O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) condenou a atitude do arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, que gravou um vídeo postado no site YouTube onde afirma que a candidata Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores tentam implantar uma "cultura de morte" no Brasil e que ambos seriam defensores da prática do aborto. Segundo o deputado, que também é padre, o arcebispo paraibano tentou macular a imagem da candidata e do partido.
Couto também criticou o nível do debate que está permeando o segundo turno das eleições presidenciais, onde a religiosidade e a fé das pessoas estão sendo utilizados como moeda de barganha e de manipulação das consciências.
"A religiosidade deve ser uma prática libertadora em Jesus e não uma ferramenta para demonstrar o preconceito e o desrespeito à diversidade cultural e religiosa de um povo. Dom Aldo perde a autoridade de proibir a participação de padres na política quando, ele mesmo, se envolve em questões meramente políticas. A atitude dele (Dom Aldo) foi mesquinha", disse. Dom Aldo não quis comentar o vídeo, mas informou por meio de assessoria que o material não tem fins eleitoreiros.
O arcebispo ficou conhecido na Paraíba pelas polêmicas que protagonizou. Ao chegar ao Estado tentou impedir que padres ocupassem cargos eletivos, porque, segundo ele, se envolver em política não era a função da Igreja. O religioso, no entanto, se envolve com frequência em temas políticos.
Nas eleições de 2006, o arcebispo apareceu no programa eleitoral do então candidato a governador Cássio Cunha Lima (PSDB). Após a cassação de Cássio, dom Aldo Pagotto fez declarações em defesa do tucano que este ano disputou uma vaga ao Senado, apesar da candidatura ter sido impugnada.
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