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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

31.7.16

O Brasil que queremos: nossas novas utopias

EMIR SADER

O Brasil que queremos: nossas novas utopias

por Emir Sader publicado 31/07/2016 15:31

Fizemos o lançamento público do livro O Brasil que Queremos, que eu organizei e foi publicado pelo Laboratório de Políticas Públicas (LPP) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), na Conferência Nacional dos Bancários. O evento contou com um seminário que incluiu debate sobre as transformações do sistema financeiro e suas consequências sobre os trabalhadores, com os economistas e professores Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp) e o Ladislau Dowbor (PUC-SP); debate sobre as ameaças aos direitos dos trabalhadores, com o jurista Ricardo Lodi e o geógrafo Bernardo Mançano; e uma mesa final sobre O Brasil que queremos, com a ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campelo, o ex-presidente Lula e eu na mesa, além da participação dos presidente da CUT, Vagner Freitas, da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, e da federação do empregados da Caixa (Fenae), Jair Pedro Ferreira, organizadores do ato e da Conferência.

A ideia do livro O Brasil que Queremos nasceu de uma conversa com o Lula, quando ele observou que as nossas utopias de 2002 tinham sido realizadas, e que necessitamos de novas utopias. Aquele objetivo de que os brasileiros pudessem comer três vezes ao dia, muito difícil naquele momento, tornou-se uma realidade. A agenda social foi incorporada ao consenso nacional. De tal forma que mesmo os candidatos da direita afirmam que manterão as políticas sociais dos governos do PT, embora seus gurus econômicos os desmintam.

"A economia não cresce porque o salário mínimo é muito alto", dizia FHC. Ou: "Sobrará muito pouco dos bancos públicos". Quer dizer que fariam o Bolsa Família com o Itaú e o Minha Casa Minha Vida, com o Bradesco? Ou as afirmações do guru econômico do golpe, com sua obsessão de terminar com a vinculação dos recursos para a educação e a saúde e limitá-los por 20 anos.

O certo é que o sucesso dos governos do PT fez com que o Brasil deixasse de ser o país mais desigual do continente e mais desigual do mundo, e saísse do Mapa da Fome, mas ainda está muito longe de ser exemplar em igualdade de direitos. O Estado brasileiro se abriu para políticas que garantem os direitos de toda a população, mas se mostra ainda – como se vê pelo golpe – um instrumento antidemocrático, que pode ser recapturado pelas elites para impor um governo ditatorial.

Da mesma forma que o sistema financeiro ainda sofre pelo peso hegemônico do capital especulativo na economia do país e o sistema tributário continua sendo injusto, recaindo sobre os assalariados e não sobre os ricos e os especuladores.

Temas como esses estão reunidos no livro, que tem a apresentação do próprio Lula, seguido por texto de Leonardo Boff, "A utopia Brasil, o virtual viável". Em um artigo, trato do caminho do Brasil que temos ao Brasil que queremos. Dalmo Dallari fala do aperfeiçoamento do sistema representativo no Estado democrático brasileiro. Belluzzo, da abertura financeira, a política industrial e o crescimento. Ladislau Dowbor, da economia travada pelos intermediários financeiros. Ricardo Lodi, da reforma tributária que precisamos.

O físico Luiz Pinguelli Rosa aborda a questão da energia nos governos Lula e Dilma e o golpe. O embaixador Celso Amorim fala de uma política externa altiva e solidária. Tereza Campello, da política de combate à pobreza que precisamos. Marcio Pochmann, dos novos desafios no início do século 21 para a política de educação. O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha escreve sobre os desafios no setor que ajudou a mudar e hoje está ameaçado de recuar. Luis Antonio Carvalho sobre nenhum passo atrás na política ambiental.

Marilena Chaui sobre cultura política e política cultural. Bernardo Mançano sobre a política agrária que precisamos. Marcia Tiburi sobre a democracia de gênero. Nilma Lino Gomes sobre promoção da igualde. E o jornalista Renato Rovai sobre democratizar as comunicações para garantir a democracia.

O livro estará disponível nas dezenas de lançamentos que ja estão programados para todo o Brasil, assim como por livre acesso na versão digitalizada, na pagina do LPP: www.lpp.uerj.br e na venda por correio pelo endereço livros@lpp.uerj.br.


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz