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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

14.4.08

Charge sobre a aliança entre a governadora do RS, Yeda Crusius, com as papelereiras da celulose...




As empresas de celulose no RS. Área de plantio já chegou a 500 mil hectares


VCP
Área atual de plantio: 48 mil hectares
Pretende chegar a: 140 mil hectares
Número de municípios que terão plantio: 27

Aracruz
Área atual de plantio: 75 mil hectares
Pretende chegar a: 160 mil hectares
Número de municípios que terão plantio: 38

Stora Enso
Área atual de plantio: 9 mil hectares
Pretende chegar a: 100 mil hectares
Número de municípios que terão plantio: 11

Mais

Segundo dados da Associação Gaúcha das Empresas Florestais, a área de plantio industrial no Estado já atingiu 560 mil hectares

A fonte é do jornal Zero Hora, 11-04-2008.

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Licenciamento pode atingir 70 mil hectares, ainda neste ano

Apesar do zoneamento ambiental da silvicultura ter sido aprovado apenas quarta-feira passada, ainda é possível que neste ano ocorra o licenciamento de até 70 mil hectares para o cultivo de florestas (expectativa inicial das empresas de florestamento). As companhias interessadas em realizar investimentos neste setor no Estado já haviam iniciado os estudos de impactos ambientais da plantação e isso deve agilizar a concessão de licenças. A reportagem é do Jornal do Comércio, 11-04-2008.

No ano passado, foram concedidas licenças para projetos florestais que contemplavam em torno de 45 mil hectares. Para alimentar as unidades de celulose que Aracruz, Votorantim Celulose e Papel (VCP) e Stora Enso pretendem instalar no Rio Grande do Sul, essas companhias pretendem efetivar florestas em cerca de 380 mil hectares nos próximos sete anos. O investimento dessas empresas no Estado deve chegar a cerca de US$ 4,5 bilhões.

Entre os municípios que devem ter florestas plantadas pelas companhias estão: Aceguá, Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Arroio Grande, Bagé, Candiota, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Cristal, Dom Pedrito, Encruzilhada do Sul, Herval, Hulha Negra, Jaguarão, Lavras do Sul, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Santana da Boa Vista, São Lourenço do Sul e Turuçu.

O presidente do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) e secretário do Meio Ambiente, Otaviano Moraes, avalia que a Metade Sul tem condições adequadas para o plantio das florestas e isso representará benefícios econômicos para essa região. Moraes acredita que a ação não implicará grandes impactos no meio ambiente gaúcho. Ele lembra que o Rio Grande do Sul possui 20 milhões de hectares agricultáveis. Enquanto a soja ocupa atualmente 4 milhões de hectares, as florestas utilizam cerca de 500 mil hectares. Com os novos projetos de florestamento, esse número deve passar para cerca de 900 mil hectares.

O presidente do Consema diz que o zoneamento da silvicultura fornece diretrizes que significam segurança para os investidores e para o meio ambiente. Com o zoneamento, segundo Moraes, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) terá melhores condições de avaliar caso a caso as áreas que serão licenciadas para o plantio de florestas exóticas como as de eucaliptos. Moraes relata que o zoneamento prevê um equilíbrio e que a cada hectare a ser utilizado para o plantio, outro será protegido. "Haverá limites de ocupação", enfatiza o secretário.

A assessora técnica da ONG ambientalista Núcleo Amigos da Terra, Maria da Conceição Carrion, afirma que foi um "atropelamento" a votação do zoneamento na quarta-feira. Maria da Conceição acusa que há um desequilíbrio no Consema, no qual os ambientalistas são minoria.

Moraes rebate que o zoneamento é um trabalho técnico que está sendo conduzido há mais de um ano e discutido em várias audiências públicas. O secretário destaca que as câmaras técnicas que discutiram o zoneamento eram constituídas de representantes da sociedade, das indústrias, do governo e dos ambientalistas. "O zoneamento da silvicultura no Estado é um avanço, o primeiro e único realizado no Brasil", comemora Moraes.

A assessora técnica da Núcleo Amigos da Terra aponta que o zoneamento é deficiente quanto ao espaço que devia estabelecer entre as áreas que poderão ser utilizadas pelas empresas de florestamento. "No mínimo, a plantação dos eucaliptos terá impacto na paisagem do pampa, na flora e na fauna", teme Maria da Conceição. Desde o início dos debates quanto ao zoneamento e a instalação das empresas de celulose no Estado as questões econômicas e ambientais foram ressaltadas. Entre os argumentos que apóiam a implantação das companhias está o desenvolvimento de toda uma atividade econômica no entorno de seus projetos. O diretor operacional da Navegação Aliança, Ático Scherer, comenta que a atividade florestal incentivará o uso da hidrovia gaúcha. A hidrovia será mais utilizada para levar madeira e celulose até o porto do Rio Grande.


Votorantim acelera implantação de fábrica de celulose no RSl

Com a aprovação do zoneamento para o plantio de florestas de eucaliptos, indústrias de celulose aceleram o processo de instalação no Estado. A Votorantim Celulose e Papel (VCP) retomará o estudo de impacto ambiental (EIA) a fim de obter licença prévia para a fábrica que pretende construir na Zona Sul, com investimento de US$ 2 bilhões. O documento é concedido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A reportagem é do jornal Zero Hora, 11-04-2008.

Os trabalhos de elaboração do EIA estavam em fase final, mas foram suspensos há cerca de um ano devido à indefinição quanto às regras para se implantar florestas no Estado - situação contornada com o zoneamento aprovado.

A intenção é de que o estudo da empresa fique pronto no segundo semestre deste ano, quando será anunciado também o local que receberá a planta industrial, informa o diretor florestal da VCP, José Maria de Arruda Mendes Filho. Disputam o empreendimento os municípios de Arroio Grande, Capão do Leão, Cerrito, Pelotas, Pedro Osório e Rio Grande. Para abastecer a fábrica, a empresa já tem 48 mil hectares de terra plantados com eucalipto e pretende chegar a 140 mil. Somente neste ano, o plano é plantar 22 mil hectares.

- É um plano ousado, mas a expectativa é de cumprir a meta com tranqüilidade - afirma José Maria de Arruda Mendes Filho.

A Aracruz, que já tem licença prévia para ampliar a fábrica de Guaíba, também considerou a aprovação do zoneamento um avanço. O projeto ainda depende da aprovação final dos acionistas da empresa para sair do papel. A reunião estava marcada para dezembro, mas a interrupção da concessão de licenças decorrente da falta de zoneamento contribuiu para que fosse adiada. Agora, a empresa aguarda a normalização do fluxo de concessão de licenças de plantio para dar seguimento ao seu plano industrial. O investimento no projeto é de US$ 2,8 bilhões.

Já a Stora Enso, que planeja se instalar na Fronteira Oeste, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que considerou a aprovação do zoneamento "determinante para as regras a serem seguidas no projeto de base florestal", mas ressaltou que "a decisão sobre uma fábrica depende de outros fatores e pertence a outra etapa do empreendimento".

Entre os entraves ao projeto está a necessidade de uma decisão do Conselho de Defesa Nacional autorizando a escrituração das terras compradas pela empresa na região fronteiriça.

Segundo dados da Associação Gaúcha das Empresas Florestais, a área de plantio industrial no Estado já atingiu 560 mil hectares, principalmente para abastecer a indústria moveleira, e deverá chegar a 1 milhão nos próximos cinco anos, com destaque para a indústria de celulose, matéria-prima para produção de papel fabricada a partir de madeira.

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'Não vamos ficar de braços cruzados'. Ambientalistas prometem agir contra zoneamento

O movimento ambientalista pretende reagir à aprovação do zoneamento florestal pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). A reportagem é de Sebastião Ribeiro e publicada pelo jornal Zero Hora, 11-04-2008.

A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), que chegou a obter uma liminar e adiou a votação da proposta por algumas horas na quarta-feira, estuda meios de recorrer judicialmente da decisão.

O conselheiro da Agapan Flávio Lewgoy prefere não revelar a estratégia, mas admite que uma nova ação judicial está em análise.

- Não vamos ficar de braços cruzados - afirma.

Conforme uma ambientalista, o recurso poderia se basear na alegação de descumprimento de prazos e procedimentos legais. A Agapan reclama, por exemplo, que a votação foi marcada antes de um período de 15 dias solicitado para analisar melhor a proposta. O resultado selou a mais recente derrota em uma série de reveses sofrida pelos ambientalistas desde o ano passado.

Dois pontos que os militantes consideravam cruciais acabaram ignorados: limites percentuais de área plantada e a definição do tamanho máximo que um bosque poderia ter.

A primeira proposta de zoneamento, que veio à tona em 2007, agradava aos ecologistas ao restringir a no máximo 50% da área de uma propriedade o espaço para florestamento. Se o terreno se encontrasse em uma região mais frágil, com poucos recursos hídricos, esse percentual seria menor.

As empresas de celulose ameaçaram cancelar os investimentos previstos no Estado, o que deu início ao embate. Desde então, os ambientalistas só perderam terreno. No Consema, onde o projeto foi modificado e aprovado, eles ocupam quatro de 29 cadeiras no plenário. Ainda no final do ano passado, decidiram abandonar a Câmara Técnica de Agropecuária e Agroindústria, uma das instâncias internas que reavaliou o zoneamento, reclamando de falta de diálogo.

Assim, a frente de batalha das ONGs Agapan, Ingá, Núcleo Amigos da Terra e Mira-Serra se resumiu à Câmara Técnica de Biodiversidade e Política Ambiental, uma das instâncias internas do Consema. Ali, abriram mão do limite de 50% de área para exploração florestal em cada propriedade e passaram a defender uma restrição mais branda, de plantio em até 30% de cada uma das 45 grandes regiões em que o zoneamento dividiu o Estado (com baixa, média ou alta restrição à exploração florestal).

- Isso já permitia que uma propriedade tivesse mais de 50% de sua área plantada com espécies exóticas - diz Marcelo Duarte, representante da Fundação Zoobotânica no Consema.

Tamanho dos bosques deixou de ter limites

A fundação foi o único órgão governamental a se aliar às pretensões dos ambientalistas no conselho, defendendo a manutenção de índices objetivos de exploração permitida. A maior parte das florestas exóticas no Estado ficará em zonas de média restrição. Isso significa que os técnicos da Fepam deverão ser mais rigorosos ao avaliar o possível impacto do florestamento sobre o ambiente, mas isso não inviabiliza o licenciamento.

Outra bandeira ambiental que acabou derrotada era a limitação do tamanho dos bosques de espécies exóticas em até 5 mil hectares, com um intervalo mínimo de um a três quilômetros até a próxima zona de plantio.

- Na prática, a legislação ambiental em vigor já faz com que seja impossível plantar em mais de 50% de uma propriedade - argumenta o representante da Farsul, Ivo Lessa.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz