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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

10.1.12

Carta Maior - Internacional - Argentina: antigos centros de repressão viram lugares da memória

Internacional| 10/01/2012 | Copyleft

 

 

Argentina: antigos centros de repressão viram lugares da memória

Na lógica do “Nunca mais”, o Estado argentino desenhou um plano de memória, verdade e justiça que busca recuperar e tornar visíveis as atrocidades cometidas durante a ditadura, por meio da Rede Federal de Lugares da memória, a cargo do Arquivo Nacional da Memória, o Estado assinalou 26 lugares vinculados com o terrorismo de Estado, 24 dos quais foram centros clandestinos de detenção. Segunda dados oficiais, mais de 500 centros clandestinos funcionaram durante a ditadura.

Passaram-se mais de 30 anos, mas ainda podem escutar-se as vozes dos prisioneiros. Os centros clandestinos de detenção, aquelas instalações secretas empregadas pelas forças armadas e pelos órgãos policiais para executar o plano sistemático de desaparecimento de pessoas implementado pela ditadura militar argentina, são o testemunho material e a prova contundente das práticas aberrantes de extermínio empregadas pelos repressores e genocidas que atuaram com total impunidade e com o amparo de um Estado terrorista.

Na lógica do “Nunca mais”, o Estado argentino desenhou um plano de memória, verdade e justiça que busca recuperar e tornar visíveis as atrocidades cometidas durante a ditadura, por meio da Rede Federal de Lugares da memória, a cargo do Arquivo Nacional da Memória, o Estado assinalou 26 lugares vinculados com o terrorismo de Estado, 24 dos quais foram centros clandestinos de detenção. Segunda dados oficiais, mais de 500 centros clandestinos funcionaram durante a ditadura.

O programa de identificação de lugares vinculados ao terrorismo do Estado surgiu em 2003 e se consolidou através de diversas experiências de recuperação e marcação dos lugares que foram utilizados pelas forças de segurança para deter, torturar e fazer desaparecer os opositores políticos. Seus objetivos são a reflexão crítica e a construção de memórias democráticas para que o terrorismo de Estado “não volte a se repetir nunca mais”.

Os 26 lugares vinculados com o terrorismo de Estado são sinalizados com placas ou com três pilares de cimento de 7 metros de altura unidos por uma viga horizontal que tem gravado o texto: “Aqui funcionou o centro clandestino de detenção conhecido como...durante a ditadura militar que assaltou os poderes do Estado entre 24 de março de 1976 e 10 de dezembro de 1983”.

No dia 24 de março de 2004, com a recuperação da Escola de Mecânica da Armada (ESMA) como espaço para a memória, começou a sinalização destes lugares. Segundo um informe do Arquivo Nacional da Memória, a sinalização formal de centros clandestinos de detenção começou em novembro de 2005 e foi “O chalé” no Hospital Posadas, na localidade bonaerense de El Palomar, o primeiro a ganhar uma placa com as palavras Memória, Verdade e Justiça.

Mas a recuperação histórica envolve mais tempo. Em 2006 foi sinalizada a Base Aeronaval “Almirante Zar” e, em 2007, o antigo aeroporto de Trelew, em Chubut, lugares relacionados com o Massacre de Trelew, em 1972. Em 2010, foi sinalizada a estância “A Anita”, no Calafete, Santa Cruz, onde ocorreu a execução de trabalhadores rurais em 1921, na denominada Patagônia Trágica.

Na cidade de Buenos Aires foram sinalizadas a Superintendência de Segurança Federal (ex-“Coordenação Federal”) da Polícia Federal Argentina, em abril de 2011; e a Garagem Olimpo (cuja história foi levada ao cinema e funcionou como dependência da Polícia Federal) foi marcada em agosto de 2011. Na província de Buenos Aires, foram sinalizados a Guarnição Campo de Maio do Exército (2008), o “Destacamento de Arana” ou “Poço de Arana”, destacamento policial da bonaerense (2009), e o “Poço de Banfield”, Brigada de Homicídio da polícia bonaerense (2008), onde se planeja construir um local de memória.

Em Buenos aires também foram assinaladas “A cova”, na Base Aérea de Mar del Plata, a Base Naval Mar del Plata; “Monte Peloni”, Regimento da Cavalaria de Atiradores Blindados 2, em Olavarría, onde se planeja um sítio de memórias; e “La Cacha”, ex-unidade penitenciária 8, cárcere.

O projeto de sinalização de centros de detenção envolve todo o país.

Na província de Córdoba, marcou-se no dia 24 de março de 2007 “La Perla”, um dos maiores centros clandestinos que funcionou no Esquadrão de Cavalaria Paraquedista 4 do III Corpo do Exército, onde atualmente funciona um Espaço para a Memória , Promoção e Defesa dos Direitos Humanos.

Na província de Tucumán foram sinalizados o “Batalhão de Arsenais 5, Miguel de Azcuénaga”, “A Chefatura”, Chefatura Central da Polícia de Tucumán, e a “Escolhinha” – Escola Diego de Rojas, Faimallá (2011), onde este ano se inaugurou uma escola pública.

Na província de Entre Ríos sinalizou-se o Esquadrão de Comunicações 2 do Exército no Paraná e a Delegação Concepción do Uruguai, da Polícia Federal argentina.

Na província de Misiones, em 2011, sinalizou-se “A Casinha de Mártires”, em Posadas, e a Delegação Posadas, da Polícia Federal Argentina. Na província de Santiago del Estero, em 2010, o Batalhão de Engenheiros de Combate 141, na capital. E na província de La Rioja, também em 2011, a Base Aérea Militar de Chamical, atual Esquadrão de Apoio Operacional.

Além disso, está previsto para este ano que sejam sinalizados a “Garagem Azopardo”, em Buenos Aires; a Escola de Suboficiais de Infantaria da Marinha, o Farol de Mar del Plata; a Brigada Aérea de El Palomar; a VII Brigada Aérea de Morón; a Casa do SIN, em Thames e Panamericana, San Isidro; o Comissariado 1 de Escobar; e a “Escolinha”, de Baía Blanca. Na província de Neuquén, está prevista a identificação da “Escolinha” no ex-Batalhão de Engenheiros de Construções 181, e, em Tucumán, a sinalização definitiva de Faimallá e da Brigada de Investigações da polícia provincial.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

 

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz