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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

1.12.14

PIKETTY: "TENHO SIMPATIA PELOS GOVERNOS DO PT"


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"Eu acho que o Partido dos Trabalhadores fez um ótimo governo do ponto de vista social, mas poderia fazer mais. E sinceramente não entendo o pessimismo econômico de algumas pessoas com mais um governo de Dilma", diz o economista Thomas Piketty, que se tornou um dos mais badalados dos tempos atuais; "Criticam os eleitores mais pobres por terem votado após receber benefícios estatais. Eu acho justo votar em Dilma Rousseff por receber o Bolsa Família e não vejo, sinceramente, nenhum problema nisso"

1 DE DEZEMBRO DE 2014 ÀS 06:28

Por Miguel do Rosário, especial para o Tijolaço

entrevista de Thomas Piketty, economista francês que lançou, há pouco, o livro O capitalismo no Século XXI, considerado um dos livros sobre economia política mais importantes das últimas décadas, para o blog Diário do Centro do Mundo, constitui um marco para a comunicação no Brasil.

Mais um dentre tantos. Falemos disso, porém, em outra ocasião. Agora falemos da entrevista em si, feita pelo jornalista Pedro Zambarda de Araújo.

Piketty é uma figura incômoda para a nossa mídia corporativa, dominada por uma direita hidrófoba, plutocrata e malandramente udenista.

É um sujeito assumidamente de esquerda, progressista, profundamente democrático.

Não é, porém, maniqueísta, do tipo que associa a esquerda ao bem puro e a direita ao mal supremo.

Uma esquerda, sobretudo, e acima de tudo, sensata.

Sabe que há vários tipos de esquerda e direita, e que o melhor lado de ambos se encontram em alguns lugares da doutrina democrática, sobretudo quando há afinidade em questões de liberdade individual e direitos humanos.

Em sua entrevista, respondeu diretamente às perguntas sobre o nosso governo e deixou bem claro:

"Tenho uma simpatia pelo PT, mas ele pode trabalhar de uma maneira melhor."

Reproduzo abaixo os trechos que interessam mais ao nosso debate político imediato. A íntegra pode ser lida aqui.

DCM: Você disse que a última reforma tributária no Brasil foi em 1960. Nós, brasileiros, estamos muito lentos para cuidar de nossos impostos contra a desigualdade social?

Piketty: Disse que a última grande alteração no Imposto de Renda brasileiro foi em 1960, mas ocorreram algumas mudanças tributárias desde então. Mas é verdade que vocês precisam de uma reforma ampla nos impostos pelo menos há 15 anos. Adaptações tributárias com taxas progressivas e proporcionais podem ser boas para a realidade de hoje, de um novo século.

Nos anos de Lula e Dilma, não foram realizadas mudanças neste sentido. Eu acho que isso prossegue como uma mudança importante e necessária ao Brasil. O sistema tributário brasileiro não é nada progressista, possui muita taxação indireta que poderia se converter em impostos diretos adequados às rendas. Vocês também têm uma taxação muito pequena na tributação sobre heranças e propriedades. Para fazer isso, uma reforma nos impostos é uma necessidade.

Qual é a sua opinião da economia sob os governos do PT?

Eu acho que o Partido dos Trabalhadores fez um ótimo governo do ponto de vista social, mas poderia fazer mais. E sinceramente não entendo o pessimismo econômico de algumas pessoas com mais um governo de Dilma. Criticam os eleitores mais pobres por terem votado após receber benefícios estatais. Eu acho justo votar em Dilma Rousseff por receber o Bolsa Família e não vejo, sinceramente, nenhum problema nisso, assim como outras pessoas preferem outros candidatos. Mas parece algo das pessoas aqui de São Paulo, enquanto outras regiões, como o norte e o nordeste, pensam de maneira diferente.

O que um segundo mandato de Dilma Rousseff pode fazer de diferente?

Pode fazer uma reforma tributária com impostos progressivos, taxando os mais ricos. O governo também pode buscar uma transparência maior do ponto de vista da renda e da distribuição de riqueza. É uma boa maneira de responder à onda de críticas sobre corrupção e falta de informações. Tenho uma simpatia pelo PT, mas ele pode trabalhar de uma maneira melhor.

Existe um preconceito sobre os impostos para os mais ricos? Os integrantes do chamado 1% do extrato social utilizam a grande mídia para impor sua opinião internacionalmente?

Sim, isso existe e é um problema. Quando você tem uma porção de desigualdades, eles [os ricos] utilizam sua influência através da mídia, principalmente através dos veículos financiados de forma privada, que são guiados pelo dinheiro, e isso se tornou grande sobretudo nos Estados Unidos. No entanto, mesmo com isso, acredito que as forças democráticas se tornaram mais fortes e é um fato que, dentro da história da desigualdade, a taxação descrita pelo meu livro provocará um embate de movimentos de massa pacíficos para o futuro.


http://www.brasil247.com/pt/247/economia/162238/Pikety-Tenho-simpatia-pelos-governos-do-PT.htm


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz