se Janot não pedir desculpas publicamente a Lula, ficará comprovado o viés político da Lava Jato

15 de setembro de 2016 às 19h22 

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Entrevista – Pedro Estevam Serrano

Para jurista, denúncia contra Lula é uma "ação política de exceção"

Segundo professor da PUC de São Paulo, é grave acusar o ex-presidente de chefiar uma organização criminosa sem que a denúncia lhe impute tal crime

por Sergio Lirio, em CartaCapital, 15/09/2016  

Professor de Direito Constitucional da PUC de São Paulo e colunista do site de CartaCapital, o advogado Pedro Serrano classifica de "ação política de exceção" a acusação de que o ex-presidente Lula é o líder supremo de uma propinocracia. "Lula foi chamado de chefe de organização criminosa, mas a denúncia não lhe imputa o crime de integrar tal organização. É grave". Para Serrano, no Estado democrático de Direito nenhum cidadão pode ser tratado como inimigo.

CartaCapital: O que o senhor achou da denúncia da força-tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente Lula? 

Pedro Serrano: A entrevista dos procuradores tem pontos muito graves. Um deles chama muito a atenção. O ex-presidente foi acusado de ser o líder supremo de uma organização criminosa. Isso não deveria ocorrer antes de qualquer condenação e com amplo direito de defesa. Nenhum agente público, mesmo um agente acusador, não pode ir a público fazer essa afirmação sem que o processo tenha chegado ao fim. Os procuradores teriam de ser mais sensatos e contidos na hora de se expressar. É dever deles garantir a imagem pública, a honra e outros direitos fundamentais de um investigado ou réu. Mas neste caso foi ainda pior…

CC: Por quê?

PS: O ex-presidente foi chamado de chefe de organização criminosa sem que a denúncia lhe impute o crime de participação em organização criminosa. Nem havia essa acusação entre aquelas elencadas. Portanto, trata-se de uma afirmação político-partidária do representante do Ministério Público. A atuação político-partidária não ocorre apenas quando eu expresso uma opinião a favor do partido ou ideologia com a qual simpatizo. Ela acontece também quando ataco um partido ou ideologia com a qual antipatizo.

CC: E isso é permitido?

PS: Fora do exercício profissional, sim. Mas não era o caso ontem. Os integrantes do Ministério Público estavam em pleno exercício do dever funcional. É muito grave. A honra do ex-presidente foi atingida. A imagem política também. E de uma forma motivada, pois, repito, ele não foi denunciado por integrar uma organização criminosa. O mais adequado seria o Ministério Público pedir publicamente desculpas ao Lula.

CC: Na posse da ministra Carmen Lúcia na presidência do STF, o procurador-geral, Rodrigo Janot, fez um discurso duro contra os críticos da Lava Jato. Disse, entre outras, que a força-tarefa age com isenção. O espetáculo de ontem desmente essa tese?

PS:Os procuradores são relativamente jovens  estão submetidos a intensa pressão e podem cometer erros. O Janot tem agora uma grande oportunidade de demonstrar essa isenção. Bastaria vir a público pedir desculpas em nome do Ministério Público. Não precisa desqualificar a denúncia como um todo, mas pedir desculpas pelo fato de se ter imputado uma conduta ilegal a um cidadão sem a correspondente denúncia do suposto crime. Se não fizer isso, ficará claro o viés político dessa investigação.

CC: O senhor diria que ontem foi apresentada uma peça de natureza política?

PS: Creio que sim. Um investigador no Estado democrático de direito só pode formar convicção com base em provas, não em hipóteses. Ontem deu-se a impressão de uma ação política. E pior, uma ação política de exceção que suspende os direitos constitucionais do ex-presidente. Tratam o Lula não como cidadão, mas como inimigo. É correto que ele não tenha nenhum privilégio perante a lei, mas não se pode tratar ninguém como inimigo do Estado. É um princípio elementar da civilização.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/pedro-serrano-se-janot-nao-pedir-desculpas-publicamente-em-nome-do-mp-ficara-ficara-claro-o-vies-politico-da-lava-jato-contra-lula.html



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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz