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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

26.11.07

TV Brasil deve ser expressão de política pública de comunicação

A MÍDIA EM DEBATE

Criada recentemente por medida provisória, a TV pública brasileira enfrenta o desafio de ajudar a democratizar a informação e a produção cultural brasileira, de modo a romper a hegemonia da “mídia de mercado”.
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Verena Glass - Carta Maior
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SALVADOR – A TV pública, veículo que, por definição, tem o papel de servir ao interesse público de forma independente dos projetos econômicos e políticos do mercado e dos governos, é uma velha conhecida dos telespectadores europeus. Tem desempenhado uma função extremamente relevante no universo midiático de países como Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Portugal, Holanda e outros, mas no Brasil o conceito é uma novidade que está lutando para fincar raízes entre produtores de conteúdo, telespectadores e políticos.
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Alguns questionamentos mais comuns acerca da TV Brasil, o projeto nacional de TV pública em implantação, tocam em pontos delicados, como o grau de interferência (ou atrelamento) do Governo na sua gestão política e no seu conteúdo, a capacidade de responder ao desafio de produzir material de qualidade que atenda as expectativas de um público acostumado ao padrão dos canais privados, a capacidade de levar o sinal a todas as regiões do país sem exceção, entre outros.
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Um dos temas centrais do Fórum Nacional Mídia, Poder e Democracia, evento que ocorre em Salvador até este dia 14 e que reúne renomados especialistas brasileiros e internacionais em comunicação, o projeto brasileiro de TV pública foi abordado em todos os seus aspectos tanto por profissionais que estão na dianteira do processo, como a jornalista Tereza Cruvinel, indicada para dirigir o projeto, e Beth Carmona, atualmente à frente da fundação Roquette Pinto e da TVE/RJ, quanto especialistas no tema, como o professor Laurindo Leal Filho, da USP, e produtores de conteúdo independente.
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De acordo com Leal Filho, no Brasil, onde desde o início a TV foi privada (apesar de usufruir de concessões públicas), a principal dificuldade da população é entender o "pra que uma TV pública, se o que a Globo produz é tão bom”. No país não há história nem acúmulo de conhecimento e discussão sobre este modelo de televisão, ao contrário da Europa, onde a radiodifusão nasceu pública na maioria dos casos, avalia o professor. Ou seja, é preciso difundir o conceito de comunicação televisiva como um serviço público prestado pelo Estado, nos moldes dos serviços de educação, saúde, transporte etc.
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Para garantir que a gestão da TV pública tenha como foco exclusivo o interesse maior da população, sem interferência dos governos e das forças políticas que os ocupam, foram criados diversos modelos. Em países como Inglaterra, Suécia e Japão, por exemplo, os conselhos gestores do canal público são indicados pela sociedade a partir de critérios objetivos. Já na Alemanha e na Bélgica, os conselhos são compostos de representantes dos diversos partidos e organizações nacionais da sociedade civil, para garantir a pluralidade e fomentar o debate das divergências.
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No Brasil, segundo Tereza Cruvinel o conselho da TV pública será indicado pelo chefe de Estado, representante eleito do povo. O conselho curador será composto por 15 membros da sociedade civil, um representante dos funcionários e quatro representantes do governo. O objetivo central do projeto é romper o direcionamento e o estreitamento dos conteúdos da TV privada, formando uma rede com emissoras publicas e estatais nos estados “a começar pela TVE/RJ, TVE/MA e TV Cultura/SP” para possibilitar a pluralidade e a regionalização da produção de conteúdo e dar espaço para os diversos setores da sociedade brasileira. Quanto à autonomia do TV Brasil, Cruvinel afirma que o governo manterá um programa próprio através da NBR.
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Na mesma direção, Beth Carmona acredita que a TV Brasil terá um papel fundamental no processo de desenvolvimento e educação do país, e seu estilo e conteúdo deverão se desenvolver ao longo do tempo, adequando-se às demandas que surgirão do público. Segundo ela, apesar de não se pautar pelos índices de audiência, a qualidade de sua produção deverá prever a aceitação do público.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz