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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

21.1.14

CARLINHOS SANTOS (INTERINO) | CRÔNICA | SETE DIAS - Pioneiro

20/01/2014 | N° 11897

CRÔNICA | CARLINHOS SANTOS (INTERINO)


  • ROLEZINHO

    Uma palavra que se projetou nas últimas semanas foi rolezinho. O fenômeno vem acontecendo desde dezembro. Agora ganhou mais visibilidade provavelmente por causa das ações policiais contra esses encontros planejados através das redes sociais em shoppings paulistas. As ações não deveriam preocupar ninguém, salvo quando exageradas, acionando os esquemas de segurança.

    O que temer nesses jovens que, como afirmam desde o princípio, só querem diversão, paquera, consumo? Afinal, eles não se organizam enquanto manifestação política ou social, ainda que o sejam. Eles são os novos consumidores e novos eleitores do país que vem promovendo sua ascensão social. Visibilidade, então, é uma das questões. Inclusão, a outra. Afinal, a moçada capricha no visual, veste seus melhores panos para o programa. Querem ver e serem vistos, dar um rolê no shopping, lanchar, paquerar. Não querem protestar contra ou a favor da Dilma. Mas os efeitos Dilma perpassam a polêmica.

    Há uma disputa por espaços na tal pirâmide social e este é um ponto de tensão. A turma do rolê, até pouco tempo, era anônima. Então, por que será que há lugar para uns e para outros não num mesmo shopping? Os índices de consumo são diferentes, o pêndulo favorece quem consome mais. Por isso a classe média grita. Teme que os estoques de bonés John John, as peças Armani ou as Melissas by designers acabem? Ou não quer que seus padrões de consumo sejam popularizados? Ou, pior, não conseguem conviver com esse novo Brasil que começa a se desenhar consumindo grife, tendo direito a lazer?

    Muitos querem comparar os arrastões do Rio aos rolezinhos paulistas. Não parece ser. No asfalto paulista não há uma determinação de roubar ou achacar como nas areias cariocas. Os registros de furtos ou coisa parecida em São Paulo são mínimos. Alguns certamente fruto de oportunistas.

    Com aparatos de segurança ativados, esse rolê sinaliza que ainda não nos acomodamos aos novos contextos sociais. A moçada da periferia está ocupando os tais templos de consumo da classe média. Eles aparecem, supreendendo, até assustando quem se encastelava no alto de sua onipotência. Agora, o fosso em volta do castelo não é mais empecilho para avançar na cidadela. Conviver é o desafio.



http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,4394344,1217,23566,impressa.html


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz