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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

28.1.10

Formação de cidadania e participação da sociedade civil foram defendidas em oficina sobre TV pública

FSM 10 ANOS

Michele Limeira - MTB: 9733 | Agência de Notícias   17:59 - 28/01/2010
Edição: Letícia Rodrigues - MTB 9373     Foto: Marco Couto / Ag. AL

 

As TVs públicas como espaço para a produção de conteúdos midiáticos que contribuam para a formação da cidadania e como lugar de participação da sociedade civil foram ideias apresentadas e discutidas na tarde desta quinta-feira (28) na oficina "O papel das TVs públicas na democratização da comunicação", promovida pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pelo Parlamento gaúcho. O evento integrou a programação do Fórum Social Mundial - 10 Anos - Grande Porto Alegre.

 

O tema foi exposto pela jornalista Tereza Cruvinel, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), gestora da TV Brasil; e pelo professor da Unisinos e presidente do conselho deliberativo da Fundação Cultural Piratini, Pedro Osório. O superintendente de Comunicação Social da Assembleia Legislativa e 1º vice-presidente da Fenaj, Celso Schröder, mediou o debate, que ocorreu no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Na avaliação de Schröder, é fundamental "pensar o espaço da comunicação pública na construção de uma sociedade diferente". O jornalista explicou que a TV pública tem uma história pautada por diferentes momentos democráticos pelos quais passou o país, sendo que atualmente o país vive uma "visível vontade política de atribuir à radiodifusão pública papel estratégico".

 

Contraponto

Críticos às televisões privadas e comerciais, os painelista da oficina desta tarde apresentaram argumentos em defesa das TVs públicas. De acordo com jornalista Tereza Cruvinel, a implantação da TV no Brasil segue o modelo comercial norte-americano, sustentado na publicidade. "A TV vem casada com a publicidade, um casamento perfeito", afirmou. E é por isso, segundo Tereza, que a programação das TVs privadas está cortada por interesses que não são coletivos. "Que sociedade passiva é essa que só consome aquilo que o negócio privado oferece?", questionou. "Estamos submetidos à grande mídia que não gera indivíduos autônomos que compreendam e reflitam sobre o que está acontecendo", comentou o professor Pedro Osório.

 

Para Tereza, a "construção do sentimento de que a televisão nos pertence" é essencial. "Estamos atrasados nessa questão", ressaltou, ao defender a participação da sociedade e de um sistema público com o objetivo de garantir direito à informação e à comunicação, em nome da sociedade e com a sociedade. "O conteúdo deve ter foco na construção de uma nova cidadania", observou.

 

O presidente do conselho da Fundação Piratini acredita que a radiodifusão pública desempenha papel fundamental para estabelecer novas relações com o Estado, para pressionar o setor privado e para estimular a participação da sociedade civil. "A produção de conteúdos diferenciados estimula relações diferenciadas que vão pressionar a comunicação privada", ressaltou Pedro Osório.

 

Sistema digital

A jornalista Tereza Cruvinel aposta no sistema digital para a democratização da comunicação. "Vamos ter uma rede nacional de Tv pública cobrindo todo o Brasil", adianta, lembrando que este é um projeto de longo prazo. "A rede digital é o futuro", destacou.

 

Exemplo da EBC

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) tem, na avaliação de sua presidente, diferenciais como o seu marco regulatório. Tereza afirma que o marco tem natureza essencialmente pública e submete o conteúdo a um conselho de ampla representação. As estratégias de busca de financiamentos para sustentar a TV pública também foram ressaltadas pela jornalista. "A EBC aumentou o seu orçamento para R$ 450 milhões e o Estado reduziu o investimento de R$ 350 milhões para R$ 300 milhões", comemorou.

 

Segundo Tereza, a TV pública hoje é uma realidade e venceu o debate, porém ainda precisa melhorar muito. A participação das TVs regionais, dos produtores independentes, dos parceiros institucionais e internacionais também são apostas para qualificar a TV pública no Brasil.

 

Caso TVE

O presidente do conselho deliberativo da TVE lamentou a situação vivenciada hoje pelo canal público do Estado. Conforme expôs, o conselho deliberativo, que representa a sociedade, está sendo totalmente ignorado pelo governo do Estado. "Nada mais é submetido ao conselho nem a ele comunicado", afirmou. Para Pedro Osório, a situação é um retrocesso para a sociedade. "Temos uma rádio e uma televisão que não podem falar em nome da sociedade", criticou. A representante da EBC afirmou que a TV Brasil tem interesse em firmar parceria com a TVE e já manifestou esta vontade ao governo do Estado.

 

   http://www.al.rs.gov.br/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz