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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

19.10.11

manifestação sindical contra as taxas de juros no Banco central em Brasilia, 18 out 11- INFORMA CUT

Vagner: “Hora de reduzir os juros e acabar com o paraíso dos banqueiros e rentistas”

18/10/2011

Manifestação em frente ao BC denuncia que país joga fora todo ano R$ 250 bilhões com juros da dívida

Escrito por: Leonardo Severo e Alexandre Gamón

 

  Dorival Elze  

Vagner Freitas representou a CUT no ato pela redução da taxa de juros

O ato “Por um Brasil com juros baixos, mais empregos e maior produção”, reuniu centenas de lideranças de trabalhadores e empresários em frente ao Banco Central nesta terça-feira, na avenida Paulista. Os manifestantes saíram em passeata de um hotel nas imediações, onde foi realizado um debate entre lideranças sindicais, professores e economistas.

De acordo com o presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, “é preciso investir na produção, não na especulação”. “Lutamos por uma taxa civilizada de juros para que o nosso país possa seguir em frente, com mais salário, mais emprego e mais direitos. Juro alto é aposta na recessão, na contramão do desenvolvimento”, acrescentou Adi.

“Chegou a hora de reduzir os juros e acabar com o paraíso dos banqueiros e rentistas. Defendemos a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, para que ele seja parceiro da construção da mudança e não apenas um devorador das nossas vidas”, declarou Vagner Freitas, que representou a CUT Nacional no evento.

  Leonardo Severo  

Centenas de manifestantes protestaram em frente à sede do BC na avenida Paulista

Vagner defendeu a abertura de linhas de crédito para fomentar o desenvolvimento nacional e sublinhou que a CUT só acredita em “crescimento e desenvolvimento com distribuição de renda”. “Não vamos esperar o crescimento para depois dividir, pois isso seria acumulação de capital. Para vencer a crise é necessário fortalecer o mercado interno e a indústria nacional, gerando empregos com qualidade e não com rotatividade”, frisou.

Ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vagner lembrou que a categoria encerrou na segunda-feira uma greve vitoriosa de 21 dias, onde arrancou 9% de reajuste só após dobrar a intransigência dos bancos, que se colocam acima dos interesses da coletividade.

  Dorival Elze  

Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP: juro alto vai na contramão do desenvolvimento

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, destacou que o ato conjunto “sela a unidade da produção contra a especulação”. Ele saudou a militância cutista, que compareceu em grande peso à manifestação, e lembrou que é preciso unidade e mobilização para inverter a lógica rentista. “O Brasil joga fora todo ano R$ 250 bilhões com o pagamento de juros, o que é inaceitável. Menos juros é mais produção e mais emprego”, declarou.

Nobre lembrou que o ABC está vivendo um drama devido aos juros abusivos que inviabilizam a produção, citando o exemplo da empresa exportadora de autopeças Magneti Marelli, que vai demitir mais de 500 trabalhadores, pois só tem encomendas até o final do ano.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Paulo Kayres, defendeu a necessidade de romper com as amarras da especulação: “sem redução dos juros o Brasil não cresce, o dinheiro que está sendo drenado para os banqueiros precisa ser aplicado na produção”.

Representando a Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), Glaucia Morelli lembrou que “cada dígito da taxa de juros representa menos casa, menos creche, menos dignidade, menos saúde e menos empregos”. “A presidenta Dilma iniciou a reduzis os juros, mas é preciso que eles caiam muito mais para o país seguir em frente”, acrescentou.

Entre outros, fizeram uso da palavra em frente ao BC, Ubiraci Dantas de Oliveira, da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil); Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical e Paulo Skaf, da Fiesp.

No debate ocorrido pela parte da manhã, o professor Márcio Pochmann, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), alertou para a urgência da redução dos juros, uma vez que o Brasil vem numa escalada de desaceleração econômica cm o PIB podendo chegar a 2,7% este ano e em 2012 até ser negativo. “Por isso, tecnicamente, não há justificativa para praticarmos uma taxa de juro neste patamar. Se quisermos nos livrar do estigma de país subdesenvolvido, não podemos ter medo de ousar”, sublinhou.

Conforme Antonio Correa Lacerda, economista da PUC-SP, países considerados desenvolvidos possuem inflação igual ou até superiores à brasileira, porém praticam taxa de juros menores. “Isso faz cair por terra a tese de que reduzir juros gera inflação”.

Para o presidente do Sinal-SP (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), Aparecido Francisco de Sales, a sociedade brasileira precisa da regulação do sistema financeiro, uma vez que os bancos vêm desrespeitando até mesmo o preceito constitucional de atender aos anseios da coletividade. Para Sales, em vez de recessão, “a política do BC deve promover o desenvolvimento, a geração de empregos e a inclusão bancária”.

O Sinal distribuiu no evento exemplares do livro A Regulamentação do Artigo 192: Desenvolvimento e Cidadania. No artigo está escrito: "O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram". (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003).

Os estudantes voltam a protestar contra os juros altos nesta quarta-feira em frente ao BC.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz