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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

23.1.09

A nova toupeira, de Emir Sader

A nova toupeira
os caminhos da esquerda latino-americana
Emir Sader


A América Latina irrompe o século XXI diante de um novo dilema. Se a independência e os projetos nacionalistas estiveram na ordem do dia em outros momentos históricos, hoje o desafio é superar as políticas falidas do neoliberalismo. Esse é o ponto de partida de Emir Sader, em A nova toupeira, os caminhos da esquerda latino-americana.

A toupeira, animal com problemas de visão, circula embaixo da terra sem fazer alarde e surge onde menos se espera. Sua figura ilustra passagens de obras de Shakespeare, Hegel e Marx. Para Sader, "tal imagem remete às incessantes contradições intrínsecas do capitalismo, que não deixam de operar, mesmo quando a "paz social" – a das baionetas, a dos cemitérios ou a da alienação – parece prevalecer".

Como aponta o autor, na virada para do terceiro milênio a América Latina surpreendeu o mundo ao contestar o modelo que até então reinava absoluto. Assim, foram eleitos os presidentes Hugo Chávez na Venezuela (1998), Lula no Brasil e Néstor Kirchner na Argentina (2003), Tabaré Vázquez no Uruguai (2004), Evo Morales na Bolívia (2006), Daniel Ortega na Nicarágua e Rafael Correa no Equador (2007) e Fernando Lugo no Paraguai (2008). Paralelamente, "a proposta norte-americana de um tratado de livre-comércio para as Américas, aprovada quase unanimemente em 2000, foi rejeitada e enterrada em 2005".

Diante deste quadro, A nova toupeira procura entender em que medida o neoliberalismo permanece hegemônico, analisando a natureza dos atuais governos latino-americanos e propondo um debate fundamental para a compreensão das questões políticas de nosso tempo.

O volume conta com caderno de imagens de líderes e revolucionários latino-americanos. Orelha de Michael Löwy.

Trecho de A nova toupeira
"O continente americano é o de maior grau de desigualdade no mundo – e, portanto, de injustiça –, situação que só se acentuou com a década neoliberal, mas os duros golpes sofridos pelo campo popular, tanto com as ditaduras quanto com as políticas neoliberais, não faziam pressagiar uma mudança tão rápida e profunda. Buscaremos compreender as condições que permitiram uma virada tão radical e transformaram o paraíso neoliberal em oásis antineoliberal num mundo ainda dominado pelo modelo neoliberal, assim como o potencial e os limites dessa virada, num marco continental e mundial."

Sobre o autor
Emir Sader nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, é jornalista, sociólogo e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). É secretário-geral do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso) e coordenador-geral do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Coordena a coleção Paulicéia, publicada pela Boitempo, e organizou lado de Ivana Jinkins, Carlos Eduardo Martins e Rodrigo Nobile a Latinoamericana – enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe (São Paulo, Boitempo, 2006), vencedor do 49º Prêmio Jabuti, na categoria Livro de não-ficção do ano. Tem publicados pela Boitempo os livros: A vingança da história, O poder, cadê o poder? – ensaios para uma nova esquerda e Contraversões – civilização ou barbárie na virada do século (em co- autoria com Frei Betto).

Ficha técnica

Título: A nova toupeira

Autor: Emir Sader

Orelha: Michael Löwy

ISBN: 978-85-7559-131-4

192 páginas

R$ 39,00


Boitempo Editorial Ana Maria Straube Assessoria de Imprensa + 55 11 3875 7285 + 55 11 8445 2524 imprensa@boitempoeditorial.com.br www.boitempoeditorial.com.br 


 

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz