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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

2.12.13

saúde pública


02/12/2013 | N° 11857

SAÚDE PÚBLICA

Especialistas em atenção básica

Caxias do Sul – Embora apresentem certa dificuldade com o idioma, os médicos do programa Mais Médicos não medem esforços para garantir o bom atendimento. Demoram um pouco mais na consulta, dão mais atenção ao paciente, de modo que a barreira na comunicação é compensada pelo carisma e zelo dos profissionais. É o que relatam as equipes que trabalham com os médicos e os pacientes atendidos. Cinco dos sete profissionais do programa destinados ao município atuam desde o dia 18 de novembro.

– Foi bem atencioso, explicou com calma o que eu tinha, assim me senti bem atendida – relata Centina Rita Guedes, 63 anos, paciente do médico da República Dominicana Henry Tejada, 34, da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Mariani. Também atendido por Henry, Jeferson Mateus Cavaleiro de Moraes, 15, relata que, além de dar mais atenção, o médico procura participar da comunidade.

– A gente mora aqui e vive precisando do postinho, por isso é bom já conhecer o médico. Dá para notar que o Henry quer ser amigo dos moradores, pois já visitou a biblioteca da UBS e a escola – completa.

As equipes de saúde que trabalham com os médicos narram os mesmos fatos observados pelos pacientes.

– Percebemos que os atendidos saem contentes das consultas. A calma em atender, a acolhida e a competência têm agradado a todos – conta a enfermeira da UBS do Desvio Rizzo Aline Santiago, que trabalha com a médica da República Dominicana Fiolangel de La Cruz Roble, 33.

A qualidade no atendimento também é motivada pela capacitação. Tanto Fiolangel quanto Tejada possuem pós-graduação em atenção básica. Tejada graduou-se em Cuba, atuou dois anos no país de origem, seis na Venezuela e três meses no Haiti após o terremoto em 2010. Também é pós-graduado em tratamento intensivo. Porém, optou por vir trabalhar no Brasil para se dedicar ao trabalho em UBSs.

– A atenção primária é o melhor espaço para resolver a maioria dos problemas de saúde. Estava atuando em UTIs e quis retornar ao atendimento básico em uma realidade diferente, pois é a área que eu mais acredito – revela.

Tejada conta que o contexto da saúde pública local é muito semelhante a dos outros países em que atuou. A estrutura física e de recursos humanos é considerada boa e parecida com a da Venezuela. A única diferença, segundo ele, é que o atendimento básico venezuelano funciona como pequenos consultórios, sendo menor em tamanho, mais próximo da comunidade e em maior quantidade. Já Fiolangel percebe maior dificuldade em Caxias no acesso a especialistas na saúde pública, comparado ao da República Dominicana.

– A cidade era menor e não demorava tanto para conseguir especialistas. Aqui é necessário agendar consultas por meio do clínico geral. Lá era sem agendamento, funcionava com demanda espontânea – completa.

ana.mutterle@pioneiro.com

ESPECIAL PARA O PIONEIRO ANA MUTTERLE
Diferenças
Outra diferença observada por Fiolangel são os tipos de doenças. Enquanto na República Dominicana havia mais doenças infectocontagio-sas, como parasitoses, aqui o que prevalece são problemas crônicos, como hipertensão e diabetes.
– A alimentação com muito sal e gordura favorece esses problemas crônicos. A quantidade de doenças respiratórias também me chamou a atenção – avalia.

Da República Dominicana, Henry Tejada atuou no Haiti após o terremoto que atingiu o país, em 2010








02/12/2013 | N° 11857

SAÚDE PÚBLICA

Bem ao próximo

A previsão é de que os profissionais atuem na Atenção Básica por três meses. Após, deverão estar inseridos nas equipes da Estratégia de Saúde da Família, como já está sendo implantado nas UBSs dos bairros Desvio Rizzo, Diamantino e Mariani. O governo federal paga o salário, enquanto o município arca com as despesas de moradia e alimentação.

Ainda que o salário tenha pouco acréscimo comparado ao anterior, Fiolangel Roble (foto ao lado) afirma que a decisão de vir trabalhar no Brasil também foi motivada pela solidariedade:

– O espírito de fazer bem ao próximo, especialmente os mais necessitados, contribuiu para a decisão.

Henry Tejada e Fiolangel moram provisoriamente em hotéis, juntamente com os colegas Julio Alberto Acosta, Jonathan Radhames Trinidad Perez e Gladys Ernestina de La Cruz LLuverez, todos da República Dominicana, além do venezuelano Eudoro José Godoy Valles e de Idania Reyes, de Honduras. Os primeiros três atuam respectivamente na UBSs Vila Cristina, Fátima Baixo e São Vicente. Os outros dois ainda não tiveram o registro liberado pelo Ministério da Saúde.

Fiolangel Roble

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz