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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

14.9.16

EUGÊNIO ARAGÃO DESABAFA E DIZ QUE JANOT FOI PILATOS

EUGÊNIO ARAGÃO DESABAFA E DIZ QUE JANOT FOI PILATOS
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"A cassação ignóbil do mandato popular de Dilma à traição, para satisfazer a ganância, a ambição desmedida e o ódio pelo que ela e seu governo significam para uma corja de politiqueiros desqualificados lembra-me a paixão de Cristo", escreveu o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão; "Nos dias atuais, é o STF e o PGR que assumem o papel de Pilatos. Não mexeram um dedo para poupar uma pessoa que sabiam inocente, honesta, corajosa e sem qualquer compromisso com a bandidagem que diariamente a chantageava"; no texto, ele também menciona sua "perda de confiança" em Rodrigo Janot; leia a íntegra

11 DE SETEMBRO DE 2016 ÀS 13:02 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM Telegram

Por Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça

A semana que passou foi seguramente das mais tristes em minha vida de 57 anos.

Comparo à tristeza do falecimento de um pai maravilhoso que tive, do falecimento de minha amorosa mãe que tanto me ensinou, à prisão injusta e infame de José Genoíno, um dos mais consequentes, consistentes, coerentes e honestos políticos que conheci na minha vida e à perda da confiança que depositei no atual procurador-geral da república, que mostrou não ter o tamanho e a coragem que pensei que tivesse quando movi montanhas para auxiliar em sua indicação.

A cassação ignóbil do mandato popular de Dilma à traição, para satisfazer a ganância, a ambição desmedida e o ódio pelo que ela e seu governo significam para uma corja de politiqueiros desqualificados lembra-me a paixão de Cristo, traído por seu discípulo por dinheiro, entregue ao ódio de Caifás, o sumo sacerdote de Jerusalém, e deixado à própria sorte por Pôncio Pilatos, que o fez crucificar ao lado de bandidos.

Nos dias atuais, é o STF e o PGR que assumem o papel de Pilatos. Não mexeram um dedo para poupar uma pessoa que sabiam inocente, honesta, corajosa e sem qualquer compromisso com a bandidagem que diariamente a chantageava.

Pelo contrário: praticaram verdadeiro populismo judicial ao manejarem um inquérito fajuto por obstrução de justiça contra si às vésperas da votação da admissibilidade do processo pelo senado, para misturá-la aos bandidos aos quais nunca deu trégua como governante.

No governo, vi como usavam vazamentos de depoimentos que comprometiam a governabilidade, muitos sem qualquer substância jurídica. Vazamentos seletivos, em momentos calculados, que só se destinavam a colocar gasolina na fogueira.

Depois, quando houve um "descontrole" do noticiário alimentado pelos vazamentos seletivos a atingir atores do outro lado do rio, passou a haver a indignação seletiva de quem antes aplaudia vazamentos contra inimigos.

Finalmente, ao se dar o nefasto resultado da condenação da presidenta, com a esperta exclusão da pena de perda dos direitos políticos, passou-se a urdir a seletividade da aplicação da doutrina já previamente estabelecida na obra dos algozes de Dilma...

Isso, definitivamente, não é justiça, é um circo, um show do ratinho para animar os canalhas e os que são providos de dois ou menos neurônios apenas.

Mas domingo o sol voltou a raiar entre as espessas nuvens. A manifestação de mais de 100.000 cidadãos corajosos que não se deixaram intimidar pelo aparato golpista alimentou-me com a esperança por dias melhores.

Como disse Dilma ao se despedir por ora, VOLTAREMOS. E não esperem os mesmos erros. Aprendemos que conchavo com o inimigo de classe só pode levar a isso: traição, descompromisso com a causa pública e pilhagem do patrimônio que é de todos nós.

Não haverá perdão aos omissos e aos traidores, a história será severa em seu julgamento que começa agora. Serão reconhecidos, sim, os que lutaram e resistiram sem pensar na causa própria, os que se imolaram pela democracia.

E cabe a cada um de nós zelar com carinho e honestidade por essa narrativa, que não é nossa, mas do povo brasileiro, que teve seu voto pisoteado com sapatos Salamander e Gucci de políticos corruptos, como em 1964 pisotearam-nos com os coturnos de militares feitos instrumentos dessa mesma casa grande.

Avante Brasil, perdemos uma batalha, mas não a Guerra e eles terão seu Estalingrado mais cedo ou mais tarde, porque somos muitos e temos a vontade de projetar este País à posição das grandes nações do mundo e não reduzi-lo a um anão feito marionete dos grandes.

(Postado por Emanoel Messias, que admira a lealdade, sabedoria, honestidade e coragem do autor)

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz