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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

4.12.12

Caxias, Capital do Agrotóxico

04/12/2012 | N° 11548

AGRICULTURA

CAXIAS, CAPITAL DO AGROTÓXICO

O Rio Grande do Sul é responsável por quase 11% do total do consumo de agrotóxicos do país e Caxias é a cidade gaúcha que mais utiliza defensivos agrícolas. Mesmo assim, ainda há quem defenda que a legislação deveria ser mais flexível para o uso do veneno

Caxias do Sul – Pareceu ironia: ontem, data em que se celebra o Dia Internacional de Combate aos Agrotóxicos, a Assembleia Legislativa foi palco de um debate sobre a flexibilização da lei que restringe o uso do produto no Estado. A audiência pública, promovida pela Comissão de Agricultura, foi realizada a pedido de cooperativas e federações agrícolas que defendem reduzir os critérios que regulamentam o uso dos agrotóxicos no Estado.

Para o consumidor, que já consome frutas, verduras e legumes carregados de defensivos agrícolas, isso representa uma ameaça ainda maior à sua saúde. Em Caxias, cidade que mais utiliza agrotóxicos por ser a maior produtora gaúcha de hortifrutigranjeiros, o assunto chega como um prato cheio à polêmica.

O diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, explica que a legislação estadual que trata sobre o tema é uma das mais avançadas do Brasil, já que proíbe que agrotóxicos vetados em seu país de origem sejam comercializados por aqui. Alterar isso, acredita ele, seria prejudicial ao consumidor.

– A mudança seria um retrocesso. A legislação da forma como está é uma boa forma de resguardar a saúde das pessoas – destaca.

O diretor lembra ainda que o Rio Grande do Sul é o quarto maior Estado consumidor de agrotóxico do país, absorvendo 10,8% de todo o veneno utilizado:

– A pergunta que temos que fazer antes de alterar a lei é: “nós precisamos aumentar ainda mais a utilização desse produto?

Porta-voz da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), ligada à indústria de defensivos, Alfeu Muratt afirmou que a regulamentação gaúcha é inconstitucional, pois apenas a União teria poder para definir os critérios para utilização dos químicos nas lavouras.

No dia 21 de novembro, o tema agrotóxicos também havia sido debatido em outra audiência pública na Assembleia. O encontro, proposto pela deputada Marisa Formolo (PT), revelou alguns dados da Vigilância Sanitária do Estado que apontam que Caxias é o município que mais utiliza o produto no Estado.

– O levantamento ainda não está esmiuçado, mas devemos ocupar a primeira posição em função de sermos o principal produtor de hortifrutigranjeiros – explica Marisa.

Assim como Paulus, Marisa defende que a condição que a legislação estadual impõe para agrotóxicos proibidos em outros países não deve ser alterada. Ela sugere uma restrição ainda maior aos defensivos:

– Já temos complicações o suficiente com os agrotóxicos aprovados. Acontece que alguns comerciantes têm estoques ilegais desses produtos e querem debater uma forma de comercializá-los. Temos que monitorar e rastrear cada vez mais essa questão e não o contrário.

Para a deputada, seria importante que, assim como os produtos orgânicos já trazem um selo explicativo, os produtos com agrotóxicos também viessem com mais informações.

Segundo Marisa, como o projeto que previa a alteração na lei estadual já foi arquivado este ano, ele poderá ser votado somente a partir de 2013. Ela acredita, porém, que esse “pequeno grupo” de defensores não conseguirá fazer a alteração.

Presidente da Comissão de Agricultura, o deputado Ernani Polo (PP) afirmou que, diante da relevância do tema, no próximo ano será decidido se haverá a criação de um grupo de trabalho para aprofundar o debate, ou se a flexibilização será discutida em plenário. Até porque a audiência pública de ontem mostrou que o tema está longe de ser consenso entre representantes de agricultores, fabricantes de defensivos agrícolas e órgãos ambientais.

ana.demoliner@pioneiro.com

ANA DEMOLINER


Estopim
O tema voltou à tona após a proibição da venda de herbicidas com o princípio ativo paraquat no Rio Grande do Sul. Em setembro, o deputado Ronaldo Santini (PTB) chegou a arquivar um projeto de lei que propunha a mudança na atual legislação.
Defesa
Rui Polidoro, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado, explica que a categoria defende a alteração da legislação principalmente em função dos herbicidas com o princípio ativo paraquat. Considerado tóxico, o ingrediente é proibido na União Europeia, onde é produzido. Porém, segundo ele, não existem produtos similares no mercado para os produtores fazerem a substituição.


http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,3971035,1228,20936,impressa.html

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz