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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

25.8.16

textos sobre a conjuntura

Postado em 24 Aug 2016
Cúmulo do absurdo

Cúmulo do absurdo

E então estamos chegando a uma situação que desafia qualquer noção de racionalidade.

A única pessoa que verdadeiramente se bateu contra a corrupção nestes últimos anos está sendo afastada.

Como a posteridade vai explicar isso?

Seus algozes deveriam estar com tornozeleira, de Temer a Aécio, de Renan a Serra, para não falar em Eduardo Cunha, o grande articulador do golpe.

E no entanto é Dilma quem vai sair.

Todos os dias políticos que animavam as marchas contra a corrupção aparecem nas páginas policiais, apanhados em roubalheiras dantescas.

E é Dilma quem vai sair.

Está claro que a Lava Jato só continuaria se Dilma permanecesse no poder. Mas isso jamais iria ocorrer no mundo das coisas concretas.

O objetivo da Lava Jato era um e apenas um: derrubar Dilma.

Moro mostrou seu lado desde o início. O símbolo máximo disso foram fotos que tirou, sorridente, deslumbrado, ao lado de companheiros na guerra contra o PT: barões da mídia e caciques do PSDB.

Não adianta um delator dizer que deu 23 milhões de reais a Serra, de forma escusa, para a campanha de 2010. Podiam ser 23 bilhões. Isso não interessa a Moro, aos homens da Lava Jato e muito menos a mídia plutocrática.

Não adianta Aécio ser multicitado em roubalheiras, como a ancestral pilhagem na estatal Furnas. Mas o cavalinho de Lula é objeto de perseguição feroz.

Não adianta ficar provado que o Triplex do Lula não é do Lula. Ninguém dá nada. Mesmo os que afirmaram categoricamente que o apartamento pertencia a Lula não se dão ao trabalho de esclarecer a seus leitores a verdade.

O que importa é destruir a reputação de Lula, mesmo que com mentiras, falsificações, manipulações.

Tudo por um único objetivo: dar um golpe como aconteceu em 1954 e em 1964.

Não há tanques? Há uma Justiça que pode desempenhar o mesmo papel. Não existem militares para varrer a democracia? Há juízes como Moro e Gilmar. E sempre existem os barões da imprensa, na defesa bélica de seus privilégios e de suas mamatas.

Dilma não cometeu o crime pelo qual será derrubada? Não faz mal. É um julgamento político. Os fatos que se danem. Ela poderia ser acusada de andar mal de bicicleta, e ainda assim seria removida.

E assim chegamos ao fim da jornada contra a corrupção, um dos episódios mais hipócritas, farasaicos, canalhas da história da República. Ficam os Jucás, os Aécios, os Temeres. Ficam os Renans, os FHCs, os Serras.

Fica até Cunha.

A única pessoa verdadeiramente honesta é a vítima solitária.

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Sobre o Autor: O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

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Procurador admite que Lava Jato foi usada para derrubar Dilma

Postado em 24 de agosto de 2016 às 3:48 pm

Do Jornal GGN: 

Sob anonimato, um procurador da Operação Lava Jato disse à jornalista Natuza Nery, responsável pelo Painel da Folha desta quarta (24), que o sentimento comum na força-tarefa hoje é de que eles foram usados para derrubar a presidente Dilma Rousseff e, agora que o impeachment está quase consolidado, estão sendo descartados. "Éramos lindos até o impeachment ser irreversível. Agora que já nos usaram, dizem chega", disse o procurador.

Conforme o GGN mostrou semanas atrás, a Lava Jato bateu recorde de aparecimento nas manchetes de jornais durante o mês de março de 2016, criando o clima favorável ao impeachment de Dilma Rousseff na Câmara. Mais de um terço das capas da Folha foram dedicadas à operação e a outras investigações contra Lula. O próprio Datafolha nunca usou as pedaladas fiscais para questionar à população se Dilma merecia o impeachment. A pergunta feita era se as "revelações" da Lava Jato deveriam render o seu afastamento.

A fala do procurador ocorre após o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes reagir ao vazamento de suposta delação da OAS citando Dias Toffoli, membro da Corte, apenas para criar constrangimentos. Segundo a colunista, "o Estado-maior da Lava Jato é unânime: o avanço das investigações sobre setores do Judiciário pode acabar se transformando em um freio na operação."

Após o episódio, Gilmar deu uma série de entrevistas sinalizando que a Lava Jato está se comportando como um grupo de "heróis" sem limites e que deveria, ao invés disso, "calçar as sandálias da humildade". O ministro também disparou contra uma das propostas defendida pelos membros da operação no Congresso, que trata da permissão de usar provas obtidas de maneira irregular, desde que de boa-fé. Chegou a dizer que isso é coisa de "cretino".

Com a reação do ministro do STF, o procurador-geral da República Rodrigo Janot veio à tona defender a Lava Jato do vazamento. Disse que a responsabilidade pelo factóide entregue à Veja era dos advogados da OAS, que estariam fazendo pressão para fechar a delação de Leo Pinheiro. Ele também afirmou que não existe nenhuma menção a Toffoli no depoimento. O PGR usou esse argumento para suspender as negociações.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/procurador-admite-que-lava-jato-foi-usada-para-derrubar-dilma/

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Postado em 25 Aug 2016
Certíssima 

A senadora Gleisi Hoffmann sintetizou, na abertura do julgamento final do impeachment no Senado, a grande questão nacional.

Que autoridade moral têm os senadores para julgar Dilma?

Nenhuma.

E quem aparece para defender a autoridade dos senadores? Ele mesmo, o derrotado nas eleições, o corrupto blindado a partir de quem decorreu todo o projeto do golpe: Aécio.

Aécio, o rei das delações. O amigo dos donos da mídia. Aquele que deu dinheiro público para empresas de mídia de sua família quando governador de Minas. Aquele que construiu um aeroporto privado em terras da família.

Aquele que pilhou Furnas durante anos e anos.

Aquele que fugiu até de um teste de bafômetro por não estar em condições de enfrentar a verdade.

Não.

O Senado não tem moral para julgar Dilma.

Muito menos o Câmara tinha moral para aprovar o impeachment. Era Eduardo Cunha no comando. Era um sindicato de corruptos na função de juízes.

Eram os 260 deputados que Eduardo Cunha disse que mantinha à base de propinas.

Não. Ora, todos sabemos que este Congresso foi eleito com o dinheiro da plutocracia. Foi o pior Congresso que o dinheiro pode comprar.

O Senado não tem moral. Assim como a Câmara não tinha.

E ainda assim Dilma está à beira do patíbulo.

Aécio conseguiu dizer que os senadores estão ali como "juízes".

Ora, ora, ora.

Juízes?

Carrascos é a palavra. Juiz julga. Carrasco executa. Isto não é julgamento; é um circo, é uma farsa, é uma monstruosidade disfarçada de tribunal.

É uma vergonha o que está ocorrendo.

O Senado não tem a menor condição moral de julgar Dilma.

O resto é silêncio, para evocar as grandes palavras de Shakespeare.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz