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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

16.9.07

RENAN OU BRASIL




1. O Brasil não é melhor nem pior com Renan ou sem Renan no Senado.

2. A oposição e seu partido – a mídia oligopólica – tinham toda a informação sobre Renan – a Monica Veloso foi da TV Globo vários anos -, como tinham sobre Severino Cavalcanti e outros. Quando lhes interessa, transformam em pauta nacional.

3. Setores da esquerda – do PT, PSB, PSOL – se deixaram levar pela pauta da direita, que conseguiu fazer com que o país desaparecesse durante mais de quatro meses, como se o problema fundamental do Brasil fosse Renan no Senado ou não.

4. Atacaram a Renan não por razões morais – quantos outros parlamentares, da própria oposição, cometeram tantas ou mais irregularidas do que o Renan? -, mas políticas, por considerar que enfraquecem a base política do governo, afetando sua aliança com o PMDB.

5. A mídia oligárquica foi derrotada. Tinha promovido a pauta nacional o tema Renan, conseguiram, apoiados em sua máquina monopolista e seus jornalistas e colunistas subservientes – todos funcionários remunerados de redações sem nenhuma democracia interna -, fazer desse o tema essencial do país. Condenaram a Renan, supostamente em nome da “opinião pública” e foram derrotados.
6. Atacam o Congresso, como atacam o governo e todas as instâncias democráticas eleitas – como os sindicatos, os movimentos sociais -, para debilitar ainda mais o Estado, os governos, os parlamentos e a política, para impor mais ainda os interesses de que são porta-vozes: os do mercado e das grandes empresas que dominam o mercado.
7. Preferem sempre entidades não eleitas, não-democráticas, como o Banco Central, a própria mídia, a Igreja, as FFAA, as grandes empresas privadas.

8. O governo, mais uma vez, sangra pelas políticas de aliança partidária que realiza. Se enfraquece não por suas políticas, mas pelos aliados.

9. Nem sequer a esquerda luta por um tema muito mais importante da reforma do sistema político: o financiamento público das campanhas, que coíbe em parte o papel do dinheiro nos processos eleitorais.

10. Quem elegeu o Parlamento atual? O povo. Quem influenciou e influencia a opinião popular? A mídia oligárquica. Renan e todos os outros não cairam do céu.

11. Enquanto isso os índices sociais demonstram que o país está melhor – ou menos ruim – com as políticas sociais atuais, mesmo com a manutenção do modelo econômico, com adaptações. A luta da esquerda tem que ser por um modelo que priorize as políticas sociais, na luta por uma democracia com alma social. Para isso, tem que lutar para que se rompa a monopólio da mídia mercantil, que busca impor ao país suas pautas e condenar ou absolver conforme seus interesses, em nome de uma suposta “opinião pública”, que reiteradamente tem lhe negado esse direito. Colocar em pauta o Brasil real e suas lutas fundamentais – por um modelo econômico centrado em índices sociais.

Postado por Emir Sader em 15/09/2007 às 10:25

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz