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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

16.1.12

O início do fim do fato consumado?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

 

O início do fim do fato consumado?

 

No dia 17 de Janeiro de 2012 a Justiça Federal irá julgar em segunda instância a ação movida contra a barragem para captação de água no Arroio Marrecas, em Caxias do Sul, que está com o corte das árvores da área pretendida para o alagamento, suspensa.


Um prática no Brasil bastante comum há muitos anos tem sido a perpetuação do "fato consumado". Uma obra que desde sua concepção começa com fragilidades e problemas legais (no mínimo) é levada adiante mesmo com esses entraves. A Justiça, que infelizmente no nosso País tem uma velocidade que não consegue dirimir a quantidade total de ações propostas, acaba auxiliando nesse processo e a obra segue sua construção.

Já vivemos esse tipo de situação incontáveis vezes. Um exemplo disso foi aqui bem perto de Caxias do Sul: a construção da Usina Hidrelétrica de Barra Grande, administrada pela BAESA (Energética Barra Grande S.A.). Podemos ver o lago e parte das milhões de árvores mortas toda vez que passamos pela ponte que liga o Rio Grande do Sul com Santa Catarina, entre Vacaria e Lages, no Rio Pelotas. Para a formação desse lago 5.000 hectares de floresta nativa primária de araucárias foram alagados. Naquela construção, um péssimo biólogo "não viu" esses 5 mil hectares! As ONG's ambientalistas do RS e de SC entraram na Justiça Federal contra o empreendimento. Contra o gigantesco empreendimento. Nesse ínterim, a construção continuou a todo vapor. Aliás, a construção foi acelerada ao máximo, pois aqui no Brasil o "fato consumado" é uma instituição. A construção do barramento foi, então, concluído, mas o lago ainda não havia sido formado. Ou seja, a floresta ainda restava quase intacta.


O fim da ópera traz a Justiça Federal liberando o enchimento do lago e trazendo a sentença de morte à milhões (ou bilhões) de seres da floresta (aqueles que trabalham gratuitamente para a humanidade: contendo encostas, umidificando o ar, protegendo a água e as margens dos rios, regulando a temperatura, liberando oxigênio, dentre diversos outros serviços).


Hoje, toda vez que você passar pela ponte que cruza o Rio Pelotas entre o RS e SC, dê uma parada e analise a situação. Lá se vê parte do lago. Note as margens desse lago. Se você puder lembrar, note a distância que o rio costumava ficar da ponte e veja como está agora. O lago é enorme. O lago é profundo. Muita vida deu lugar à água parada que produz dinheiro para um consórcio de empresas (e de empresários).


Mais recentemente, outro exemplo: a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Xingú. Exatamente o mesmo processo está acontecendo. As obras são velozes e a Justiça não acompanha essa velocidade. O fato está sendo consumado neste exato momento. Diversas ações já foram impetradas na Justiça, mas, ela tem sido lenta demais; isso quando não chega a liberar a própria construção antes de julgamentos mais urgentes.


É tudo isso o que não queremos. Chega de "fato consumado"! E que sirva de lição aos políticos de toda nação. O novo Brasil tem um novo povo que não quer "vida de gado". Queremos informações íntegras, justas, condizentes com todos os impostos que pagamos diariamente! Do contrário, quando começará o processo de aprendizado dos políticos do nosso País? Ou, "quando começará o processo de aprendizado, transparência e honra dos políticos do nosso belo e riquíssimo País?"
O Instituto Orbis espera que esse julgamento seja essencialmente técnico-jurídico e não político.

Instituto Orbis de Proteção e Conservação da Natureza

http://institutoorbis.blogspot.com/2012/01/o-inicio-do-fim-do-fato-consumado.html

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz