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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

10.11.14

Windeck - Todos os Tons de Angola estreia logo mais, às 23h!

Windeck - Todos os Tons de Angola estreia logo mais, às 23h! 

TV BRASIL 

Foto: Toda a riqueza e a diversidade de um continente em transformação... logo mais, às 23h, na estreia da Novela Windeck, lá na TV Brasil. http://ebcnare.de/WindeckBR

TV pública exibe, pela primeira vez no Brasil, novela com mais de 90% de negros no elenco
06/11/2014
TV pública exibe, pela primeira vez no Brasil, novela com mais de 90% de negros no elenco

"Windeck – Todos os Tons de Angola" será exibida pela TV Brasil a partir do dia 10 de novembro. Para ativistas, produção traz discussão sobre paradigmas racistas e é também uma oportunidade de romper preconceitos contra os países africanos

Por Jarid Arraes

No dia 10 de novembro, os telespectadores brasileiros testemunharão um marco para a televisão do país: a novela africana "Windeck – Todos os Tons de Angola" será exibida pelo canal TV Brasil, de segunda a sexta a partir das 23h. É a primeira vez que uma telenovela produzida na África tem lugar na grade de programação da televisão brasileira.

O Brasil, que é mundialmente conhecido por exportar suas novelas, já possui alguma familiaridade com produções internacionais, principalmente com as novelas mexicanas que são exibidas pelo SBT desde a década de 1980. No entanto, a importação de Windeck representa muito mais do que a reprodução do conteúdo estrangeiro, pois a programação também será a primeira novela exibida no Brasil em que mais de 90% do elenco é constituído por pessoas negras. Um fato marcante para o movimento negro nacional, que protesta contra a falta de atrizes e atores negros na teledramaturgia.

Para o bioquímico nigeriano Abdulrazak Ibrahim, que mora no Brasil há sete anos e aprendeu português com a ajuda da televisão, seu interesse por novelas brasileiras se transformou em repúdio quando percebeu o racismo na programação. "De repente me perguntei como é possível ter tanta gente negra nas rodoviárias, nas paradas de ônibus, nas feiras, e o IBGE coloca lá que 50% da população brasileira é negra, mas todos os programas importantes na televisão parecem ser feitos para um público branco? Daí parei de ver TV brasileira".

Por isso, Ibrahim acredita que Windeck terá um impacto positivo e será mais uma ferramenta no combate ao racismo e à estereotipagem da população negra. "Ando aqui no Brasil e vejo o quanto as pessoas ficam abismadas de ver um negro sendo doutor. Vejo o choque delas porque eu tenho iPhone, falo varias línguas, entendo de biologia, política, história e filosofia. Vendo televisão caiu a ficha. As pessoas estão acostumadas a ver os negros varrendo chão, sendo babás e jardineiros. Nos programas que mostram cenas de crime, sempre é um negro jovem envolvido com drogas, roubo ou estupro", exemplifica.

Para a estudante de Letras e ativista negra Andreza Delgado, uma das questões mais importantes é a representatividade e a possibilidade que os negros brasileiros terão de se reconhecer nos personagens. "É diferente, sabe, ver o mocinho e a mocinha da novela pretinhos", diz.  Ela também chama atenção para a reprodução de outros tipos de estereótipos em Windeck, como o sexismo e a objetificação feminina, mas compreende que a novela não tem uma proposta necessariamente política e por isso não trará um enredo totalmente livre de pontos problemáticos. Mesmo assim, Windeck traz grandes expectativas e deve ser valorizada por romper com paradigmas racistas. "Acho um grande avanço pessoas negras ligarem suas televisões e se depararem com pessoas da mesma cor e traços que elas; se deparar com pessoas negras em várias situações, não só como empregadas e motoristas, que isso só avance, que possamos ter mais desenhos e apresentadoras infantis negras, mais programas sobre a cultura negra, mais gente negra na televisão de domingo e na bancada do jornal do horário nobre, porque representatividade é importante sim", finaliza.

A novela também apresentará elementos da cultura africana ao público brasileiro, que poderá conhecer melhor a culinária, a música e a linguagem de Angola. Na perspectiva de Abdulrazak Ibrahim, essa também é uma oportunidade de romper preconceitos contra os países africanos, que ainda são menosprezados pelos brasileiros. "Já ouvi cada pergunta como 'Lá na África tem avião? Tem muita guerra e fome, né?' ou 'Rapaz, o Brasil é muito generoso com vocês, né?'. E como as pessoas pensam como se a África fosse um país, mas não um continente com 57 países cujo tamanho caberia EUA, o oeste da Europa, Japão, China, Índia, Itália, Alemanha, França, Espanha, Portugal, Bélgica, Holanda e Grã Bretanha. Vejo o quanto muitos brasileiros só associam a África com miséria, pena e doença".

Quem deseja acompanhar a estreia da novela e conhecer mais a fundo o contexto da trama pode visitar o seu site exclusivo no portal EBC  (http://tvbrasil.ebc.com.br/novelawindeck) ou receber as atualizações pela página oficial no Facebook (https://www.facebook.com/NovelaWindeck).


http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/11/tv-publica-exibe-pela-primeira-vez-brasil-novela-com-mais-de-90-de-negros-elenco/


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz