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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

6.9.16

No reino de Gilmar, a aula de democracia do juiz que soltou os jovens presos pela PM

No reino de Gilmar, a aula de democracia do juiz que soltou os jovens presos pela PM. Por Kiko Nogueira



Postado em 06 Sep 2016
O juiz Camargo: qualificar os jovens como criminosos é "temerário"

O juiz Camargo: qualificar os manifestantes como criminosos é "temerário"

 

Dois juízes deram uma aula de republicanismo, no bom sentido, nesta semana — fazendo com que você, que andava descrente de tudo, especialmente da Justiça brasileira, acostumado à onipotência de Sérgio Moro, recobrasse um fio de esperança.

O primeiro é Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que determinou a liberação de 18 dos 26 jovens presos arbitrariamente pela PM antes do protesto contra Temer no domingo.

Na decisão, Camargo traçou um retrato da arbitrariedade do ato policial e referiu-se à ditadura:

  • O Brasil como Estado Democrático de Direito não pode legitimar a atuação de praticar verdadeira 'prisão para averiguação' sob o pretexto de que estudantes poderiam, eventualmente, praticar atos de violência e vandalismo em manifestação ideológica. Este tempo, felizmente, já passou.

  • As necessárias elementares do tipo de associação criminosa, estabilidade e finalidade de cometimento de delitos, não podem ser simplesmente presumidas pelo fato de os policiais terem encontrado com os averiguados uma barra de ferro, vinagre, material de primeiros socorros, extintor de incêndio e outros objetos, todos de porte lícito.

  • A prisão dos indiciados decorreu de um fortuito encontro com policiais militares que realizavam patrulhamento ostensivo preventivo, e não de uma séria e prévia apuração, de modo que qualificar os averiguados como criminosos à míngua de qualquer elemento investigativo seria, minimamente, temerário.

 

O "temerário" é obviamente suspeito, mas fica a seu critério achar que o termo tão bem empregado é uma alusão ao golpista. Havia outras palavras para usar e aquela, provavelmente, não foi por acaso. Como disse Dalton Trevisan a respeito da traição de Capitu, um personagem só tira o chinelo numa página se estiver resfriado na seguinte.

Já em Belo Horizonte, o juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz, da 17ª Vara da Justiça Federal em MG, estava de plantão num fim de semana quando expediu três alvarás de soltura para um caso de comércio ilegal de cigarros.

No despacho, Tomaz diz que "não há causa justa para a manutenção da prisão". Em seguida: "Efetivamente, o custodiado está a ganhar seu pão, enquanto os bandidos deste país, que deveriam estar presos, estão soltos dando golpe na democracia".

Nem tudo está perdido no reino de Gilmar Mendes.

 

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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz