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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

1.7.10

Brasil: entre o passado e o futuro

2010-06-22 - Jornal De Fato
Redação

Sociólogo lança livro e fala de momento decisivo nas eleições
 
"Um país injusto, com muitas desigualdades, mas que no governo Lula apresentou avanços significativos", assim declarou o sociólogo e professor Emir Sader, antes de proferir a palestra "O Brasil que queremos", ontem, para os acadêmicos do curso de Direito da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA).

A palestra gratuita foi voltada para estudantes, professores, servidores e membros de movimentos sociais. Antes da palestra, Emir Sader lançou na Ufersa o livro Brasil: entre o passado e o futuro, às 18h30. A obra reúne ensaios de pensadores da cena política e intelectual brasileira, que buscam assimilar e analisar as intensas transformações ocorridas no Brasil nos últimos sete anos. "Fazemos uma reflexão sobre a herança que o governo Lula recebeu de governos anteriores. Neste ano, o Brasil tem um momento decisivo, com a chance de voltar a ser um país nas mãos da elite ou continuar avançando no progresso", destaca o palestrante sobre o livro, acrescentando que o livro busca contribuir com o debate sobre o que virá após o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Os textos falam sobre o passado recente do país, na tentativa de desvendar diversos aspectos da realidade brasileira, como sua dinâmica econômica, social, política e cultural.

SOBRE O AUTOR
Emir Sader nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), é cientista político e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO) e coordenador-geral do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
 
 
 
 
 
2010-06-22 - Portal UFERSA
Redação

Sociólogo Emir Sader apresenta "O Brasil que queremos"
 
Os estudantes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido lotaram o auditório do CTARN para ouvir o sociólogo e escritor, professor Emir Sader. A palestra aconteceu ontem à noite, 21, numa promoção do Grupo de Estudo em Direito Crítico, Marxismo e América Latina. Durante quase duas horas, o professor Emir Sader apresentou '"O Brasil que queremos".

O sociólogo pontuou questões relacionadas ao avanço social alertando sobre os novos rumos que o país poderá tomar dentro de três meses. "A universidade é o local ideal para se discutir os problemas do Brasil e somos nós que vamos decidir pela continuidade ou não", afirmou Sader se referindo ao governo Lula.

Apesar dos avanços obtidos, o sociólogo o Brasil continua sendo o país mais desigual e também mais injusto do mundo. "Não somos o mais pobre, nem o mais rico. A diferença está entre a desigualdade existente entre as duas classes", considerou.

Para Emir Sader, o Brasil se tornou menos injusto nos últimos anos e essa é a questão que devemos considerar. Segundo ele, o Brasil do regime militar e da década de 90, sem nenhuma dúvida, era bem mais rico, porém muito mais injusto. "A riqueza era mal distribuída e muita coisa aconteceu para mudar esse quadro de injustiça e exclusão", afirmou.

A grande imprensa, na opinião de Emir Sader, é a maior opositora do governo que tem mais de 80% de aprovação popular. Segundo ele, fala mal, mas não se mostra a realidade do país. "Precisamos acabar com a ditadura da imprensa privada, pois a democracia não pode ser financiada por empresas privadas", considerou.

Para o sociólogo, a aliança do Brasil com os países da América do Sul é outro diferencial positivo, além da abertura para o livre comercio com a China. "O Brasil não é mais sócio privilegiado dos Estados Unidos", disse, "temos que lutar por um mundo multipolar, com várias potências", defendeu.

A prioridade dada a questão social é o grande diferencial. "A ideia de desenvolvimento com a distribuição de renda aumentou o poder de consumo das pessoas de classes sociais mais populares", afirmou. Segundo Emir Sade, antes se governava para 1/3 da população, numa política de total exclusão da cidadania. A expansão do ensino universitário e institutos federais e outra conquista. "O Estado deixou de ser mínimo, ampliou a sua ação e atuação também".

Apesar dos avanços, o sociólogo aponta para outras questões que precisam mudar. O capital financeiro é uma delas. "Compra e venda de papel não produz riqueza, não paga imposto, não gera emprego. Hoje, os empresários continuam ganhando mais dinheiro na bolsa que na sua indústria", criticou.

O agronegócio é outro setor que necessita de mudanças. Para Emir Sader o país precisa aumentar a produção para o consumo interno. A ampliação da produção de soja transgênica é criticada pelo sociólogo por considerar que exclui outras culturas e danifica a terra. A reforma agrária para pequenos produtores no campo é outro setor que carece de avanço.
 

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz