Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

25.8.11

Reimpressão - Marxismo tardio, de Fredric Jameson

Marxismo tardio

 

Adorno, ou a persistência da dialética

 

Fredric Jameson

Autor de uma das mais complexas obras filosóficas do século XX, Theodor W. Adorno (1903-1969) dedicou grande parte de sua trajetória intelectual ao estudo do conceito de totalidade e da “vida administrada” na sociedade capitalista. Sua análise do sistema econômico (ou modo de produção) é hoje considerada contribuição indispensável para a filosofia contemporânea. É a partir das três principais obras de Adorno (Dialética do esclarecimento, Dialética negativa e Teoria estética), que o filósofo e crítico literário norte-americano Fredric Jameson investiga o “marxismo tardio”. Jameson também se apóia em outros escritos de Adorno, como Notas de literatura, Mínima Moralia e o ensaio sobre Wagner para analisar a contribuição do filósofo alemão ao marxismo e propor que este, assim como outros fenômenos culturais, também desenvolve variações de acordo com o contexto socioeconômico.

 

“Adorno foi o analista de nosso próprio período, o qual ele não viveu pra ver, e no qual o capitalismo tardio esteve a ponto de eliminar os últimos resquícios da natureza e do Inconsciente, da subversão e da estética, da práxis individual e coletiva e, com um impulso final, a ponto de eliminar qualquer vestígio de memória do que não mais existia na paisagem daí em diante pós-moderna”, escreve Jameson. “Parece-me possível, hoje, que o marxismo de Adorno, que não foi de grande ajuda nos períodos anteriores, pode revelar-se exatamente como o que necessitamos em nossos dias”, completa.

Publicado originalmente em 1990, o livro foi lançado no Brasil em 1997, traduzido por Luiz Paulo Rouanet, em coedição da Boitempo Editorial com a Editora UNESP. Após ter esgotada a primeira edição, a obra ganha reimpressão com nova capa em 2011. Para o sociólogo Emir Sader, que assina a orelha do livro, Jameson propõe um modelo dialético para a compreensão do mundo atual, fazendo renascer com toda sua força a noção de teoria crítica como negatividade permanente e crítica social implacável. “Se ‘sem teoria revolucionária, não há prática revolucionária’, a ausência de teoria também se torna força material, mas para aprisionar as massas. Esse é o sentido de tardio no marxismo, para Jameson: ‘antes tarde do que nunca!’”.

Trechos do livro

“A relevância de Adorno para o pós-modernismo deve ser buscada nas polêmicas filosóficas e sociológicas. De fato, o que Adorno chamava positivismo é precisamente o que hoje chamamos pós-modernismo, apenas num estágio mais primitivo. A mudança terminológica é, com certeza, importante: uma tacanha filosofia da ciência pequeno-burguesa republicana do século XIX, surgindo do casulo de sua cápsula de tempo com o esplendor iridescente da vida consumista cotidiana no veranico do super-Estado e do capitalismo multinacional.”

Sobre o autor

Fredric Jameson foi aluno de Erich Auerbach, professor de literatura francesa em Yale e diretor do programa de pós-graduação em literatura da Duke University na Carolina do Norte (EUA). Entre suas publicações destacam-se Marxismo e forma, publicado pela Hucitec; O inconsciente político e Pós-modernismo – a lógica cultural do capitalismo tardio, ambos pela Ática; e Espaço e Imagem, pela UFRJ.

Ficha técnica

Título: Marxismo tardio
Subtítulo: Adorno, ou a persistência da dialética
Título original: Late Marxism – Adorno, or, the Persistence of Dialectic
Autor: Fredric Jameson
Tradução: Luiz Paulo Rouanet
Orelha: Emir Sader
Páginas: 336
Preço: R$ 45,00
ISBN: 978-85-7559-175-8
Editora: Boitempo e Editora Unesp


Boitempo Editorial
Conheça o site da Boitempo
Conheça o blog da Boitempo
Siga o perfil da Boitempo no Twitter
Acompanhe a página da Boitempo no Facebook

 

Nenhum comentário:


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz