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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

8.4.14

valeu a pena? O que ficou da luta?

Sul21 – Uma pergunta que é feita para todos que estiveram na resistência: valeu a pena? O que ficou da luta?

Flávio Koutzii -
Absolutamente sim. Uma pergunta que muitas vezes a gente mesmo se faz. Isso, até pela minha maneira de ver, fui aprendendo. E mesmo depois da experiência de deputado, da vida institucional, de ter também a experiência com altos e baixos, mas mesmo assim importante. Participei da construção do PT. Vivi mundos diversos e circunstâncias históricas muito distintas, mas, em minha opinião, fecundas. Todas elas. Estou numa época em que essas coisas estão muito presentes. Esse é um tema que tive que responder muitas vezes, quando fazia palestras, então eu tenho uma convicção profunda de que valeu muito a pena. Tenho uma tremenda identificação com esse pedaço da minha vida, em que pude ser um da minha geração, um aqui e no mundo, porque os fenômenos do final dos anos 1960, embora diferentes, seguiram na  mesma direção. Mesmo tendo espírito reflexivo, analisando com bastante distância no tempo, eu acho que fomos, geracionalmente falando, um elo dentro da história brasileira e talvez o primeiro e mais nítido entre as resistências. Depois, praticamente, fomos dizimados militarmente, mas o que já tínhamos feito, já produzira certo acúmulo e esse acúmulo era bem a parte que eles (a repressão) não tinham como destruir. Graças a um nível duro de sacrifício conseguimos manter alguns preservados, pequenos valores; conseguimos acumular algumas coisas. Mesmo os que foram embora para o exílio conseguiram fazer seus trabalhos fora, divulgar o que estava acontecendo no Brasil. Valeu muito a pena do ponto de vista desse grãozinho que fomos. E se formos olhar com os olhos do presente, a escolha dessa luta não somente tinha valor naquela época, apesar de que muitos fracassamos nos nossos esforços, mas tem, em certa medida, mais valor ainda agora, porque ela, revisitada, dá ideia de valores que estão em debate na sociedade, como saber se a solidariedade vale a pena, se o conjunto da sociedade nos interessa. Acho que o legado e a herança da nossa geração transcendem o fato de termos cometidos erros. É uma geração que está inscrita na história brasileira pelas coisas que talvez tenham sido o melhor que ela tinha para dar.

Entrevista completa:
Flávio Koutzii: "O que a nossa geração produziu, a repressão não tinha como destruir" « Sul 21
http://www.sul21.com.br/jornal/flavio-koutzii-o-que-a-nossa-geracao-produziu-a-repressao-nao-tinha-como-destruir/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz