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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

16.1.11

Deficit Zero: O fim da farsa

Déficit zero: o fim da farsa

by Marco Aurélio Weissheimer.

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Por Paulo Muzell

O que se sabia há muito tempo foi oficialmente confirmado. O novo governo estadual assumiu e poucos dias depois informou à opinião pública que o governo Yeda fechou 2010 com um déficit de 150 milhões de reais. Que os 3,6 bilhões em caixa anunciados pela ex-governadora não existem. Que há um saldo devedor do Tesouro Estadual no Caixa Único de 4,6 bilhões de reais. E mais: que havia restos a pagar – valores devidos, liquidados no exercício passado e não pagos – de um bilhão e cem milhões de reais. Os cofres estaduais estão raspados, há uma enorme dívida contratual com a União a pagar e a taxa de investimento diminuiu no governo Yeda: foi a menor das últimas décadas. No fim desse melancólico governo ruiu junto com ele sua marca registrada: o “déficit zero”.

Era sólida como um “castelo de cartas” a suposta recuperação das finanças estaduais. A área de comunicação do governo tucano no Piratini com forte apoio midiático, especialmente da RBS, laboriosamente construiu ao longo desses últimos quatro anos a versão de que grandes avanços ocorriam nas finanças estaduais. Mudanças cujos resultados positivos foram resumidos e cunhados em uma expressão repetida à exaustão: o “déficit zero”.

Apesar dos fatos e números anunciados pelo governo Tarso serem incontestáveis, a RBS não “se deu por vencida”. A titular da página 10 de ZH abriu sua coluna comentando a entrevista do novo secretário da Fazenda, afirmando que 150 milhões é um déficit mínimo. Na página seguinte um daqueles especialistas em finanças de plantão do jornal – aquele que surge no momento certo para dizer a coisa adequada, ou seja, o que a editoria quer – apresenta números dos “restos a pagar” dos últimos três governos estaduais. Coincidentemente, o valor do final do governo Olívio foi o maior. Faltou ZH informar que o importante não é existência dos restos a pagar – eles ocorrem em todos os exercícios -, mas sim se existiam ou não recursos reservados para saldá-los.

Tarefa ingrata da RBS e da ZH, essa de fazer a defesa do que certamente foi o pior governo da história do Rio Grande. Afirmativa que não é mera opinião, é fato objetivo informado pelos elevadíssimos índices de rejeição da ex-governadora e pelo seu rotundo fracasso eleitoral.

Escândalos, denúncias de desvio de recursos públicos, demissões e saídas de secretários e de integrantes do segundo escalão, se sucederam num ritmo vertiginoso ao longo de todo governo. Tivemos – no velho estilo SNI e DOI-CODI – escutas clandestinas e até uma suspeitíssima morte, em circunstâncias até hoje não esclarecidas. Para culminar, o episódio da compra suspeita da casa da governadora, só superada pela baixaria da aquisição de móveis e utensílios para mobiliá-la, tudo pago com recursos públicos.

Se a RBS e ZH tivessem realmente intenção de bem informar os gaúchos sobre o ocorreu na esfera pública estadual nos últimos anos, seria necessário e conveniente que fizessem a leitura atenta dos relatórios de análise das contas do Estado e da execução de seus projetos e atividades programadas, elaborados pela equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado. Lá estão registrados – com muito rigor – os verdadeiros déficits do governo Yeda.

Nesses quatro anos as obras de mais de trezentos contratos de estradas num valor de quase 2 bilhões de reais ficaram paralisadas. Houve um significativo aumento do déficit de vagas no nosso precaríssimo sistema prisional. Entre 31 de dezembro de 2006 e 31 de dezembro de 2010 o número de servidores ativos no governo estadual se reduziu em 10 mil, especialmente nas áreas da educação e da saúde. Foram extintas mais de 11 mil turmas na rede estadual de ensino, com evidentes prejuízos à qualidade do aprendizado. Este foi um governo que nunca cumpriu os mínimos constitucionais de aplicação de recursos em educação e saúde. Na área de segurança há um déficit de mais de 15 mil policiais; os que hoje trabalham estão mal armados e equipados. Há cinco bilhões em precatórios aguardando pagamento. Há um enorme e crescente déficit previdenciário. E para terminar, este governo deixa um enorme passivo que são os baixos e defasados salários de mais de dois terços do funcionalismo. São mais de cem mil professores, funcionários de escola, policiais civis e militares, profissionais da área da saúde à espera de uma significativa e absolutamente necessária recuperação salarial.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz