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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

7.6.13

“O PlipCom é a nossa arma contra o monopólio da mídia”   - Portal Vermelho

7 de Junho de 2013 - 13h48

"O PlipCom é a nossa arma contra o monopólio da mídia"  


'A luta pela democratização dos meios de comunicação é a luta pelo aprofundamento da democracia', esse pensamento inaugurou, nesta quinta-feira (6), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, as atividades do Barão de Itararé São Paulo. O evento reuniu parlamentares, militantes, lideranças dos movimentos sociais, intelectuais e estudantes em torno do debate por um novo marco regulatório para a mídia eletrônica.

Joanne Mota, de São Paulo para o Vermelho 



Foto: Joanne Mota

Prestigiaram o evento o vereador Orlando Silva (PCdoB/SP), o deputado estadual Alcides Amazonas (PCdoB/SP), presidente do PCdoB da cidade de São Paulo, Jamil Murad; secretário Nacional de Comunicação da CTB, Eduardo Navarro; entre outras lideranças.  

Com o auditório lotado, os debatedores esquadrinharam as nuances da luta pela democratização da mídia e os desafios que a sociedade civil terá que enfrentar na coleta das mais de 1,4 milhão de assinaturas para que o Projeto de Lei de Iniciativa Popular Lei de Mídia Democrática (PlipCom), lançado pela campanha Para Expressar a Liberdade, para que possa iniciar seu o processo de tramitação no Congresso Nacional.

O jornalista Mauro Santayana resgatou a trajetória da mídia no Brasil e pontuou que o exercício do Jornalismo não é o mesmo realizado há décadas atrás. Segundo ele, vivemos uma transformação intensa que põe em xeque concepções que ameaçam as liberdades. Santayana destacou que "não podemos desistir de lutar. A história do homem é uma história de resistência e lembrou que os meios de comunicação só atingirão seu objetivo de prestar serviço público, quando cada receptor for também um transmissor e a luta de entidades como o Barão de Itararé é fundamental para que alcancemos esse objetivo ".

Mesa de debate: Laurindo Leal Filho, Raimundo Pereira, Dennis de Oliveira, Mauro Santayana e Renata Mielli. Foto: Felipe Bianchi/Barão de Itararé.

Na mesma linha, o editor da Revista Retrato do Brasil, Raimundo Pereira, o movimento pela democratização da mídia precisa também reforçar pensamentos base para o fortalecimento ideológico de quem compõem as trincheiras de luta. Ele frisa que este também será um dos desafios da nova sede do Barão de Itararé em SP.

"É preciso que a sociedade organizada tenha em mente bandeiras como a luta pelo socialismo. Democratizar os meios de comunicação é apenas um passo no interior de uma ampla batalha. Reafirmo meu apoio ao movimento, mas sinalizo que outras lutas precisam ser travadas", pontuou o jornalista.

PlipCom contra o PIG

O pesquisador e professor da Universidade de São Paulo (USP), Laurindo Lalo Leal Filho também compôs a mesa de debates e iniciou sua fala desejando vida longa ao Barão de Itararé SP e informando que o PlipCom é a 20o Lei elaborada, desde 1988, para regulamentar os meios de comunicação no Brasil. Segundo ele, somente este dado revela os desafios dos movimentos engajados nesta luta.

Por outro lado, o pesquisador apontou ganhos nessa luta. "Temos ciência de que esta luta é árdua, mas é preciso pontuar que há pouco mais de duas décadas não haviam tantos movimentos e intelectuais trabalhando com esse objetivo. Realizamos uma Conferência de Comunicação, que mobilizou milhares em todo o país. Se não avançamos nas leis, no interior da sociedade civil avançamos muito e mais estamos presentes nos debates. E isso é fundamental na construção do espaços". E completa: "O PlipCom é a nossa arma contra o monopólio da mídia".

Sobre a discussão de criação de órgãos reguladores para os meios de comunicação, Laurindo ressaltou que mais uma vez o Brasil está 90 anos atrasado frente as grandes democracias do mundo. "Até os Estados Unidos possuem um órgão desse tipo, a Comissão Federal de Comunicação (FCC, sigla em inglês) foi criada pelos americanos em 1933. Além disso, a América Latina é um exemplo extraordinário desse movimento", opinou.

Poder global da mídia

De um ponto de vista mais global, o professor da Escola da Comunicação e Artes da USP Dennis de Oliveira falou sobre "o poder global". O qual destacou estar dividido da seguinte forma: monopólio das armas, monopólio do capital e monopólio da voz.

Para o pesquisador, "a mídia interdita o debate plural, ela é preconceituosa, excludente, imperialista e concentrada". E exemplifica citando que "o jornalismo hoje é uma ferramenta de propaganda". Desse modo, Dennis constatou que não como pensar no aprofundamento da democracia, sem antes democratizarmos os meios de troca de informação.

"É urgente que a sociedade tenha em mente que os meios de comunicação devem ser entendidos como serviço público. E um dos caminhos para esse posicionamento é o fortalecimento dos meios alternativos e comunitários". Para Dennis esses meios contribuirão para o fortalecimento das culturas, uma das bases essenciais para a formação da sociedade.

O que queremos com o PlipCom?

Ao final do debate, a secretária-geral do Barão de Itararé, Renata Mielli, parabenizou a criação da sede do Barão de Itararé SP e apresentou os objetivos principais da proposta de iniciativa popular para regulamentar os meios de comunicação.


Foto: Joanne Mota

A dirigente destacou que o PlipCom não é um marco geral dos meios de comunicação no Brasil, ele objetiva regulamentar os artigos do Capítulo 5o que versa sobre a comunicação social no país. Sobre o argumento de que regular é censurar, Renata explicou que regular não é censurar, mas sim garantir o equilíbrio democrático e a transparência no funcionamento do setor.

Dentre os objetivos do novo PL apontados pela dirigente está a garantia da promoção nacional, da diversidade e pluralidade regionais, combate à discriminação e ao preconceito, complementaridade entres os veículos, criação de um operador de rede, critérios para a renovação da concessões, entre outros. E completou: "o PlipCom é um instrumento de construção para a democracia no país". Para Conhecer e assinar o Projeto de Lei da Mídia Democrática acesse aqui.

Apoio e felicitações

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, encaminhou mensagem de apoio à criação do Barão São Paulo. "Posto-me ao lado dos que defendem a liberdade de expressão e de opinião; dos que pugnam pela pluralidade e pelo diálogo de ideias; e dos que desejam um Brasil democrático, soberano, economicamente desenvolvido e socialmente justo. Defendemos uma mídia democratizada e devidamente regulada, essa é uma questão estratégica para que o Brasil caminhe no rumo do progresso necessário a seu povo".

Na mesma linha a deputada estadual Leci Brandão (PCdoB/SP), sentiu não estar presente, mas reafrmou seu apoio à luta dos movimentos sociais. "Considero a democratização da mídia fator fundamental para o exercício da cidadania. Por isso, contem conosco nessa luta".

Nádia Campeão, vice-prefeita de São Paulo, também enviou mensagem. "Fortalecer os meios de comunicação e ampliar a participação popular sào compormissos de toda a Administração Municipal. Nesse sentido, esperamos que as iniciativas do núcleo Barão de Itararé tenham êxito e que a luta por reformas democráticas avancem cada vez mais. Contem com nosso apoio".


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=215589&id_secao=6


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz