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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

23.7.14

Morre, aos 87 anos, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna



Ana Elisa Santana* - Portal EBC 23.07.2014 - 17h52 | Atualizado em 23.07.2014 - 18h05

Ariano Suassuna ocupava a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras (Wikimedia Commons)

Morreu nesta quarta-feira (23), aos 87 anos, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna. Ele deu entrada no Real Hospital Português na noite de segunda-feira (21), onde recebeu diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico e foi submetido a uma cirurgia. Estava internado em coma, e respirava com a ajuda de aparelhos. Sua obra mais conhecida, O Auto da Compadecida, falava poeticamente a definição da morte: "Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre".

Em 2013, Suassuna havia sofrido um infarto agudo do miocárdio, no dia 21 de agosto. Foi internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Português, no Recife, e recebeu alta no dia 27, mas dois dias depois teve um mal estar e voltou à unidade médica, onde ficou internado por mais uma semana. O tratamento do escritor continuou em casa, nos 30 dias que se seguiram.

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Vida e obra
Ariano Suassuna ocupava a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras desde 3 de agosto de 1989 e exercia o cargo de secretário da Assessoria Especial do Governo de Pernambuco. Nascido na cidade de Paraína, atual João Pessoa (PB), ele passou os primeiros anos de sua vida no sertão nordestino, na Fazenda Acauhan, e se mudou com a Família para Taperoá em 1933, após perder o pai, João Suassuna, morto por motivos políticos.

Foi nesta cidade que Suassuna começou a estudar e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e um desafio de viola. A improvisação daquelas apresentações se tornaria, mais tarde, uma das marcas registradas em suas obras teatrais.

Na década de 1940, Ariano Suassuna passou a viver no Recife, cursou Direito e conheceu Hermílio Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Sua primeira peça foi Uma Mulher Vestida de Sol, de 1947. Se formou em 1950 e chegou a exercer a advocacia, mas nunca deixou de escrever teatro. Em 1955 fez o Auto da Compadecida, que o projetou para todo o país e ganhou versões para a televisão e o cinema.

Em 1956, Suassuna passou a ser professor de Estética da Universidade Federal de Pernambuco - atividade que exerceu até 1994, quando se aposentou. Três anos depois, fundou, também ao lado de Hermílio Borba Filho, o Teatro Popular do Nordeste.

Uma de suas maiores contribuições para a cultura brasileira foi a idealização do Movimento Armorial, que visa e desenvolver o conhecimento das formas de expressão populares tradicionais e, a partir delas, criar uma arte erudita. A Literatura de Cordel é tida como a bandeira do movimento. Para o dramaturgo, os versos tradicionais nordestinos eram a manifestação artística mais completa da cultura popular brasileira. "No folheto (de cordel) se condensam três artes: a literatura, através da poesia narrativa que tem lá, uma arte plástica, porque a gravura da capa pode apontar um caminho pras artes plásticas do Brasil, e a música porque aquilo é cantado, e acompanhado normalmente por viola e rabeca", afirmava. 

Ariano Suassuna participou em 2012 do quadro Papo Cabeça, do programa Almanaque Brasil, da TV Brasil. Relembre o que o escritor falou sobre o Almanaque Armorial e como ele se apaixonou pelos livros


Além da obra teatral, Ariano Suassuna dedicou uma parte de sua vida à poesia e à prosa de ficção. Publicou o Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de "romance armorial-popular brasileiro". Foi também secretário de Cultura do Estado de Pernambuco entre 1994 e 1998.

Com informações da Academia Brasileira de Letras

  • Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0
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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz