Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

27.8.14

Em debate, Marina é exposta a contradições e vacila em respostas

27/ago/2014, 15h36min


 

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

| Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Rede Brasil Atual

O primeiro debate entre os candidatos à presidência da República serviu para explorar contradições da candidata do PSB, Marina Silva. Durante quase três horas, os postulantes ao Palácio do Planalto trataram de temas variados, da participação social à saúde, das relações com Cuba à política econômica, da violência ao aborto. Ao abrir e fechar a participação, Marina evocou Eduardo Campos e a "esperança" de mudar o Brasil.

Praticamente todos os candidatos a questionaram sobre conceitos que tem defendido desde a disputa presidencial de 2010, e que vieram se transformando em uma série de propostas multitemáticas que supostamente se encontram no que chama de "nova política". Foi a ex-senadora quem procurou o assunto pela primeira vez ao insinuar a Dilma Rousseff (PT) que os cinco pactos propostos pela presidenta após as manifestações de junho do ano passado não levaram a nada.

"Considero que tudo deu certo", discordou a candidata à reeleição. Ela recordou que os recursos para educação foram ampliados com a destinação de royalties do pré-sal para o setor, indicou o Mais Médicos como solução na área de saúde, disse que há estabilidade econômica e inflação sob controle e advertiu que a reforma política não foi adiante por decisão do Congresso. "Acredito que a reforma política no Brasil vai exigir a participação popular e a consulta popular como um compromisso."

Marina acusou Dilma de mostrar um Brasil "cinematográfico" e afirmou que a presidenta não se comprometeu com a reforma política. "Uma das coisas mais importantes para que a gente possa resolver os problemas é reconhecer que eles existem. Quando a gente não reconhece, não passa nenhuma esperança à população de que serão resolvidos."

As candidatas do PSB e do PT tiveram chance de reeditar publicamente um debate que vêm mantendo desde o final da última semana por meio de entrevistas, a respeito de como se deve administrar o país. Marina repisou o argumento de que o correto é ter um presidente com visão estratégica, atributo que faltaria à petista, a quem acusa de entregar o país em situação pior que aquela que encontrou. "Um presidente precisa de legitimidade. Ele precisa gozar da capacidade de mediar diferentes interesses. E é dessa forma que eu pretendo governar o Brasil."

Dilma também revisitou argumentos ao recordar que cabe ao presidente dialogar e encontrar soluções, uma referência à postura de Marina de se negar a conversar com alguns líderes políticos. "Eu gostaria de saber quais ministérios vão ser fechados. Eu acredito que as pessoas tem de ter sim visão estratégica, mas o presidente, que lida com todos os problemas do país, não será só discursando."

Boas e más companhias

Quem teve a primeira oportunidade de perguntar a Marina sobre contradições foi o tucano Aécio Neves, que questionou como é possível que ela se recuse a estar no palanque do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), considerado da "velha política", e diga que vai governar com o apoio de José Serra, antecessor de Alckmin.

"Defender a nova política é combater, sobretudo, a polarização que tem se constituído num verdadeiro atraso para o país", respondeu Marina, confrontada com a ideia de Aécio de que a separação deve ser entre a boa e a má política, o que pressupõe coerência.

Já na pergunta seguinte, a candidata do PSB foi apresentada a outro tema difícil. O candidato do PRTB, Levy Fidelix, perguntou como se pode dizer de nova política numa chapa que tem como coordenadora-geral Neca Setúbal, uma das donas do banco Itaú, e como apoiador central o empresário Guilherme Leal, dono da Natura. "A Neca é uma educadora. Uma educadora que há mais de 30 anos atua na educação e minha relação com ela é no campo que me ajuda a coordenar o programa", respondeu Marina, afirmando que contaria em seu governo com pessoas boas, independente de suas origens. Ao tentar explicar a questão, disse que Neca e o líder extrativista Chico Mendes, assassinado em 1988, fazem parte da "mesma elite", o que em minutos virou piada na internet.

"O senhor Leal deve bilhões ao fisco", respondeu Fidelix. "A gente sabe também que o banco Itaú não quer pagar R$ 18 bilhões pela compra do Itaú-Unibanco. E a senhora está com essas pessoas."

Luciana Genro (Psol) quis saber de Marina sobre a formação da sua equipe econômica. Os dois principais pensadores a respeito são Eduardo Giannetti e André Lara Resende, de vertente neoliberal, que têm defendido redução drástica da inflação e avaliado que há necessidade de medidas que podem provocar desemprego.

Ao responder à questão, Marina não falou sobre o assunto. Disse apenas que reconhece a necessidade de manter conquistas econômicas e sociais dos últimos vinte anos. "O problema é a política que essas pessoas defendem", advertiu Luciana. Essa conversa de unir todo mundo, eu já vi em 2002 com o Lula, e o resultado foi um governo comprometido com o capital. Para fazer uma nova política é preciso enfrentar interesses. Se tu não tiveres condições de enfrentar o capital financeiro, nunca vai fazer uma nova política."

Por fim, Marina foi provocada por Luciana a respeito da mistura entre religião e política – a candidata do PSB é integrante da Assembleia de Deus e tem posição contrária a mudanças em temas de cunho moral, como aborto e união homoafetiva. A pessebista pediu que a oponente não a rotulasse por crenças pessoais.


http://www.sul21.com.br/jornal/em-debate-marina-e-exposta-a-contradicoes-e-vacila-em-respostas/

Nenhum comentário:


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz