Neila Alckmin e a profecia fajuta sobre Dilma
Eu nunca vou esquecer a eleição de 1989. Houve número recorde de candidaturas à presidência. Havia uma empolgação contagiante no ar e muitas conversas sobre o momento político, inclusive de quem não tinha direito a voto, como era o meu caso.
Também é impossível esquecer as disputas e boatos de 1989. Não existia internet, não era fácil confirmar informações. O que tínhamos era o festival de mentiras e abusos de boa-fé. E algumas dessas mentiras, ao invés de ficarem no passado, estão sendo ressuscitadas para espalhar o pânico na eleição de 2010.
Neila Alckmin era uma vidente que aparecia com frequência na televisão e nas revistas para fazer previsões, especialmente no período eleitoral. A favor dela, conta-se que fora conselheira de JK e Tancredo Neves. Contra ela estão previsões que não se confirmaram, como a descoberta da planta brasileira que curaria a aids e que Afif Domingos seria eleito presidente em 1989. De bônus, ainda tem a previsão da morte de Fernando Collor antes do final da campanha de 1989.
Neila está morta há pelo menos dez anos. Mas boatos afirmam que, em pleno 2010, Neila fez uma "profecia" insinuando a morte de Dilma Rousseff e um período de caos para o país.
Uma busca no google por "'neila alckmin' profecia" traz apenas datas recentes. A "profecia" mais antiga é de 26 de setembro de 2010.
Como que uma pessoa falecida há tempos faz uma profecia em setembro de 2010 e isso não vira assunto da mídia tradicional, só circulando em comentários de blogs? O Estadão, para ficar apenas nos que oficialmente apóiam José Serra, não perderia a chance de entrevistar a vidente e explorar essa notícia.
Obviamente, é mais uma mentira para gerar pânico no período eleitoral.
Fonte: Blog da Cynthia Semíramis

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