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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

20.10.15

Segunda maior ocupação da América Latina será convertida em moradia popular

20/out/2015, 15h39min

Segunda maior ocupação da América Latina será convertida em moradia popular

 Crianças se divertem nos poucos espaços livres da ocupação Prestes Maia. Arquivo/Agência Brasil

Crianças se divertem nos poucos espaços livres da ocupação Prestes Maia. Arquivo/Agência Brasil

Fernanda Cruz

Da Agência Brasil

A segunda maior ocupação vertical da América Latina, onde vivem 378 famílias, será transformada em moradia popular. O acordo firmado entre a prefeitura de São Paulo e proprietários do prédio, localizado na Avenida Prestes Maia, 911, no centro da cidade, garante também a extinção do processo de reintegração de posse. O edifício estava abandonado desde o início da década de 80.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Habitação, o prédio, comprado pela prefeitura, passará por reforma para ser convertido em moradia. A permanência dos atuais ocupantes no edifício dependerá da modalidade do projeto a ser implementado, que ainda vai ser definido.

Juliana Avanci, advogada das famílias pelo Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, organização não governamental (ONG) que mantém convênio com a Defensoria Pública, explicou que, no caso de um financiamento pelo Programa Minha Casa, Minha Vida – Entidades, as famílias seriam selecionadas pelo próprio movimento de moradia e pagariam valor correspondente a 5% da renda mensal, durante cinco anos.

De acordo com Juliana, a negociação com um dos proprietários, Jorge Nacle Hamuche, foi feita durante audiência determinada pelo juiz Rogério Aguiar Munhoz Soares, da 15ª Vara Cível. Hamuche pedia R$ 27 milhões pelo imóvel, mas a prefeitura disponibilizou R$ 14,6 milhões em juízo. Em contrapartida, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do imóvel não era pago desde 1986, acumulando dívida de R$ 9,1 milhões. Assim, a prefeitura optou por perdoar o débito e fechar o acordo de desapropriação.

Para a advogada, alguns fatores pesaram durante a negociação: a atuação do juiz, que não se mostrou disposto a fazer cumprir uma reintegração de posse de grandes proporções; o fato de o imóvel sofrer constante depreciação no preço por estar ocupado; a dívida do IPTU e a falta de comprovação da propriedade do prédio.

Juliana informou que a prefeitura deve expedir em 60 dias a certidão negativa de débito de IPTU e os donos do prédio deverão apresentar a comprovação de propriedade em cartório. "Nisso, eles vão ter problema. Eles arremataram [o prédio] num leilão de falência e não registraram isso, não registraram a carta de arrematação no cartório, porque tem que pagar o imposto de transferência. Ele [donos] queriam que a prefeitura assumisse esse custo, mas a prefeitura foi irredutível em não gastar mais um centavo com isso", disse Juliana.

Procurado hoje (20) pela reportagem, o proprietário Jorge Nacle Hamuche não quis comentar o assunto, mas informou que concederá entrevista amanhã (21).

Histórico

Construído na década de 60 para abrigar uma tecelagem, o edifício foi abandonado no início dos anos 80. A primeira ocupação ocorreu em 2002, mas, cinco anos depois, os moradores foram removidos. Naquela época, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) atendeu 150 famílias, que se mudaram para um empreendimento em Itaquera, na zona leste. Outras 150 famílias aceitaram receber a bolsa-aluguel da prefeitura por seis meses, renováveis por mais seis.

Após a desocupação, o imóvel ficou um ano e meio vazio, até ser reocupado. Leia mais na reportagem especialVida em Ocupação.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz